terça-feira, 25 de abril de 2023

Nem tudo são flores: europeus sinalizam descontentamento com Lula - Ivan Finotti (FSP)

 Se Lula imaginava que seria recebido com flores e aplausos onde quer que fosse, se enganou, e já deve ter percebido que sua postura no tocante à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia— em relação à qual permanece visivelmente pró-Rússia, por diferentes motivos —, visivelmente não agradou americanos e europeus. Não adianta repetir que fará as melhores escolhas para o Brasil soberanamente, só pensando nos “interesses nacionais”, que isso não é visto como legítimo, do ponto de vista do Direito Internacional, nem é verdade, pois são suas simpatias ideológicas que o ditaram. Os americanos ainda estão tentando convencê-lo de aderir a “bons modos”, mas os europeus já sinalizaram o que é inaceitável.

Paulo Roberto de Almeida

Documento secreto indica preocupação da União Europeia com o governo Lula

Arquivo vazado do bloco europeu expressa reservas em relação a postura do presidente sobre Guerra da Ucrânia e meio ambiente

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/04/documento-secreto-indica-preocupacao-da-uniao-europeia-com-o-governo-lula.shtml

Ivan Finotti

MADRI

A União Europeia está preocupada com a posição do Brasil em relação à Guerra da Ucrânia e com a falta de cumprimento de obrigações na área ambiental, indica um documento oficial e confidencial que trata das relações do bloco europeu com quatro países emergentes: Brasil, Chile, Nigéria e Cazaquistão.

Se as "informações não públicas", conforme é dito no texto, não trazem informações bombásticas, são um vislumbre do trabalho de bastidores da diplomacia atual e traçam um instantâneo de como o Brasil é visto neste momento pela Europa. O documento, obtido nesta segunda-feira (24) pela Folha, teve seu teor inicialmente divulgado pelo site de notícias americano Politico.

Apesar de os líderes europeus se mostrarem aliviados com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a volta do Brasil ao cenário internacional —após quatro anos de apagão sob o ex-presidente Jair Bolsonaro—, o texto mostra preocupação com as recentes declarações do petista.

“Relançar a parceria estratégica com o Brasil" é um dos pontos do documento descritos como de interesse da comunidade europeia. "UE preocupada que o foco de Lula na reindustrialização possa se tornar protecionista" é outro tópico citado.

Entre os interesses do Brasil, diz a UE, está "ser reconhecido e tratado como ator global" e a "diversificação do fornecimento de fertilizantes (dependência excessiva da Rússia e da Belarus)", entre outros.

Preparado por diplomatas do bloco, o "Plano de Ação da UE sobre as Consequências Geopolíticas da Invasão Russa da Ucrânia em Países Terceiros" detalha estratégias para reaproximar ou manter a proximidade dos quatro países.

O arquivo de sete páginas reserva, após a introdução, uma página para cada nação, exibindo pontos divididos em quatro partes: "interesses da UE", "interesses do país terceiro", "desafios" e "oportunidades".

Na introdução, há um breve resumo da situação de cada país e a do Brasil diz o seguinte: "O atual governo mostra sinais de disposição para intensificar a cooperação. Uma estrutura para fortalecer o engajamento já existe, uma vez que a UE já tem uma parceria estratégica que pode ser reativada. O avanço do acordo UE-Mercosul será de fundamental importância. Mas a UE também precisará aumentar os investimentos em energia e nas áreas digital e de sustentabilidade".

A introdução revela a razão do relatório: "Tornou-se claro logo após o início da invasão russa da Ucrânia que suas consequências eram globais. A resposta da UE baseou-se, portanto, no apoio à Ucrânia, no combate à Rússia e no apoio aos parceiros em todo o mundo para lidar com consequências globais".

O texto dos diplomatas europeus cita ainda um "um ambiente geopolítico competitivo" em que há "não apenas uma batalha de narrativas, mas também uma batalha de ofertas" como justificativa para a renovação de estratégias nas parcerias internacionais. Em especial, infere-se, com os quatro países citados. "O ‘Plano de Ação’ faz exatamente isso: com base na geografia, na influência regional e na abrangência política da UE, selecionamos países prioritários para negociar uma oferta com cada um deles, adaptada aos interesses deles e aos nossos", diz o documento.

A seguir, o texto apresenta resumos dos países emergentes priorizados no documento. No caso da Nigéria, lembra que "haverá um novo presidente e um novo governo após a posse em maio. Um diálogo ministerial está planejado." Em seguida, o relatório sugere que a UE deve facilitar o fornecimento de vistos aos cidadãos do Cazaquistão "em vista de um relacionamento aprimorado".

Quanto ao Chile, "quase não há atritos bilaterais no relacionamento com a UE, e há um engajamento de alto nível em todas as políticas com esse parceiro de mentalidade semelhante. (...) Mas a UE deve estabelecer uma boa sequência de visitas e diálogos como parte de um pacote geral".

Ao fim, o relatório ainda apresenta o que chama de "narrativas para o público externo", sugerindo forma de abordar os temas com os outros países. Entre essas narrativas estão frases mais genéricas como "o Plano de Ação tem como objetivo unir forças com os parceiros, para o benefício de nossos povos e com o objetivo final de contribuir para a estabilidade e o crescimento globais" e "ações necessárias para enfrentar os desafios comuns e aproveitar as oportunidades, para as quais mobilizaremos todos os instrumentos à nossa disposição".

Confira a seguir a íntegra dos pontos confidenciais listados pelo "Plano de Ação da UE" em relação ao Brasil, divididos em quatro blocos.

Interesses da União Europeia

Relançar a parceria estratégica com o Brasil

Concluir o acordo de Associação UE-Mercosul

Obter maior apoio político do Brasil na ONU, globalmente e regionalmente

Acesso ao mercado e aumento de oportunidades no Brasil para negócios e investimentos da UE

Obter o reconhecimento brasileiro para as garantias de segurança alimentar da UE

Impulsionar a cooperação em transformações verdes e digitais, ação climática e ambiente

Garantir matérias-primas essenciais para o Acordo Verde da UE

Abordar a atuação da China na adesão do Brasil ao Acordo de Compras Governamentais da Organização Mundial do Comércio

Fortalecer a cooperação em defesa e segurança


Interesses do Brasil

Ser reconhecido e tratado como um ator global (inclusive em relação à reforma da ONU)

Concluir o Acordo de Associação UE-Mercosul (ao mesmo tempo em que enfatiza a necessidade de resolver desequilíbrios nas relações UE-Mercosul)

Atrair mais comércio, investimento e tecnologia da UE e aproveitar as oportunidades em clima, energia e mineração

Melhorar o acesso ao mercado da UE para produtos agrícolas

Diversificação do fornecimento de fertilizantes (dependência excessiva da Rússia e da Belarus)

Agregar valor à matéria-prima exportada

Apoio ao desenvolvimento de instituições democráticas, direitos indígenas e meios de subsistência, redução da pobreza, desenvolvimento sustentável e políticas sociais, educação

Fortalecer a cooperação em defesa, segurança e espaço (Centro de Alcântara)


Desafios

O Brasil vê as propostas legislativas autônomas da UE (legislação do Acordo Verde) como medidas unilaterais protecionistas, em especial a legislação sobre desmatamento e a CBAM (Mecanismo de Ajuste de Limites de Carbono). Essa preocupação também foi levantada pelo BR nas discussões em andamento sobre a finalização do Acordo UE-Mercosul

O Brasil sente falta de uma agenda positiva para o engajamento mútuo: nenhuma cúpula desde 2014

UE preocupada que o foco de Lula na reindustrialização possa se tornar protecionista

UE preocupada com a possibilidade de o Brasil querer reabrir o Acordo do Mercosul

UE preocupada com a posição do Brasil sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia e com a falta de cumprimento de obrigações em relação a clima, ambiente e aprovação sanitária dos produtos da UE


Oportunidades

A política externa está de volta ao topo da agenda do Brasil, com o presidente Lula ansioso para obter êxitos (o Acordo de Associação UE-Mercosul poderia ser um deles)

Forte alinhamento de políticas com o governo Lula, por exemplo, nas transições verde e digital, direitos humanos, direitos indígenas, combate ao garimpo ilegal de ouro, defesa e segurança

Possível avanço no combate ao desmatamento e biodiversidade se a UE conseguir apoiar o Brasil na criação de empregos e na adaptação às novas regulamentações da UE

Alavancar o papel do Brasil como um ator construtivo na região, inclusive na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos)

Ajudar no processo de adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e à presidência do G20 (2024)


Prémio Camões 2019: o discurso de Chico Buarque na íntegra

 

Prémio Camões 2019: o discurso de Chico Buarque na íntegra

https://www.publico.pt/2023/04/24/culturaipsilon/noticia/premio-camoes-2019-discurso-chico-buarque-integra-2047322

Ao receber este prêmio penso no meu pai, o historiador e sociólogo Sergio Buarque de Holanda, de quem herdei alguns livros e o amor pela língua portuguesa. Relembro quantas vezes interrompi seus estudos para lhe submeter meus escritos juvenis, que ele julgava sem complacência nem excessiva severidade, para em seguida me indicar leituras que poderiam me valer numa eventual carreira literária. Mais tarde, quando me bandeei para a música popular, não se aborreceu, longe disso, pois gostava de samba, tocava um pouco de piano e era amigo próximo de Vinicius de Moraes, para quem a palavra cantada talvez fosse simplesmente um jeito mais sensual de falar a nossa língua. Posso imaginar meu pai coruja ao me ver hoje aqui, se bem que, caso fosse possível nos encontrarmos neste salão, eu estaria na assistência e ele cá no meu posto, a receber o Prêmio Camões com muito mais propriedade. Meu pai também contribuiu para a minha formação política, ele que durante a ditadura do Estado Novo militou na Esquerda Democrática, futuro Partido Socialista Brasileiro. No fim dos anos sessenta, retirou-se da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em solidariedade a colegas cassados pela ditadura militar. Mais para o fim da vida, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, sem chegar a ver a restauração democrática no nosso país, nem muito menos pressupor que um dia cairíamos num fosso sob muitos aspectos mais profundo.

O meu pai era paulista, meu avô, pernambucano, o meu bisavô, mineiro, meu tataravô, baiano. Tenho antepassados negros e indígenas, cujos nomes meus antepassados brancos trataram de suprimir da história familiar. Como a imensa maioria do povo brasileiro, trago nas veias sangue do açoitado e do açoitador, o que ajuda a nos explicar um pouco. Recuando no tempo em busca das minhas origens, recentemente vim a saber que tive por duodecavós paternos o casal Shemtov ben Abraham, batizado como Diogo Pires, e Orovida Fidalgo, oriundos da comunidade barcelense. A exemplo de tantos cristãos-novos portugueses, sua prole exilou-se no Nordeste brasileiro do século XVI. Assim, enquanto descendente de judeus sefarditas perseguidos pela Inquisição, pode ser que algum dia eu também alcance o direito à cidadania portuguesa a modo de reparação histórica. Já morei fora do Brasil e não pretendo repetir a experiência, mas é sempre bom saber que tenho uma porta entreaberta em Portugal, onde mais ou menos sinto-me em casa e esmero-me nas colocações pronominais. Conheci Lisboa, Coimbra e Porto em 1966, ao lado de João Cabral de Melo Neto, quando aqui foi encenado seu poema Morte e Vida Severina com músicas minhas, ele, um poeta consagrado e eu, um atrevido estudante de arquitetura. O grande João Cabral, primeiro brasileiro a receber o Prêmio Camões, sabidamente não gostava de música, e não sei se chegou a folhear algum livro meu.

Escrevi um primeiro romance, Estorvo, em 1990, e publicá-lo foi para mim como me arriscar novamente no escritório do meu pai em busca de sua aprovação. Contei dessa vez com padrinhos como Rubem Fonseca, Raduan Nassar e José Saramago, hoje meus colegas de Prêmio Camões. De vários autores aqui premiados fui amigo, e de outras e outros – do Brasil, de Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde — sou leitor e admirador. Mas por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu publique romances e contos, por mais que eu receba prêmios literários, faço gosto em ser reconhecido no Brasil como compositor popular e, em Portugal, como o gajo que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e um cheirinho de alecrim.

Valeu a pena esperar por esta cerimônia, marcada não por acaso para a véspera do dia em os portugueses descem a Avenida da Liberdade a festejar a Revolução dos Cravos. Lá se vão quatro anos que meu prêmio foi anunciado e eu já me perguntava se me haviam esquecido, ou, quem sabe, se prêmios também são perecíveis, têm prazo de validade. Quatro anos, com uma pandemia no meio, davam às vezes a impressão de que um tempo bem mais longo havia transcorrido. No que se refere ao meu país, quatro anos de um governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Aquele Governo foi derrotado nas urnas, mas nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça fascista persiste, no Brasil como um pouco por toda parte. Hoje, porém, nesta tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-Presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso Presidente Lula. Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal, e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo.

Muito obrigado


segunda-feira, 24 de abril de 2023

China vs EUA: o confronto inútil - Paulo Roberto de Almeida

China e EUA, dois impérios capitalistas, ascenderam durante muito tempo separadamente, depois passaram a andar unidos, quase numa simbiose econômica  e numa aliança tácita contra o inimigo comum.

Os EUA colocaram a China na OMC, e a China deu aos americanos tudo o que eles queriam comprar, a 10% do preço US$. Foi muito bom enquanto durou, para eles e para o mundo, especialmente paises pobres.

Os EUA tentam agora conter a China, o que não só e virtualmente impossível, como absolutamente ridiculo. A Nova Guerra Fria é inteiramente made in USA! A China reagiu, se associando à Rússia, um império decadente.

Dois grandalhões que parecem crianças.

Acordos regionais e esquemas de integração: diferentes tipos e medidas correlatas - Paulo Roberto de Almeida

 4371. “Acordos regionais e esquemas de integração: diferentes tipos e medidas correlatas”, Brasília, 24 abril 2023, 1 p. Tabela analítica e cronológica dos diferentes esquemas de integração econômica, com correlação das medidas. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/100701630/Acordos_regionais_e_esquemas_de_integracao_diferentes_tipos_e_medidas_correlatas_2023_).






Putin's hidden war: the Russians fighting back - The Economist

 Uma frase, de uma resistente, que permanece na Rússia, traduz o sentimento dos poucos que ficaram ou que não estão em prisão: "É importante permanecer, para testemunhar sobre estes tempos".

E o encerramento do vídeo pela Economist: "A year after the invasion, it is becoming clear that change in Russia may not be brought by activists in the country, but by losses in Ukraine. The most dangerous for Putin is when the perception of his position changes on the battlefield. If the Russians start feeling that he has actually lost the war, I think the political situation in Russia could change very, very fast." 

(Arkady Ostrowsky, Russian specialist at The Economist)

https://www.youtube.com/watch?v=_LJV5nOSjCE


At U.S. behest, Ukraine held off anniversary attacks on Russia - Shane Harris and Isabelle Khurshudyan (The Washington Post)

THE DISCORD LEAKS

At U.S. behest, Ukraine held off anniversary attacks 

on Russia

Kyiv’s head of military intelligence, Kyrylo Budanov, planned bold strikes deep behind enemy lines that unnerved officials in Washington

In February, with the first anniversary of Russia’s invasion of Ukraine days away, officials in Kyiv were busy making plans to attack Moscow.

Maj. Gen. Kyrylo Budanov, the head of the country’s military intelligence directorate, the HUR, instructed one of his officers “to get ready for mass strikes on 24 February … with everything the HUR had,” according to a classified report from the U.S. National Security Agency. Officials even mused about a sea-based strike using TNT in the Black Sea port city of Novorossiysk, a largely symbolic operation that would nevertheless demonstrate Ukraine’s ability to hit deep inside enemy territory.

Back in Washington, officials were secretly monitoring the Ukrainians’ plans. The White House had long worried that attacks inside Russia could provoke an aggressive response from the Kremlin.


On Feb. 22, two days before the anniversary, the CIA circulated a new classified report: The HUR “had agreed, at Washington’s request, to postpone strikes” on Moscow. The documents, part of a trove of classified information allegedly leaked on a gaming server by a 21-year-old member of the National Guard, don’t explain precisely who interceded and why the Ukrainians agreed to stand down.

But they offer a specific example of a broader tension that has characterized much of the war: Ukraine, eager to bring the fight to Russia’s home turf, is sometimes restrained by the United States, which has consistently tried to avoid escalating the conflict into a direct fight between U.S. and Russian forces. Some U.S. officials see attacks on Russia, particularly if they involve U.S.-supplied weapons, as highly risky operations that Russian President Vladimir Putin could find so threatening that he resorts to using tactical nuclear weapons.

And yet mysterious explosions and drone strikes continue to happen in Russia. Ukrainian officials are often coy about the incidents, hinting that they’re responsible without directly taking credit.


“The Earth is round — discovery made by Galileo,” presidential adviser Mykhailo Podolyak wrote on Twitter in December after an attack on the Engels-2 air force base, deep inside Russia. “If something is launched into other countries’ airspace, sooner or later unknown flying objects will return to departure point.”

Operations on foreign soil fall under the HUR’s purview. Budanov, an ambitious 37-year-old general and rising star in the Ukrainian military, doesn’t acknowledge that his agency is behind the attacks. But he has warned they will continue.

“This shattered their illusions of safety,” Budanov told The Washington Post in January. “There are people who plant explosives. There are drones. Until the territorial integrity of Ukraine is restored, there will be problems inside Russia.”


Budanov did not comment for this article. U.S. officials did not comment on the leaked documents about anniversary strikes.


Privately, U.S. and European officials express their admiration for Budanov. But they also say his audacity sometimes makes them nervous.

On Feb. 13, the day that the NSA document said Budanov had instructed one of his officers to be ready for an operation presumably aimed at Novorossiysk, the United States repeated its public advisory for citizens in Russia to leave the country immediately. It’s not clear that the warning anticipated an aggressive Ukrainian strike, but it appears to reflect a level of concern in Washington about attacks around the anniversary.

Budanov is known for bold claims and pronouncements, which many Western officials regard skeptically. He has said that Putin is terminally ill, an assertion that U.S. intelligence officials have rejected, and that he uses multiple body doubles. Budanov exudes confidence that Ukraine will prevail over Russia — and soon. He has said that Crimea, the highly fortified peninsula Russia illegally annexed in 2014, must be returned to Kyiv this summer. The leaked documents show the U.S. intelligence community views that scenario as unlikely.

The documents also make clear that the U.S. intelligence community is monitoring Budanov’s communications, which seems not to be news to the general. In past interviews with The Post, Budanov, perhaps aware that he was being spied on, has played music or static noise in his office at HUR headquarters. 

Washington’s intercession ahead of the war’s anniversary appears to have been only partially successful. “There is no indication” that Ukraine’s security service, the SBU, “agreed to postpone its own plans to attack Moscow around the same date,” the CIA report said. The SBU, which is responsible for state security and reports directly to the president, also conducts special operations.

Ukraine appears not to have held its fire for long. A week after the anniversary, Moscow publicly accused Kyiv of attempting drone strikes on infrastructure in Russia, including near the capital.


Ukraine continues to have ambitions to expand the battlefield beyond its home territory, the classified documents show. Budanov’s agency made plans to attack members of the notorious Russian military contractor Wagner Group in Mali, where personnel provide security assistance to the Malian government and training for its military, the documents state. Wagner has played a pivotal role in Russia’s invasion of Ukraine and provides essential front-line support to Russian military forces.

“It is unknown what stage the operations [in Mali] were currently in and whether the HUR has received approval to execute its plans,” the NSA document says.

The HUR also developed plans to conduct covert attacks on Russian forces in Syria using secret Kurdish help. Ukrainian President Volodymyr Zelensky halted the offensive, but one of the intelligence documents details how Budanov’s agency could still launch deniable attacks that would avoid implicating the Ukrainian government itself.


Officials in Washington and Europe have admonished Ukraine for attacks outside its territory that they felt went too far. After a car bomb near Moscow in August killed Daria Dugina, in an attack that appeared intended for her father — a Russian nationalist whose writing had helped to shape a Kremlin narrative about Ukraine — Western officials said they made clear to Zelensky that they held operatives in his government responsible. The attack was seen as provocative and risked a severe Russian response, officials said.

U.S. officials are also concerned that Beijing is likely to view attacks by Ukraine inside Russia as “an opportunity to cast NATO as the aggressor,” and that China could increase its support to Russia if it felt the attacks were “significant,” according to other classified documents contained in the trove.

So far, officials have said there is no indication that China has granted Russia’s request for lethal military aid. However, a Ukrainian attack on Moscow using weapons provided by the United States or NATO would probably indicate to Beijing that “Washington was directly responsible for escalating the conflict” and provide possible justification for China to arm Russia, the analysis concludes.


The United States prohibits Ukraine from using American weaponry to strike Russia. One Ukrainian official, who, like others, spoke on the condition of anonymity to discuss sensitive matters, pointed to an attack in December on a Russian strategic bomber base using Ukrainian-made drones as evidence that Kyiv was adhering to the rules Washington has imposed.

Ukrainian officials have long privately said that the United States has de facto control over some military operations. For example, Kyiv typically won’t fire its advanced U.S.-provided rocket systems without coordinates confirmed or provided by U.S. military personnel from a base in Europe, to ensure the strikes’ accuracy and conserve artillery.

A senior Ukrainian official said that Kyiv’s willingness not to fire on certain targets and to coordinate with the Americans should encourage the United States to provide more modern and longer-range weapons, such as the Army Tactical Missile System, or ATACMS, a munition that can travel up to 185 miles. Biden administration officials have declined to provide the weapon, which is in limited supply and might be seen by Russia as an escalation by the United States, officials have said.


The strikes in Russia have been a morale booster for Ukrainian citizens, who have taken to calling the billowing smoke from the mysterious explosions “bavovna,” or “cotton.” Stores sell T-shirts with cotton flowers blooming on the Kremlin’s walls, and cotton bouquets are popular gifts.

The attacks may be getting to Putin, too. Citing security concerns, he recently opted to cancel some regional Victory Day parades celebrating the upcoming anniversary of the Soviet Union’s victory over Nazi Germany. May 9 is considered one of Russia’s most important holidays and an opportunity for the Kremlin to flex its military muscle with a display of tanks and other weaponry in central Moscow.


Khurshudyan reported from Kyiv.


China Embarrasses Macron on Europe - Russia's war of aggression against Ukraine (Editorial WSJ)

 Macron já tinha sido humilhado por Putin, ao tentar desesperadamente reter a invasão russa, anunciada diversas vezes por Biden. Agora está tentando convencer a China a parar com a guerra de agressão. Não conseguirá!

Mas, o embaixador chinês em Paris é um trapalhão: ignora os acordos feitos ao abrigo da Conferencia sobre Segurança e Cooperação na Europa (CSCE), com sede em Viena, e que cobriram inclusive as ex-repúblicas federadas da Ásia central. Ignora que os Estados bálticos foram perfeitamente independentes entre 1919 e 1940. Ignora a História e o Direito Internacional. Deveria ser chamado de volta a Beijing!

Paulo Roberto de Almeida 


China Embarrasses Macron on Europe

Beijing’s ambassador reveals China’s real views on sovereignty.

WSJ Opinio

By The Editorial Board

April 23, 2023 4:42 pm ET

Emmanuel Macron has been trying to triangulate between the U.S. and China, and it isn’t going well. China’s ambassador to Paris has now embarrassed the French President by declaring that the former nations of the Soviet Union aren’t really sovereign under international law.

China’s Ambassador Lu Shaye was asked on Friday on French TV whether he considered Crimea to be part of Ukraine under international law. In 2014 Russia occupied and annexed Crimea, which had been part of Ukraine since the dissolution of the Soviet empire.

Mr. Lu didn’t stop at Crimea. “Even these ex-Soviet Union countries do not have effective status, as we say, under international law because there’s no international accord to concretize their status as a sovereign country,” Mr. Lu said. The “as we say” is a nice diplomatic touch since the only international law that Beijing recognizes is what serves its increasingly imperial interests.

The diplomat is saying that the many countries that declared their independence when the Soviet Union dissolved aren’t independent at all. That would include Ukraine, but also the three Baltic states, Moldova, and the countries of central Asia like Georgia and Kazakhstan. The clear implication is that Russia is justified in its attempt to conquer Ukraine, and perhaps the other countries too.

The Baltic states are furious and said they’d summon the Chinese ambassadors to their countries on Monday. The French Foreign Ministry responded with what it called “consternation” at Mr. Lu’s remarks and said Beijing should “say if these comments reflect its position, which we hope not to be the case.”

What did the French expect? Mr. Macron kowtowed to China’s Xi Jinping on his recent trip to Beijing, saying that Europe shouldn’t take a side over Taiwan. He also beseeched Mr. Xi to use his influence to mediate a settlement to the Russia-Ukraine war. China spotted weakness, as it always does, and has now spat on the French President’s entreaties. Any diplomatic clarification will be a ruse.

China wants the right to snatch any territory it wants to take, including Taiwan, disputed islands off Japan and in the Western Pacific, and border lands with India and others. Maybe Mr. Macron will figure out he’s being played.

https://www.wsj.com/articles/china-embarrasses-macron-on-europe-sovereignty-soviet-union-baltics-ambassador-lu-de45b8ed


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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...