Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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domingo, 30 de setembro de 2012
Me, the Greatest? No: this time is different... (Obama)
Yo, El Supremo? Nao: o ocaso do patriarca...
Lula está definhando?
Miseria da oposicao (PRA, 2011): a miseria continua...
Em abril de 2011 publiquei um texto de críticas à nossa medíocre oposição política. Parece que ela continua medíocre, e o texto mais do que atual.
Segue o artigo, tal como publicado na revista Interesse Nacional e disponível neste link: http://interessenacional.uol.com.br/2011/04/a-miseria-da-oposicao-no-brasil-da-falta-de-um-projeto-de-poder-a-irrelevancia-politica/#more-245
Paulo Roberto de Almeida
A Miséria da Oposição no Brasil Da Falta de um Projeto de Poder à Irrelevância Política?
Munich, again: September 30, 1938 - Dilemmas of Diplomacy - James M. Lindsay
History Lessons: The Munich Agreement
The Water's Edge, September 26, 2012
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Tchan, thchan, tchan: com voces, o ajuste de "esquerda" (so podia ser na Franca...)
Um orçamento pode ser de direita ou de esquerda, e segundo a posição ele é por natureza perverso, e no outro caso bonzinho com quem mais necessita.
Este artigo é para guardar e retomar dentro de dois ou três anos: o tempo das medidas socialistas, do "ajuste de esquerda" fazer efeito, e aí poderemos ver como os números realmente se diferenciam e como a contabilidade tem características de classe.
Ainda bem que temos o Carta Maior para nos colocar ao tanto dos aperfeiçoamentos da contabilidade socialista.
Paulo Roberto de Almeida
França: orçamento socialista taxa mais ricos e empresas
Carta Maior, 30/09/2012
O presidente François Hollande apresentou um projeto de orçamento para 2013 marcado por um nível de arrocho jamais visto nos últimos 30 anos e por um aumento dos impostos que, globalmente, recairá sobre os bolsos das famílias de maior renda e das empresas com maiores lucros. O primeiro orçamento socialista modifica o que foi realizado até agora pela direita: dois terços das arrecadações virão do aumento dos impostos para os ricos e as empresas, o que implica o fim de numerosas isenções fiscais. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.
No total, esse plano qualificado como “orçamento de combate” se articula em torno da arrecadação de 20 bilhões de euros de novos impostos e de 10 bilhões cortados em gastos administrativos. Os 20 bilhões serão pagos, em partes iguais, 10 bilhões os mais ricos e 10 bilhões as empresas mais lucrativas. A essa soma deve-se agregar ainda outros 2,5 bilhões de euros que serão cortados do seguro social.
No total, se se adicionarem os objetivos deste orçamento mais as medidas votadas em julho passado, o Executivo aposta em obter uma arrecadação suplementar de 40 bilhões de euros. O objetivo não é social, mas orçamentário: trata-se de levar o déficit atual, 4,5% em 2012, para 3% em 2013. A meta, no entanto, se apoia em um cálculo de crescimento de 0,8%, uma variável que os economistas julgam demasiado otimista e tão incerta quanto um número de loteria.
O certo é que, após dez anos de governos de direita e de orçamentos conservadores que decapitaram as classes médias e populares, François Hollande elaborou o primeiro orçamento da esquerda. Não há, cabe dizer, nenhuma reorientação substancial. Trata-se sempre de reduzir a dívida e os déficits, mas sem sancionar aqueles que antes pagavam a conta nem desmantelar o pouco que resta do Estado de Bem-Estar.
O Executivo assegurou que os mais de 24 bilhões que serão arrecadados com os novos impostos virão “unicamente de um em cada dez cidadãos e das maiores empresas”. O cálculo está longe de ser verossímil. O primeiro ministro francês, Jean-Marc Ayrault, assegurou quinta-feira que “90% dos franceses, as classes médias e populares, não pagarão mais impostos. O esforço recairá sobre os 10% que têm mais renda e, entre estes, sobre o 1% mais ricos”.
No entanto, a França sabe hoje que todo mundo terminará pagando algo, ainda que desta vez a redistribuição do esforço será mais equitativa porque rompe com a política da vítima única tão comum quando a direita está no poder. A demonstração em cifras mostra que o Executivo socialista apontou suas calculadoras para as pessoas que tem maiores recursos: as pessoas que têm ganhos equivalentes a 150 mil euros (1%, o que equivale a 50 mil contribuintes) pagarão muito mais impostos do que antes. A partir de 250 mil euros os impostos aumentam exponencialmente. A isso se soma uma taxa de 3% que sobe para 4% para quem ganha na casa do meio milhão de euros. As 1.500 pessoas que ganham esta soma pagarão uma taxa excepcional de 75%.
Antes que fosse divulgado o projeto de orçamento para 2013, os empresários franceses lançaram uma ofensiva e questionaram a filosofia da reforma fiscal. O organismo que agrupa o patronato, o MEDEF, vem dizendo que a chave está tanto na redução do gasto público quanto nos custos necessários para manter um posto de trabalho.
A situação da França é complexa. Há hoje mais de 3 milhões de desempregados e um crescimento que está estagnado. François Hollande deve, ao mesmo tempo, cumprir suas promessas de justiça social sem perder de vista a dívida e o déficit. O contexto, porém, é adverso. O Instituto Nacional de Estatística (INSEE) revelou esta semana que durante o segundo trimestre de 2012 a economia teve um crescimento nulo. O ex-presidente liberal Nicolas Sarkozy saiu em maio passado, mas deixou uma dívida colossal. Nos cinco anos de seu mandato, a dívida passou de 64% do PIB para 91%. François Hollande disse nesta sexta-feira que o país teve “600 bilhões de dívida suplementar durante o último quinquênio. Eu me comprometo a que, no final de meu mandato, não haja nenhum euro a mais”.
A dívida da França tem repercussões enormes. Segundo explicou o governo, o que se cortará e o que se arrecadará no ano que vem servirá apenas para pagar os juros dos empréstimos contraídos, a saber, cerca de 46 bilhões de euros. A missão de François Hollande se parece com a de um desses filmes norteamericanos onde o herói tem que fazer um monte de proezas impossíveis para sobreviver e seguir sendo herói: o chefe de Estado tem que acalmar os mercados, a Alemanha e a Comissão Europeia, zelosa guardiã dos interesses liberais; ao mesmo tempo, Hollande deve corrigir o caminho traçado pela direita que governou durante a última década e manter vivo o moribundo Estado de Bem-Estar. E como se isso não fosse o bastante, também precisa ser fiel aos compromissos de igualdade, justiça e solidariedade.
O primeiro orçamento socialista modifica o que foi realizado até agora pela direita: dois terços das arrecadações virão do aumento dos impostos para os ricos e as empresas, o que implica o fim de numerosas isenções fiscais aprovadas pela direita para essa categoria. O terço final sai dos cortes nos gastos administrativos. Com exceção dos ministérios da Educação, Justiça e Segurança, todos os demais entraram no regime de cortes. Os socialistas estão produzindo um novo filme: “Os caçadores das arcas vazias”. Por enquanto a conta será paga pelos ricos. No entanto, só se conheceu o primeiro capítulo de uma produção que pode trazer muitas surpresas. Os fundos não saem do nada e é muito possível que, de alguma forma, todo mundo termine pagando algo.
Tradução: Katarina Peixoto
Perguntar nao ofende: aos manifestantes da Grecia, da Espanha, de Portugal e de outros lugares....
-- Vem cá, ô meu chapa: como é que você faz, na sua casa, quando você gasta mais do que ganha? Você pede para uma tia rica pagar o seu cartão de crédito? Você pede dinheiro emprestado ao seu banqueiro? Assim, indefinidamente? E ele empresta, bonzinho que é, com juros camaradas? Mas isso por quanto tempo? Ou você vende as jóias e o casaco de pele de madame? Vende a bicicleta das crianças? Vende o seu carro? Enfim, diminui o seu patrimônio para continuar gastando? É isso mesmo, que você faz? Assim, sem qualquer limite de valor ou de tempo?
Pois é, eu me pergunto o que essas pessoas esperam do governo que elas não praticam consigo mesmo, em relação a seus próprios ativos. Será que elas só sabem fazer contabilidade individual, ou familiar, mas não social, coletiva, estatal?
Ou será que elas pensam que o governo possui uma árvore de dinheiro, ou uma cornucópia, de onde jorra leite e mel indefinidamente?
Elas acreditam em milagres, em viver acima dos meios?
Será ingenuidade, ou estupidez, mesmo?
Enfim, não quero ofender ninguém, mas quando vejo dezenas de milhares de pessoas nas ruas protestando contra políticas de austeridade, eu me pergunto se elas se perguntaram, a si mesmas, ou aos seus representantes políticos, de onde elas acham que sai o dinheiro para todas as bondades do governo?
Quando elas fizerem o raciocínio completo, e descobrirem que, cada vez que elas pedem aos políticos que lhes dêem um "vale-isso" e mais um "vale-aquilo outro", os políticos aceitam, alegremente, e depois vão buscar nos seus bolsos, e no caixa das empresas, os recursos para fazerem essas bondades, quando elas conseguirem completar o círculo do pensamento, acho que elas vão despertar, e parar de pedir coisas ao governo e parar de manifestar também.
Tempo de trabalhar, e de não mais entregar o seu dinheiro ao governo.
Pescaram?
Ou preciso desenhar, como diria o outro?
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 30 de setembro de 2012
Dia da vergonha: 30 de Setembro de 1938
On This Day: September 30
Chamberlain
pretendia ter feito uma "paz com honra", como afirmou. Winston
Churchill imediatamente retrucou: "Britain and France had to choose between war and dishonour. They chose dishonour. They will have war".
Paulo
Roberto de Almeida
On Sept. 30, 1938, British, French, German and Italian leaders agreed at a meeting in Munich that Nazi Germany would be allowed to annex Czechoslovakia's Sudetenland.
The New York Times, September 30, 1938
Britain and Germany Make Anti-War Pact; Hitler Gets Less Than His Sudeten Demands; Polish Ultimatum Threatens Action Today
Peace Aid Pledged
Hitler and Chamberlain Voice Their Nations' Will Never to Fight
Demobilization Foreseen
Four Zones Reich Will Occupy Only Half of Sudeten Area--Chief Forts Not Included
'Peace With Honor,' Says Chamberlain: Prime Minister Wildly Cheered by Relieved Londoners--King Welcomes Him at Palace 5,000 British Soldiers Will Guard Czech Areas Czech Rulers Bow, But Under Protest: Nation Must Be Preserved, the Premier Tells Country--He Calls Terms Dictated Germans Begin Czech Occupation; Troops Cross Old Austrian Border: Infantry, Vanguard of 30,000 Men, Enter Krumau Zone an Hour After Midnight-- Commission Arranges Evacuation |
Poland delivered an ultimatum to Prague demanding the cession of the Teschen district, setting 6 A.M. New York time, as the limit for reply. Hungary prepared to make a two- point demand for cessions.
Czechoslovakia accepted the Munich terms and Premier Syrovy, announcing "We have been abandoned," made a protest to the world. General Krejci told the army to obey orders.
The first of the German troops crossed the Czechoslovak border from Austria an hour after midnight, or 7 P.M. Friday New York time. Large concentrations were made for the further occupation. The International Commission began sessions in Berlin on the evacuation and allocation of territory.
Mr. Chamberlain met a great demonstration when he arrived in London, and a similar one was accorded to Premier Daladier when he reached Paris.
Cebolas iranianas e cebolas americanas: qual a melhor?
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 29 de setembro de 2012
Daron Acemoglu Conversation: Institutional development
THE WORLD THROUGH INSTITUTIONAL LENSES
DARON ACEMOGLU is the Killian Professor of Economics at MIT. In 2005 he received the John Bates Clark Medal awarded to economists under forty judged to have made the most significant contribution to economic thought and knowledge. He is the author of Why Nations Fail.
Daron Acemoglu's Edge Bio Page
THE WORLD THROUGH INSTITUTIONAL LENSES
[DARON ACEMOGLU:] When I got into economics one of the things that attracted me was thinking about why some nations are rich and some are poor, why some are democratic and others aren't, and why they're socially, politically, and economically so different. I grew up in Turkey and I came of age in the middle of a military regime and the economy wasn't doing well so those questions were in the air. That's the sort of thing that attracted me to economics.
When I came into economics I realized those weren't the issues that most economists worked on. I was still interested in economic development and economic growth, but I tried to think about it using the same approach as economists did. Then about 17 or 18 years ago, I started talking to James Robinson who became my long time collaborator, and James and I both had the same issues with the economics approach. A lot of the interesting issues related to politics, institutions, and the roots of the politics of policies and institutions were left out. We started working, thinking, and discussing to try to write papers on these things. At the time it wasn't a big area within economics.
More at: http://edge.org/conversation/the-world-through-institutional-lenses
or here: http://textospra.blogspot.com.br/2012/09/daron-acemoglu-institutional.html
Carl
Chamberlain’s decision was a result of two main factors: First, UK was not willing to fight against Germany, but rather maintain a status quo of competing and antagonist states in mainland Europe, namely France, Germany and USSR. Since in the middle, Germany needed to be stronger to balance the power of the other historically enemies of Britain (in political, economical, historic, or ideological terms). And there was the belief that Germany would contain and oppose communism and protect West from the East.
Second, UK was not prepared to fight an inland war with Germany. The population was not willing, neither the army was as strong. Also, economic benefits of a peaceful Europe must have had some rule.
In the today globalized world, none of the two countries fulfills all of those characteristic: Iran is not in the position Germany was in terms of military and economic power compared to that of USA, but can be used as a tool of keeping the balances of Middle East in check (as long as it does not have nuclear armament and the present Syrian regime falls) and China is in almost the same, military, economic and political position as Germany was, but is cannot be used as a tool for keeping balances in east Asia, since it tends to disrupt it by gaining more power on itself. The social and economic factors play a bigger role in the case of China than that of Iran. for those reasons I believe that there is a bigger chance that USA refrains/limits itself more towards China than towards Iran. Although there is a bigger chance for China to act more aggressively against US interests after such a limitation than Iran, considering its economic, military, territorial and demographic might. Even though Iran tends to be more aggressive I don’t think it has any of the tools needed to directly oppose US, but is just trying to gain the leading role in the Middle East, strongly in question now. I’d think of Iran more as the Italy of WWII (was never going to fight UK alone in the Mediterranean and not any big concessions was made to).