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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 27 de maio de 2014

A bout de souffle (nao, nao se trata de um filme de Godard): o presidente impotente (nao, nao nesse aspecto que voces estao pensando)...

O presidente já não tem mais bala na agulha, como afirma essa editorialista do Le Monde. Ele está impotente, mas não em termos de companhias femininas: já teve três ou quatro, nos últimos três ou quatro anos, o que dá uma por ano, mas as coisas são sempre mais complicadas do lado da política do que do lado das mulheres...
Esse socialista mole, que queria ser normal, se tornou um anormal, em face dos desafios franceses.
Uma coisa, porém, não se pode reclamar dele: não deixou ninguém indiferente; socialistas, direitistas, centristas, trabalhadores, patrões, todos o detestam atualmente.
Acho que vai continuar assim, se arrastando atrás dos acontecimentos...
Paulo Roberto de Almeida

Le président sans cartouche

2bea518f1307c9a4fc93d5ed683910ad4f6d2a45En l'écoutant  lundi 26 mai faire sa déclaration aux Français dans le cadre du journal de 20 heures, on comprenait pourquoi toute la journée le président de la République avait hésité à parler.
Que pouvait-il annoncer à son peuple qui, dans la foulée des élections municipales, venait de lui infliger une nouvelle gifle électorale ? Rien et c’est tout le problème.
François Hollande n’est jamais dans le déni. Il analyse tout avec lucidité, au point de ressembler aux journalistes qui commentent  les déboires des politiques . Il faut le croire lorsqu’il parle de « cette vérité douloureuse » que constituent l’avènement du tripartisme, la progression dans « la patrie des droits de l’homme » du Front national arrivé en tête lors du scrutin européen.
Il faut lui faire crédit lorsqu’il prend acte de la défiance croissante à l’égard de l’Europe , du discrédit dont souffrent les deux grands partis du gouvernement , de la peur du déclin qui taraude le pays. Mais alors que son premier ministre avait évoqué la veille un séisme, il n’a pas de réponse au séisme. Il parait impuissant.
François Hollande n’a plus de cartouches. Ils les a toutes tirées. Il a tout changé après le désastre municipal : son premier ministre, son gouvernement, ses propres équipes sans que rien fondamentalement change. Depuis son élection, en 2012, il tient toujours le même discours : la réorientation de l’Europe et le redressement de la France, les deux allant de pair.
Mais sur ces deux fronts, rien de tangible ne s’est produit. François Hollande y est allé trop mollement. Il n’a pas réorienté l’Europe et il n’a pas redressé le pays . Il n’a pas osé  le coup de force européen  ni la révolution française . D’où la déconvenue post électorale qui s’est muée en sourde colère au moment de la révolte fiscale pour aujourd’hui dégénérer en un lourd discrédit .
François Hollande peut bien aujourd’hui durcir ses requêtes, exiger de l’Europe qu’elle protège ses frontières, annoncer en France la réforme des régions, son peuple ne lui fait plus crédit, l’Allemagne le soutient comme le pendu au bout de la corde.
Deux ans après son élection, la France est devenue la grande malade de l’Europe.  C'est pourquoi elle  a divorcé d'avec ce  président trop placide qui continue de lui  promettre que   «la réussite de tous» est au «bout du chemin »

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Franca, Brasil e a tal de austeridade: mesmos problemas, mesmos erros? - Editorial Estadao

O Brasil e a França, não como países, mas pelos seus supremos mandatários, eram plenamente solidários nos equívocos econômicos: recusa da austeridade, aumento dos gastos públicos, subsídio ao consumo, proteção e apoio às indústrias nacionais, enfim, todas as medidas keynesianas para supostamente sustentar o crescimento.
Deu certo?
Na França ou no Brasil o crescimento é mínimo, e as contas públicas continuam desequilibradas.
Bem, com exceção de aventuras extra-conjugais, até aqui os dois governantes se pareciam.
Não mais: Hollande já se rendeu à austeridade, segundo consta.
E no Brasil, quando será?
Paulo Roberto de Almeida

Hollande se rende à austeridade
Editorial O Estado de S. Paulo, 16/01/2014

Quando tomou posse como presidente da França, em maio de 2012, o socialista François Hollande disse que "a austeridade não tem por que ser uma fatalidade para a Europa". Hollande elegera-se prometendo elevar os gastos do Estado como forma de impulsionar a economia, em meio à grave crise europeia. Menos de dois anos depois, a fatalidade se abateu sobre a França de Hollande, e o presidente se viu obrigado a anunciar um plano de contenção de despesas públicas, entre outras medidas ortodoxas.
Na entrevista coletiva anual em que comentou as mudanças, o constrangimento de Hollande não se limitou ao recuo de suas promessas de campanha - ele se viu obrigado a responder a questões embaraçosas sobre sua vida amorosa. E a vida de Hollande, que ademais enfrenta baixíssima popularidade, em meio ao maior índice de desemprego da história da república francesa, não está nada fácil. Assim, ele manteve a compostura e gastou com essa questão menos de três minutos de uma entrevista que durou três horas, durante as quais explicou os pontos daquilo que os jornais franceses qualificaram de "virada de 180 graus" em sua política econômica.
Hollande anunciou um corte de 30 bilhões em encargos trabalhistas para as empresas e a simplificação da burocracia para realizar empreendimentos. Outros impostos que têm impacto na produção serão reduzidos - o que é irônico para um presidente que passou o início de seu mandato a aumentar impostos. Além disso, haverá corte de ao menos 50 bilhões de gastos públicos até 2017, aliviando essa carga que hoje representa 57% do PIB, uma das mais altas do mundo. Somente neste ano, a redução prevista é de 15 bilhões.
Tudo isso será feito, segundo as palavras de Hollande, para impulsionar o "pacto de responsabilidade" que ele anunciou ter feito com os empresários do país no último dia do ano passado. Com esse pacto, qualificado por ele de "o maior compromisso social em décadas", o presidente espera que sejam criados empregos suficientes para reverter o quadro de estagnação econômica, além de fazer com que as empresas francesas retomem a competitividade.
Várias das medidas de Hollande, como o corte de encargos trabalhistas, constavam do programa de governo do conservador Nicolas Sarkozy, seu adversário na eleição presidencial de 2012. Na ocasião, Hollande ironizou Sarkozy: "Como imaginar que o corte de contribuições do empregador poderia, em uma canetada, melhorar nosso comércio exterior?".
O caso da redução das despesas públicas, porém, é o recuo mais significativo. Alinhado à dura política de austeridade da chanceler alemã, Angela Merkel, Sarkozy, então presidente e candidato à reeleição, prometera fazer da França um exemplo de rigor fiscal. Sua derrota nas eleições para o socialista Hollande, que entendia ser necessário ampliar os gastos estatais para enfrentar a crise da dívida, foi um marco político europeu, pois sinalizou que os eleitores de países ricos do continente estavam inclinados a apoiar medidas de estímulo ao crescimento econômico.
Não foi necessário muito tempo para que a realidade se impusesse, a ponto de fazer o jornal Le Monde agora se perguntar: "Hollande adotou a política econômica de Sarkozy?". Há quem esteja chamando o presidente francês de "François Blair", numa alusão a Tony Blair, o premiê trabalhista britânico responsável por reformas liberalizantes.
A guinada do presidente, contudo, não foi uma novidade para os socialistas franceses. Em 1983, apenas dois anos depois de tomar posse e de ampliar drasticamente a presença do Estado na economia, o presidente François Mitterrand teve de aceitar a pílula amarga da austeridade. "Eu prefiro ser impopular a falhar no meu dever", disse Mitterrand, sobre a necessidade de debelar a inflação e fazer o país voltar a crescer sem a mágica do dinheiro fácil que jorra dos cofres públicos.

Hollande dobrou-se diante de semelhante imposição, mas tentou ao menos manter a pose. "Continuo socialista", disse ele aos jornalistas. "Não fui vencido pelo liberalismo

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Atentado contra a vida privada: do presidente frances (e a seguranca?) - Le Monde

Vie privée : Hollande veut porter plainte contre « Closer » 

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le 
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François Hollande à Toulouse, le 9 janvier 2014.

A la suite de la parution du magazine Closer évoquant la relation du chef de l'Etat avec une comédienne, François Hollande tente de faire taire la rumeur. S'exprimant en son nom propre et non en tant que président de la République, il« déplore profondément les atteintes au respect de la vie privée auquel [il a] droit comme tout citoyen », ajoutant qu'il « examine les suites, y compris judiciaires, à apporter ».

L'hebdomadaire people avait annoncé, peu après 23 heures jeudi sur son site, une édition spéciale pour le lendemain « révélant dans un dossier spécial de sept pages les photos de la relation ». « L'amour secret du président », annonce la « une ».
« PHOTOS ÉTONNANTES »
« Autour du jour de l'an, le chef de l'Etat, casque sur la tête, rejoint à scooter la comédienne dans son pied-à-terre où le président a pris l'habitude de passer la nuit », écrit Closer. « Des photos étonnantes », poursuit l'hebdomadaire, qui « pose la question aussi de la sécurité du président. Le chef de l'Etat est accompagné d'un seul garde du corps qui protège le secret de ces rencontres avec la comédienne et apporte même les croissants ! »
Officiellement, le chef de l'Etat a pour compagne la journaliste Valérie Trierweiler, après avoir longtemps vécu avec l'ancienne candidate à la présidentielle de 2007, Ségolène Royal, avec qui il a quatre enfants.
L'actrice, âgée de 41 ans, avait déjà porté plainte à la fin de mars 2013 auprès du parquet de Paris pour identifier les auteurs d'une rumeur diffusée sur Internet qui lui prêtait une liaison avec François Hollande.
En 2012, elle avait participé à un clip de campagne de François Hollande où elle qualifiait le candidat à la présidentielle d'homme « humble »« formidable » et« vraiment à l'écoute ». Dès la publication de l'article de Closer sur son site, plusieurs personnalités politiques avaient réagi jeudi soir sur Twitter

sábado, 14 de dezembro de 2013

Brasil-Franca: grandes negocios, grandes entendimentos - Le Monde

Hollande et Rousseff multiplient les signes de bonne entente au Brésil

Le Monde.fr | | Par
Le président français François Hollande et son homologue brésilienne Dilma Rousseff, le 13 décembre à Sao Paulo.
Brasilia, São Paulo (envoyés spéciaux)

L'entreprise de séduction aura été de courte durée. Moins de trente heures après son arrivée à Brasilia, le président François Hollande est reparti vendredi 13 décembre, en fin de matinée, de São Paulo pour la Guyane française où il doit rester jusqu'à samedi soir. Une visite brève, mais soutenue, marquée par d'importants retards et quelques malaises (un soldat de la garde brésilienne et deux journalistes), et presque autant de blagues et d'allusions potaches à la Coupe du monde, distillées entre une poignée de signatures de contrats et d'accords d'investissements.

Sept ministres et une cinquantaine de chefs d'entreprises ont pris part à ce voyage présidentiel au Brésil. « Une des visites d'Etat les plus importantes pour mon gouvernement », a tenu à souligner, au terme de ce déplacement, Dilma Rousseff, présente aux côtés de son homologue français dans la capitale brésilienne et dans la mégapole économique du pays.
En forme et visiblement détendu malgré une semaine internationale chargée et une quarantaine d'heures de vol accumulées en quatre jours, M. Hollande est venu rappeler qu'il entendait impulser une nouvelle dynamique au partenariat stratégique mis en place par les deux pays en 2006. « Je veux lui redonner toute sa force », a-t-il dit, soulignant que cette forme de coopération avait permis notamment de boucler d'importants contrats militaires pour la livraison de 50 hélicoptères et la fabrication de cinq sous-marins au sud de Rio de Janeiro. « Malgré la crise et une croissance en baisse, a-t-il ajouté, nos échanges commerciaux n'ont cessé de progresser pour doubler en dix ans. Aujourd'hui, nous avons de grandes ambitions pour doubler encore ces échanges dans les prochaines années. »
SIGNATURE DE CONTRATS

Plusieurs contrats, déjà connus avant la visite, ont été signés sous l'œil des caméras : l'engagement du groupe Total dans le consortium qui a remporté l'appel d'offre du gigantesque champ pétrolier offshore de Libra, la fourniture d'un satellite de défense et de télécommunications brésilien à usage civil et militaire par les groupes Arianespace et Thales Alenia Space (coentreprise franco-italienne), la participation de Bull à la création d'un supercalculateur sur le sol brésilien, ainsi qu'un contrat de 1,25 milliard d'euros d'Areva pour la construction d'un troisième réacteur à la centrale d'Angra 3, située entre Rio et São Paulo.
Deux accords ont également été paraphés vendredi entre la France et l'Etat de São Paulo, dont l'un avec la région Ile-de-France. Le premier prévoit un investissement de 300 millions d'euros de l'Agence française de développement (AFD) pour la construction d'une ligne de métro entre l'aéroport de São Paulo et le centre ville. « Je pense qu'il faut faire ce métro rapidement », a plaisanté M. Hollande, dont l'arrivée à São Paulo la veille, depuis Brasilia, avait été retardée par d'importants embouteillages après sa descente d'avion.
L'autre accord, venant de São Paulo, engagerait « un investissement important » pour la construction d'un centre d'affaires près de l'aéroport de Roissy-Charles de Gaulle, au nord de Paris. « Un projet créateur de près de 2 000 emplois », a précisé M. Hollande devant des entrepreneurs français et brésiliens au siège de la puissante Fédération des industries de l'Etat de São Paulo (Fiesp). « Avec ces deux accords s'ouvre un nouveau chapitre des relations avec la France », s'est félicité le gouverneur de l'Etat, Geraldo Alckmin, qui a invité le président français à assister aux cérémonies d'ouverture de la Coupe du monde de football, qui se dérouleront à São Paulo.
La balle a été reprise au bond par Dilma Rousseff, qui a insisté sur l'importance d'échanges « de qualité et plus équilibrés » avec la France. « Ceux-ci pourraient être encore plus élevés et offrir de nouveaux champs économiques », a-t-elle affirmé, insistant dans le même temps sur la troisième place qu'occupe l'Hexagone sur l'échelle des pays investissant au Brésil. Une manière de rappeler la place prépondérante qu'occupe la France avec ses 600 entreprises implantées localement, tout en soulignant le rôle désormais incontournable que représente le géant d'Amérique latine pour l'économie française. « Autrefois pays ‘émergent', inégalitaire et hésitant, a glissé François Hollande, ce pays est devenu un pays ‘émergé' - une catégorie unique - une des rares grandes puissances qui aient opéré une redistribution de ses richesses tout en possédant suffisamment de réserves de changes internationales (376 milliards) pour prémunir de toute crise. »
BONNE ENTENTE

Selon plusieurs sources diplomatiques françaises à Brasilia et São Paulo, cette visite est survenue à un moment opportun. Les avions de combats Mirage 2000 utilisés par l'armée brésilienne arrivent en bout de course à la fin de l'année. Un échéancier qui a permis aux équipes de François Hollande d'évoquer à nouveau et « sans brusquer » la qualité du dossier de l'avion Rafale à leurs interlocuteurs brésiliens. Dans ce contexte, on comprend que tout fut fait, de part et d'autre, pour éviter d'aborder publiquement des sujets sur lesquels les deux pays partagent des visions différentes. Cela aurait pu être le cas à propos de l'intervention française en Centrafrique. En privé, M. Hollande s'est félicité du « silence » observé par Mme Rousseff, qui avait désapprouvé l'intervention française au Mali.
La réunion en comité restreint entre Mme Rousseff et M. Hollande a également fait émerger des points de convergences au sujet d'une éventuelle feuille de route en vue d'un accord de libre échange avec le Mercosur et l'Union européenne. Les deux blocs doivent se faire parvenir jusqu'à la fin 2013 des propositions afin d'éliminer progressivement les barrières douanières. « Un jour peut-être, si la relation entre le Mercosur et l'Union européenne suit son chemin, nous ne parlerons plus qu'en euro », s'est enthousiasmé le président français qui, comme il le fait chaque fois qu'ils se trouve à l'étranger face à des entrepreneurs et des hommes d'affaires, s'est évertué à rassurer d'éventuels investisseurs sur sa politique économique :
« La France remet en ordre ses finances. Je regarde avec admiration le taux d'endettement public du Brésil, 30 %... On n'y sera pas demain en France, mais nous devons y travailler car c'est un élément de souveraineté. Nous devons continuer à réduire nos déficits, donc à réduire la dépense publiques à la réorienter, mieux l'affecter, mieux la déployer. Nous devons avoir un système fiscal qui soit le plus efficace, le plus simple, et qui évite d'inquiéter ou de frapper les mêmes par des impôts qui ne sont pas toujours les plus modernes. Et puis, enfin, il faut faire le choix de l'investissement. »
Autre signe de bonne entente, M. Hollande a affirmé sa reconnaissance à la présidente brésilienne « pour l'accord que nous avons pu trouver pour la lutte contre l'orpaillage clandestin ». Jeudi matin, les députés brésiliens avaient adopté un projet de loi destiné à combattre ceux que l'on appelle ici les garimperos. Un texte voté par les députés français en 2008 et qui était bloqué jusqu'à présent par les élus de l'Amapa, l'Etat limitrophe de la Guyane. Une fois adopté par le Sénat brésilien, la loi permettra d'harmoniser les administrations et les juridictions des deux côtés de la frontière, un préalable à l'inauguration officielle du pont de l'Oyapock.
Plus tard dans la journée, le ministre délégué chargé de l'agroalimentaire, Guillaume Garot, a annoncé que le Brésil venait de lever l'embargo sur le roquefort. Depuis 2010, ce fromage avait été interdit de vente. « Il nous a fallu deux ans de bataille pour lever cet l'embargo. C'est chose faite. Le ministre brésilien de l'agriculture (Antonio Andrade) a donné son accord », s'est réjoui M. Garot. Cette autorisation laisse augurer « un nouvel élan » dans les relations agricoles et agroalimentaires entre la France et le Brésil, a souligné un communiqué du ministère de l'agriculture.
Avant de monter dans l'avion présidentiel en direction de Cayenne, François Hollande a d'ailleurs conclu devant les entrepreneurs rassemblés à São Paulo que l'agriculture était un domaine où les deux pays « possèdent une production très forte » et qu'il fallait « accepter la concurrence comme dans le secteur de la volaille ». Et d'ajouter, dans un balancement rhétorique qui lui est cher : « Une concurrence mais avec dialogue et coopération ».
Thomas Wieder
Journaliste au Monde

sábado, 30 de março de 2013

França, de 1983 a 2013: austeridade, ainda que tardia

Mars 1983 – mars 2013, une « trop longue crise »
Françoise Fressoz
Le Monde, 29 Mars 2013

Il y a trente ans, presque jour pour jour, François Mitterrand prenait le tournant de la rigueur après avoir défendu pendant deux ans une politique de relance censée changer la vie.

Jeudi, sur France 2, François Hollande n'a pas pris le tournant de la rigueur pour la simple raison que la rigueur s'est imposée à lui dès le début de son quinquennat. Il n'a pas hésité à l'engager, contrairement à son lointain prédécesseur, parce que le niveau de la dette ne permettait plus à la France de tergiverser.

Mais il a pu mesurer, comme François Mitterrand, le coût politique et social de cette politique de remise en ordre des comptes publics. Comment incarner le progrès et insuffler l'espoir quand les usines ferment, que le chômage explose, que le pouvoir d'achat baisse, que la croissance est en berne et que le déficit de la balance commerciale sanctionne un inquiétant retard de compétitivité ?

Entre mars 1983 et mars 2013, les termes du débat n'ont pas fondamentalement changé : c'est le rapport à l'Allemagne qui est posé, avec en filigrane le décrochage français, qui nourrit une sorte de désespérance et crée dans tout le pays les germes de la division.

Une partie de la gauche crie à la trahison, la droite se radicalise, le Front national réussit une percée locale. Et cette répétition, à trois décennies de distance, est une désespérance supplémentaire.

François Hollande, qui connaît bien son histoire, sent le drame se nouer. Il reconnaît que "la crise a été trop longue". Il injecte autant qu'il le peut des antidotes, se veut rassembleur pour deux et réconfortant pour trois. Il "croit en la grandeur française" et nie que "l'Allemagne soit plus forte que nous".

Il "se bat" pour la croissance et rejette farouchement le mot d'austérité, exactement comme François Mitterrand en mars 1983, mais avec un handicap supplémentaire.

A l'époque, le président socialiste avait reporté tous ses espoirs sur l'Europe qu'il s'était mis à bâtir à coups d'Acte unique et de monnaie unique. François Hollande n'a plus la chance de cette utopie.

L'Europe est l'objet d'un ressentiment croissant. Elle semble paralysée, inerte face à la montée du populisme et incapable d'assurer la prospérité. La relation franco-allemande s'est délitée au point que le président se veut le chef de file des pays du Sud qui se rebellent contre la potion allemande.

François Mitterrand rêvait de faire l'Europe de la croissance en complicité avec l'Allemagne. François Hollande se fixe pour objectif de combattre l'Europe de l'austérité en confrontation avec Angela Merkel. C'est toute la différence.

par Françoise Fressoz


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domingo, 30 de setembro de 2012

Tchan, thchan, tchan: com voces, o ajuste de "esquerda" (so podia ser na Franca...)

Maravilha das maravilhas: os números agora têm cor, sabor, ideologia, partido, geografia. Eles podem ser esquerda, ou de direita. No primeiro caso, tudo é feito em favor do povo; no segundo, tudo em favor dos ricos.
Um orçamento pode ser de direita ou de esquerda, e segundo a posição ele é por natureza perverso, e no outro caso bonzinho com quem mais necessita.
Este artigo é para guardar e retomar dentro de dois ou três anos: o tempo das medidas socialistas, do "ajuste de esquerda" fazer efeito, e aí poderemos ver como os números realmente se diferenciam e como a contabilidade tem características de classe.
Ainda bem que temos o Carta Maior para nos colocar ao tanto dos aperfeiçoamentos da contabilidade socialista.
Paulo Roberto de Almeida 


França: orçamento socialista taxa mais ricos e empresas

Carta Maior, 30/09/2012


O presidente François Hollande apresentou um projeto de orçamento para 2013 marcado por um nível de arrocho jamais visto nos últimos 30 anos e por um aumento dos impostos que, globalmente, recairá sobre os bolsos das famílias de maior renda e das empresas com maiores lucros. O primeiro orçamento socialista modifica o que foi realizado até agora pela direita: dois terços das arrecadações virão do aumento dos impostos para os ricos e as empresas, o que implica o fim de numerosas isenções fiscais. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.

Paris - O socialismo francês acaba de formatar uma versão inédita da disciplina orçamentária: o rigor à esquerda. O presidente François Hollande apresentou ao Conselho de Ministros um projeto de orçamento para 2013 marcado por um nível de arrocho jamais visto nos últimos 30 anos e por um aumento dos impostos que, globalmente, recairá sobre os bolsos das famílias de maior renda e das empresas com maiores lucros. 

No total, esse plano qualificado como “orçamento de combate” se articula em torno da arrecadação de 20 bilhões de euros de novos impostos e de 10 bilhões cortados em gastos administrativos. Os 20 bilhões serão pagos, em partes iguais, 10 bilhões os mais ricos e 10 bilhões as empresas mais lucrativas. A essa soma deve-se agregar ainda outros 2,5 bilhões de euros que serão cortados do seguro social.

No total, se se adicionarem os objetivos deste orçamento mais as medidas votadas em julho passado, o Executivo aposta em obter uma arrecadação suplementar de 40 bilhões de euros. O objetivo não é social, mas orçamentário: trata-se de levar o déficit atual, 4,5% em 2012, para 3% em 2013. A meta, no entanto, se apoia em um cálculo de crescimento de 0,8%, uma variável que os economistas julgam demasiado otimista e tão incerta quanto um número de loteria.

O certo é que, após dez anos de governos de direita e de orçamentos conservadores que decapitaram as classes médias e populares, François Hollande elaborou o primeiro orçamento da esquerda. Não há, cabe dizer, nenhuma reorientação substancial. Trata-se sempre de reduzir a dívida e os déficits, mas sem sancionar aqueles que antes pagavam a conta nem desmantelar o pouco que resta do Estado de Bem-Estar. 

O Executivo assegurou que os mais de 24 bilhões que serão arrecadados com os novos impostos virão “unicamente de um em cada dez cidadãos e das maiores empresas”. O cálculo está longe de ser verossímil. O primeiro ministro francês, Jean-Marc Ayrault, assegurou quinta-feira que “90% dos franceses, as classes médias e populares, não pagarão mais impostos. O esforço recairá sobre os 10% que têm mais renda e, entre estes, sobre o 1% mais ricos”.

No entanto, a França sabe hoje que todo mundo terminará pagando algo, ainda que desta vez a redistribuição do esforço será mais equitativa porque rompe com a política da vítima única tão comum quando a direita está no poder. A demonstração em cifras mostra que o Executivo socialista apontou suas calculadoras para as pessoas que tem maiores recursos: as pessoas que têm ganhos equivalentes a 150 mil euros (1%, o que equivale a 50 mil contribuintes) pagarão muito mais impostos do que antes. A partir de 250 mil euros os impostos aumentam exponencialmente. A isso se soma uma taxa de 3% que sobe para 4% para quem ganha na casa do meio milhão de euros. As 1.500 pessoas que ganham esta soma pagarão uma taxa excepcional de 75%.

Antes que fosse divulgado o projeto de orçamento para 2013, os empresários franceses lançaram uma ofensiva e questionaram a filosofia da reforma fiscal. O organismo que agrupa o patronato, o MEDEF, vem dizendo que a chave está tanto na redução do gasto público quanto nos custos necessários para manter um posto de trabalho.

A situação da França é complexa. Há hoje mais de 3 milhões de desempregados e um crescimento que está estagnado. François Hollande deve, ao mesmo tempo, cumprir suas promessas de justiça social sem perder de vista a dívida e o déficit. O contexto, porém, é adverso. O Instituto Nacional de Estatística (INSEE) revelou esta semana que durante o segundo trimestre de 2012 a economia teve um crescimento nulo. O ex-presidente liberal Nicolas Sarkozy saiu em maio passado, mas deixou uma dívida colossal. Nos cinco anos de seu mandato, a dívida passou de 64% do PIB para 91%. François Hollande disse nesta sexta-feira que o país teve “600 bilhões de dívida suplementar durante o último quinquênio. Eu me comprometo a que, no final de meu mandato, não haja nenhum euro a mais”. 

A dívida da França tem repercussões enormes. Segundo explicou o governo, o que se cortará e o que se arrecadará no ano que vem servirá apenas para pagar os juros dos empréstimos contraídos, a saber, cerca de 46 bilhões de euros. A missão de François Hollande se parece com a de um desses filmes norteamericanos onde o herói tem que fazer um monte de proezas impossíveis para sobreviver e seguir sendo herói: o chefe de Estado tem que acalmar os mercados, a Alemanha e a Comissão Europeia, zelosa guardiã dos interesses liberais; ao mesmo tempo, Hollande deve corrigir o caminho traçado pela direita que governou durante a última década e manter vivo o moribundo Estado de Bem-Estar. E como se isso não fosse o bastante, também precisa ser fiel aos compromissos de igualdade, justiça e solidariedade.

O primeiro orçamento socialista modifica o que foi realizado até agora pela direita: dois terços das arrecadações virão do aumento dos impostos para os ricos e as empresas, o que implica o fim de numerosas isenções fiscais aprovadas pela direita para essa categoria. O terço final sai dos cortes nos gastos administrativos. Com exceção dos ministérios da Educação, Justiça e Segurança, todos os demais entraram no regime de cortes. Os socialistas estão produzindo um novo filme: “Os caçadores das arcas vazias”. Por enquanto a conta será paga pelos ricos. No entanto, só se conheceu o primeiro capítulo de uma produção que pode trazer muitas surpresas. Os fundos não saem do nada e é muito possível que, de alguma forma, todo mundo termine pagando algo.

Tradução: Katarina Peixoto

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Franca: um socialista neoliberal, ou ultra liberal?

Confesso que estou curioso para ler os comentários de certa imprensa, que provavelmente se acredita progressista, ou até de esquerda, a propósito das medidas abaixo do socialista François Hollande, presidente da França desde maio último. Recordo-me que quando de sua eleição, certamente gloriosa, os comentaristas em questão se apressaram a saudar a "nova política", não mais baseada em "ajustes recessivos", em "cortes de gastos", em "austeridade conservadora", enfim, em qualquer dessas coisas conservadoras e até reacionárias, mas sim fundadas, dorante, numa política de defesa do emprego, de estímulo ao crescimento, de redução dos espaços de liberdade concedidos ao capital financeiro, enfim, todas essas coisas boas que só os socialistas sabem fazer.
Prometo que não vou fazê-los engolir suas palavras, embora eu tenha registro do que foi dito na ocasião. De resto, basta entrar num desses sites perfeitamente antineoliberais para verificar todas as bondades creditadas antecipadamente ao presidente socialista francês.
E agora que ele está fazendo maldades, o que vão dizer?
Que os ricos precisam pagar? Tudo bem: acho que os ricos vão se expatriar, os que podem, ou praticar um esporte muito conhecido por aqui: a evasão fiscal e a fuga de capitais.
Paulo Roberto de Almeida

França corta gastos e cria novos impostos

Pacote de 30 bilhões tem como objetivo adequar o país às metas fiscais da UE

JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE / BASILEIA 
O Estado de S.Paulo, 10 de setembro de 2012
 
A França anunciou ontem novos impostos e duros cortes no valor de 30 bilhões, no que seu presidente, François Hollande, chamou de "o maior esforço fiscal em mais de meio século de história".
O novo governo apelou à elite econômica para que mostrasse patriotismo e anunciou reduções nos gastos durante os próximos dois anos para permitir que o país volte a estar dentro das metas fiscais da União Europeia.
Hollande alertou também que a França terminará 2012 estagnada e reduziu drasticamente a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013.
"Serão medidas difíceis e dolorosas", alertou. Só em impostos, o ajuste prevê uma elevação de 20 bilhões. "Vou controlar a dívida do país. Não quero deixar isso para meu sucessor nem esse peso para meus filhos", argumentou o presidente francês.
Ele tentou amenizar o anúncio, insistindo não ter abandonado seu projeto de campanha de promover o crescimento e indicou que vai gerar 100 mil postos de trabalho até o fim do ano.
"Estou fixando uma agenda para a recuperação da França: dois anos", disse. O projeto de Hollande foi ontem mesmo acusado pela oposição de "amadorismo" e de ser "impotente".
Pelo plano, a França terá de cortar 30 bilhões para estar dentro do teto de déficit determinado pela UE, de 3% do PIB. Para um político que baseou sua campanha eleitoral na crítica contra a austeridade proposta pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, os anúncios de ontem revelam um chefe de Estado que teria sucumbido à pressão pelo rigor fiscal.
Agências de classificação de risco chegaram a alertar para a situação da França e o próprio Hollande admitiu que o custo de financiar a dívida poderia começar a ser elevado.
Agora, dois terços desse ajuste serão gerados pelo aumento de impostos. Já os 10 bilhões que terão de desaparecer das contas públicas virão de cortes drásticos. Segundo ele, apenas três ministérios serão poupados: Educação, Defesa e Justiça. Na conta geral, o presidente garante que nenhum centavo a mais será gasto pelo Estado em 2013, em comparação a 2012. Fica estabelecido que nenhum funcionário público extra será contratado.
Patriotas. Outro pilar do ajuste é o aumento de impostos para grandes empresas, o que permitiria a arrecadação de outros 10 bilhões. Para completar, Hollande desmentiu rumores e garantiu que vai aplicar um imposto de 75% sobre aqueles com renda acima de 1 milhão/ano. Segundo ele, entre 2 mil e 3 mil pessoas seriam afetadas e ninguém ficará de fora, nem esportistas nem artistas.
Hollande não deixou de criticar a decisão do homem mais rico da França, Bernard Arnault, de pedir a cidadania belga. A oposição a Hollande indicou que a decisão de Arnault seria consequência dos novos impostos. O dono da maior fortuna da Europa e quarta do mundo garantiu ontem que continuará a pagar impostos na França "como todos os franceses".
A declaração não foi suficiente para acalmar a ira no país. "Ele deveria ter medido melhor sua decisão, já que muitos agora pensam em abandonar a França", declarou Hollande. "Os que têm mais devem mostrar que são patriotas e dar o exemplo", disse.
Mas não são apenas os milionários que pagarão mais pelos novos planos. Aqueles com renda acima de 150 mil por ano também terão de pagar 45% em impostos, algo que promete afetar a classe média.
Hollande reconheceu que as taxas de crescimento previstas para o país fazem parte do passado. A expansão do PIB para 2012 de 0,3% foi revista para baixo. "O crescimento desabou nos últimos meses e será pouco superior a zero em 2012", disse. Para 2013, a situação não é muito melhor e está prevista alta de 0,8%.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Novo presidente frances: discurso inaugural de Francois Hollande

Teríamos muito a comentar deste discurso de posse do novo presidente francês, mas teria de fazer um comentário tão longo quanto.
Prefiro apenas sublinhar o final, quando Sarkozy não leva nada de notável para si, sendo apenas encaminhado para uma feliz aposentadoria...
Paulo Roberto de Almeida 

Discours de M. le président de la République - Cérémonie d'investiture

Palais de l'Elysée - Mardi 15 mai 2012


Monsieur le Président,
Mesdames, Messieurs
En ce jour où je suis investi de la plus haute charge de l'État, j'adresse aux Français un message de confiance.
Nous sommes un grand pays qui, dans son histoire, a toujours su affronter les épreuves et relever les défis qui se présentaient à lui. A chaque fois, il y est parvenu, en restant lui-même. Toujours dans l'élévation et l'ouverture. Jamais, dans l'abaissement et le repli.
Tel est le mandat que j'ai reçu du peuple français le 6 mai : redresser la France dans la justice. Ouvrir une voie nouvelle en Europe. Contribuer à la paix du monde comme à la préservation de la planète.
Je mesure le poids des contraintes auxquelles nous faisons face : une dette massive, une croissance faible, un chômage élevé, une compétitivité dégradée et une Europe qui peine à sortir de la crise.
Mais je l'affirme ici : il n'y a pas de fatalité, dés lors qu'une volonté commune nous anime, qu'une direction claire est fixée et que nous mobilisons pleinement nos forces et nos atouts. Ils sont considérables : la productivité de notre main-d'œuvre, l'excellence de nos chercheurs, le dynamisme de nos entrepreneurs, le travail de nos agriculteurs, la qualité de nos services publics, le rayonnement de notre culture et de notre langue sans oublier la vitalité de notre démographie et l'impatience de notre jeunesse.

La première condition de la confiance retrouvée, c'est l'unité de la Nation. Nos différences ne doivent pas devenir des divisions. Nos diversités des discordes. Le pays a besoin d'apaisement, de réconciliation, de rassemblement. C'est le rôle du président de la République d'y contribuer. Faire vivre ensemble tous les Français sans distinction, autour des mêmes valeurs, celles de la République. Tel est mon impérieux devoir. Quel que soit notre âge, quelles que soient nos convictions, où que nous vivions --dans l'Hexagone ou dans les Outre mers-- dans nos villes comme dans nos quartiers et nos territoires ruraux, nous sommes la France. Une France non pas dressée contre une autre, mais une France réunie dans une même communauté de destin.
Et je réaffirmerai en toutes circonstances nos principes intangibles de laïcité, comme je lutterai contre le racisme, l'antisémitisme et toutes les discriminations.
La confiance, c'est aussi l'exemplarité.
Président de la République, j'assumerai pleinement les responsabilités exceptionnelles de cette haute mission. Je fixerai les priorités mais je ne déciderai pas de tout ni à la place de tous. Conformément à la Constitution, le gouvernement déterminera et conduira la politique de la Nation. Le Parlement sera respecté dans ses droits. La justice disposera de toutes les garanties de son indépendance. Le pouvoir d'Etat sera exercé avec dignité mais simplicité. Avec une grande ambition pour le pays. Et une scrupuleuse sobriété dans les comportements. L'Etat sera impartial parce qu'il est la propriété de tous les Français et qu'il n'appartient donc pas à ceux qui en ont reçu la charge. Les règles de nomination des responsables publics seront encadrées. Et la loyauté, la compétence, et le sens de l'intérêt général seront les seuls critères pour déterminer mes choix pour les plus hauts serviteurs de l'Etat. La France a la chance de disposer d'une fonction publique de qualité. Je veux lui dire ma reconnaissance et l'attente que je place en elle et en chacun de ses agents. La confiance, elle est dans la démocratie elle-même. Je crois en la démocratie locale et j'entends la revivifier par un nouvel acte de décentralisation susceptible de donner de nouvelles libertés pour le développement de nos territoires.
Je crois en la démocratie sociale, et de nouveaux espaces de négociation seront ouverts aux partenaires sociaux, que je respecterai, aussi bien les représentants des salariés que les organisations professionnelles. Je crois en la démocratie citoyenne, celle des associations et des engagements civiques qui seront soutenus pour les millions de bénévoles qui s'y dévouent.
La confiance, elle repose sur la justice dans les choix. La justice dans la conception même de la création de richesse. Il est temps de remettre la production avant la spéculation, l'investissement d'avenir avant la satisfaction du présent, l'emploi durable avant le profit immédiat. Il est temps d'engager la transition énergétique et écologique. Il est temps d'ouvrir une nouvelle frontière pour le développement technologique et pour l'innovation. Mais la justice elle aussi dans la répartition de l'effort indispensable. Il ne peut pas y avoir des sacrifices pour les uns, toujours plus nombreux, et des privilèges pour les autres, sans cesse moins nombreux. Ce sera le sens des réformes que le gouvernement conduira avec le souci de récompenser le mérite, le travail, l'initiative, et de décourager la rente et les rémunérations exorbitantes.
La justice, ce sera le critère sur lequel chaque décision publique sera prise.
Enfin la confiance, c'est à la jeunesse que la République doit l'accorder. Je lui rendrai la place qui doit être la sienne, la première. C'est le fondement de mon engagement pour l'école de la République car sa mission est vitale pour la cohésion de notre pays, la réussite de notre économie, C'est la volonté qui m'anime pour rénover la formation professionnelle, l'accompagnement des jeunes vers l'emploi et lutter contre la précarité. C'est aussi la belle idée du service civique que j'entends relancer.
Mesdames et Messieurs,

En ce jour, bien des peuples, et d'abord en Europe, nous attendent et nous regardent.
Pour surmonter la crise qui la frappe, l'Europe a besoin de projets. Elle a besoin de solidarité. Elle a besoin de croissance. A nos partenaires, je proposerai un nouveau pacte qui allie la nécessaire réduction des dettes publiques avec l'indispensable stimulation de l'économie. Et je leur dirai la nécessité pour notre continent de protéger, dans un monde si instable, non seulement ses valeurs mais ses intérêts, au nom du principe de réciprocité dans les échanges.
La France est une nation engagée dans le monde. Par son histoire, par sa culture, par ses valeurs d'humanisme, d'universalité, de liberté, elle y occupe une place singulière. La Déclaration des Droits de l'Homme et du Citoyen a fait le tour du monde. Nous devons en être les dépositaires et nous situer aux cotés de toutes les forces démocratiques du monde qui se recommandent de ses principes. La France respectera tous les peuples ; elle sera, partout, fidèle à sa vocation qui est de défendre la liberté des peuples, l'honneur des opprimés, la dignité des femmes.
En cet instant où je suis chargé de présider aux destinées de notre pays et de le représenter dans le monde, je salue mes prédécesseurs, tous ceux qui avant moi ont eu la responsabilité de conduire la République, Charles de Gaulle qui mit son prestige au service de la grandeur et de la souveraineté de la France, Georges Pompidou qui fit de l'impératif industriel un enjeu national, Valéry Giscard d' Estaing qui relança la modernisation de la société, François Mitterrand qui fit tant avancer les libertés et le progrès social, Jacques Chirac qui marqua son attachement aux valeurs de la République ; Nicolas Sarkozy à qui j'adresse mes vœux pour la nouvelle vie qui s'ouvre devant lui.
Vive la République.
Vive la France.

sábado, 3 de março de 2012

A guerra de classe do socialista presidenciavel frances -- Wall Street Journal

O Wall Street Journal não deixa de dar uma gozada em regra nas propostas tributárias do candidato socialista francês. Lembremos que quando François Mitterrand veio com as mesmas intenções em 1981, uma massa de novos "emigrados aristocratas" começou a fugir com malas de dinheiro para a Bélgica e para a Suíca, e não tinha semana em que um guarda aduaneiro francês, convertido em neo-jacobino, talvez até termidoriano, não pegasse um desses transfugas, no trem ou no carro, tentando atravessar a fronteira com malas e malas de francos (que, aliás, desceu rapidamente de 5 para quase 10 por dólar).
Não teve outra: em um ano e meio, Mitterrand corrigiu suas bobagens econômicas.
O candidato socialista, que provavelmente vai ganhar as eleições, vai fazer o mesmo: vai começar "socialista", vai terminar tecnocrático, como Jospin, aliás...
Paulo Roberto de Almeida 

France's Class Warrior

The Wall Street Journal, March 3, 2012

François Hollande says his proposed 75% tax rate is 'patriotic.'




François Hollande, France's Socialist Party candidate for President, made a campaign stop this week in London, hoping to win over the 300,000 or so of his fellow citizens who now make their home on the other side of the Chunnel. If Mr. Hollande's proposal to impose a 75% tax rate on incomes over €1 million ($1.3 million) ever becomes law, he'll have to get used to many more such visits to Perfidious Albion.
Mr. Hollande calls his 75% rate a matter of "patriotism," and in one sense he's right—it would take a very patriotic Frenchman to stay put and pay the levy. French footballers are said to be especially distressed by Mr. Hollande's proposal, which could be good news—for the English Premier League.
When he emerged at St. Pancras station in London, Mr. Hollande was asked whether he had a message for London's financial district. His reply: "I am not dangerous, but we need more regulation everywhere."
Associated Press
France's Socialist Party candidate Francois Hollande
To be specific, Mr. Hollande has consistently hit out against the "obscenely rich" and declared himself the "enemy" of the "world of finance." In December he announced he would renegotiate the pending treaty on fiscal discipline to give France more flexibility in funding its welfare state. He has also suggested he wouldn't be averse to seeing the European Central Bank print more money if that's what it takes to keep France's welfare state gasping along.
We've often admired France's willingness to go its own way on all kinds of political, economic and social questions: It shows an enduring independence of spirit. But French voters, whether in Paris or London, can also see that neighbors like Spain and Italy are desperate to make their labor markets more flexible and their welfare systems less burdensome.
Give Mr. Hollande points for forthrightness. But his agenda identifies him as a socialist of the very old school: a high-taxing, rich-bashing, inflation-tolerating class warrior. The polls currently give Mr. Hollande a hefty lead over incumbent Nicolas Sarkozy, but Mr. Hollande's socialist opus may be the one thing that could give the French President another term.
A version of this article appeared Mar. 3, 2012, on page A14 in some U.S. editions of The Wall Street Journal, with the headline: France's Class Warrior.