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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Venezuela: uma tragedia previsivel, mas nao menos tragica... - The Economist

The government offers no solutions to a mounting economic crisis
 The Economist, January 21, 2015

THE queue is perhaps a thousand people long. It snakes around the dusty, rubbish-strewn back lot of a giant supermarket in the heart of Caracas, Venezuela’s capital. The store is the flagship of the government-run Bicentenario chain, part of a project started by President Hugo Chávez, who died in 2013, and continued by his successor, Nicolás Maduro, to seize control of the production, import and distribution of food. Never again, they swore, would opponents of the government be able to limit access to food, as they did during a business-led strike in 2002-03. Instead, it is the regime’s hare-brained policies that are plucking food from citizens’ mouths.
“I came here for milk,” says a young mother from El Valle, a working-class district a few kilometres to the south-west. “In El Valle, there’s nothing.” She is carrying a tiny baby, while her four-year-old daughter helps with the modest purchases she has managed to make. Today the Bicentenario has sugar, maize flour, chicken and toilet paper at giveaway, government-controlled prices—but no milk. It is 9.30am and customers who began queuing at six o’clock are just emerging. Hundreds more wait outside a narrow gate in the 3-metre-high railings around the lot. Uniformed police keep order; most customers seem resigned rather than belligerent.
But the shortages are undermining support for the autocratic regime’s “21st-century socialist” experiment, especially among the poor, its intended beneficiaries. As queues lengthen across the country, there have been protests and some looting and violence. Fights break out, the strong snatch shopping from the weak and shots have reportedly been fired on occasion. Supermarkets have banned customers from photographing empty shelves, presumably under government pressure. Police have arrested journalists and charged them with disturbing the peace as they tried to report on food shortages. Several state governors have forbidden queuing overnight, perhaps sensing that it looks more shameful than when it happens during daylight. Government stores limit customers to shopping one day a week, assigning the day according to the last number of their identity cards.
The government insists it is the victim of “economic warfare” waged by the opposition. According to one official, the children of the rich are “infiltrating people into the queues” to cause trouble. The real source of trouble, private-sector economists agree, is price and exchange controls imposed by the government, along with nationalisations of food processing and farmland. The diving price of oil, virtually Venezuela’s only export, means that the government can no longer import its way out of trouble. Earnings of foreign exchange are expected to drop by $35 billion this year, from $65 billion in 2014.
With opinion polls indicating that more than 80% of Venezuelans blame the president for the situation, the opposition Democratic Unity (MUD) alliance senses an opportunity. Last year its former presidential candidate, Henrique Capriles, opposed street protests led by a rival MUD faction, which left 43 people dead. He argued for waiting until the full effects of the crisis were felt by the poorest communities, where support for the government has been strongest.
On January 14th Mr Capriles called a press conference to say that these differences had been overcome. On January 24th the MUD will stage a mass “empty pots” rally against the government. Divisions within the opposition are one reason why Venezuela’s “Bolivarian” regime has held on to power since 1999. The signs of greater unity suggest that the opposition may begin to pose a more serious challenge, starting with legislative elections this year.
After spending much of January on a trip to China, Russia and the Middle East, Mr Maduro has returned defiant. Despite having failed to persuade OPEC leaders to act in support of the oil price, and with little or no fresh money from China to pay the bills, the president insists that the solution is more revolution. He announced that food distributors would be given an ultimatum: fix the supply problem or face “the full weight of the law”. For the umpteenth time he promised to announce economic measures to alleviate the crisis. His annual speech before the National Assembly on January 21st (a day later than planned) was characteristically long on rhetoric and short on specifics.
The hardships of daily life are fraying Venezuelans’ patience. Catholic bishops, never friendly to the regime, published an unusually hard-hitting pastoral letter this month that laid the blame for the crisis squarely on the “totalitarian and centralist system”. Its architects may be powerless to prevent its collapse.

A grande fragmentacao da América Latina: globalizados, reticentes, bolivarianos - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente artigo publicado:

“A grande fragmentação na América Latina: globalizados, reticentes e bolivarianos”,  
Carta Internacional (Associação Brasileira de Relações Internacionais-ABRI, email: cartainternacional@abri.org.br; site: http://www.cartainternacional.abri.org.br/index.php/Carta
vol. 9, n. 1, 2014, p. 79-93; link  para o número completo da revista: http://www.cartainternacional.abri.org.br/index.php/Carta/issue/view/10; link para  o artigo em pdf: http://www.cartainternacional.abri.org.br/index.php/Carta/article/view/86/79).  
Relação de originais n. 2574; relação de publicados n. 1159.

A grande fragmentação na América Latina: globalizados, reticentes e bolivarianos

Paulo Roberto Almeida

Resumo


Vários países latino-americanos tiveram, em termos de crescimento econômico e de desenvolvimento social, um desempenho decepcionante ao longo das últimas décadas, comparativamente, por exemplo, aos emergentes asiáticos. O ensaio fornece explicações para o atraso relativo de alguns dos países da região nesses quesitos, apoiando-se em fatores macroestruturais, examinando as políticas econômicas seguidas no continente e os resultados de longo prazo. A inflação, as inconsistências fiscais e a introversão econômica são em grande medida responsáveis pelas desigualdades e pelo modesto crescimento da América Latina. Nem todos eles recuaram, todavia, podendo ser identificados três tipos de países: (a) os globalizados, que são os que empreenderam reformas estruturais; (b) reticentes, que ficaram na metade do caminho dos ajustes necessários à sua integração internacional; e (c) bolivarianos, termo genérico aplicado àqueles que pretendem operar um retorno aos tempos de intervenções estatais na economia e de redistribuição de renda por meio de mecanismos compulsórios. São finalmente apresentados os elementos de política econômica e social que poderiam sustentar um processo de crescimento durável com transformação produtiva e redistribuição da renda, cuja primeira condição é o aumento da produtividade, por sua vez fundamentado sobre a boa qualidade da educação e das instituições de governança.


Recebido em: 13 mar. 2014
Aprovado em: 27 out. 2014

Palavras-chave


América Latina; fragmentação; políticas macroeconômicas; divergência

Referências

BARRO, R.; SALA-I-MARTIN, X. 1995. Economic Growth. 2a.ed.; Cambridge, Mas.: The MIT Press.
BAUER, P. 1957. The Economics of Under-developed Countries. Cambridge: Cambridge University Press.
BEATTIE, A. 2010. False Economy: a surprising economic history of the world. New York: Riverhead.
EASTERLY, W. 2006. The White Man’s Burden: Why the West’s Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So Little Good. Nova York: Penguin Books.
MADDISON, A: 2001. The World Economy: a millenial perspective. Paris: OECD.
MYRDAL, G. 1970. The Challenge of World Poverty: A World Anti-Poverty Program in Outline. New York: Pantheon Books.
MYRDAL, G. 1968. Asian Drama: An Inquiry into the Poverty of Nation. Londres: Allen Lane: The Penguin Press.
Texto completo: PDF

Itamaraty: fim de festa para a diplomacia ativa e universal? (de festa?) - FSP

Festa nunca foi, inclusive porque os novos postos criados impensadamente nos anos gloriosos do Nunca Antes não eram exatamente em lugares sedutores; ao contrário, estavam mais para Indiana Jones do que para antigo circuito Elizabeth Arden (embora hoje em dia eles estejam até no interior da China e em alguns cantos recuados da África).
Mas cabe insistir no refrão: Nunca Antes na história do serviço exterior brasileiro tantos passaram tantas necessidades em tantos (provavelmente excessivos) postos no exterior, com tão poucos recursos para a manutenção normal do serviço.
Seria o caso de mandar aquelas rações de combate, e kits sobrevivência na selva?
Paulo Roberto de Almeida

 Faltam luz e água em embaixadas brasileiras, dizem diplomatas
PATRÍCIA CAMPOS MELLO -  DE SÃO PAULO
 Folha Online - 21/01/2015 18h17

 Diplomatas brasileiros em Tóquio, Lisboa, na Guiana, Estados Unidos e no Benin, na África, enviaram telegramas ao Itamaraty nos últimos dias advertindo para o estado de penúria em que se encontram as representações do Brasil no exterior, que estão prestes a sofrer corte de energia por atrasos no pagamento, além de estarem sem dinheiro para comprar papel para impressora, pagar a conta do aquecimento, internet e outros.
 Sem receber nenhum recurso do governo brasileiro há 50 dias, a embaixada do Brasil no Benin (oeste da África) está com apenas US$ 83 (R$ 215) em caixa e chegou a ter o fornecimento de energia cortado e o gerador desligado.
 Na residência, o diplomata responsável está apelando para velas e lanternas, porque falta dinheiro para comprar combustível do gerador. Às vezes toma banho de caneca, pois a bomba de água quebrou e não há recursos no momento para o conserto. Ele teve de pagar a conta de telefone e de energia, que estavam atrasadas, do próprio bolso. 
Essas reclamações constam de um telegrama enviado na terça (20) pelo encarregado de negócios da embaixada em Cotonou (a maior cidade do Benin), João Carlos Falzeta Zanini, ao Itamaraty, que vazou na internet. Parte do teor foi divulgado pelo sindicato do servidores do Itamaraty.
 "Vivemos uma situação financeira muito difícil, é impossível para o Itamaraty manter os postos atuais com os cortes sucessivos que o governo vem fazendo no orçamento do ministério", disse à Folha.
 "Ficamos de mãos atadas, sem poder exercer a política externa e a assistência aos brasileiros como seria ideal." A participação do ministério no Orçamento da União foi reduzida à metade entre 2003 e 2013.
Zanini, que é o único diplomata da embaixada, tem capitaneado à distância a assistência aos 33 brasileiros que vivem no vizinho Níger e estão sob ameaça. Nos últimos dias, duas igrejas e uma escola de brasileiros foram destruídas por manifestantes muçulmanos, em reação à capa do jornal francês "Charlie Hebdo" que traz o profeta do islamismo, Maomé. Ele está em contato constante com os brasileiros e tem ajudado a desenhar os planos de contingência caso a situação piore.
"Após interrupção no fornecimento de energia da embaixada, paguei, com recursos pessoais, a fatura do mês de novembro; já tinha me valido dessa alternativa para pagar a fatura de telefone que também estava atrasada; ante a perspectiva de corte do serviço de internet no próximo dia 24 de janeiro, entendo que deverei também adiantar o pagamento", escreveu ele no telegrama enviado a Brasília.
No texto, ele informa que o gasto semanal para o abastecimento dos geradores da Chancelaria e da Residência está estimado em aproximadamente US$ 180. A conta do posto reúne, no momento, o equivalente a U$$ 83.
No telegrama, ele aponta também para o risco de malária. "Em cidade onde a malária é endêmica, o ar-condicionado serve de poderoso inibidor da proliferação do mosquito. Quando o fornecimento de energia é interrompido e os aparelhos de ar-condicionado desligados, utilizo inseticidas para amenizar o problema." Nos últimos anos, pelo menos dois diplomatas brasileiros morreram de malária na África.

OUTRAS EMBAIXADAS
A penúria no Itamaraty não se restringe à embaixada no Benin.

Nesta quarta (21), telegrama enviado por Marco Farani, cônsul-geral do Brasil em Tóquio, e obtido pela Folha informa: "Todas as contas de serviços e manutenção deste posto do mês de dezembro/2014 encontram-se pendentes de pagamento, o que tem gerado insistentes cobranças dos credores. Em casos mais extremos, há o risco de suspensão de serviços essenciais à Chancelaria, como internet, telefonia celular e fixa, eletricidade, serviço de franquia de correspondências e fotocópias, caso não seja possível quitar os débitos até o final de janeiro".
A embaixada em Tóquio informa que acaba de receber notificação para corte de energia, porque a conta, de US$ 3.924, não é paga desde dezembro, conforme diz o embaixador André Corrêa do Lago em telegrama de terça (20), obtido pela Folha.
Na residência do embaixador em Lisboa, Mario Vilalva, o fornecimento de energia só não foi suspenso "porque a embaixada entrou em contato direto com o gabinete do presidente da EDP [empresa de eletricidade local], conseguindo postergação do pagamento da fatura impreterivelmente até o dia 28 de janeiro", conforme informa telegrama de 14 de janeiro. A dívida é de € 1.734.
Na Guiana, o embaixador Lineu de Paula afirmava que a empresa de internet já havia prorrogado do valor devido até 18 de janeiro, mas que agora iria cortar o serviço por atraso. "Tendo em vista a possibilidade de que até o próximo fim de semana esta embaixada fique (...) eventualmente sem eletricidade e outros serviços básicos nas próximas duas semanas, muito agradeceria receber autorização para efetuar o pagamento das contas vencidas e a vencer com meus recursos para posterior reembolso."
No consulado brasileiro em Hartford, Connecticut, o cônsul-geral Cézar Amaral avisa em telegrama que "os serviços de internet, telefone, TV a cabo e alarme da residência já foram interrompidos há cerca de 40 dias, em sacrifício de minha família, que passou o Natal sem serviços e agora aguarda o fim do aquecimento".
No telegrama do dia 14 de janeiro, ele também reclamava que "o toner está no final e o papel para impressão está acabando. Por outro lado, os materiais de limpeza da copa da Chancelaria já se esgotaram."
A Folha entrou em contato com o Itamaraty, mas aguarda resposta.

Inflacao:: a grande mistificacao companheira - Alexande Schwartsman

Juras de amor e convergência
Parece incrível, mas houve quem tecesse loas ao legado de Guido Mantega no ministério da Fazenda, em especial à inflação de 6,4% no ano passado, muito embora esta tenha superado a meta em quase dois pontos percentuais, no limite máximo permitido, e mesmo assim à custa de controles de preços que desarrumaram ainda mais a economia. 

Se, porém, o elogio é pernicioso, pior é a tentativa fajuta de vender a ideia que a inflação elevada é um “problema estrutural”, sina da qual o país não pode escapar.

Segundo esta historinha, no governo Dilma a inflação ficou em 6,2% ao ano, apenas um pouco acima do observado no governo Lula, quando a média atingiu 5,8% ao ano. Assim, de alguma forma, a inflação brasileira “tenderia” a um patamar ao redor de 6% e o melhor seria se acostumar com esta ideia.

Não é preciso muito para localizar os furos do argumento. A começar pelo uso da média, conceito que, se mal utilizado, serve para revelar apenas o que se deseja, ocultando o fundamental. De fato, no governo Lula a inflação média ficou em 5,8% ao ano, mas isto esconde que no segundo mandato caiu para 5,1% ao ano, bem inferior aos 6,4% ao ano observados entre 2003 e 2006.

Aliás, mesmo este número é exagerado, pois reflete em grande medida os impactos da crise política de 2002, visíveis na elevada inflação do primeiro trimestre de 2003 (5,1%). Entre abril de 2003 e dezembro de 2006 a inflação registrou 5,4% ao ano. 

Fica claro, portanto, que a inflação veio em queda durante o governo Lula, ainda que com oscilações ao longo do processo. É no governo Dilma que a trajetória se inverte, apesar do uso generalizado do controle de preços.

Mais importante, porém, é o desvio da inflação com relação à meta, lembrando que a meta foi mais alta no período 2003-2006 do que nos anos subsequentes, quando estacionou em 4,5%. Durante os oito anos do governo Lula o desvio médio foi 0,7% por ano, praticamente igual nos dois mandatos. Já no período 2011-14 atingiu 1,7% por ano, um ponto percentual a mais do que o observado anteriormente.

Resumindo, o governo Dilma foi marcado por inflação mais alta e ainda mais distante da meta. Nenhum destes processos é consistente com a noção de uma “inflação estrutural”, contra a qual pouco se pode fazer. Pelo contrário, se a inflação subiu, isto significa necessariamente que ela já foi mais baixa e que, portanto, não há nenhum obstáculo intransponível para a obtenção de resultados melhores do que os registrados no período mais recente.

Faltou, é claro, uma atuação mais destemida do BC. Desde muito cedo o Copom deixou de perseguir a meta, fato revelado pela redução da taxa de juros mesmo em face de inflação corrente e esperada crescentes, na contramão do indicado por qualquer compêndio de política monetária.

Agora, mais uma vez, o BC promete trazer a inflação de volta à meta em 2016, devoto do “fiado só amanhã”. No entanto, ao explicar a alta inflacionária em 2014 seu presidente se apressa ao negar qualquer responsabilidade, atribuindo o problema ao encarecimento do dólar e ao aumento dos preços administrados

Deixa convenientemente de lado o represamento a que estes preços foram sujeitos em anos anteriores, assim como a pesada intervenção no mercado de câmbio. Satisfeito com isto, o BC não agiu para reduzir a inflação.

Tivesse o BC feito o que era necessário, os impactos do dólar e dos preços administrados (que devem se repetir este ano) implicariam riscos bem menores quanto ao possível “estouro” do limite superior da meta. 

O primeiro passo para recuperar a credibilidade do BC seria o reconhecimento da sua responsabilidade no processo, assim como o bom diagnóstico é base para a cura.


O histórico de inflação acima da meta já não ajuda, mas, sem o mea culpa, fica ainda mais difícil acreditar em nova jura de convergência, principalmente em face dos números que nos aguardam no começo de 2015.

Agora à vera


(Publicado 14/Jan/2015)

Politica economica: aumentos gerais de impostos pelos Chicago-boys do poder...

Bem, só tinha um Chicago-boy, na origem, aquele mesmo que vinha do neoliberalismo e que estaria no extremo oposto do que os companheiros pretendiam fazer durante a campanha eleitoral, cuja política, aliás, eles denunciavam com horror, como sendo sinônimo de recessão, desemprego, redução de renda e de salários, enfim, todas aquelas maldades típicas dos capitalistas de olhos azuis. Esse aí virou neopetista.
Os outros Chicago-boys, esses já estavam no poder há doze anos, e se parecem muito com aqueles Chicago-boys dos anos 1920 e 30, se vocês me entendem...
Por uma dessas ironias involuntárias, a matéria é publicada pelo jornal do chefe da quadrilha, o Stalin Sem Gulag...
Paulo Roberto de Almeida

Aumento do IOF nas operações de crédito vale a partir desta quinta-feira

Correio do Brasil, 21/1/2015 16:02
Por Redação, com ABr - de Brasília
IOF
O decreto eleva de 1,5% para 3% o IOF
O Diário Oficial da União publica nesta quarta-feira decreto que aumenta a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito para as pessoas físicas. A medida entra em vigor esta quinta-feira.
O decreto eleva de 1,5% para 3% o IOF. O aumento faz parte do conjunto de quatro medidas anunciadas na última segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em estratégia do governo para elevar a arrecadação e melhorar o superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública).
De acordo com o ministro, o objetivo é obter este ano R$ 20,6 bilhões em receitas extras. A maior arrecadação virá da elevação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis e do retorno da Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Outra medida é o aumento do PIS e da Cofins sobre os produtos importados. A alíquota subirá de 9,25% para 11,75%. O governo decidiu aumentar também o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o atacadista e equipará-lo ao industrial.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Petrolao: mafia brasileira internacionalizada

No caso da Petrobras, não há luz no fim do túnel. Pode cavar que sempre tem mais lama - a lama que escorre do Palácio do Planalto ocupado pelos gafanhotos petistas:


Documentos bancários colhidos nos últimos seis meses pelo Ministério Publico da Suíça com instituições financeiras como o UBS apontam que o esquema de corrupção da Petrobras não envolveu apenas brasileiros, mas também contou com estrangeiros que atuaram como intermediários e operadores nos pagamentos e transferências de recursos. A suspeita é de que esses estrangeiros também estejam envolvidos nos pagamentos que podem ter saído da empreiteira Odebrecht e que o esquema utilizado para as transferências foi ainda mais amplo.

A Odebrecht nega ter pago propina. "Todos (os contratos com a Petrobras foram) conquistados de acordo com a lei de licitações públicas. A empresa reitera que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento", afirmou em nota oficial.
Nesta semana, uma equipe de oito pessoas da força-tarefa da Operação Lava Jato iniciou um exame detalhado dos extratos bancários relacionados com cinco contas em instituições suíças em nome do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Jamais na história da cooperação entre Brasil e Suíça uma delegação dessas dimensões desembarcou no país alpino.

Nesta terça-feira, o grupo ficou oito horas reunido com procuradores suíços para começar a montar o quebra-cabeça do que teria sido a operação de pagamento de propinas. Os documentos estão apontando para novos nomes, até agora não conhecidos no esquema, além de uma série de pagamentos que, camuflados por intermediários, poderiam vir da Odebrecht.
Nenhum detalhe desse esquema, porém, tem sido revelado por enquanto. Mas os indícios mostram que o esquema não apenas depositou dinheiro em bancos, como o UBS, mas contou com cúmplices no exterior. Pelo menos um desses estrangeiros está sendo indiciado pelos suíços por lavagem de dinheiro. Os investigadores suspeitam de que essa foi uma forma usada para tentar camuflar a origem e o destino dos recursos.

Sigilo – O MP suíço confirma que está investigando contas relacionadas com a Petrobras. Mas, por envolver ainda pessoas no exterior, o processo está sendo mantido em total sigilo. Na terça, a assessoria de imprensa do Ministério Público em Lausanne se recusava até mesmo a confirmar a existência de uma delegação brasileira no país. Os procuradores brasileiros tiveram de assinar termos de compromisso indicando que, por enquanto, não revelariam nomes de envolvidos para não prejudicar o processo que ocorre na Suíça. (Veja.com).

Papa continua peronista em materia de economia: recomendo estudo...

O papa, manifestamente adora falar. Ele se pronuncia sobre qualquer coisa, e obviamente não se preocupa em pensar antes e falar depois, sai falando, e com isso atropela fatos, causa constrangimentos e é obrigado a se desdizer depois.
Acho até que vão criar um novo departamento no Vaticano especializado em desmentidos papais.
Poderiam começar revogando um antigo édito (papal) sobre a infalibilidade papal: acho que definitivamente não é o caso deste aqui, não sei se por ser argentino, por ser jesuita ou por qualquer outra coisa.
Em todo caso, eu não tenho nada a comentar sobre se as pessoas se reproduzem como coelhos ou não. Acho que é um direito de cada um, mas para isso existem, exatamente, os métodos contraceptivos, que ajudam nessa matemática de coelhos, que economicamente aumenta o divisor, e portanto reduz a renda per capita.
Enfim, acho que o papa precisa mesmo estudar economia, pois continua falando bobagens nessa matéria, como por exemplo culpar o sistema econômico pela pobreza.
Vou fazer comentários mais extensos sobre a "economia papal", que definitivamente não é o forte desse papa, ao contrário, é um dos aspectos mais condenáveis e mais deletérios nas mensagens papais. Ele só nos prova, com isso, que o peronismo foi mais forte do que a leitura dos livros sagrados na sua formação.
Quem sabe eu recomendo alguns livros ao Papa Francisco?
Paulo Roberto de Almeida

Papa explica declaração sobre se reproduzir 'como coelhos'

Philip Pullella - Reuters
21 Janeiro 2015 | 10h 51

O pontífice classificou como 'simplista' a relação entre a existência de famílias grandes e a pobreza, culpando o sistema econômico

CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco procurou esclarecer nesta quarta-feira seu comentário de que os católicos não devem se reproduzir “como coelhos”, dizendo que a injustiça econômica, e não as famílias grandes, é a verdadeira causa da pobreza. A fala do pontífice ocorreu na segunda-feira, durante uma coletiva de imprensa dentro do avião papal, quando voltava de viagem de uma semana pela Ásia, quando ele falava sobre o controle de natalidade.
Sua linguagem atipicamente franca chamou atenção, especialmente nas mídias sociais, nas quais alguns comentaristas disseram que ela foi ofensiva para pessoas criadas em famílias grandes. “Ouvi dizerem que famílias com muitos filhos e que o nascimento de muitos filhos estão entre as causas da pobreza. Acho que esta é uma opinião simplista”, disse ele em sua audiência semanal no Vaticano.
O sistema econômico, que colocou o dinheiro em seu centro e criou uma “cultura descartável”, é a principal causa da pobreza, não as famílias grandes, afirmou o papa. Durante a coletiva de imprensa, o líder dos 1,2 bilhão de católicos reafirmou sua proibição ao controle de natalidade, acrescentando haver “muitas maneiras que são permitidas” para se praticar o planejamento familiar natural. A Igreja só aprova métodos contraceptivos naturais, sobretudo a abstinência sexual durante o período fértil da mulher.

Petrobras: roubalheira companheira (rimou) continua a atrair a atencao

Bem, parece que as patifarias na Petrobras não têm mais fim. Todos os dias sabemos de novos casos de corrupção, desvios, roubo declarado na companhia, denúncias que o governo e o partido totalitário vem se esforçando penosamente para encobrir, esconder, minimizar.
Mas é o que mais procuram saber os cidadãos, em geral, mas suponho também que os próprios funcionários da Petrobras, que devem estar horrorizados com o festival de falcatruas que foi, está sendo e continuará sendo promovido contra a companhia, enquanto mafiosos estiverem em seu comando.
Não surpreende que a denúncia de um funcionário anônimo tenha sido o documento campeão de acessos em minha página na plataforma Academia.edu:


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Pois é...
Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Global Economic Prospects, 2015 : World Bank

Global Economic Prospects, January 2015 : Having Fiscal Space and Using It

Global growth again disappointed in 2014 but a lackluster recovery is underway, with increasingly divergent prospects in major economies. Looking ahead, growth is expected to rise slowly, supported by continued recovery in high-income countries and receding domestic headwinds in developing economies. Weak global trade growth and lower commodity prices are projected to persist while financial conditions will likely tighten gradually. Risks to the outlook are still tilted to the downside. The stability of remittances may help some of the lowest-income countries weather shocks. In some developing economies, monetary policy challenges may be attenuated if falling commodity prices reduce inflationary pressures. Fiscal stimulus could effectively support growth if there is sufficient fiscal space. Some developing countries, however, have to rebuild fiscal space to preserve their ability to implement countercyclical fiscal policy, which has served them well over the decade. Both high-income and developing countries need to undertake structural reforms that promote growth and job creation and help achieve poverty reduction goals. The Global Economic Prospects is a World Bank Group Flagship Report. On a twice yearly basis (January and June), it examines global economic developments and prospects, with a special focus on developing countries. The report includes analysis of topical policy challenges faced by developing countries through extensive research in the January edition and shorter pieces in the June edition.

Citation:
“World Bank Group. 2015. Global Economic Prospects, January 2015 : Having Fiscal Space and Using It. Washington, DC. © World Bank. https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/20758 License: CC BY 3.0 IGO.”
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Economia brasileira: Pior do que se previa - Editorial O Estado de S.Paulo

Pior do que se previa

Editorial O Estado de S.Paulo
20 Janeiro 2015 | 02h 04
Pelo menos até agora, as palavras e as ações da nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff não foram suficientes para conter a deterioração das projeções para o desempenho da economia brasileira neste e no próximo ano. Da mesma forma que os analistas das instituições financeiras brasileiras consultados semanalmente pelo Banco Central, os economistas das duas principais instituições econômico-financeiras internacionais continuam a rever, sempre para pior, suas previsões para o crescimento da economia brasileira.
Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) como o Banco Mundial (Bird) estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter crescido apenas 0,1% em 2014, variação muito próxima de zero. Esta é também a expectativa predominante entre os economistas de empresas de consultoria, bancos e financeiras. Ou seja, a presidente Dilma Rousseff encerrou seu primeiro mandato com a economia estagnada.
Depois de um desempenho tão fraco, era natural que se previsse alguma melhora em 2015 e sua intensificação em 2016 e nos anos seguintes. Em seu relatório Panorama Econômico Mundial para 2015, lançado em outubro, o FMI previu que a economia brasileira cresceria 1,4% neste ano e 2,2% em 2016. A expansão da economia mundial seria de 3,8% em 2015 e de 4,0% no próximo ano.
Na atualização dos dados que acaba de divulgar, o Fundo reviu em 0,3 ponto porcentual para menos o desempenho da economia global (crescimento de 3,5% em 2015 e de 3,7% em 2016), mas a revisão das projeções para o Brasil foi bem mais acentuada. Em 2015, o crescimento do PIB será decepcionante, de apenas 0,3% (1,1 ponto porcentual menos do que a previsão de outubro), e, em 2016, de 1,5% (0,7 ponto menos).
O Bird tinha projeções mais otimistas para a economia brasileira. O PIB deveria crescer 2,7% em 2015 e 3,1% em 2016, números que parecem mais condizentes com a história recente da economia brasileira - excluídos, é claro, os quatro anos do primeiro mandato de Dilma Rousseff. Na revisão de suas projeções divulgada na semana passada, reduziu em 1,7 ponto porcentual sua projeção para 2015 (aumento de 1,0%) e em 0,6 ponto a previsão para 2015 (crescimento de 2,5%).
Diversos fatores forçaram a revisão das previsões para o desempenho da economia global e das principais regiões do planeta. Um é a queda da cotação do petróleo (de 55% desde setembro), que alivia pressões sobre os preços nos países importadores, mas cria problemas para os exportadores. A tendência das principais economias (os Estados Unidos fortalecem sua recuperação, mas pioram as projeções para o Japão, a economia europeia continua pouco vigorosa e a chinesa mantém sua desaceleração) também afetou as projeções.
O cenário piorou particularmente para os países exportadores de commodities, como o Brasil, por causa da queda do preço dos produtos mais comercializados e da redução da demanda de alguns dos principais importadores, como a China - maior compradora de minério de ferro, principal item de nossa pauta de exportações.
Mas há fatores internos que afetam o crescimento do País. Nesse ponto, o estudo do Banco Mundial é mais específico do que o do FMI. Entre outros itens que retardam o crescimento, o Bird cita o aumento dos juros pelo Banco Central e o cenário mundial "mais desafiador", com a queda dos preços das commodities e desaceleração da economia chinesa.
A atuação da nova equipe do governo Dilma pode ajudar a elevar o nível de confiança dos brasileiros e até impulsionar o consumo e o investimento, prevê o Bird. Mas, mesmo que faça os ajustes necessários para corrigir os muitos erros cometidos na área econômica durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, o Brasil continuará carente de outras mudanças essenciais e que há muito vêm sendo prometidas. "Apesar da remoção da incerteza eleitoral, a incerteza sobre as políticas fiscal e monetária e a agenda de reformas estruturais permanece elevada no Brasil", diz o Bird. Até agora, o novo governo Dilma não deu sinais de que pretende fazer essas reformas.

Diplomacia por impulso - Editorial O Estado de S.Paulo

Diplomacia por impulso

Editorial O Estado de S.Paulo
20 Janeiro 2015 | 02h 04
A presidente Dilma Rousseff tem dificuldades em distinguir os planos em que se travam os relacionamentos entre os Estados e acaba com isso causando diversos problemas. Uma coisa é que, como presidente da República, solicite clemência para um brasileiro condenado à pena de morte noutro país. É um gesto humanitário, que - sem desrespeitar a soberania do outro país - manifesta solidariedade com um brasileiro, sem que isso signifique qualquer aprovação aos atos criminosos desse brasileiro. Outra coisa, bem diferente, é o que fez a presidente Dilma Rousseff no caso envolvendo a Indonésia, que no sábado passado executou Marco Archer Cardoso Moreira, brasileiro condenado à morte por tráfico internacional de drogas.
Diante da negação do seu pedido de clemência, a presidente Dilma Rousseff disse que a execução do brasileiro "afeta gravemente" as relações entre os países e chamou o embaixador brasileiro em Jacarta para consultas. Mais uma vez, é o voluntarismo dilmista gerando problemas internacionais.
Em primeiro lugar, a Indonésia é um país soberano, e toda atuação diplomática do Brasil deve partir desse pressuposto. Chamar o embaixador para consultas como reação ao cumprimento de leis internas daquele país - que em nada afetou os interesses do Brasil - é fazer pouco-caso da soberania da Indonésia. Com esse ato, a presidente Dilma tangenciou, perigosa e desgovernadamente, os limites da diplomacia.
A reação de Dilma Rousseff no caso se assemelha à de uma pessoa que reage precipitadamente, sem medir consequências. É verdade que no Brasil não há pena de morte, e assim o garante a Constituição brasileira. Outra coisa é que a Indonésia, um país soberano, decida punir com a pena de morte o traficante internacional de drogas. Dilma não pode se opor a isso a não ser no plano filosófico e humanitário. Não poderia ter criado um incidente diplomático que não atende aos interesses do Brasil.
Concorde-se ou não, é legítimo que a Indonésia tenha como política penal punir com a morte o tráfico de drogas, que é naquele país um gravíssimo problema. Simplesmente, não cabe ao Brasil discordar dessa política interna indonésia. Simplesmente, não cabe ao Brasil afirmar que as relações bilaterais ficaram estremecidas em razão de a Indonésia ter cumprido as suas leis internas.
Com os seus irrefletidos atos, a presidente Dilma também ignora os fatos envolvidos no caso. Marco Archer Cardoso Moreira foi preso por tráfico internacional de drogas, transportando 13 quilos de cocaína em 2003. Ou seja, era um traficante de drogas. A reação desproporcionada de Dilma minimiza a gravidade desse crime, transmitindo ao País e ao mundo inteiro uma mensagem absolutamente equivocada, incompatível com o cargo que exerce. O tráfico de drogas - com todas as mazelas que ele comporta - é um dos graves problemas que o Brasil enfrenta, e minimizar as consequências desse crime é uma irresponsabilidade.
Dilma tem todo o direito de desejar que um brasileiro não seja executado. E para manifestar esse desejo há um instrumento adequado - o pedido de clemência. Mas Dilma deveria saber que não tem o direito de impor o seu desejo à Indonésia, exigindo que esse pedido de clemência se cumpra. Como o nome indica, é um pedido, não uma ordem. Dessa forma, a negativa a esse pedido não pode provocar uma questão de Estado. No entanto, foi isso o que Dilma provocou, ao chamar o embaixador brasileiro e dizer que o cumprimento das leis da Indonésia estava afetando gravemente as relações com o Brasil.
É urgente que a presidente se aconselhe antes de agir, para que possa ter - ao menos em grandes linhas - noção das consequências de seus atos. Um chefe de Estado não pode atuar por impulso. Voluntarismo sempre causa estragos, especialmente nas relações diplomáticas, que exigem serenidade e conhecimento do protocolo. Não estão em jogo apenas os bons modos diplomáticos. Trata-se de respeitar a soberania de um país. E de não flertar com o tráfico de drogas.