DE MAJESTADE A PATINHO FEIO – O ITAMARATY EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Itamaraty: um orcamento ridiculo - João Paulo Peixoto (Diario do Poder)
DE MAJESTADE A PATINHO FEIO – O ITAMARATY EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Itamaraty: ja encomendaram a missa de Requiem? - Francisco Vianna
E se houvesse esse alguém, adiantaria?
Haveria dinheiro para salvar, não apenas o Itamaraty, mas nossa imagem no exterior, a partir das diversas inadimplências cometidas contra insttuições às quais somos associados?
E existe interesse em pagar algumas e não outras?
E vai ser preciso fechar representações alegremente abertas em poucos anos atrás?
Quem vai amarrar o guizo no pescoço do gato?
Acho que essa é a pergunta...
Paulo Roberto de Almeida
REQUIEM AO ITAMARATY
Por Francisco Vianna, em 26 Jan 2015
Desde o trágico advento de Celso Amorim como Ministro das Relações Exteriores, em 2010, o Itamaraty passou a sofrer uma insufíciência múltipla de órgãos que culminou agora com a falência múltipla dos mesmos. O Itamaraty está morto.
O atestado de óbito da instituição – que já foi deveras prestigiosa no cenário diplomático mundial – foi exarado em Haia, na Holanda, onde o Tribunal Penal Internacional (TPI) sentenciou que o Brasil perdeu o seu direito a voto na Corte Internacional que julga pessoas e organizações que cometem crimes contra a humanidade.
Se antes havia uma doença degenerativa no Itamaraty causada por atitudes calcadas na ideologia tupiniquim do "sucialismo"*, agora a falta de oxigênio decretou a sua falência múltipla de orgãos, pelo atraso exagerado dos pagamentos devidos por Brasília de suas contribuições a organismos multilaterais. O PT, completa assim, pelo desgoverno Dilma Roussef, um ciclo de desmonte daquilo que havia de melhor no serviço público brasileiro, causando um vexame internacional que reflete muito bem a triste situação a que foi relegada a diplomacia brasileira.
A dívida do Brasil com o TPI é de mais de US$ 6 milhões, o que não parece ser muita coisa tendo em vista, entre outros exemplos, o montante que foi para Cuba para construir o Porto de Mariel, que agora será, ao que parece, administrado pelos americanos e que chegou a US$500 milhões.
A decisão do TPI é vista por alguns como uma punição ao país, mas, na verdade, trata-se apenas do cumprimento de cláusulas e condições contratuais assinadas e ratificada por Brasília em 2002. Nessas cláusulas, sobressai a que diz que "um país não pode votar no tribunal caso o total de suas contribuições devidas em atraso vier a se igualar ou exceder a soma das contribuições correspondentes a dois anos anteriores completos por ele devidos", ou seja, desde pelo menos 2012 que o Brasil acumula dívidas com uma das entidades internacionais da mais alta envergadura e importância jurídica, numa atitude que revela um misto de incompetência e estupidez.
Ora, o TPI, que faz parte da ONU mas tem o seu funcionamento completamente independente da direção da entidade mundial e é administrados por autoridades criminais dos principais países do planeta, tendo sido criado em 1998 pelo chamado "Estatuto de Roma", foi ratificado pelo governo brasileiro quatro anos depois, quando passou a vigorar.
Como o seu objetivo é o de julgar acusados de crimes contra a humanidade, mesmo que não tenham voto em suas sessões, todos os países "se dizem amantes da paz e respeitadores dos direitos humanos" – como o Brasil do PT vive dizendo que é – teriam, antes de mais nada, prestar um claro apoio a esta instituição internacional de justiça. Mas, infelizmente, fica cada vez mais claro no cenário internacional e agora também perante a opinião pública nacional, que os compromissos internacionais do Brasil estão sendo jogados na interminável lista de contas a pagar do governo de Brasília.
Diante do enorme rombo das contas públicas causado pelo primeiro mandato de Dilma Roussef, desde a "herança maldita" da avalanche de contas a pagar deixados pelo antecessor, o molusco eneadáctilo, a presidente afinal vem com a desculpa "irretocável" de que não há dinheiro para ser gasto com essas coisas e, de modo irresponsável, vira as costas para o mundo da diplomacia, ao qual ela nutre conhecido desprezo.
Então, os cortes orçamentários do Itamaraty tornaram o Brasil num dos maiores inadimplentes perante a ONU, deixando de pagar até dezembro último, cerca de USS 170 milhões, que a ONU contava receber para completar o seu orçamento. Isso sem falar nos US$ 14 milhões que o país deve a UNESCO, além dos US$ 87,3 milhões que a ONU esperava que Brasília enviasse às operações militares de paz.
Com tamanho calote, o tão alegado "multilateralismo" do governo petista – diante do unilateralismo das grandes potências – não passa de embromação sem o menor valor. E, ainda, a situação parece sepultar de vez a estrepitosa "reivindicação de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU", uma vez que, agora mesmo é que os membros desse conselho não deverão permitir que um país caloteiro chegue a esse ponto.
Na verdade, para um país que criou uma "área indígena" chamada Raposa-Serra do Sol" do tamanho de Alagoas de forma contínua na fronteira de uma área contenciosa entre Venezuela e Inglaterra, configurando um dos mais rasos exemplos de traição à pátria da História do Brasil, nada disso deveria surpreender. Afinal, a política "gramscista" do PT, sempre mais populista do que inteligível, é na prática a de que todos os meios justificam o fim, qual seja o de permanência indefinida no poder.
A política externa do PT nos governos de Lula e de Dilma, representam uma das muitas e formidáveis "caixas pretas" a serem abertas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Esse calote no TPI e na ONU, além do vergonhoso estado das contas do Itamaraty, que a mídia apenas cita de forma epidérmica aqui e ali, mostra que tudo o que o PT sempre disse querer fazer não passou de palavras vazias atiradas ao vento.
Algumas representações do Brasil no exterior já enfrentam atrasos salariais e cortes de água e de luz, pois não têm dinheiro sequer para pagar estas contas comezinhas.
É preciso, caso seja factível, que surja alguém do círculo mais próximo da presidente, que tenha ascendência mínima suficiente sobre ela para que a aconselhe e alerte sobre o que está em jogo e sobre a imagem do país, já bastante danificada em razão dos escândalos de corrupção na desastrosa administração do dinheiro público. Somos motivos de chacotas e piadas no exterior e, com isso, vamos nos isolando cada vez mais do mundo civilizado.
A diplomacia não é algo que algum dirigente, por capricho, deva ou possa mandar às favas. Por sua vez o Brasil não tem forças armadas com o poder de dissuasão externa e interna suficiente e a diplomacia é a única coisa que resta antes que militares comecem a apertar o gatilho, uma vez que a guerra é consequência da falência da dipomacia.
Que o Itamaraty repouse em paz...
* Sucialismo – socialismo de súcia, de quadrilheiros e traidores.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Itamaraty: fim de festa para a diplomacia ativa e universal? (de festa?) - FSP
Mas cabe insistir no refrão: Nunca Antes na história do serviço exterior brasileiro tantos passaram tantas necessidades em tantos (provavelmente excessivos) postos no exterior, com tão poucos recursos para a manutenção normal do serviço.
Seria o caso de mandar aquelas rações de combate, e kits sobrevivência na selva?
Paulo Roberto de Almeida
Faltam luz e água em embaixadas brasileiras, dizem diplomatas
PATRÍCIA CAMPOS MELLO - DE SÃO PAULO
Folha Online - 21/01/2015 18h17
Diplomatas brasileiros em Tóquio, Lisboa, na Guiana, Estados Unidos e no Benin, na África, enviaram telegramas ao Itamaraty nos últimos dias advertindo para o estado de penúria em que se encontram as representações do Brasil no exterior, que estão prestes a sofrer corte de energia por atrasos no pagamento, além de estarem sem dinheiro para comprar papel para impressora, pagar a conta do aquecimento, internet e outros.
Sem receber nenhum recurso do governo brasileiro há 50 dias, a embaixada do Brasil no Benin (oeste da África) está com apenas US$ 83 (R$ 215) em caixa e chegou a ter o fornecimento de energia cortado e o gerador desligado.
Na residência, o diplomata responsável está apelando para velas e lanternas, porque falta dinheiro para comprar combustível do gerador. Às vezes toma banho de caneca, pois a bomba de água quebrou e não há recursos no momento para o conserto. Ele teve de pagar a conta de telefone e de energia, que estavam atrasadas, do próprio bolso.
Essas reclamações constam de um telegrama enviado na terça (20) pelo encarregado de negócios da embaixada em Cotonou (a maior cidade do Benin), João Carlos Falzeta Zanini, ao Itamaraty, que vazou na internet. Parte do teor foi divulgado pelo sindicato do servidores do Itamaraty.
"Vivemos uma situação financeira muito difícil, é impossível para o Itamaraty manter os postos atuais com os cortes sucessivos que o governo vem fazendo no orçamento do ministério", disse à Folha.
"Ficamos de mãos atadas, sem poder exercer a política externa e a assistência aos brasileiros como seria ideal." A participação do ministério no Orçamento da União foi reduzida à metade entre 2003 e 2013.
Zanini, que é o único diplomata da embaixada, tem capitaneado à distância a assistência aos 33 brasileiros que vivem no vizinho Níger e estão sob ameaça. Nos últimos dias, duas igrejas e uma escola de brasileiros foram destruídas por manifestantes muçulmanos, em reação à capa do jornal francês "Charlie Hebdo" que traz o profeta do islamismo, Maomé. Ele está em contato constante com os brasileiros e tem ajudado a desenhar os planos de contingência caso a situação piore.
"Após interrupção no fornecimento de energia da embaixada, paguei, com recursos pessoais, a fatura do mês de novembro; já tinha me valido dessa alternativa para pagar a fatura de telefone que também estava atrasada; ante a perspectiva de corte do serviço de internet no próximo dia 24 de janeiro, entendo que deverei também adiantar o pagamento", escreveu ele no telegrama enviado a Brasília.
No texto, ele informa que o gasto semanal para o abastecimento dos geradores da Chancelaria e da Residência está estimado em aproximadamente US$ 180. A conta do posto reúne, no momento, o equivalente a U$$ 83.
No telegrama, ele aponta também para o risco de malária. "Em cidade onde a malária é endêmica, o ar-condicionado serve de poderoso inibidor da proliferação do mosquito. Quando o fornecimento de energia é interrompido e os aparelhos de ar-condicionado desligados, utilizo inseticidas para amenizar o problema." Nos últimos anos, pelo menos dois diplomatas brasileiros morreram de malária na África.
OUTRAS EMBAIXADAS
A penúria no Itamaraty não se restringe à embaixada no Benin.
Nesta quarta (21), telegrama enviado por Marco Farani, cônsul-geral do Brasil em Tóquio, e obtido pela Folha informa: "Todas as contas de serviços e manutenção deste posto do mês de dezembro/2014 encontram-se pendentes de pagamento, o que tem gerado insistentes cobranças dos credores. Em casos mais extremos, há o risco de suspensão de serviços essenciais à Chancelaria, como internet, telefonia celular e fixa, eletricidade, serviço de franquia de correspondências e fotocópias, caso não seja possível quitar os débitos até o final de janeiro".
A embaixada em Tóquio informa que acaba de receber notificação para corte de energia, porque a conta, de US$ 3.924, não é paga desde dezembro, conforme diz o embaixador André Corrêa do Lago em telegrama de terça (20), obtido pela Folha.
Na residência do embaixador em Lisboa, Mario Vilalva, o fornecimento de energia só não foi suspenso "porque a embaixada entrou em contato direto com o gabinete do presidente da EDP [empresa de eletricidade local], conseguindo postergação do pagamento da fatura impreterivelmente até o dia 28 de janeiro", conforme informa telegrama de 14 de janeiro. A dívida é de € 1.734.
Na Guiana, o embaixador Lineu de Paula afirmava que a empresa de internet já havia prorrogado do valor devido até 18 de janeiro, mas que agora iria cortar o serviço por atraso. "Tendo em vista a possibilidade de que até o próximo fim de semana esta embaixada fique (...) eventualmente sem eletricidade e outros serviços básicos nas próximas duas semanas, muito agradeceria receber autorização para efetuar o pagamento das contas vencidas e a vencer com meus recursos para posterior reembolso."
No consulado brasileiro em Hartford, Connecticut, o cônsul-geral Cézar Amaral avisa em telegrama que "os serviços de internet, telefone, TV a cabo e alarme da residência já foram interrompidos há cerca de 40 dias, em sacrifício de minha família, que passou o Natal sem serviços e agora aguarda o fim do aquecimento".
No telegrama do dia 14 de janeiro, ele também reclamava que "o toner está no final e o papel para impressão está acabando. Por outro lado, os materiais de limpeza da copa da Chancelaria já se esgotaram."
A Folha entrou em contato com o Itamaraty, mas aguarda resposta.
sábado, 18 de maio de 2013
Sera' que os venezuelanos frequentam a retrete demasiadamente? Falta papel higienico...
Mas, a melhor definição do socialismo, aliás perfeita, foi dada pelo ministro da planificação (o nome já diz tudo):
“El socialismo se construye a partir de la escasez.”
ministro de Planificación, Jorge Giordani
Ele está totalmente com a razão: o socialismo é isso mesmo.
Paulo Roberto de Almeida
El desabastecimiento acorrala a Maduro
"La revolución importará 50 millones de rollos de papel higiénico", anuncia el ministro de Comercio
El Ejecutivo sostiene que la oposición alienta una sobredemanda para provocar desabastecimiento
sexta-feira, 17 de maio de 2013
A aldeia Potemkim do socialismo do seculo 21 - Venezuela tem deimportar alimentos basicos
Em todos lugares, o socialismo significou, fome, miséria, desabastecimento, penúrias generalizadas, enfim, um completo desastre econômico. Por que na Venezuela seria diferente? Depois dos 50 milhões de rolos de papel higiênico, milhares de toneladas de milho. Paulo Roberto de Almeida
¿Cambiará Maduro el corrupto esquema agrícola socialista?Nelson Bocaranda Sardi
sábado, 21 de abril de 2012
Venezuela: a maneira cubana de fazer filas...
Creio que vão precisar...
Paulo Roberto de Almeida