O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador penúrias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador penúrias. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Itamaraty: um orcamento ridiculo - João Paulo Peixoto (Diario do Poder)




DE MAJESTADE A PATINHO FEIO – O ITAMARATY EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO
JOÃO PAULO PEIXOTO
 Diário do Poder, 1/07/2015

Houve uma época em que o belo Palácio Itamaraty ostentava em seu espelho d’água vistosas garças, e uma majestosa escultura de Bruno Giorgi – o meteoro. Este ainda está presente, as outras não. Ao menos não as mais vistosas, que voaram para longe levando consigo os bons tempos de outrora. Ambos projetavam elegância, a majestade e beleza estética do Palácio. Não é por acaso, também, que o prédio que abriga as relações exteriores se diferencia, em muito, dos demais ministérios. Sinalizando que a ele é reservado um papel diferenciado no conjunto do governo.
A penúria financeira do Itamaraty no Brasil e no exterior, portanto, espelhando uma realidade que difere muito da aparência, não condiz com sua importância para um país que ostenta a sétima economia do mundo em um mundo globalizado. Ademais, o que chama mais atenção atualmente é o contraste com outros tempos, não necessariamente longínquos. Embora não seja novidade cortes de despesas corriqueiras das embaixadas e dos diplomatas no exterior. A título de exemplo vale lembrar que, certa vez, o chanceler Azeredo da Silveira teve que recorrer diretamente ao presidente Geisel (1974-1979) para reclamar do corte dos telefones do Itamaraty feito pela então Telebrasília. Obviamente, o problema foi resolvido imediatamente.
Por outro lado, desnecessário ressaltar o impacto negativo dos cortes de despesa, os quais resultam em geral em inadimplência junto a organismos internacionais, sobre a atuação do ministério perante seus pares e fornecedores de toda espécie mundo afora, bem como na moral e na autoestima dos membros do Serviço Exterior. Os servidores, por outro lado, encontram-se em situação de fragilidade, convivendo com a incerteza dos pagamentos do auxílio-moradia, que por vezes é maior que o próprio salário, dadas as peculiaridades do mercado imobiliário local. A falta de verba fez com que o último plano de remoções fosse adiado em meses, trazendo toda sorte de inconvenientes para os servidores do Serviço Exterior e suas famílias.
A credibilidade de uma política – qualquer uma – reside em grande parte na respeitabilidade de quem a implementa. Tal credibilidade, por sua vez, se assenta no cumprimento das obrigações e deveres para que se possa fazer valer a vontade política dos seus responsáveis.
No caso do Itamaraty a escassez de recursos é mais grave se considerarmos alguns dos seus dados em relação ao conjunto do governo. Sem levar em conta que se trata, em última análise, da própria imagem do país.
A Casa de Rio Branco administra o terceiro menor orçamento entre os ministérios, excetuando-se as secretarias especiais; a menor média salarial dentre as carreiras típicas de Estado e o menor número de servidores comparando dez principais ministérios da Esplanada. As causas para tal tratamento diferenciado por parte do governo ao seu serviço exterior têm várias causas internas e externas. Não cabendo aqui analisa-las e sim procurar despertar a reflexão, por quem de direito, sobre elas.
Não obstante, torna-se redundante pontuar a importância das relações exteriores neste mundo globalizado. O que por si só, seria justificativa para que o MRE fosse tratado com mais atenção. Para não mencionar a costumeira retórica de necessidade de ampliar a participação do Brasil nas relações comerciais globais. Principalmente nestes dias de escassez e crise econômica doméstica.
Outro dado que espelha o crescimento da importância das relações internacionais é o acréscimo exponencial dos cursos universitários de Relações Internacionais. Hoje são mais de 100. Um número bem distante do pioneirismo da Universidade de Brasília, que por muitos anos atuou sozinha nesse campo, desde que inaugurou o primeiro programa do gênero no Brasil nos anos de 1970.
Da mesma forma os ministérios expandiram em larga medida sua atuação internacional, nem sempre de maneira coordenada com o MRE.
Como se não bastasse, vale lembrar ainda que o Brasil tem hoje na África mais embaixadas do que a Grã-Bretanha. Tendo sido aquela uma outrora potência colonial naquele continente.
Diante desses fatos, a pergunta que se faz é porque a Casa de Rio Branco suporta quietamente, ao menos publicamente, tal situação. Razões lhe sobram para reagir e exigir o devido tratamento, como ocorria em governos passados, desde as décadas de 1970/80 onde o profissionalismo e o respeito pelos seus quadros e suas tradições eram motivo de prestígio, respeito e reconhecimento pelos donos do poder. É tempo de ir em busca dos tempos grandiosos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Itamaraty: ja encomendaram a missa de Requiem? - Francisco Vianna

O autor deste artigo acha, ou pensa, que alguém, próximo da presidente, possa lhe dizer o que anda acontecendo com a instituição. Não sei quem seria capaz de fazer isso, mesmo sabendo quem anda próximo da presidente.
E se houvesse esse alguém, adiantaria?
Haveria dinheiro para salvar, não apenas o Itamaraty, mas nossa imagem no exterior, a partir das diversas inadimplências cometidas contra insttuições às quais somos associados?
E existe interesse em pagar algumas e não outras?
E vai ser preciso fechar representações alegremente abertas em poucos anos atrás?
Quem vai amarrar o guizo no pescoço do gato?
Acho que essa é a pergunta...
Paulo Roberto de Almeida 

REQUIEM AO ITAMARATY
Por Francisco Vianna, em 26 Jan 2015

Desde o trágico advento de Celso Amorim como Ministro das Relações Exteriores, em 2010, o Itamaraty passou a sofrer uma insufíciência múltipla de órgãos que culminou agora com a falência múltipla dos mesmos. O Itamaraty está morto.
O atestado de óbito da instituição – que já foi deveras prestigiosa no cenário diplomático mundial – foi exarado em Haia, na Holanda, onde o Tribunal Penal Internacional (TPI) sentenciou que o Brasil perdeu o seu direito a voto na Corte Internacional que julga pessoas e organizações que cometem crimes contra a humanidade.
Se antes havia uma doença degenerativa no Itamaraty causada por atitudes calcadas na ideologia tupiniquim do "sucialismo"*, agora a falta de oxigênio decretou a sua falência múltipla de orgãos, pelo atraso exagerado dos pagamentos devidos por Brasília de suas contribuições a organismos multilaterais. O PT, completa assim, pelo desgoverno Dilma Roussef, um ciclo de desmonte daquilo que havia de melhor no serviço público brasileiro, causando um vexame internacional que reflete muito bem a triste situação a que foi relegada a diplomacia brasileira.
A dívida do Brasil com o TPI é de mais de US$ 6 milhões, o que não parece ser muita coisa tendo em vista, entre outros exemplos, o montante que foi para Cuba para construir o Porto de Mariel, que agora será, ao que parece, administrado pelos americanos e que chegou a US$500 milhões.
A decisão do TPI é vista por alguns como uma punição ao país, mas, na verdade, trata-se apenas do cumprimento de cláusulas e condições contratuais assinadas e ratificada por Brasília em 2002. Nessas cláusulas, sobressai a que diz que "um país não pode votar no tribunal caso o total de suas contribuições devidas em atraso vier a se igualar ou exceder a soma das contribuições correspondentes a dois anos anteriores completos por ele devidos", ou seja, desde pelo menos 2012 que o Brasil acumula dívidas com uma das entidades internacionais da mais alta envergadura e importância jurídica, numa atitude que revela um misto de incompetência e estupidez.
Ora, o TPI, que faz parte da ONU mas tem o seu funcionamento completamente independente da direção da entidade mundial e é administrados por autoridades criminais dos principais países do planeta, tendo sido criado em 1998 pelo chamado "Estatuto de Roma", foi ratificado pelo governo brasileiro quatro anos depois, quando passou a vigorar.
Como o seu objetivo é o de julgar acusados de crimes contra a humanidade, mesmo que não tenham voto em suas sessões, todos os países "se dizem amantes da paz e respeitadores dos direitos humanos" – como o Brasil do PT vive dizendo que é – teriam, antes de mais nada, prestar um claro apoio a esta instituição internacional de justiça. Mas, infelizmente, fica cada vez mais claro no cenário internacional e agora também perante a opinião pública nacional, que os compromissos internacionais do Brasil estão sendo jogados na interminável lista de contas a pagar do governo de Brasília.
Diante do enorme rombo das contas públicas causado pelo primeiro mandato de Dilma Roussef, desde a "herança maldita" da avalanche de contas a pagar deixados pelo antecessor, o molusco eneadáctilo, a presidente afinal vem com a desculpa "irretocável" de que não há dinheiro para ser gasto com essas coisas e, de modo irresponsável, vira as costas para o mundo da diplomacia, ao qual ela nutre conhecido desprezo.
Então, os cortes orçamentários do Itamaraty tornaram o Brasil num dos maiores inadimplentes perante a ONU, deixando de pagar até dezembro último, cerca de USS 170 milhões, que a ONU contava receber para completar o seu orçamento. Isso sem falar nos US$ 14 milhões que o país deve a UNESCO, além dos US$ 87,3 milhões que a ONU esperava que Brasília enviasse às operações militares de paz.
Com tamanho calote, o tão alegado "multilateralismo" do governo petista – diante do unilateralismo das grandes potências – não passa de embromação sem o menor valor. E, ainda, a situação parece sepultar de vez a estrepitosa "reivindicação de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU", uma vez que, agora mesmo é que os membros desse conselho não deverão permitir que um país caloteiro chegue a esse ponto.
Na verdade, para um país que criou uma "área indígena" chamada Raposa-Serra do Sol" do tamanho de Alagoas de forma contínua na fronteira de uma área contenciosa entre Venezuela e Inglaterra, configurando um dos mais rasos exemplos de traição à pátria da História do Brasil, nada disso deveria surpreender. Afinal, a política "gramscista" do PT, sempre mais populista do que inteligível, é na prática a de que todos os meios justificam o fim, qual seja o de permanência indefinida no poder.
A política externa do PT nos governos de Lula e de Dilma, representam uma das muitas e formidáveis "caixas pretas" a serem abertas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Esse calote no TPI e na ONU, além do vergonhoso estado das contas do Itamaraty, que a mídia apenas cita de forma epidérmica aqui e ali, mostra que tudo o que o PT sempre disse querer fazer não passou de palavras vazias atiradas ao vento.
Algumas representações do Brasil no exterior já enfrentam atrasos salariais e cortes de água e de luz, pois não têm dinheiro sequer para pagar estas contas comezinhas.
É preciso, caso seja factível, que surja alguém do círculo mais próximo da presidente, que tenha ascendência mínima suficiente sobre ela para que a aconselhe e alerte sobre o que está em jogo e sobre a imagem do país, já bastante danificada em razão dos escândalos de corrupção na desastrosa administração do dinheiro público. Somos motivos de chacotas e piadas no exterior e, com isso, vamos nos isolando cada vez mais do mundo civilizado.
A diplomacia não é algo que algum dirigente, por capricho, deva ou possa mandar às favas. Por sua vez o Brasil não tem forças armadas com o poder de dissuasão externa e interna suficiente e a diplomacia é a única coisa que resta antes que militares comecem a apertar o gatilho, uma vez que a guerra é consequência da falência da dipomacia.
Que o Itamaraty repouse em paz...

* Sucialismo – socialismo de súcia, de quadrilheiros e traidores.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Itamaraty: fim de festa para a diplomacia ativa e universal? (de festa?) - FSP

Festa nunca foi, inclusive porque os novos postos criados impensadamente nos anos gloriosos do Nunca Antes não eram exatamente em lugares sedutores; ao contrário, estavam mais para Indiana Jones do que para antigo circuito Elizabeth Arden (embora hoje em dia eles estejam até no interior da China e em alguns cantos recuados da África).
Mas cabe insistir no refrão: Nunca Antes na história do serviço exterior brasileiro tantos passaram tantas necessidades em tantos (provavelmente excessivos) postos no exterior, com tão poucos recursos para a manutenção normal do serviço.
Seria o caso de mandar aquelas rações de combate, e kits sobrevivência na selva?
Paulo Roberto de Almeida

 Faltam luz e água em embaixadas brasileiras, dizem diplomatas
PATRÍCIA CAMPOS MELLO -  DE SÃO PAULO
 Folha Online - 21/01/2015 18h17

 Diplomatas brasileiros em Tóquio, Lisboa, na Guiana, Estados Unidos e no Benin, na África, enviaram telegramas ao Itamaraty nos últimos dias advertindo para o estado de penúria em que se encontram as representações do Brasil no exterior, que estão prestes a sofrer corte de energia por atrasos no pagamento, além de estarem sem dinheiro para comprar papel para impressora, pagar a conta do aquecimento, internet e outros.
 Sem receber nenhum recurso do governo brasileiro há 50 dias, a embaixada do Brasil no Benin (oeste da África) está com apenas US$ 83 (R$ 215) em caixa e chegou a ter o fornecimento de energia cortado e o gerador desligado.
 Na residência, o diplomata responsável está apelando para velas e lanternas, porque falta dinheiro para comprar combustível do gerador. Às vezes toma banho de caneca, pois a bomba de água quebrou e não há recursos no momento para o conserto. Ele teve de pagar a conta de telefone e de energia, que estavam atrasadas, do próprio bolso. 
Essas reclamações constam de um telegrama enviado na terça (20) pelo encarregado de negócios da embaixada em Cotonou (a maior cidade do Benin), João Carlos Falzeta Zanini, ao Itamaraty, que vazou na internet. Parte do teor foi divulgado pelo sindicato do servidores do Itamaraty.
 "Vivemos uma situação financeira muito difícil, é impossível para o Itamaraty manter os postos atuais com os cortes sucessivos que o governo vem fazendo no orçamento do ministério", disse à Folha.
 "Ficamos de mãos atadas, sem poder exercer a política externa e a assistência aos brasileiros como seria ideal." A participação do ministério no Orçamento da União foi reduzida à metade entre 2003 e 2013.
Zanini, que é o único diplomata da embaixada, tem capitaneado à distância a assistência aos 33 brasileiros que vivem no vizinho Níger e estão sob ameaça. Nos últimos dias, duas igrejas e uma escola de brasileiros foram destruídas por manifestantes muçulmanos, em reação à capa do jornal francês "Charlie Hebdo" que traz o profeta do islamismo, Maomé. Ele está em contato constante com os brasileiros e tem ajudado a desenhar os planos de contingência caso a situação piore.
"Após interrupção no fornecimento de energia da embaixada, paguei, com recursos pessoais, a fatura do mês de novembro; já tinha me valido dessa alternativa para pagar a fatura de telefone que também estava atrasada; ante a perspectiva de corte do serviço de internet no próximo dia 24 de janeiro, entendo que deverei também adiantar o pagamento", escreveu ele no telegrama enviado a Brasília.
No texto, ele informa que o gasto semanal para o abastecimento dos geradores da Chancelaria e da Residência está estimado em aproximadamente US$ 180. A conta do posto reúne, no momento, o equivalente a U$$ 83.
No telegrama, ele aponta também para o risco de malária. "Em cidade onde a malária é endêmica, o ar-condicionado serve de poderoso inibidor da proliferação do mosquito. Quando o fornecimento de energia é interrompido e os aparelhos de ar-condicionado desligados, utilizo inseticidas para amenizar o problema." Nos últimos anos, pelo menos dois diplomatas brasileiros morreram de malária na África.

OUTRAS EMBAIXADAS
A penúria no Itamaraty não se restringe à embaixada no Benin.

Nesta quarta (21), telegrama enviado por Marco Farani, cônsul-geral do Brasil em Tóquio, e obtido pela Folha informa: "Todas as contas de serviços e manutenção deste posto do mês de dezembro/2014 encontram-se pendentes de pagamento, o que tem gerado insistentes cobranças dos credores. Em casos mais extremos, há o risco de suspensão de serviços essenciais à Chancelaria, como internet, telefonia celular e fixa, eletricidade, serviço de franquia de correspondências e fotocópias, caso não seja possível quitar os débitos até o final de janeiro".
A embaixada em Tóquio informa que acaba de receber notificação para corte de energia, porque a conta, de US$ 3.924, não é paga desde dezembro, conforme diz o embaixador André Corrêa do Lago em telegrama de terça (20), obtido pela Folha.
Na residência do embaixador em Lisboa, Mario Vilalva, o fornecimento de energia só não foi suspenso "porque a embaixada entrou em contato direto com o gabinete do presidente da EDP [empresa de eletricidade local], conseguindo postergação do pagamento da fatura impreterivelmente até o dia 28 de janeiro", conforme informa telegrama de 14 de janeiro. A dívida é de € 1.734.
Na Guiana, o embaixador Lineu de Paula afirmava que a empresa de internet já havia prorrogado do valor devido até 18 de janeiro, mas que agora iria cortar o serviço por atraso. "Tendo em vista a possibilidade de que até o próximo fim de semana esta embaixada fique (...) eventualmente sem eletricidade e outros serviços básicos nas próximas duas semanas, muito agradeceria receber autorização para efetuar o pagamento das contas vencidas e a vencer com meus recursos para posterior reembolso."
No consulado brasileiro em Hartford, Connecticut, o cônsul-geral Cézar Amaral avisa em telegrama que "os serviços de internet, telefone, TV a cabo e alarme da residência já foram interrompidos há cerca de 40 dias, em sacrifício de minha família, que passou o Natal sem serviços e agora aguarda o fim do aquecimento".
No telegrama do dia 14 de janeiro, ele também reclamava que "o toner está no final e o papel para impressão está acabando. Por outro lado, os materiais de limpeza da copa da Chancelaria já se esgotaram."
A Folha entrou em contato com o Itamaraty, mas aguarda resposta.

sábado, 18 de maio de 2013

Sera' que os venezuelanos frequentam a retrete demasiadamente? Falta papel higienico...

Parece brincadeira, mas não é. O problema é sério minha gente. A oposição, apenas para incomodar o governo, pediu que a população "obrasse" mais frequentemente, o que está difícil, tendo em vista o desabastecimento de harina-pan para fazer arepas, uma comida típica venezuelana.
Mas, a melhor definição do socialismo, aliás perfeita, foi dada pelo ministro da planificação (o nome já diz tudo):
“El socialismo se construye a partir de la escasez.”
ministro de Planificación, Jorge Giordani
Ele está totalmente com a razão: o socialismo é isso mesmo.
Paulo Roberto de Almeida


El desabastecimiento acorrala a Maduro

"La revolución importará 50 millones de rollos de papel higiénico", anuncia el ministro de Comercio

El Ejecutivo sostiene que la oposición alienta una sobredemanda para provocar desabastecimiento



En Venezuela para llenar el carrito del supermercado hay que hacer una procesión, como si se tratara de las visitas a los siete templos en Semana Santa. Pero desde hace varias semanas el papel higiénico destaca entre las ausencias. La escasez de este producto no es, sin embargo, tan cíclica como la de harina, pollo, desodorante, aceite de maíz, azúcar y queso. El papel higiénico está incluido en una lista de bienes vendidos a precios regulados por el Ejecutivo, de acuerdo con lo dispuesto en febrero de 2012 por la Superintendencia Nacional de Costos y Precios. Desde entonces las empresas decidieron reducir el tamaño de los rollos y seguir supliendo la demanda. Pero el pasado mes de abril las estanterías se vaciaron.
Para aplacar el déficit el Gobierno anunció que importaría el equivalente a 50 millones de rollos de papel higiénico. “Le decimos a nuestro pueblo que se tranquilice y comprenda que no debe dejarse manipular por la campaña mediática de que hay escasez”, dijo el ministro de Comercio, Alejandro Fleming, a la Agencia Venezolana de Noticias.
El funcionario justificó la ausencia de papel higiénico con una cuenta que ha provocado toda clase de bromas en las redes sociales. Dijo que “no hay deficiencia en la producción”, porque el consumo mensual es de 125 millones de rollos “y hay una sobredemanda” de 40 millones. “¿Cómo hizo para hacer ese cálculo?”, se preguntó César Miguel Rondón, el periodista más escuchado de la radio en Venezuela. A continuación leyó un mensaje llegado a su cuenta Twitter: “Si esa cuenta es cierta habrá que administrarse porque a los venezolanos les toca 1,5 rollos por persona”.
El Gobierno considera que la escasez es consecuencia de las compras nerviosas y de una campaña de la oposición para desestabilizar a Maduro, cuya legitimidad ha sido cuestionada debido al estrecho margen que obtuvo sobre su contrincante, Henrique Capriles, en las elecciones del pasado 14 de abril, y las denuncias de irregularidades en el acto de votación. En contrapartida, el empresariado afirma que el desabastecimiento obedece al control de cambios vigente en el país desde hace una década y a la inestabilidad política que ahuyenta la inversión. Es una confrontación constante. La respuesta más clara a esta situación la dio hace cuatro años, en una entrevista con el diario venezolano El Universal, el ministro de Planificación, Jorge Giordani: “El socialismo se construye a partir de la escasez”.
En medio de esta crisis de desabastecimiento se produjo la esperada reunión entre el jefe del Estado, Nicolás Maduro, y el presidente de Empresas Polar, Lorenzo Mendoza, principal productor de alimentos básicos en Venezuela, que terminó con una cordialidad que no se auguraba el fin de semana, cuando el mandatario sugirió que el conglomerado privado estaba acaparando los productos y era el responsable del generalizado desabastecimiento en el país.
El fin de semana el Gobierno declaró además que sospechaba que Mendoza, dueño de la segunda fortuna del país y ocupante del lugar 329º en la lista Forbes de los millonarios del mundo, había recortado la producción para el mercado local de harina precocida, con la cual se elabora la arepa, uno de los platos típicos de la mesa venezolana. Contra todo pronóstico, contradiciendo el bajo perfil que suele cultivar, Mendoza convocó una rueda de prensa para desmontar los argumentos del Ejecutivo venezolano: dijo entonces que operaba a su máxima capacidad, que su producto de harina precocida, Harina Pan —el líder del sector—, representaba el 48% de la producción de Venezuela y que la escasez obedecía a deficiencias de producción de los demás competidores. Y sugirió al Gobierno que le alquilara o vendiera alguna de las plantas que no funcionaban para ponerlas a trabajar. Maduro tomó esa respuesta como una provocación. El martes, mientras conversaba con un grupo de damnificados por las lluvias de 2010, dijo que la postura de Mendoza le había parecido altanera y que en la reunión “le cantaría sus cuatro verdades”. “Dio declaraciones como un candidato, aunque él dice que no es político”, agregó Maduro. Fue el mismo tono retador que había utilizado el domingo cuando escribió en su cuenta de Twitter: “Espero que de esta reunión se establezca un compromiso de cumplirle al país. Lorenzo Mendoza, te espero”.
Todo eso pareció haber quedado superado ayer. Tanto el empresario como el vicepresidente Jorge Arreaza coincidieron a la salida de la cita en que habían hablado en términos diáfanos sobre el problema de la cadena de distribución y que ambas partes estaban comprometidas a trabajar al máximo de sus potencialidades. “La reunión fue tremendamente cordial y se demostró claramente que estamos trabajando a toda capacidad”, dijo Mendoza posteriormente en un comunicado.
Para estimular la producción y hacer frente al desabastecimiento, el Gobierno incrementó el martes un 20% los precios máximos de venta de productos como el pollo, la carne de vacuno y todos los lácteos, una medida solicitada por los productores de alimentos. Los precios de los principales artículos de primera necesidad son regulados por el Estado.
Con el objetivo de fortalecer la reserva alimentaria, el ministro de la Alimentación, Félix Osorio, quien propuso a Maduro la subida de los precios, anunció que en el transcurso de esta semana llegará al país un cargamento con 760.000 toneladas de alimentos. Los productos, dijo, son aceite, leche completa en polvo, carne de res, atún y sardina en lata y azúcar cruda, entre otros, valorados en 466 millones de euros.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A aldeia Potemkim do socialismo do seculo 21 - Venezuela tem deimportar alimentos basicos

Em todos lugares, o socialismo significou, fome, miséria, desabastecimento, penúrias generalizadas, enfim, um completo desastre econômico. Por que na Venezuela seria diferente? Depois dos 50 milhões de rolos de papel higiênico, milhares de toneladas de milho. Paulo Roberto de Almeida 

¿Cambiará Maduro el corrupto esquema agrícola socialista?Nelson Bocaranda Sardi

16 May 2013
jojoto
Como lo he comentado recientemente, ante el desabastecimiento de harinas de maíz, el gobierno busca desesperadamente estrechar relaciones con la empresa mexicana GRUMA (Grupo Maseca, mayor productor de harina de maíz del mundo) para que maximice su producción, tal cual se lo recomendó Lorenzo Mendoza. Adicionalmente le piden a GRUMA, como mayor comprador de maíz del mundo, que los ayude a comprar maíz blanco, pues los inventarios de maíz en manos de la empresa privada y en los silos del gobierno se están acabando. Les quedan semanas me dicen mis fuentes.
Por cierto, bastó que Polar ofreciera comprar o alquilar una de las 2 plantas más improductivas y con la peor gestión que existen en el país -y que están en las manos del gobierno- como  son Demaseca o Pronutricos, para que el gobierno decidiera acto seguido al ofrecimiento de Lorenzo Mendoza, transferir estas plantas al Ministerio de Alimentación (sería valido si fuera a este ministerio) e inyectarle capital a las dos empresas para hacerlas productivas e intervenir la pésima conducción que tienen. Ha sido tal el fracaso del gobierno en la formulación de sus políticas agrícolas durante estos 14 años, en especial durante la gestión del vicepresidente Elías Jaua y del ex-ministro Juan Carlos Loyo -el de la pistola en el cinto hoy  jefe de la REDI (Región de Desarrollo Integral) para la zona central- que han destruido el campo por todo el país. Espantaron a los productores de maíz y arroz al fijar precios para sus cosechas que no incentivan la siembra, y destruyeron a Agroisleña que era el gran proveedor a nivel nacional de semillas, materiales y todo tipo de insumos que necesitan los productores. Ahora en esta etapa de rectificación que hace el gobierno también llama a los ex-dueños de esa empresa expropiada para que los ayude a sacarla a flote.
Todo esta improvisación socialista -con ejemplos de fracasos desde la URSS hasta Norcorea y Cuba- nos hizo pasar de ser productores de maíz y arroz a ser importadores. Después de ser autosuficientes por mas de 16 años, desde el 2010 estamos importando maíz. Este año estaremos importando casi el 50% del consumo de maíz blanco. Recuerdo hace un par de años haber escuchado al Presidente Chávez diciendo que el país estaba  produciendo todo el maíz que necesitábamos. La verdad, aunque Usted no lo crea, y que la  escribí en su momento en mi columna, era que lo estaban importando y lo descargaban de los barcos y se lo llevaban en gandolas que las paseaban por los estados productores de maíz para luego descargarlas en los silos del gobierno y generar la “sensación” de producción. Engaños como los de las reses y cosechas transportadas a los “Aló Presidente” en escenarios televisivos. Ahora el gobierno es el único que puede importar maíz y arroz. La empresa privada no puede importar esta materia prima como lo hace con las otras materias primas que necesita, pues solo el gobierno importa estos cereales. Muy claro, las importaciones son una de las principales fuentes de corrupción que ha enriquecido a muchos funcionarios. El modus operandi es muy sencillo: se solicita a la empresa extranjera vendedora que facture con un sobreprecio el cual se paga en divisas y se deposita en bancos fuera del país… (“sin pasar por go” como indicaba el juego de “Monopolio”). Así opera toda la importación de alimentos que ha generado riquezas extraordinarias a un grupo cada vez mayor de militares y funcionarios responsables de estos procesos de importación de alimentos. Por eso la estrategia ha sido destruir el campo y a la agroindustria (bien por Jaua y Loyo) para estimular las importaciones, la corrupción y la generación de riquezas para los enchufados”. ¿Se atreverá el nuevo presidente a ponerle coto al esquema aquí descrito?

sábado, 21 de abril de 2012

Venezuela: a maneira cubana de fazer filas...

Já que o coronel está construindo o "socialismo do século XXI", com a ajuda dos cubanos, que tal solicitar aos cubanos o know-how para organizar filas, algo que os cubanos aprenderam com o seu próprio "socialismo do século XX", inteiramente baseado na falta de produtos básicos e na escassez permanente dos itens mais comezinhos do consumo corrente?
Creio que vão precisar...
Paulo Roberto de Almeida 

With Venezuelan Food Shortages, Some Blame Price Controls
Meridith Kohut for The New York Times, April 20, 2012

Customers lined up at 6:30 a.m. outside a government-subsidized store in the Santa Rosalía neighborhood for a chance to get whatever groceries were available.

CARACAS, Venezuela — By 6:30 a.m., a full hour and a half before the store would open, about two dozen people were already in line. They waited patiently, not for the latest iPhone, but for something far more basic: groceries.

“Whatever I can get,” said Katherine Huga, 23, a mother of two, describing her shopping list. She gave a shrug of resignation. “You buy what they have.”
Venezuela is one of the world’s top oil producers at a time of soaring energy prices, yet shortages of staples like milk, meat and toilet paper are a chronic part of life here, often turning grocery shopping into a hit or miss proposition.
Some residents arrange their calendars around the once-a-week deliveries made to government-subsidized stores like this one, lining up before dawn to buy a single frozen chicken before the stock runs out. Or a couple of bags of flour. Or a bottle of cooking oil.
The shortages affect both the poor and the well-off, in surprising ways. A supermarket in the upscale La Castellana neighborhood recently had plenty of chicken and cheese — even quail eggs — but not a single roll of toilet paper. Only a few bags of coffee remained on a bottom shelf.
Asked where a shopper could get milk on a day when that, too, was out of stock, a manager said with sarcasm, “At Chávez’s house.”
At the heart of the debate is President Hugo Chávez’s socialist-inspired government, which imposes strict price controls that are intended to make a range of foods and other goods more affordable for the poor. They are often the very products that are the hardest to find.
“Venezuela is too rich a country to have this,” Nery Reyes, 55, a restaurant worker, said outside a government-subsidized store in the working-class Santa Rosalía neighborhood. “I’m wasting my day here standing in line to buy one chicken and some rice.”
Venezuela was long one of the most prosperous countries in the region, with sophisticated manufacturing, vibrant agriculture and strong businesses, making it hard for many residents to accept such widespread scarcities. But amid the prosperity, the gap between rich and poor was extreme, a problem that Mr. Chávez and his ministers say they are trying to eliminate.
They blame unfettered capitalism for the country’s economic ills and argue that controls are needed to keep prices in check in a country where inflation rose to 27.6 percent last year, one of the highest rates in the world. They say companies cause shortages on purpose, holding products off the market to push up prices. This month, the government required price cuts on fruit juice, toothpaste, disposable diapers and more than a dozen other products.
“We are not asking them to lose money, just that they make money in a rational way, that they don’t rob the people,” Mr. Chávez said recently.
But many economists call it a classic case of a government causing a problem rather than solving it. Prices are set so low, they say, that companies and producers cannot make a profit. So farmers grow less food, manufacturers cut back production and retailers stock less inventory. Moreover, some of the shortages are in industries, like dairy and coffee, where the government has seized private companies and is now running them, saying it is in the national interest.
In January, according to a scarcity index compiled by the Central Bank of Venezuela, the difficulty of finding basic goods on store shelves was at its worst level since 2008. While that measure has eased considerably, many products can still be hard to come by.
Datanálisis, a polling firm that regularly tracks scarcities, said that powdered milk, a staple here, could not be found in 42 percent of the stores its researchers visited in early March. Liquid milk can be even harder to find.
Other products in short supply last month, according to Datanálisis, included beef, chicken, vegetable oil and sugar. The polling firm also says that the problem is most extreme in the government-subsidized stores that were created to provide affordable food to the poor.
But with inflation so crippling, many shoppers at those stores said the inconvenience was worth it.
“It’s an enormous help,” said Ana Lozano, 62, a retiree who takes in ironing to supplement her pension, who was waiting outside the Santa Rosalía grocery. “That’s why there’s such a long line.”
The government appears keenly aware of the twin threats of shortages and inflation as it prepares for the October election in which Mr. Chávez is seeking a new six-year term. The price controls have been defended in government advertisements and accompanied by repeated threats from Mr. Chávez to nationalize any company that cannot keep its products on the market.
Vice President Elías Jaua has warned of a media campaign to frighten Venezuelans into hoarding, which would provoke artificial shortages. Government advertisements urge consumers not to succumb to panic buying, using a proverbial admonition: Bread for today is hunger for tomorrow.
Francisco Rodríguez, an economist with Bank of America Merrill Lynch who studies the Venezuelan economy, said the government might score some political points with the new round of price controls. But over time, he argued, they will spell trouble for the economy.
“In the medium to long term, this is going to be a disaster,” Mr. Rodriguez said.
The price controls also mean that products missing from store shelves usually show up on the black market at much higher prices, a source of outrage for many. For government supporters, that is proof of speculation. Others say it is the consequence of a misguided policy.
Emilio Ortiz, 52, a shop owner, said he could buy sugar and powdered milk from his distributors only once last year. He gets cooking oil once a month, but only about half of what he requests. He also said that profits were so low on controlled products that he must raise other prices to compensate.
One of his customers asked if the store had Harina Pan, which is considered the quintessential local brand of flour to use in making arepas, the signature corn cakes that are a staple of the Venezuelan diet.
“There isn’t any,” Mr. Ortiz said. It would be like an American store not having any Coca-Cola.
The customer asked if other stores nearby carried it.
“You can’t find it,” Mr. Ortiz said glumly.
If there is one product that Venezuela should be able to produce in abundance it is coffee, a major crop here for centuries. Until 2009, Venezuela was a coffee exporter, but it began importing large amounts of it three years ago to make up for a decline in production.
Farmers and coffee roasters say the problem is simple: retail price controls keep profits close to or below what it costs farmers to grow and harvest the coffee. As a result, many do not invest in new plantings or fertilizer, or they cut back on the amount of land used to grow coffee. Making matters worse, the recent harvest was poor in many areas.
A group representing small- to medium-size roasters said last month that there was no domestic coffee left on the wholesale market — the earliest time of year that industry leaders could remember such supplies running out. The group announced a deal with the government to buy imported beans to keep coffee on store shelves.
Similar problems have played out with other agricultural products under price controls, like lags in production and rising imports for beef, milk and corn.
Waiting in line to buy chicken and other staples, Jenny Montero, 30, recalled how she could not find cooking oil last fall and had to switch from the fried food she prefers to soups and stews.
“It was good for me,” she said drily, pushing her 14-month-old daughter in a stroller. “I lost several pounds.”

María Eugenia Díaz contributed reporting.

A version of this article appeared in print on April 21, 2012, on page A1 of the New York edition with the headline: Price Controls Keep Venezuela Cupboards Bare.