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sexta-feira, 22 de julho de 2022

O desastre da fraude presidencial com embaixadores estrangeiros - Matérias de imprensa

 Uma edição inteira deste boletim de noticias da ADB voltado para o vergonhoso evento do dia 18/07/2022 no Palácio da Alvorada.

Seguem os temas que mais repercutiram na mídia e redes sociais:


 

O olhar dos embaixadores

Daniel Buarque

Crusoé, 22.07.2022

 

Se Jair Bolsonaro esperava convencer o mundo de que há uma conspiração para tirá-lo do poder por meio de fraudes nas eleições de outubro, sua ideia de reunir mais de 40 embaixadores para apresentar sua teoria deu muito errado. Sem que fosse apresentada uma única prova das “denúncias”, ninguém saiu do Palácio do Alvorada acreditando que há problemas de segurança nas urnas brasileiras. Pelo contrário, o encontro serviu para consolidar a expectativa internacional de tensão nas eleições de outubro, com percepção de alto risco de ruptura democrática.

 

A impressão externa deixada pelo “brienfing” (sic) de segunda-feira foi a de um presidente que quer se manter no governo a qualquer custo e que está preparando o terreno para tentar reverter uma possível derrota nas urnas. Para os embaixadores, jornalistas e analistas estrangeiros, o encontro foi como um prenúncio do golpe que o presidente quer dar, caso venha a perder o poder.

 

Isso ficou muito evidente no posicionamento público de quem acompanhou o encontro. Um dia depois da apresentação de Bolsonaro, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília publicou um comunicado defendendo que as eleições brasileiras são um modelo para o mundo. A nota dizia, ainda, que o governo americano confia na força das instituições do Brasil — reiterando o pensamento da administração de Joe Biden.

 

A Transparência Internacional, ONG que tem muito mais credibilidade no mundo do que o atual governo brasileiro, também rejeitou as bravatas do presidente e publicou um desmentido mostrando as informações falsas apresentadas por ele. Além disso, embaixadores ouvidos pela imprensa após o evento tornaram público o seu desconforto com o clima de ameaça à democracia, especialmente pela menção do presidente às Forças Armadas.

 

A imprensa internacional refletiu bem a falta de credibilidade de Bolsonaro na cobertura do encontro. O jornal francês Le Monde disse que o presidente tenta torpedear o sistema eleitoral. O diário britânico The Guardian e a agência de economia Bloomberg deixaram claro que as acusações sem base apresentadas pelo presidente já foram desmentidas. O New York Times falou sobre o medo internacional de que Bolsonaro rejeite o resultado das eleições. O Washington Post também apontou que o presidente está preparando o terreno para rejeitar o resultado das urnas. Em todos os relatos estava presente o fato de pesquisas de intenção de voto apontarem uma possível vitória de Lula nas eleições.

 

É interessante notar como essa cobertura externa tem sido repetitiva. Qualquer busca por notícias em inglês, francês e espanhol mostra que é fácil confundir os títulos das reportagens desta semana com centenas de outras publicadas desde 2020. “Bolsonaro escala a retórica sobre fraude eleitoral“, dizia a agência Reuters, há quase dois anos. “Bolsonaro é investigado por alegações de fraude sem provas“, deram a CNN e o Financial Times, em agosto de 2021. Em maio deste ano, a revista Vanity Fair chamava Bolsonaro de “fan-boy” do ex-presidente americano Donald Trump e dizia que ele estava se preparando para rejeitar uma derrota eleitoral.

 

Ao organizar sua apresentação de segunda, Bolsonaro minimizou a inteligência dos diplomatas e analistas internacionais. Até porque todos já acompanham os ataques do presidente ao Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Por causa disso,  consolidou-se a percepção de que o presidente brasileiro tentará repetir a insurreição liderada por Donald Trump no dia 6 de janeiro, quando seus apoiadores invadiram o prédio do Capitólio, em Washington. Esses estrangeiros acompanham o noticiário tanto no Brasil quanto no resto do mundo e já sabem das mentiras que o presidente propaga como conspiração contra ele.

 

A postura da imprensa estrangeira neste caso se junta a uma visível deterioração da imagem internacional do Brasil, desde 2013. Nesse ano, os protestos que ficaram conhecidos como as Jornadas de Junho romperam a narrativa internacional de emergência do Brasil. A crise econômica da década passada enterrou a visão de que o país era a “bola da vez”.

 

Hoje, é a imagem específica do presidente que é muito negativa. Desde que o atual governo tomou posse, o Brasil perdeu prestígio internacional ao se tornar mais um país governado por um líder que fazia parte de uma onda global iliberal. O país abandonou uma postura construtiva em fóruns internacionais, perdeu o status de ator importante na defesa ambiental, deixou de ter relevância na política regional da América Latina, foi visto como um dos maiores negacionistas durante a pandemia, comprou brigas desnecessárias com parceiros comerciais importantes e perdeu o apoio americano após a chegada de Biden à Casa Branca. O Brasil parece de fato ter aceitado se tornar um “pária”, como defendeu o ex-chanceler Ernesto Araújo.

 

Ao contrário do que Bolsonaro tentou vender durante recente viagem aos Estados Unidos, o Ocidente não acredita em sua retórica reciclada da Guerra Fria e não vê no ex-presidente Lula uma ameaça comunista. Há fortes críticas a Lula, que o ex-presidente Barack Obama associou à máfia em sua autobiografia, mas há também a lembrança de um período de relações saudáveis e de estabilidade do Brasil. O PT ainda guarda uma retórica antiamericana, mas no passado Lula se deu muito bem com George W. Bush e com o próprio Obama, que o chamou de “o cara”.

 

Em entrevistas recentes, pesquisadores de think tanks americanos deixaram claro que os Estados Unidos esperam o início de um novo governo — seja ele qual for — para definir os rumos das relações bilaterais. O mesmo vale para a União Europeia, cujo acordo com o Mercosul foi travado especialmente pela postura de Bolsonaro em relação ao meio ambiente. Até potências lideradas por governos autocratas, que não teriam motivos para defender a democracia brasileira, como Rússia e China, tampouco teriam razões para se associar agora a um presidente que não inspira confiança.

 

Está posto que essa provável tentativa de reverter o resultado das urnas não deve ter apoio internacional. Apesar da empolgação recente do apresentador americano Tucker Carlson, da Fox News, e do apoio que Bolsonaro pode ter dos poucos governos iliberais que ainda se sustentam, como os da Hungria e da Polônia, o retrato que se pinta do Brasil e do seu presidente no mundo é majoritariamente negativo.

 

Bolsonaro, portanto, fracassou na tentativa de angariar apoio global à narrativa de que é perseguido e de que haverá um complô para que ele não vença as eleições.

 

Mas achar que esse era o objetivo de Bolsonaro ao reunir os diplomatas pode ser uma interpretação equivocada. Talvez Bolsonaro já não esperasse mesmo convencer ninguém e estivesse preocupado apenas em reforçar o discurso para seus apoiadores dentro do Brasil. A esse grupo pequeno, mas persistente, ele se coloca como o verdadeiro defensor da democracia, alegando desde já que tentou mostrar a “verdade” ao mundo, e passando até a incluir a comunidade internacional dentro do que vê como conspiração contra ele.

 

Pode parecer um projeto insano, mas é algo que pode manter viva a chama do bolsonarismo, mesmo com uma possível derrota nas urnas. Esse modelo já está funcionando com Donald Trump, que planeja se candidatar novamente em 2024. Mesmo derrotado e ignorado pelas grandes figuras da política global, o republicano continua propagando a “grande mentira”, batendo na tecla da fraude eleitoral de 2020. Desse jeito, Trump está conseguindo se manter como força política de peso nos Estados Unidos. Não seria estranho se este fosse também o projeto de Bolsonaro.

 

Daniel Buarque é especialista em relações internacionais e tem pesquisado o status internacional do Brasil. É autor dos livros O Brazil é um país sério? (Pioneira) e Brazil, um país do presente (Alameda Editorial)

 

https://crusoe.uol.com.br/edicoes/221/o-olhar-dos-embaixadores/

 

Forças Armadas não têm nada a ver com resultado eleitoral, diz Santos Cruz

 

Chico Alves

Colunista do UOL

22/07/2022 04h00

 

Logo depois da reunião em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou a credibilidade do processo eleitoral a uma plateia de embaixadores de vários países, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz foi ao Twitter para manifestar sua insatisfação.

 

"Vergonha para o Brasil. É um absurdo o presidente da República reunir os embaixadores para falar mal do próprio país", escreveu do Japão, onde está a trabalho.

 

Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, conversou com a coluna por aplicativo de mensagens e aprofundou as críticas ao presidente, além de se manifestar contra a interferência das Forças Armadas no processo eleitoral:

 

Ele volta ao Brasil na próxima semana e vai esperar a convenção do Podemos, ao qual é filiado, para definir se sairá candidato a algum cargo nessa eleição.

 

UOL - O que mais o indignou na explanação do presidente Bolsonaro aos embaixadores sobre o processo eleitoral brasileiro?

Santos Cruz - Não é possível aceitar que o próprio presidente da República reúna os embaixadores, a comunidade internacional no Brasil, para falar mal do país e do próprio sistema que o elegeu. Sem contar o estilo pessoal desqualificado numa comunicação desse nível.

 

Que tipo de repercussão o sr acredita que isso tem perante o mundo?

Isso é vergonhoso. É inimaginável, um vexame internacional desse nivel, promovido pelo próprio presidente. Isso corre o mundo.

 

Nesse momento, um dos maiores parceiros de Bolsonaro nesse ataque ao processo eleitoral é o ministro da Defesa, que insiste que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acate suas sugestões. Como avalia a atuação do general da reserva Paulo Sérgio Nogueira nesse assunto?

Ministro da Defesa é um cargo político que pode ser exercido por civil ou militar. O Ministério da Defesa é um ministério diferente, pois seus componentes são as Forças Armadas. Ele é especial. Mesmo que a função de ministro seja exercida por uma pessoa que apoia o presidente da República, por ser uma escolha política, o Ministério da Defesa, como instituição, e as Forças Armadas não podem ser comprometidas com políticas pessoais, partidárias e de governo.

 

As Forças Armadas são instituições de Estado altamente profissionais, com comandantes profissionais de carreira, avaliados profissionalmente por cerca de 40 anos e escolhidos entre os melhores profissionais de cada geração. São pessoas experientes e capazes.

 

Assim, a pessoa que exerce a função de ministro pode ter posições pessoais, mas isso tem que ser dissociado de qualquer comprometimento das Forças Armadas com políticas pessoais partidárias, pois elas possuem uma destinação constitucional.

 

Considera que fiscalizar o TSE é papel da Forças Armadas?

Não. Eleições no Brasil são de responsabilidade da Justiça Eleitoral. As Forças Armadas foram convidadas pelo TSE a participar do processo de avaliação do sistema, junto com outras instituições. Isso acontece através de sugestões técnicas. Não tem nada a ver com responsabilidade pelo processo eleitoral. Isso é de inteira responsabilidade legal do TSE, como sempre foi.

 

Parece não restar dúvidas de que Bolsonaro vai se apoiar em fake news para contestar o resultado das urnas em eventual derrota. Nossa democracia é forte o bastante para resistir a um ataque desse tipo? Qual seria a posição das Forças Armadas?

A conduta do presidente da República perante o resultado eleitoral é de inteira responsabilidade pessoal dele. Como todo cidadão, as reações precisam ser dentro da lei. Fora disso, tem que se entender com a Justiça.

 

As Forças Armadas não têm nada a ver com resultado eleitoral. Elas cumprem suas funções de acordo com o que está previsto na Constituição. Não se pode tentar envolver Forças Armadas em assuntos politizados.

 

Eu penso que as instituições, e a população também, irão reagir a qualquer ação fora dos limites legais. Não existe motivo para o Brasil sair da ordem legal.

 

https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2022/07/22/forcas-armadas-nao-tem-a-ver-com-resultado-eleitoral-diz-santos-cruz.htm

 

Ministro nega articulação de reunião entre Bolsonaro e embaixadores

Encontro em que presidente desacreditou sistema eleitoral foi criticado até por aliados

Por Aline Macedo

IG, 22/07/2022 06:23

 

O ministro-chefe de Governo, Célio Faria Júnior, nega ter capitaneado junto a Jair Bolsonaro (PL) o desastroso encontro com embaixadores, na segunda-feira (18). O evento gerou péssima repercussão internacional — e mesmo entre apoiadores do presidente, a atitude foi vista como um erro, dando azo ao nada elogioso apelido de "aloprados do Planalto" àqueles que defenderam sua realização.

 

Na mira dos críticos estavam o ministro do GSI, general Augusto Heleno; o assessor especial para Assuntos Internacionais da presidência, Filipe G. Martins; e o sucessor de Flávia Arruda na pasta de Governo — que, em nota enviada à coluna, afirma ter sido citado indevidamente como um dos autores do planejamento.

 

"Em nenhum momento o ministro Célio Faria participou de qualquer reunião sobre o assunto apresentado. Esteve no evento, a convite, assim como todos os ministros que trabalham no Palácio do Planalto", diz a assessoria.

 

A cobertura internacional da reunião no Palácio da Alvorada ressaltou que os questionamentos à segurança do aparato eleitoral brasileiro já haviam sido desmentidos em diferentes ocasiões. O serviço de notícias Bloomberg, com foco em economia, classificou o teor da apresentação como "velhas e refutadas teorias da conspiração". Entidades jurídicas, como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a OAB e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) repudiaram as falas do presidente. Integrantes do Ministério Público, da magistratura e da Polícia Federal, além de profissionais da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) também se manifestaram em defesa das urnas eletrônicas.

 

https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/informe-do-dia/2022-07-22/ministro-governo-articulacao-reuniao-bolsonaro-embaixadores.html

 

Grupo de advogados assina nota em defesa de Bolsonaro por falas em reunião com embaixadores

Gazeta do Povo21/07/2022 18:37


Um grupo formado por 1.400 advogados divulgou uma nota nesta quinta-feira (21) em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas declarações feitas por ele durante uma reunião com embaixadores. O grupo defende no comunicado a liberdade de expressão do presidente da República e consideram que Bolsonaro vem sendo atacado após o encontro por ter manifestado a sua opinião.

 

Na segunda-feira (18), o chefe do Executivo reuniu representantes de diversos países para questionar a segurança do sistema eleitoral brasileiro. No encontro, o presidente também criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte eleitoral já se manifestou sobre as alegações feitas pelo chefe do Executivo na reunião e diversas entidades defenderam o sistema eletrônico de votação.

 

“Entendemos que não há, da parte do Presidente do Brasil, na sua manifestação opinativa-crítica, com exposição de questões fáticas e documentais de conhecimento público, ora apresentada aos embaixadores, envolvendo a temática do processo eleitoral, urnas eletrônicas e apuração com contagem pública dos votos e auditoria, qualquer indicativo material ou formal de que tenha cometido atos ilícitos ensejadores de abertura de processo penal, ou de cunho político-administrativo para abertura de processo de impeachment, improbidade administrativa”, diz a nota.

 

https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/breves/grupo-advogados-defende-bolsonaro-por-falas-em-reuniao-com-embaixadores/

 

Fala de Bolsonaro a embaixadores foi desnecessária, diz Lira a aliados

Redação O Antagonista

21.07.22 21:01

 

Presidente da Câmara tem evitado se pronunciar publicamente sobre o episódio, mas criticou o presidente em conversas reservadas, diz a Folha

 

Arthur Lira disse a aliados que reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores, em que o presidente repetiu teorias da conspiração e fake news sobre as urnas eletrônicas, foi desnecessária e prejudicial eleitoralmente, diz o Painel da Folha.

 

Desde a segunda-feira (18), data da reunião, o presidente da Câmara tem evitado se manifestar publicamente sobre o discurso de Bolsonaro, que desacreditou o sistema eleitoral brasileiro.

 

Segundo seus aliados, porém, ele “explicou o silêncio dizendo que não tem nem o que comentar sobre o encontro e que se manifestar criticamente só prejudicaria as candidaturas que ele mesmo apoia”, escreve o jornal paulistano.

 

A fala do presidente aos diplomatas estrangeiros foi rebatida por Rodrigo Pacheco, pelo TSE, por peritos e delegados da Polícia Federal, pelo governo dos EUA e até por integrantes da Abin, entre outras entidades.

 

https://oantagonista.uol.com.br/brasil/fala-de-bolsonaro-a-embaixadores-foi-desnecessaria-diz-lira-a-aliados/

 

Associação dos Diplomatas do Brasil sai em defesa da Justiça Eleitoral

De acordo com a ADB, desde 1996, quando foi implantada a votação eletrônica, a diplomacia brasileira testemunhou “elevados padrões de confiabilidade” do sistema que tornou o país referência mundial

por Redação

Publicado 21/07/2022 15:54 | Editado 21/07/2022 16:49

 

Diante dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, a presidente da Associação dos Diplomatas do Brasil (ADB), embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, divulgou nota da entidade apoiando a Justiça Eleitoral e o sistema de urna eletrônica do país. 

Sem apresentar provas, o presidente, mais uma vez, tentou desacreditar a Justiça Eleitoral do país apontando a embaixadores na segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, a existência de fraudes nas urnas eletrônicas na eleição presidencial de 2018.

De acordo com a entidade dos diplomatas, desde 1996, quando foi implantada a votação eletrônica, a diplomacia brasileira testemunhou “elevados padrões de confiabilidade” do sistema que tornou o país referência mundial como uma das democracias mais sólidas do mundo.

“Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades”, diz um trecho da nota.

Leia a nota na íntegra:

A ADB reitera sua plena confiança na Justiça Eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação do país. “Por décadas, os diplomatas brasileiros têm atuado em apoio às autoridades eleitorais do país para a organização e a realização das eleições presidenciais. Em mais de 200 cidades espalhadas pelo mundo onde há repartições consulares, além de 33 seções adicionais em localidades em que não há representação permanente. A missão eleitoral do Ministério das Relações Exteriores, que inclui desde o alistamento de eleitores até a transmissão dos votos, mobiliza não apenas servidores do Itamaraty, mas também as comunidades brasileiras. Para 2022, há mais de 600 mil eleitores alistados no exterior.

Desde sua implantação, em 1996, o sistema brasileiro de votação eletrônica é objeto de reiteradas demandas de cooperação internacional de transferência de conhecimento e tecnologia. Ao longo desse tempo, a diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo. Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades.

Embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues Presidente

https://vermelho.org.br/2022/07/21/associacao-dos-diplomatas-do-brasil-sai-em-defesa-da-justica-eleitoral/

 

Diplomatas defendem sistema eleitoral do Brasil: 'Referência internacional'

Do UOL, em São Paulo 21/07/2022 16h02

A ADB (Associação dos Diplomatas do Brasil) declarou "plena confiança" na Justiça Eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação. O posicionamento acontece após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter feito acusações de fraude nas urnas eletrônicas como parte do seu discurso a embaixadores estrangeiros na segunda-feira (18). Na nota, a associação ressalta que o sistema brasileiro é "referência internacional" e que, desde sua implementação, houve diversas demandas de cooperação com outros países para transferência de conhecimento e tecnologia. Para os diplomatas, a consolidação do processo é diretamente relacionada à imagem do Brasil como "uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo".

"Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades", finaliza o texto.

No encontro com embaixadores, Bolsonaro voltou a questionar a segurança do sistema eleitoral. Na ocasião, ele afirmou, sem apresentar provas, que os ministros do TSE buscam eleger políticos de esquerda ao supostamente impedirem que medidas de transparência sobre o sistema de votação sejam adotadas.

Mas, diferentemente do que diz o presidente, desde que as urnas eletrônicas foram implementadas - parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000 - nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

Associação do TCU manifesta sobre segurança e confiabilidade das urnas
A AudTCU (Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União), que representa auditores federais também divulgou hoje uma nota na qual declarou confiança nas urnas. A manifestação, segundo o texto, é baseada no "resultado das etapas da auditoria integrada" realizada pelo TCU para avaliar o sistema com a finalidade de avaliar o sistema brasileiro de votação.

A associação ressaltou que participa de diversos comitês, grupos e forças-tarefas para assegurar a aderência dos métodos de auditoria às melhores práticas internacionais. O grupo explicou que, atualmente, o TCU preside organizações que "reforçam a autoridade do TCU para - na condição de fiel da balança - se pronunciar sobre a auditabilidade, segurança e confiabilidade do processo de votação eletrônica vigente no Brasil".

"A AUD-TCU reconhece o direito de todo cidadão, organização da sociedade civil e partido político de criticar a eficiência do sistema eleitoral vigente e o funcionamento da administração pública. Mas repudia toda e qualquer medida corrosiva de agentes públicos, partidos políticos e candidatos como estratagema do jogo político para abalar a credibilidade das instituições constitucionais, especialmente quando as manifestações não são acompanhadas de provas concretas, as quais sempre podem ser apresentadas no contexto do devido processo legal, seja no plano judicial, seja na esfera de controle externo", diz o texto.

https://www.uol.com.br/eleicoes/2022/07/21/diplomatas-brasileiros-eleicao-urna-eletronica-referencia-internacional.htm

Reino Unido afirma que urnas eletrônicas brasileiras são seguras e eficientes

Por Felipe Frazão

21/07/2022 | 18h28

Atualização: 21/07/2022 | 20h36

 

Em comunicado, embaixada britânica em Brasília diz esperar que ‘todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas’

 

BRASÍLIA – Em nova reação à tentativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de minar a credibilidade das eleições no Brasil, o Reino Unido afirmou nesta quinta-feira, dia 21, que as urnas eletrônicas já se mostraram “seguras” e ganharam reconhecimento global por sua “celeridade e eficiência”. O governo britânico manifestou, em comunicado diplomático, confiança na democracia brasileira e cobrou o comprometimento de todos os atores internos com respeito a eleições livres e justas.

“Em eleições passadas, o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas se mostraram seguras e passaram a ser reconhecidas internacionalmente por sua celeridade e eficiência”, diz nota divulgada pela embaixada britânica em Brasília. “Reafirmamos nossa confiança no bom funcionamento do processo democrático do Brasil e esperamos que todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas.”

Os britânicos disseram também que as instituições brasileiras são “sólidas e transparentes”, outro contraponto ao presidente brasileiro. Além de contestar o sistema eletrônico de votação e contagem de votos, Bolsonaro mira seus ataques no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja cúpula ele acusa de agir para golpear a democracia e favorecer seu principal adversário na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro sustenta parte de sua argumentação em supostas ameaças ainda não debeladas, que teriam sido encontradas pelas Forças Armadas. O Ministério da Defesa insiste em pressionar a Corte por mudanças no processo eleitoral. O presidente também conta com a disposição da cúpula da Polícia Federal em mobilizar pessoal para auditar a votação, e com planos de fiscalização da Controladoria-Geral da União e suporte jurídico da Advocacia-Geral da União.

Sem citar os pré-candidatos ao Palácio do Planalto, seja Bolsonaro ou Lula, apontado como favorito nas pesquisas de intenção de voto, Londres afirmou que “quem for escolhido pela nação brasileira poderá contar com o governo britânico para fortalecer as relações bilaterais e a amizade entre os dois povos”.

A reação do Reino Unido é a segunda da comunidade internacional a Bolsonaro. Três dias após o presidente reunir cerca 70 embaixadores no Palácio da Alvorada e contestar a legitimidade de eleições passadas e da próxima no Brasil, a diplomacia britânica se pronunciou publicamente, modelo de resposta inaugurado pelos Estados Unidos. Como o Estadão mostrou, embaixadores presentes Alvorada saíram do encontro sem se convencer das suspeitas de fragilidade levantadas pelo presidente e com a impressão de que ele promoveu um ato de campanha.

O governo Joe Biden rebateu os argumentos de Bolsonaro na terça-feira, dia 19, afirmando que a votação no Brasil é um modelo para o mundo. Depois de a embaixada dos EUA divulgar um comunicado diplomático oficial, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, reiterou o posicionamento do governo Joe Biden e cobrou, durante entrevista na quarta-feira, dia 20, em Washington, que as instituições envolvidas na eleição sigam seu papel previsto na Constituição. Biden tem sido pressionado internamente por aliados do Partido Democrata a cobrar que Bolsonaro respeite o resultado das eleições se derrotado e que os militares brasileiros, parceiros históricos dos norte-americanos, não se envolvam em iniciativas bolsonaristas para contestar o pleito, em eventual golpe de Estado.

Tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido não têm embaixador atualmente em Brasília. Ao contrário dos norte-americanos, os britânicos não assistiram presencialmente à argumentação de Bolsonaro no Alvorada. A embaixada afirmou que a encarregada de negócios, Melanie Hopkins, atualmente no comando da representação do país em Brasília, não recebeu convite da Presidência da República. Os EUA foram representados no encontro de Bolsonaro com chefes de missão diplomática por seu encarregado de negócios, Douglas Koneff, também na chefia da embaixada.

Além da reação externa, funcionários do Itamaraty também saíram em defesa das urnas eletrônicas. A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) e o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) ressaltaram a confiança e a participação no processo eleitoral, dando suporte à organização de votações nas repartições consulares. A Zona Eleitoral Exterior ultrapassou a casa dos 600 mil eleitores cadastrados, sendo maior do que a população apta a votar em Estados como Roraima, Acre e Amapá. “A diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo”, disse a ADB.

 

Leia a íntegra da nota do Reino Unido:

Nota da Embaixada Britânica sobre eleições no Brasil

Esta semana tem sido marcada por um amplo debate público sobre o sistema eleitoral brasileiro. Acreditamos na força da democracia do Brasil, que conta com instituições sólidas e transparentes.

Em eleições passadas, o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas se mostraram seguras e passaram a ser reconhecidas internacionalmente por sua celeridade e eficiência.

Reafirmamos nossa confiança no bom funcionamento do processo democrático do Brasil e esperamos que todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas.

Quem for escolhido pela nação brasileira poderá contar com o Governo Britânico para fortalecer as relações bilaterais e a amizade entre os dois povos.

https://www.estadao.com.br/politica/reino-unido-afirma-que-urnas-eletronicas-brasileiras-sao-seguras-e-eficientes/

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Repúdio geral às mentiras do Estrume presidencial - Associações de juízes, OAB e IAB defendem voto eletrônico e criticam Bolsonaro

Associações de juízes, OAB e IAB defendem voto eletrônico e criticam Bolsonaro

Entidades fazem severas críticas às novas declarações do presidente feitas em reunião com embaixadores

voto eletrônico
Jair Bolsonaro fala a embaixadores / Crédito: Clauber Cleber Caetano/PR

As principais associações nacionais da magistratura e da advocacia divulgaram, na segunda (18/7) e nesta terça-feira (19/7), notas públicas em defesa do sistema eletrônico de votação adotado pelo país desde 1996, com severas críticas às novas declarações do presidente Jair Bolsonaro feitas em reunião por ele promovida com embaixadores de vários países, na qual reiterou o seu “propósito em deslegitimar os poderes constituídos, as urnas eletrônicas que o elegeram e o papel da imprensa”.

A citação acima está na nota oficial do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), assinada por Sydney Sanches, para quem “amanifestação irresponsável do presidente envergonha o País diante da comunidade internacional, desinforma a opinião pública e visa a delinear um cenário de instabilidade institucional, que venha a motivar um inadmissível ato de ruptura constitucional”.

As outras manifestações oficiais foram das seguintes instituições: Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe); Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

A seguir, destaques das citadas manifestações:

AMB

O sistema de votação eletrônico implantado no Brasil é considerado um modelo de sucesso em todo o mundo, continuamente testado por organismos internacionais autônomos. Nunca se comprovou a existência de fraudes, apesar das verificações públicas a que as urnas eletrônicas são submetidas periodicamente.

A jovem democracia brasileira possui instituições fortes o suficiente para atravessar os momentos de disputas eleitorais. A garantia da soberania da vontade popular é a condutora das ações das instituições do Estado brasileiro, especialmente da Justiça Eleitoral.

O trabalho realizado pelos ministros e ministras do TSE, responsáveis maiores pela condução do pleito, não pode ser vilipendiado às vésperas das eleições, sendo inadmissíveis ataques pessoais aos principais atores da justiça brasileira.

OAB

A OAB reitera sua confiança no sistema eleitoral brasileiro, na Justiça Eleitoral e no modelo eletrônico de votação adotado em nosso país, reconhecido internacionalmente como eficiente e confiável. Desde 1996, a urna eletrônica é usada nas eleições sem que haja nenhum registro ou indício de fraude, com as votações resultando nas eleições de políticos dos diversos partidos e ideologias que coexistem no país.

As ministras e os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contam com a confiança e o apoio da OAB para seguir em sua missão de organizar e assegurar a realização das eleições. Os diversos integrantes do tribunal têm sempre adotado as providências necessárias para manter atualizadas as resoluções eleitorais e também as tecnologias empregadas a cada votação, em um processo de amadurecimento que promove a continuidade da segurança do modelo brasileiro, seguindo padrões científicos e de segurança comprovados.

Ajufe

Por opção do legislador constituinte, atribuiu-se ao TSE o papel de condutor e árbitro dos processos eleitorais, incumbência que vem sendo por ele exercida de forma absolutamente republicana e eficiente ao longo dos anos.

O exemplo máximo dessa eficiência foi a implantação e aperfeiçoamento das urnas eletrônicas, que, desde 1996, vem garantindo a mais absoluta legitimidade da vontade popular, sem qualquer indício efetivo de irregularidades na sua utilização, sendo, por mais de uma vez, inclusive por meio do Congresso Nacional, rechaçada a necessidade de adoção do voto impresso.

Portanto, como vem acontecendo em todas as eleições prévias, reafirma-se a certeza de que o resultado da vontade popular será respeitado, independentemente de quem venha a ser eleito ou eleita aos cargos em disputa.

Por fim e desde logo, rechaça-se qualquer tentativa de impugnação a tal resultado fora das vias adequadas, ou seja, aquelas admitidas pelo ordenamento jurídico, garantida a independência do Poder Judiciário e a soberania do voto popular.

IAB

O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) vem reafirmar o seu compromisso em defender, de forma intransigente, o processo eleitoral para escolha democrática dos candidatos, por meio do voto eletrônico, que vem sendo consagrado no País e sob a jurisdição exclusiva da Justiça Federal.

As declarações do presidente da República, proferidas em reunião por ele convocada com embaixadores de vários países, onde repetiu o discurso sem provas e infundado de questionamento ao processo eleitoral e, mais uma vez, atacou os ministros do STF e do TSE, confirmam seu reiterado propósito em deslegitimar os poderes constituídos, as urnas eletrônicas que o elegeram e o papel da imprensa.

A manifestação irresponsável do presidente envergonha o País diante da comunidade internacional, desinforma a opinião pública e visa a delinear um cenário de instabilidade institucional, que venha a motivar um inadmissível ato de ruptura constitucional.

Neste momento sensível da história brasileira, é dever das instituições da sociedade civil defender a lisura do processo eleitoral eletrônico e depositar integral confiança na condução do TSE, a fim de garantirmos a segurança da institucionalidade da transição democrática decorrente do resultado das eleições.

Afirmaremos sempre que é imperativo o respeito ao Estado Democrático de Direito fundamentado na soberania, no exercício da cidadania e no pluralismo político, e não iremos desistir de denunciar e combater qualquer manifestação que venha a alimentar o descrédito às eleições e à democracia.

Anamatra

A Anamatra está convicta de que ações que promovam a violação da democracia serão sempre combatidas fortemente pelos agentes públicos e políticos competentes e pela opinião pública nacional. Contudo, é sempre importante alertar a sociedade e apresentar seu posicionamento neste momento em que falsas afirmações são feitas pela autoridade máxima do Poder Executivo a respeito do sistema eleitoral brasileiro.

Nesse sentido, a Anamatra expressa confiança no Poder Judiciário brasileiro, em seus Ministros, no Supremo Tribunal Federal, no Tribunal Superior Eleitoral, no sistema eleitoral brasileiro e em nossas urnas eletrônicas, modelo para o mundo.

The apocalyptic vision behind Putin’s ‘golden billion’ - Adam Taylor, Sammy Westfall (The Washington Post)

Mais um pouco de teorias conspiratórias:  

The apocalyptic vision behind Putin’s ‘golden billion’ argument

By Adam Taylor
with Sammy Westfall
The Washington Post, July 22, 2022

The 
Participants gather near a screen showing Russian President Vladimir Putin, who delivers a speech at the St. Petersburg International Economic Forum on June 17. (Anton Vaganov/Reuters)

Participants gather near a screen showing Russian President Vladimir Putin, who delivers a speech at the St. Petersburg International Economic Forum on June 17. (Anton Vaganov/Reuters)

For Russian President Vladimir Putin, a two-word phrase sums up the current state of world geopolitics: “golden billion.”Speaking this week in Moscow, Putin declared that the “model of total domination of the so-called golden billion is unfair. Why should this golden billion of all the population on the globe dominate over everyone and impose its own rules of behavior?”

The golden billion “divides the world into first- and second-class people and is therefore essentially racist and neocolonial,” Putin continued Wednesday, adding that “the underlying globalist and pseudo-liberal ideology is becoming increasingly more like totalitarianism and is restraining creative endeavor and free historical creation.”

For most readers in the United States or Europe, a “golden billion” probably means nothing. But in Russia, this phrase has been around for decades as a doom-saying shorthand to describe a future battle for resources between a global elite and Russians. And since February, the Russian government has been deploying the theory to argue that Russia’s isolation after its invasion of Ukraine was not because of its actions — but because of an inevitable global conspiracy against it.

These complaints about inequality may seem rich coming from a man who has led an invasion that could help partially restore an empire, who has clung to power for decades while banishing his biggest opponent to prisonand whose personal wealth was once estimated to be $200 billion. But at least some members of the Russian government seem to sincerely believe in the ethos behind these theories. And it may not just be Russians who find the idea persuasive.

Putin’s vague allusions to a golden billion over recent months obscure a far more conspiratorial history. The phrase comes from an apocalyptic book published in 1990, just as the Soviet era came to a crashing halt. Titled “The Plot of World Government: Russia and the Golden Billion,” the book was written by a Russian publicist named Anatoly Tsikunov under the pen name A. Kuzmich.

Tsikunov described an end-times conspiracy against Russia, with the wealthy Western elite realizing that ecological change and global disaster would see further competition for world resources, ultimately rendering the world uninhabitable for all but a billion of them. This elite realize Russia, with its natural resources, immense mass and northern location, needs to be brought under their control by any means necessary for their own survival.

This thesis was a twist on the widely disputed fears about global overpopulation developed by British cleric Thomas Robert Malthus in the late 18th century. However, it’s been given a modern, Russocentric update. In his 2019 book “Plots against Russia: Conspiracy and Fantasy After Socialism,” New York University scholar Eliot Borenstein writes that the idea fits into a broader, paranoid history.

 

The golden billion “gathers together many of the most important tropes of benighted, post-Soviet Russia (the need to defend the country’s natural resources from a rapacious West, the West’s demoralization of Russia’s youth, destruction of Russia’s economy, and destruction of public health) into one compelling narrative, a story combining historical touchstones (the Great Patriotic War) with science and pseudoscience,” Borenstein wrote.

Tsikunov died in unclear circumstances a year after his book was published, only adding to the mystique. But his idea was soon popularized by the anti-liberal Russian intellectual Sergey Kara-Murza, who stripped away its stranger edges and wrote in the later 1990s that the golden billion meant the population of higher-income democracies like those in the OECD or G-7 who consume an unfair proportion of the world’s resources.

More than two decades later, the theory is everywhere in the Russian government. Despite its conspiratorial beginnings, high-ranking Russian officials like former president Dmitry Medvedev and Russian Foreign Minister Sergei Lavrov have repeated it in public settings since the Feb. 24 invasion.

“You can proclaim yourself a golden billion as much as you like, but the population on the globe is many times larger, and metals are much more expensive than gold,” Medvedev, now deputy chairman of the Russian Security Council, said on March 19. That no one would actually refer to themselves as the golden billion seems to be beside the point.

More worrying to some experts is the talk from Nikolai Patrushev, the lesser known but powerful Security Council secretary who is viewed by some as, remarkably, a potential successor of Putin. In an interview with the state-owned newspaper Argumenty i Fakty published in May, Patrushev said the West may talk about “human rights, freedom and democracy,” but secretly it was working toward the doctrine of the golden billion.

Patrushev suggested the coronavirus pandemic could have been orchestrated for the cause and warned that a global economic crisis was being created for “a handful of magnates in the City of London and Wall Street.”

“I fear this smart and driven man actually believes … his analysis of current global events.” Mark Galeotti, an honorary professor at University College London and senior associate fellow at the Royal United Services Institute, wrote on Twitter about the interview.

Even wild theories can have tactical uses. When Putin speaks about a golden billion, he uses it to tie Western exploitation of Africa and Asia recently with the backlash to the conflict in Ukraine. Though Putin has long presented himself as a voice of global conservatism, the righteous anger of anti-colonialism is no doubt a more potent force globally.

“Of course, this golden billion became golden for a reason. It has achieved a lot. But it not only took such positions thanks to some implemented ideas, to a large extent it took its positions by robbing other peoples: in Asia, and in Africa,” Putin said Wednesday. “Indeed, it was like that. Look at how India has been plundered.”

In South Asia, Africa and Latin America, stories of anger against domination and colonialism find a receptive audience. And these are three regions where countries have so far failed to rally behind Western efforts to isolate Moscow.

But the contradictions in Putin’s logic could undermine his story. Another tale of colonialism and domination is playing out now in Ukraine, which Putin has suggested is rightfully Russian land. As The Post’s Robyn Dixon reports, Putin is moving rapidly to annex and absorb the parts of Ukraine it currently holds, “casting himself as a new version of the early-18th-century czar Peter the Great recovering lost territory.”

Many analysts view the root cause of the war not even as Putin’s desires for Russians, but as Putin’s desire for continuing domestic legitimacy. “The war allowed Putin to return to the fore of Russian politics as the person in charge who is irreplaceable,” historian Yakov Feygin wrote this week.

Can this imperial, great man style of politics coexist with apocalyptic, anti-colonial fears of the golden billion? For now, the Kremlin hopes so.


Casa Stefan Zweig de Petropolis comemora seus primeiros dez anos - Alberto Dines, Kristina Michahelles, Israel Beloch

Querid@s amig@s da Casa Stefan Zweig,

Uma "pequena usina de quimeras" começou a funcionar a pleno vapor há mais de 10 anos, nas palavras do fundador e idealizador da CSZ, Alberto Dines (veja abaixo discurso inaugural de 2012),
E já vamos assoprar as velinhas no final deste mês.
Fizemos muita coisa nessa década e já somos hoje parte integrante da paisagem cultural de Petrópolis.
Venha comemorar conosco no sábado, 30 de julho, a partir das 11h. 

O presidente da CSZ, Israel Beloch, fará uma breve alocução, e o mais recente integrante do nosso Conselho, o artista plástico Luiz Áquila, vai falar sobre a exposição em versão "pocket" da fantástica Eleonore Koch, uma das milhares de refugiadas do nazifascismo.
Para dar um toque especial de alegria, convidamos a saxofonista Daniela Spielmann a dar uma canja.
VENHAM TODOS! 
VAMOS CELEBRAR!

Kristina Michahelles, diretora executiva, e equipe da CASA STEFAN ZWEIG

Íntegra do discurso inaugural de Alberto Dines em 28/7/2012: https://casastefanzweig.org.br/sec_texto_view.php?id=118


Bolsonaro leva sua fraude eleitoral para o mundo todo - Entrevista Paulo Roberto de Almeida (Brazilian Report)

Bolsonaro leva sua fraude eleitoral para o mundo todo

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Has Biden Made America Indispensable Again? - Josef Joffe

Has Biden Made America Indispensable Again?

Unlike Obama and Trump, 46 knows how to herd cats to get what he wants

by Josef Joffe

Tablet Magazine, July 17, 2022

 

The United States turned 246 this year, and it was not a happy birthday. Inflation is the worst in 40 years. Violent crime in the big cities is rising after a 30-year decline. America’s educated and wealthy have separated themselves from the hoi polloi, praying to the God of Woke. The culture wars threaten the nation’s great universities. A president without a mandate or a legislative majority tried and failed to impose a socioeconomic agenda so ambitious it would have made FDR look like a capitalist stooge.

 

Abroad, though, let’s give Joe Biden a break. He may falter at home, where 85% see the country on the wrong track. But behold the upside: The country is back on the global stage. This startling twist comes after 12 years of retraction under Presidents Obama and Trump. Coming from opposite ends of the ideological spectrum, they had bad-mouthed allies, inflicted trade wars, and pulled troops out of Europe, America’s first line of defense in two world wars and a forward-operating base for Africa and the Middle East. Their number under Biden is slated to rise to 100,000, led by a new headquarters in Poland. Above all, No. 46 deserves credit for laying down the law when Vladimir Putin unleashed his war of conquest against Ukraine, inflicting devastation not seen since the invasion of Hitler’s armies.

 

Like many in the West, this author included, the aggressor was in for a surprise. As Putin’s divisions pounced on Feb. 24, he may have counted on Europe’s loss of will. None of the Continental Big Three—France, Germany, Italy—would want to “die for Kyiv,” to recall an infamous French line on the eve of World War II: Mourir pour Dantzig? Today, they might mumble reluctantly: “God, bless America,” that unloved, unpredictable Gulliver who is suddenly acting as the “indispensable nation” again, recruiting a global coalition extending from Europe to the Far East and Oceania.

 

To appreciate America’s starring role, look at the stage. Napoleon had beseeched the Almighty: “Please let me fight against coalitions.” It took seven kaleidoscopic alliances before he was dispatched to St. Helena. Some opted out, others defected. Fred Zinnemann’s classic High Noon makes the point Hollywood-style. Marshal Will Kane (Gary Cooper) couldn’t corral the good burghers of Hadleyville, New Mexico, when the bad guys approached. One whined: I can’t shoot. Another: I have a wife and children. A third: They are after you; leave town, and they will spare us. Kane did not have the clout to transform the herd into a posse.

 

So how did Marshal Biden pull it off? To arise and survive, coalitions must satisfy three conditions: First, there has to be a Great Organizer who takes the lead and assumes the heaviest part of the burden—in this case by unleashing a stream of arms and billions of dollars. Lesser nations do not have such a cornucopia brimming with financial and military treasure or the logistical ability to dispatch it quickly across oceans and continents.

 

Second, as High Noon shows, a common enemy is not enough to achieve “one for all and all or one.” Feted as leaders of Europe, France and Germany were squeamish. Better to play the “honest broker,” to fall back on Bismarck, and pocket the mediator’s fee. Monsieur Macron kept telephoning the Russian tyrant, and Herr Scholz, the German chancellor, went on a pilgrimage to Moscow.

 

For a coalition to hold, it needs a leader who identifies his own interests with those of the whole; sheer moral indignation is never enough. Having curled up under Uncle Sam’s security blanket for a lifetime, the Europeans, whose ancestors had conquered India, North America, and Africa, have lost their global vocation. The exception in our days is Britain, which had managed the state system for 400 years; global order is part of its DNA. After a longish retrenchment, the United States rediscovered its role as global housekeeper when Putin struck with unchecked ferocity. Grudgingly or not, Team Biden grasped what it means to be a truly global power.

 

At stake was not only Ukraine, but also a 77-year-old European order, the longest peace of all time. The oldest law of international politics finally kicked in against Russian imperialism: Aggressors must be stopped, contained, and deterred from more rape and ruin. Negotiations, as counseled by the leading nations of Europe, are useless as long as Russia is on a roll. Local players have local interests; superpowers must mind the global store. Power is destiny.

 

Third, once the posse forms, it won’t necessarily stay in harness, to recall Napoleon’s plea to God. Members waver, hang back, or strike separate deals. To keep them in line, they must be reassured. Here, the United States plays the pivotal role, as well. Its overkill deterrent devalues Putin’s wild-eyed nuclear saber rattling, as the puny nuclear panoplies of France and Britain cannot. Together, they field 500 warheads against America’s 5,800 and Russia’s 6,400 (total stock, not active arsenal). A herd sticks together when sheltered by its shepherd and his sharp-toothed dogs who protect the flock against the wolves.

 

These three factors explain the miracle of Feb. 24, when the West (minus Hungary) came together as one. Indeed, instead of eroding, the alliance is expanding. Would Finland and Sweden, eternal neutrals, throng into NATO without Mr. Big, the ultimate guarantor of their security? Poland, the main conduit of heavy weapons into Ukraine, shouldered the risk because the United States underwrites its safety. Good fences, Robert Frost might muse, make for good allies. This is not poetry, but International Politics 101.

 

To size up Biden, compare him to his predecessors. Barack Obama had taken his distance from America’s far-flung alliance network. “Free riders aggravate me,” he carped. Donald Trump put down NATO as “obsolete.” In spite of his über-ambitious domestic agenda, Biden went into repair mode, immediately rescinding Trump’s troop drawdown in Europe. In Asia, he paid homage to Japan and South Korea and tightened the U.S. relationship with Australia. He toughened his rhetoric against China. Unlike Trump, he embraced his allies at this year’s G-7 confab in Elmau, Germany, and the NATO summit in Madrid.

 

In the Middle East, another strategic theater par excellence, Biden set out to reverse the damage wrought by his old boss. When courting Iran, Obama thought he could ignore the first law of power politics: Do not get into bed with a revolutionary challenger like the grasping Islamic Republic. Tehran is set on acquiring nuclear weapons. It has been expanding all the way to the Mediterranean. It is intimidating America’s nasty but indispensable ally Saudi Arabia. Predators don’t suddenly start purring when petted with “executive agreements” and infusions of cash, as in the Obama days.

 

Rightly maligned on other issues, Trump showed the better instincts when he engineered the Abraham Accords, joining Israel, the UAE, and Bahrain (and later Morocco, Sudan, and Oman). Riyadh is a silent partner, and so is Cairo, never mind its repressive military regime. You would not want Mohammed Bin Salman and General Sisi as best men at your wedding. Still: When badgered by his undersecretary of state, Sumner Welles, about an unsavory Nicaraguan strongman, FDR is supposed to have shot back: “He may be a son of a bitch, but he’s our son of a bitch.”

 

Democratic leaders rightly prefer the company of the decent, but in the crunch, they must think in terms of the balance of power. Iran is working hard to dislodge the United States from its perch in the Middle East. Willing to cold-shoulder Israel, Obama thought that he could transmute revolutionary Iran into a status quo power. “O sancta simplicitas”— how naïve can you be? — Jan Hus cried out, when he saw a pious woman throw a log onto the stake about to incinerate the Protestant reformer in 1415.

 

The West isn’t doing the Ukrainians a favor; it is the other way round.

This global tour d’horizon reveals the contours of America’s grand strategy in the second year of Joe Biden, who bumbles, misspeaks, indulges his party’s ideological fringe, and wants to turn the United States into a European-style social democracy. In the game of nations, though, Biden plays by the rules of realpolitik: Counter, contain, and corral coalitions against the aggressor du jour. In our days, it is Vladimir Putin who stands in the tradition of rapacious czars, white or red, like Peter the Great, Empress Catherine, Josef Stalin, and Nikita Khrushchev.

 

The short take on a half-millennium of Russian expansion is this: When in command of the means, Muscovy has been and remains a problem for European, indeed, global security. Is national character to blame? Try a simpler explanation, embedded in the nature of the international system: Opportunity makes a thief. This temptation is not exactly alien to Western powers, even to liberal ones like England and America.

 

Shall we blame Russia’s supposedly imperialist soul? Cut Czar Vladimir some slack. He has signaled, then landed his punches ever since he rose to power in 2000. He started out by rebuilding Russia’s rotten military, piling up ever more sophisticated weaponry. He subdued Georgia in 2008, swallowing Crimea and Ukraine’s southeast in 2014. He moved into Syria, practically ushered in by Barack Obama. He ratcheted up pressure on the Baltics, testing NATO’s positions in the North Sea. The West got worked up and imposed some sanctions, but did not grasp the nettle. It will not do to denounce Putin for simply taking while the taking was good.

 

Putin began to encircle Ukraine with about 120,000 men in the spring of 2021, thus testing the West, whose reaction was underwhelming. No wonder that he must have been confounded when he launched his attack on Feb. 24. Swiftly, the United States, with Britain by its side, masterminded a far-flung coalition, organized a brutal sanctions regime, and pressed its hesitant allies to feed the weapons-and-cash pipeline into Ukraine. Whatever it takes, short of direct military engagement, which the rules of the nuclear age proscribe. Abandoning 12 years of retrenchment, the United States now underwrites Ukraine’s life insurance policy, which Western middle powers like Britain and France cannot.

 

Now to the darker part of the picture. We always know how wars begin, never how they end. The reason is twofold. One is the Hadleyville syndrome, which explains why Marshal Kane’s posse trickled away in High Noon. Coalitions are fickle; to keep them in line is like herding cats, who are as selfish and distractable as nations. The test of Europe’s resolve looms in the winter if Russia keeps manipulating gas supplies on which half the continent, especially Germany, is hooked. Sanctions is a game both sides can play, and so Russia started cutting gas deliveries in the summer of 2022. Who would want to freeze for Kyiv, to recall the Danzig precedent?

 

The second problem is posed by Ukraine. In phase 2 of the war, its brave warriors will find it a lot harder to dislodge the well-entrenched Russians in the southeast than it was to disrupt their order of battle in phase 1, when the nation’s survival was at stake. Then, Ukraine enjoyed the benefit of the “interior lines,“ to borrow from Clausewitz. In phase 2, the Russians are close to home, and they can draw on their ethnic kin in the southeast. To defend is easier than to reconquer. An open-ended war of attrition is deadly for coalitions, threatening to break Western resolve. Add to inflation and shortages and a recession looming on the horizon.

 

If Ukraine has a chance, it is only because the indispensable nation leads, supplies, and deters. Nor does Europe’s mighty protector philosophize, as Chancellor Scholz did on Twitter as late as May 27: “Can force be defeated by force? Can peace be achieved only without guns? We should respectfully discuss both positions.” Firefighters don’t mull the nature of fire while the house is burning. The Ukrainians are lucky to be able to draw on the “Arsenal of Democracy,” to invoke FDR’s famous phrase of 1940.

 

Is there another choice but to flood Ukraine with billions and high-precision, long-range weaponry? Just as precious is U.S. space-based and battlefield intelligence that enables the Ukrainians to score at least tactical surprises. A high-precision volley of the U.S.-supplied HIMARS multiple-rocket system can strike a Russian ammo train 300 miles away. The ultrasophisticated hand-held Javelin can knock out the most modern Russian tank.

 

Why stay in the fight? The strategic stakes could not be higher. The West isn’t doing the Ukrainians a favor; it is the other way round. Ukraine is fighting for us, as well. The payoff will be threefold: a chastened Putin, a restored balance, and a salutary European future, all with obvious lessons for China in the Indo-Pacific. Putin is neither demented, nor daft. Back in the KGB, he learned about the “correlation of forces,” a Soviet classic.

 

The overall balance—riches, productivity, and technology—is not on his side, not to speak of manpower, armored units, air assets, and naval forces. Who will buy Russian gas withheld from Europe? There is no pipeline network into China. Oil is fungible, and the market is taking revenge by imposing discounts on Russian crude—a key source of the Kremlin’s foreign earnings.

 

Will Putin win his bet on Western decadence, nonetheless? Not as long as the indispensable nation stays in the game for the long haul, as it did in the Cold War that ended with the dissolution of the Soviet Empire. If the Europeans harken to their well-considered interests, they will stick with the posse. It is a no-brainer. They only have to imagine a future with a victorious Russian army ensconced on the borders of Poland, the Baltics, and the southern tier of the former Warsaw Pact.

 

Josef Joffe, a fellow of Stanford’s Hoover Institution and former editor of Die Zeit, teaches international politics and security at the Johns Hopkins School of Advanced International Studies in Washington.

 


O cercadinho dos embaixadores - Elio Gaspari (O Globo)

O cercadinho dos embaixadores

A diplomacia mambembe de Bolsonaro

Elio Gaspari

Presidente Jair Bolsonaro em reunião com embaixadores sobre o sistema eleitoral brasileiro 

 

Há 200 anos, antes do Grito do Ipiranga, José Bonifácio de Andrada e Silva criou a semente da diplomacia brasileira. Em agosto de 1822, ele encaminhou um “Manifesto aos Governos e Nações Amigas”, em que Dom Pedro mencionava a “vontade geral do Brasil que proclama à face do universo a sua independência política”. Sempre antes do 7 de Setembro, Andrada mandou representantes a Londres e Paris.

Passaram-se 200 anos, e Jair Bolsonaro apequenou a diplomacia fundada por José Bonifácio. Reuniu embaixadores estrangeiros para recriminar o sistema eleitoral brasileiro, atacando nominalmente os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.


Ele disse coisas assim: 

— Por que um grupo de apenas três pessoas quer trazer instabilidade para o nosso país, não aceita nada das sugestões das Forças Armadas, que foram convidadas? São perfeitas, chega a perfeição absoluta? Talvez não. Nem um sistema informatizado pode dar garantia de 100% de segurança. As Forças Armadas, das quais sou comandante supremo, ninguém, mais do que nós, quer estabilidade em nosso país.

Bolsonaro pode dizer coisas desse tipo onde bem entender, menos para uma plateia de diplomatas estrangeiros formalmente convidados. O processo eleitoral de um país pode ter observadores internacionais, caso essa seja a vontade de seu governo. Chamar diplomatas estrangeiros para ouvir uma peroração como a do Alvorada não chega a ser alienação de soberania, é apenas tolice, menos para quem esteja planejando uma crise institucional. Vale lembrar que, na posse dos presidentes do Estados Unidos, os embaixadores estrangeiros não são convidados para a cerimônia, pois se trata de assunto doméstico.

Desde 1822, quando Andrada e Silva se preocupava com as nações amigas, não há precedente de um governante brasileiro ter reunido embaixadores para defender suas opiniões, atacando integrantes de outro Poder da República. Seria ingenuidade achar que Bolsonaro reuniu esses senhores para convencê-los de seja lá o que for. Bolsonaro falou para sua base. Uma coisa é certa: a ideia desse “brienfing”, como dizia a transparência, não partiu do Itamaraty.

Todos os diplomatas reunidos por Bolsonaro transmitiram relatos para suas chancelarias, e é possível imaginar alguns aspectos factuais do evento:


1) Nem todos os embaixadores foram convidados. Ficaram de fora a China, a Argentina, o Chile e o Reino Unido;

2) Bolsonaro se fez acompanhar pelo chanceler e pelos generais-ministros da Defesa, do Gabinete de Segurança Institucional e da Secretaria-Geral da Presidência, mais seu provável candidato a vice. Os presidentes do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recusaram o convite;

3) O protocolo não previa perguntas da plateia (ainda bem);

4) Só foram admitidas equipes de emissoras de televisões que se comprometeram a transmitir a fala de Bolsonaro na íntegra, ao vivo. A emissora estatal fez a transmissão;

5) Horas depois, o ministro Edson Fachin, presidente do TSE, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, rebateram a fala do presidente.


Se algum embaixador concluiu que o evento do Alvorada fortaleceu o compromisso democrático do presidente Bolsonaro diante do resultado das urnas de outubro, será chamado de volta a bem do serviço público de seu país.

 


quarta-feira, 20 de julho de 2022

A Associação dos Diplomatas Brasileiros e as eleições eletrônicas (ADB)

 A ADB reitera sua plena confiança na justiça eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação do País. Por décadas, os diplomatas brasileiros têm atuado em apoio às autoridades eleitorais do País para a organização e a realização das eleições presidenciais. Em mais de 200 cidades espalhadas pelo mundo onde há repartições consulares, além de 33 seções adicionais em localidades em que não há representação permanente. A missão eleitoral do Ministério das Relações Exteriores, que inclui desde o alistamento de eleitores até a transmissão dos votos, mobiliza não apenas servidores do Itamaraty, mas também as comunidades brasileiras. Para 2022, há mais de 600 mil eleitores alistados no exterior.

Desde sua implantação, em 1996, o sistema brasileiro de votação eletrônica é objeto de reiteradas demandas de cooperação internacional de transferência de conhecimento e tecnologia. Ao longo desse tempo, a diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo. Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades.

ADB/SINDICAL