A cidade de Veneza sempre foi chamada de Sereníssima República, pela tradição histórica, e pelo seu estatuto de cidade livre, abrigando todos os perseguidos do mundo (os primeiros ghettos de judeus se estabeleceram aqui).
Já Francesco Petrarca, em uma carta a um suo amigo seu de Bolonha, em agosto de 1321, descrevia assim a Sereníssima República de Veneza:
« [...] quale Città unico albergo ai giorni nostri di libertà, di giustizia, di pace, unico rifugio dei buoni e solo porto a cui, sbattute per ogni dove dalla tirannia e dalla guerra, possono riparare a salvezza le navi degli uomini che cercano di condurre tranquilla la vita: Città ricca d'oro ma più di nominanza, potente di forze ma più di virtù, sopra saldi marmi fondata ma sopra più solide basi di civile concordia ferma ed immobile e, meglio che dal mare ond'è cinta, dalla prudente sapienza dè figli suoi munita e fatta sicura »
Excelente como instituição de liberdade, e continua assim, tão livre quanto no tempo dos tiranos em outras partes do mundo, mas não sei se tão serena e tranquila como antigamente. Agora, o que se vê pelos canais, vias, viales, becos, impasses e corredores da cidade é uma fauna variada de cidadãos do mundo, cada um com seus trajes e maneiras características, e música barulhenta da per tutti.
Em todo caso, a estada foi gratificante.
Ainda saímos para passear noite adentro, e depois nos instalamos no mesmo Ristoranti de ontem, Gran Canale, pois que a comida era boa e os preços convidativos.
Nesta noite enfrentamos pollo arrosto e fegato alla veneziana, acompanhado de Chianti classico. Apetitoso,d eixou saudade.
Antes, algumas compras pelas lojas ainda abertas pela noite.
Piazza Goldoni, com sua máscara de teatro, e outros locais igualmente memorabili.
Nada como uma cidade sereníssima para inspirar ideias de novos ensaios sobre a liberdade.
Como não sou nenhum Isaiah Berlin, vou mesmo preparar uma palestra sobre a queda do muro de Berlim...
Veneza, 30 de setembro de 2009, 23h40
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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