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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Flotilha da "Liberdade" e ataques de Israel: duas notas a imprensa

(A) Uma nota do MRE:

Nota à Imprensa do MRE nº 349
31 de maio de 2010

Ataque israelense à "Flotilha da Liberdade"

Com choque e consternação, o Governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à Faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.

O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao Governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O Ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O Embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do Governo Brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira.

O original desta nota encontra-se disponível no seguinte endereço:
http://kitplone.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/ataque-israelense-a-201cflotilha-da-liberdade201d


(B) Um Comunicado à Imprensa da Embaixada de Israel
31 de maio de 2010

Enviamos abaixo as reações oficiais do governo de Israel acerca dos eventos ocorridos nesta madrugada entre as Forças de Defesa de Israel (FDI) e a flotilha que seguia em direção à Faixa de Gaza.

1. Atividades e declarações do Ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman

O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman, segue conduzindo uma série de diálogos com Chanceleres de vários países e informou nesta manhã em Israel que os membros da embarcação não estavam em missão de paz e são, na verdade, terroristas que atacaram os militares das FDI quando estes abordaram a embarcação que se dirigia à Faixa de Gaza.

O Chanceler também explicou que todas as tentativas de Israel para dialogar e alcançar um entendimento com os organizadores da flotilha foram rejeitadas. Lembrou também que todas as solicitações de Israel ao Hamas para que fosse autorizada a entrada da Cruz Vermelha na Faixa de Gaza, com o fim de visitar e atender o soldado israelense seqüestrado, Gilad Shalit, foram negadas. O que aconteceu nesta manhã foi uma violência pré-planejada pelo grupo que atacou as FDI e Israel não permitirá qualquer ofensiva ao seu Estado por parte de grupos terroristas ou seus apoiadores.

2. Reação do Vice-Ministro das Relações Exteriores de Israel, Danny Ayalon.

O Vice-Ministro das Relações Exteriores de Israel, Danny Ayalon, informou nesta manhã em Israel, durante uma coletiva de imprensa, que “a armada de ódio e violência em apoio à organização terrorista Hamas foi uma provocação premeditada e ultrajante”. Os organizadores da flotilha são bem conhecidos por suas ligações com o Jihad, Al-Qaeda e o Hamas, tendo em sua trajetória um histórico de contrabando de armas e outros materiais bélicos. Ayalon informou ainda que “a bordo do navio, foram encontradas armas que estavam preparadas com antecedência e usadas contra as FDI. A intenção dos organizadores era a utilização de métodos violentos e, infelizmente, houve fortes resultados”.

Ayalon também informou que a chamada ajuda humanitária não tinha uma finalidade pacífica e se assim fosse, os organizadores teriam aceitado a oferta israelense em realizar a entrega dos materiais através dos canais apropriados, como a ONU ou a Cruz Vermelha. Na verdade, o grupo afirmou repetidas vezes que a intenção era romper o bloqueio marítimo em Gaza. Este bloqueio, realizado por Israel, é legal e justificado, levando em consideração o terror imposto pelo Hamas em Gaza. Permitir que esses navios entrassem de forma ilegal no território teria aberto um corredor de contrabando de armas e terroristas na Faixa de Gaza, resultando em morte de milhares de civis e a disseminação da violência em toda a área.

Após os repetidos avisos aos organizadores de que não seria permitido romper o bloqueio e de acordo com a lei marítima, Israel impôs o seu direito. Infelizmente os membros da flotilha não atenderam nenhuma das propostas israelenses, incluído a de hoje pela manhã, onde as FDI solicitaram que a flotilha os acompanhasse, encerrando de forma pacífica este evento.

Nenhum país soberano iria tolerar este tipo de violência contra sua população civil, contra a sua soberania, contra a lei internacional. Israel lamenta as vítimas e informa que foram usadas todas as opções e alternativas para evitar esta situação.

Informações Adicionais (em inglês)

Clique aqui http://www.youtube.com/watch?v=bU12KW-XyZE&feature=player_embedded veja um vídeo onde membros da flotilha utilizam de alta violência contra os soldados israelenses durante a embarcação destes no navio. O evento ocorreu nesta manhã.

Clique aqui http://www.terrorism-info.org.il/malam_multimedia/English/eng_n/pdf/hamas_e107.pdf acesse um documento que aponta ligações do grupo IHH (Insani Yardim Vakfi, IHH, “Fundo de Ajuda Humanitária”) com os grupos terroristas Hamas, Irmandade Mulçumana e Al-Qaeda.

Clique aqui http://www.youtube.com/watch?v=Q8zVD6C3C1k veja um vídeo onde um soldado israelense é atacado com golpes de pé-de-cabra.

Clique aqui http://www.youtube.com/watch?v=qKOmLP4yHb4 veja um vídeo onde as Forças de Defesa de Israel abordam a embarcação que se aproxima da Faixa de Gaza e oferecem o Porto em Ashdod como alternativa para que a flotilha desembarque os suprimentos e estes sejam transportados por via terrestre à Faixa de Gaza sob supervisão. A opção de transporte via terrestre é a mais segura, haja visto que algumas embarcações que supostamente levam suprimentos à Faixa de Gaza, transportam também armamentos e outros materiais bélicos. No vídeo, claramente vê-se que a embarcação recusa a proposta. Após a recusa, a flotilha atacou as FDI.

Clique aqui http://www.livestream.com/newchannel/popoutplayer?channel=insaniyardim&clip=pla_f18a073c-35dc-4288-92b0-bd0f9c37c61d assista um vídeo, feito antes dos recentes acontecimentos, onde os organizadores da flotilha admitem utilizar a força caso os soldados israelenses embarquem em algum navio da flotilha.

Clique aqui http://www.mfa.gov.il/MFA/Government/Law/Legal+Issues+and+Rulings/Gaza_flotilla_maritime_blockade_Gaza-Legal_background_31-May-2010.htm acesse o documento “The Gaza flotilla and the maritime blockade of Gaza - Legal background”, com informações acerca da legalidade do bloqueio marítimo em Gaza.

Departamento de Comunicação
Embaixada de Israel no Brasil


(C) Uma Nota à Imprensa do Embaixador de Israel no Brasil
31 de maio de 2010

O Embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, encontrou-se hoje com a Subsecretária-Geral de Assuntos Políticos I do Itamaraty, Embaixadora Vera Lúcia Barrouin Crivano Machado, às 17 horas, no Itamaraty, após ser convocado.

Durante a reunião, a Embaixadora Vera Machado reiterou a posição brasileira informada, nesta data, em nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Em resposta, o Embaixador de Israel reafirmou a posição Israelense de que a flotilha não seguia com uma ação humanitária, mas chegou como uma provocação com o intuito de apoiar o regime ilegal e terrorista do Hamas em Gaza.

O Embaixador manifestou ainda que não existe crise humanitária em Gaza, uma vez que todo o tipo de ajuda tem ingressado diariamente na região. Israel ofereceu aos organizadores da flotilha a alternativa de seguirem para o porto de Ashdod, onde os suprimentos de ajuda humanitária seguiriam para Gaza por via terrestre. Os organizadores não aceitaram esta opção.

Foi mencionado ainda, pelo Embaixador, que os soldados israelenses embarcaram sem empunhar suas armas e foram atacados violentamente, com ameaças às suas vidas, pelos manifestantes que não foram pacifistas. Somente após sofrerem os violentos ataques, os soldados israelenses reagiram em legítima defesa.

O Brasil manifestou ainda sua preocupação sobre as negociações de paz com os Palestinos. O Embaixador Giora Becher informou que Israel quer continuar com o processo de paz, mas o Hamas está contra estas negociações contando com o apoio dos organizadores da flotilha.

Questionado sobre a cineasta Iara Lee, o Embaixador informou ao Itamaraty que minutos antes do encontro ocorrer em Brasília, Israel localizou seu nome na lista de passageiros, mas como cidadã norte-americana. O Embaixador certificou o Itamaraty de que Israel trabalhará para localizar a cineasta e que tão logo tenha novas notícias, a Chancelaria brasileira e a imprensa serão informadas.

Assessoria de Imprensa
Embaixada de Israel

17 comentários:

Unknown disse...

a violência de Israel foi totalmente descabida, assim como a política desse Estado tem sido desde sua fundação, com momentos de maior ou menor radicalismo. as justificativas da diplomacia israelense são insuficientes para defender mais uma ação desastrosa de seu exército. gostaria de saber sua opinião sobre o caso, Dr.

Rozenbaum disse...

Recomendo e muito a leitura do artigo do Geroge Friedman:
http://www.stratfor.com/weekly/20100531_flotillas_and_wars_public_opinion?utm_source=GWeekly&utm_medium=email&utm_campaign=100531&utm_content=readmore&elq=a1802322ffdf4ef2806865b3f1340662
Muito muito bom!
Oq é mais curioso é que nada foi falado quando um navio norte coreano afundou um da coréia do sul. Nenhuma nota do MRE..
E o pior é que ainda está tudo muito obscuro. Como o MRe pode emitir opinião tão contudente se tudo é tão incerto?
Explique-me

Vinícius Portella disse...

Conturbada a situação: há muitas pontas soltas. Não fui a fundo atrás das fontes, de forma que pouco afirmo e muito questiono. Era ou não era humanitária a ajuda? Seguiu ou não as disposições internacionais que regulam os canais apropriados para tal tipo de ajuda?(Imaginando que existam...) Os tripulantes atacaram ou não os soldados israelenses? Porque uma flotinha em desvantagem de efetivo atacaria uma guarnição israelense? Porque uma guarnição israelense atiraria em uma "pobre" flotinha em missão humanitária? Acho que no final vai ficar tudo naquela faixa cinzenta em que nosso juízo se queda suspenso sem condições de determinar o que é verdadeiro: se eram terroristas, sua "história-cobertura" será a de ajuda humanitária; se eram abnegados empenhados em ajuda humanitária, por sua vez, a "história-cobertura" dos israelenses será a de que eram terroristas... No entanto, a situação muda contando-se com documentos fiáveis, todavia o que pode ser fiável em meio a isso tudo?

Um grande abraço!

Paulo Roberto de Almeida disse...

Flavio,
Eu só me arrisco a dar uma opinião sobre o que conheço, sobre o que pesquiso, sobre o que sei, e não conheço o suficiente para poder opinar sobre assunto tão controverso.
Você, que já sabe que a reação foi "totalmente descabida", certamente sabe das coisas e portanto tem opinião. Sugiro que você publique a sua opinião.
Eu só o faria se conhecesse o assunto de modo mais profundo do que o conheço.
Paulo Roberto de Almeida

Anônimo disse...

"Não confiando em minhas próprias faculdades...tomo a própria dúvida como verdade...nada afirmo e duvido de tudo aquilo que seria sacrilégio alimentar-se como dúvida."
Epicuro(In:"Epistolae rerum senilium",i, 5, in Owen, 121).

Prezados,

Certamente que as IDF não possuem um histórico muito bom quando se trata de Direito Humanitário(v."HUMAN RIGHTS IN PALESTINE AND OTHER OCCUPIED ARAB TERRITORIES; Report of the United Nations Fact Finding Mission on the Gaza Conflict; HUMAN RIGHTS COUNCIL; A\HRC\12\48; 15 September 2009)! Porém, devemos estar atentos as "liaisons dangereuses" da IHH-The Foundation for Human Rights and Freedom and Humanitarian Relief(Insani Yardim Vakfi); a ONG turca (...e mulçumana...óbvio...!) responsável pela organização da "flotilla da esperança"!(v."THE ROLE OF ISLAMIC CHARITIES IN INTERNATIONAL TERRORIST RECRUITMENT AND FINANCING";Kohleman, Evan F.;DIIS WP 2006-7; DANISH INTITUTE FOR INTERNATIONAL STUDIES).


Vale!

Vinícius Portella disse...

Paulo,

Senti-me no dever moral de vir cá manifestar a minha condenação do abjeto e deplorável ato israelense face o que havia escrito outrora e diante do veiculado pelo Jornal da Globo em relação a este incidente. Não afirmo que tudo esteja cristalino agora, no entanto é inegável que Israel se excedeu e muito. Segundo um embaixador aposentado dos EUA que estava a bordo, não havia armas na embarcação. Disso se segue que foi totalmente desmesurada a atitude daquela guarnição. Mesmo que tenham sido desacatados, aqueles combatentes não poderiam proceder tal como o fizeram. É lamentável.

Abraços.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Vinicius,
De fato, houve excessos, mas se voce assistir aos filmes liberados por Israel, o que se vê são soldados descendo de helicopteros por cordas, violentamente atacados com bastoes pelos "militantes da liberdade".
Na confusão criada, os soldados atiraram.
Ou seja, não acredito que tenha havido ordem de eliminar, ou matar, os "militantes" e os soldados se excederam no meio da situação de pânico criada: se você está na iminência de ser atacado, uma das soluçoes é usar as armas à disposição; foi o que eles fizeram.
Lamentável, sem dúvida, mas tudo isso foi meio improvisado e de certa forma buscado pelos supostos manifestantes da liberdade...
Paulo Roberto de Almeida

Vinícius Portella disse...

Paulo,

Eu concordo contigo. E mesmo em minha condenação não vejo os israelenses como vilões em absoluto: não sei por que os militantes atacaram-nos com bastões e é claro que não o deveriam ter feito. Todavia, penso que a guarnição responsável pelas mortes não respeitou aquele "princípio de proporcionalidade"(não me lembro ao certo do nome) disposto nas Convenções de Genebra que regula o emprego de armamentos em conflitos armados: de onde não se emprega armas anti-material/carro contra pessoas, do que tiro que não se atira contra pessoas munidas apenas com bastões (também não sei se as Convenções incidiriam sobre o caso, porém penso que tal princípio possa ser usado...). No mais, foi uma situação de pânico em que não se pode atribuir a causa a somente um dos lados, já que ambos concorreram para esse desfecho trágico. Ademais, penso que o erro no procedimento (em vez de apenas neutralizarem os elementos resistentes, eliminaram-nos) acarretou um desgaste muito grande a Israel que poderia ter sido evitado. Por fim goste-se ou não, condene-se ou não, Israel não está para brincadeira e ante o dever-ser existe o que é...

Abraços

Paulo Roberto de Almeida disse...

Vinicius,
O processo da tomada dos barcos e resistencia dos militantes nao foi bem assim como voce coloca.
Principio da proporcionalidade é quando você conhece a força adversária e então mede a sua ofensiva no limite do necessário para neutralizar ou eliminar o "inimigo", inclusive para fazer economia de meios ou nao infligir perdas inuteis (os israelenses não são monstros nazistas). No meio da confusão que foi a invasão dos barcos, não havia como respeitar isso. Os soldados não tinham bastões para revidar com as mesmas armas, e estavam em minoria. Usaram as armas que tinham para não serem massacrados.
Não houve simplesmente neutralização e eliminação de elementos resistentes e sim confusão na tomada do barco, quando as mortes ocorreram.

Em qualquer hipotese, ocorresse o que ocorresse, mesmo sem morte nenhuma, Israel sempre seria culpado de tudo de ruim que acontece por lá, e devidamente condenado pela opinião pública mundial.
Não existe outra hipótese.
Paulo Roberto de Almeida

José Marcos disse...

DESPREPARO

Durante o regime militar, quando a PM queria acabar com uma passeata, ela atirava inicialmente bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes antes de investir contra a multidão. Israel subestimou o poder de resistência dos membros da flotilha ao não se preparar adequadamente para lidar com os participantes da "ajuda humanitária". Mais um "gol contra" de Israel em face da repercussão internacional negativa.

Vinícius Portella disse...

Paulo,

Não me delongarei mais neste ponto antes de ver as imagens divulgadas por Israel. Todavia, é inegável que houve falhas na abordagem da flotilha, redundando naquelas mortes. Seja por um erro de planejamento, doutrinário, ou o que seja, ao colocar uma guarnição em uma situação que lhe impunha como recurso, praticamente único, o "matar ou morrer". Haveria uma série de procedimentos técnicos a ser tomados para evitar-se tal situação. Eu entendo que a confusão se instaurou e a operação saiu do controle israelense. No entanto, os soldados deveriam estar preparados a lidar com tal situação. Se em toda a situação de "combate em localidade" (combate urbano, não convencional) os soldados defrontados com situações de risco para si procedessem de maneira semelhante, assistiríamos a enormes carnificinas. Se isso não mais ocorre quando certas tropas são empregadas, é em função de uma série medidas são tomadas de maneira a evitar-se mortes desnecessárias. No mais, os elementos recalcitrantes deveriam ter sido neutralizados sem ter sido eliminados. Até para que fossem julgados...

Também concordo que de qualquer forma Israel seria condenado, mas é pior quando se dá bons motivos para isso...

Abraços.

Vinícius Portella disse...

Paulo,

Só uma coisa que gostaria de deixar claro e acabei esquecendo de evidenciar: não acho que os militantes da embarcação tenham sido pobres coitadinhos. Eles de fato colaboraram para o fim que tiveram. O que não é incompatível com minhas críticas a Israel.

Abraços.

Anônimo disse...

A abordagem das forças israelenses, através de soldados utilizando cordas vindo de helicópteros, estando em desvantagem númerica só pode ser fruto de duas possibilidades:
1. Burrice aliado a uma grande arrogância.
2. Intenção de provocar uma situação de confrontação que justificasse o uso de violência com a utilização de armas.
Ou pensavam eles que seriam recebidos com flores.Reparem que nenhum soldado foi morto, certamente se a tripulação assim desejasse teriam conseguido.

José Marcos disse...

O ATO DE CONTAR A VERDADE PODE SER REVOLUCIONÁRIO

A cinegrafista Iara Lee acaba de divulgar um vídeo sobre a operação israelense contra a flotilha de ajuda humanitária. Um contraponto para as imagens oficiais divulgadas por Israel. Acrescente-se que Israel confiscou todos os equipamentos dos passageiros a bordo dos navios, justamente para impedir a divulgação de outras versões que não a deles. Graças a coragem daqueles que conseguiram esconder o material dos soldados israelenses, teremos a oportunidade de ver o outro lado da história. Eis o link - as imagens são de estarrecer:
http://www.culturesofresistance.org/gaza-freedom-flotilla

Anônimo disse...

Sr. Paulo, obrigada por suas posições lúcidas diante de tantas opiniões ignorantes. O povo só engole o que a mídia expõe. E a mídia sempre será antissemita.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Assunto cansativo esse, e que se repete, indefinidamente.
O que quer que Israel faça, é de antemão culpado de alguma coisa, qualquer coisa.
Os palestinos, coitados, são o povo mais maltratado do mundo.
Eles gostariam, talvez, que Israel se deixasse massacrar, e receber foguetes tranquilamente.
Todos os que escrevem aqui demonstrando indignação com a "reação desproporcional" de Israel não são capazes de demonstrar indignação, sequer se motiva, para escrever ou comentar quando algum foguete é disparado da faixa de Gaza.
Parece que Israel é um país de perversos, que tem prazer em matar de fome o povo palestino, que faz um bloqueio maritimo e terrestre apenas para isso, para matar de fome o povo palestino, criando uma situação insustentável para si próprio.
Vou dar por encerrado o tratamento dessa questão neste blog e não vou postar mais nada, pois as pessoas simplesmente não param para pensar, o mais elementar dos deveres do ser humano.
Paulo Roberto de Almeida

Vinícius Portella disse...

Paulo,

Concordo contigo: a discussão chegou a um ponto que não mais leva a coisa alguma. No entanto, gostaria apenas de declarar a importância de não identificarmos "homens perversos" em Israel ou alhures. A despeito de todo o bla-bla-blá o Estado israelense tem de mobilizar os meios que garantam sua sobrevivência. O que não implica a não ocorrência de erros, muitos deles condenáveis. Igualmente condenáveis são os ataques terroristas sofridos por Jerusalém que espalham a barbárie por aquelas bandas. Infelizmente, não são as considerações objetivas que presidem as avaliações sobre o tema, mas categorias maniqueístas e de redução à tolice do "cruel" e do "coitado" ou do "defensor" e do "inimigo externo" (a ser combatido e eliminado a todo custo).
Findo, também, por aqui meus comentários sobre este tópico.

Um grande abraço!