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domingo, 9 de maio de 2010
Lula critica ONU e prevê vitória do PT em 2010
Quanto aos prognósticos eleitorais, este blog não se ocupa de eleições...
Em entrevista, Lula critica ONU e prevê vitória do PT em 2010
Sergio Caldas - Agência Estado
O Estado de S.Paulo, 09 de maio de 2010
Presidente criticou a 'pouca representatividade' da organização no contexto das sanções que o Irã poderá sofrer.
Em entrevista publicada neste domingo, 9, pelo jornal espanhol El País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a "pouca representatividade" da Organização das Nações Unidas (ONU) e previu que o PT vencerá a eleição presidencial de outubro.
A ONU foi criticada no contexto das sanções que o Irã poderá sofrer por seu programa nuclear. "Quero esgotar até o último minuto a possibilidade de um acordo com o presidente do Irã, para que ele possa continuar enriquecendo urânio, dando-nos a tranquilidade de que só vai utilizá-lo para fins pacíficos", disse.
Segundo Lula, a ONU precisa mudar "porque como está representa muito pouco". "Por que o Brasil não é um membro do Conselho de Segurança? Por que não a Índia? Por que não há nenhum estado africano?", questionou. Lula tem viagem marcada para o Irã no final da próxima semana para discutir uma solução negociada com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que visitou o Brasil em novembro do ano passado.
Em relação às eleições, Lula disse não ver possibilidade de o PT perder a disputa. "Ganhe quem ganhar, ninguém fará nenhum disparate; o povo quer seguir em frente e não voltar atrás. Mas deixe-me dizer que não vejo a possibilidade de que percamos as eleições," afirmou.
Na reportagem, o El País elogiou a franqueza de Lula e disse que, por estar "em campanha eleitoral", aproveitou para "fazer propaganda de seu partido". O jornal destacou também as críticas "provavelmente injustas" feitas por Lula contra seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. "O milagre brasileiro começou com Cardoso, professor respeitado e um democrata exemplar que controlou as contas públicas e venceu a inflação," disse o diário espanhol.
Ao El País, Lula destacou ainda que, se o Brasil mantiver a seriedade nas políticas fiscal e monetária, além dos investimentos e do controle da inflação, "terá tudo para se transformar em uma potência respeitada no mundo". "Se a economia continuar crescendo entre 4,5% e 5,5%, em 2016 poderá se tornar a quinta economia mundial", afirmou o presidente.
Veja também:
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2 comentários:
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Bem professor, sem me ocupar de eleições, observo apenas que o Lula não critica a existência da ONU - apenas a distribuição atual de poder dentro da organização. Passa longe, portanto, da doutrina bushista sobre a ONU ser irrelevante.
ResponderExcluirAfora o fato de que nosso querido país sempre teve ganas de ser um dos decisores, poucos em qualquer lugar têm dúvidas sobre a iniquidade da atual distribuição de proder e sua falta de representatividade, não é mesmo? Aliás, não consigo pensar em qualquer argumento para a continuidade do atual modelo que não seja puramente conseqüencialista - do tipo "o que aconteceria se" ou "imagine você se".
Alternativamente, observo: a se seguir esse critério, não se pode mais criticar nenhum modelo político sem sofrer a acusação de defender a anarquia...
Glaucia,
ResponderExcluirAo criticar a representatividade, ele está criticando uma das bases da ONU, que é o seu CSNU, supostamente criado para evitar o mesmo triste fim da Liga das Nações. A despeito disso, o CSNU não funcionou durante a maior parte da existência da ONU, e depois de breve euforia no imediato pós-Guerra Fria, voltou a entrar no seu estado comatoso, que sempre o caracterisou (e que provavelmente deve se agravar, com a emergência da China e o renascimento da Rússia).
Em todo caso, tratando exclusivamente de "baixa" representatividade vejamos: existem cinco oligarcas privilegiados, dispondo de vida eterna no CSNU, entre 187 outros que são apenas mortais comuns. Para aumentar a representatividade, segundo a fórmula brasileira, passariamos a ter dez ou onze oligarcas, dos quais seis semi-oligarcas, pois que não dispondo do direito de dizer não (como gosta de falar a nossa diplomacia), entre 181 outros mortais comuns.
Se você considera que isso aumenta a representatividade democrática da ONU, meus cumprimentos, você é uma otimista e uma democrata estilo grego (sabe, aquela coisa que só os homens cidadãos proprietários podiam votar, mulheres e ilotas, por favor abstenham-se...).
Já escrevi um trabalho sobre essa questão na ONU. Vou postar no meu site...
Iniquidade é uma palavra forte para uma realidade complexa, em que poder se mede por dados materiais, não por simples tratados de papel.
Enfim, os pequenos e fortes sempre podem agitar a força do direito, quando o que pretendem, e que gostariam de fato, seria também o direito da força...
Paulo Roberto de Almeida