O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Continuando a mentir e a manipular os dados da realidade: um "academico" sectario...

Atenção: estou respondendo a um fraudador da realidade e a um mentiroso contumaz
Paulo Roberto de Almeida

Este blog se destina, precipuamente, ao debate de ideias, como esclarecido acima, se possível inteligentes, como também alertado.
De vez em quando, porém, somos levados a comentar ideias "desinteligentes", quando não estúpidas, ou então mentiras deliberadas, quando elas assumem tal proporção de publicidade nestes meios que são os nossos, que correm o risco de deformar os dados da realidade, pela manipulação deliberadamente falsa da história passada, o que pode induzir ao erro muitos jovens que não dispõem da informação correta ou do instrumental analítico para se precaverem contra os muitos fraudadores que pululam em nossas universidades (em constante processo de deterioração, como já escrevi aqui).

Pois bem, como este blog também tem essas funções didáticas, de esclarecimento e de instrução aos mais jovens, vou me permitir abusar da paciência de vocês -- eu sei que é chato lidar com mentirosos, mas por vezes é necessário fazê-lo -- para responder e continuar desmantelando as ideias falsas, os erros deliberados e as fraudes declaradas com que me deparo ocasionalmente.
É inacreditável que esse tipo de mentira com os dados da realidade passe impune na academia, o que apenas revela a degradação moral, o total desregramento ético a que estamos assistindo nos últimos anos, certamente a marca registrada dos nossos tempos.

A história é a seguinte: eu havia lido uma "Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso" -- supostamente entre colegas sociólogos, mas na verdade de um acadêmico mentiroso a um ex-presidente -- que apresentou tal deformação dos dados da realidade, contra o Plano Real, contra as políticas econômicas do período FHC, contra os simples dados da realidade, que me senti obrigado a comentar as afirmações mais deliberadamente falsas, os dados mais obviamente fraudados. Deixei de lado os "argumentos" de natureza subjetiva, pois existem sempre interpretações diferentes de itinerários econômicos, para me concentrar apenas no que era falso, no que era fraude, no que era desinformação factual, no que ia contra os dados da história recente.
Meu post é este aqui:


Distorcendo estatisticas e deformando a historia: um academico mentiroso

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Não preciso dizer que não enviei ao mentiroso em questão, mas simplesmente o postei neste blog. Um dos leitores deste meu post, pretendendo fazer um favor ao acadêmico que não merece esse nome, compareceu com um "comentário" neste post, tentando oferecer, como ele disse, um "contraponto ao [que eu afirmei]... para os leitores deste [meu] blog" . Ele o fez, porém, de forma anônima, sem dizer, aproveitando um outro comentário que o acadêmico mentiroso fez em seu blog tentando responder a questionamentos de um outro leitor, confuso quanto aos "dados" e "argumentos" propostos pelo próprio acadêmico mentiroso.
Sinceramente, eu volto a dizer que não entendo como, num país democrático como o nosso, tantas pessoas, em lugar de debater abertamente, escolher postar comentários como "Anônimos", o que não entendo e me parece uma contradição nos termos. Quem tem ideias próprias e acha seus argumentos sólidos, basta expô-los e assumir responsabilidade pelo que escreve. (Enfim, as pessoas são livres para continuar escrevendo como "anônimas" no meu blog, mas eu também sou livre para julgar se esses comentários merecem ou não ser publicados; em princípio, anônimos já começam com uma prevenção "contra", da minha parte).

Em todo caso, para retirar esse "comentário anônimo subscrito" de uma simples "nota de rodapé", pouco vista ou lida pelos visitantes e frequentadores deste blog, decidi transcrevê-lo por inteiro aqui, o que faço in fine, antecedendo-o, porém, de novos comentários de minha parte, já que as novas afirmações do acadêmico  mentiroso merecem novos comentários de minha parte. É o que faço agora.


Continuando a desmantelar inverdades e fraudes deliberadas:
(Para fins de identificação, faço as seguintes distinções: Acadêmico Mentiroso = AM; Paulo Roberto de Almeida = PRA)

AM: Eu não disse que o plano real não derrubou a inflação e sim que se situou dentro de uma tendência deflacionária da economia mundial.
PRA: Não disse explicitamente que o Plano Real (com maiúsculas, pois que já faz parte da história econômica destepaiz), mas queria sim dizer, indiretamente, que a derrubada da inflação no Brasil teve a ver com uma fantástica "tendência deflacionária da economia mundial".
Desafio o acadêmico mentiroso a provar que havia essa tal de "tendência deflacionária da economia mundial", com base em dados, em números verificáveis. Está lançado o repto.
Se ele quiser, que aproveite a dica que eu lhe dei, e vá ver os números. Estão aqui, nesta tabela insuspeita pois que construída a partir dos dados oficiais dos institutos de estatística nacionais de cada um dos países, reponderados, quando é o caso, por "number crunchers" isentos como são os da OCDE.
Este é o link: http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/1999/01/data/#top.
O AM (acadêmico mentiroso) delira, obviamente, pois TODOS, rigorosamente todos os países avançados (que na época ainda eram responsáveis por mais de 60% do PIB mundial) tinham inflações abaixo de 5%, geralmente entre 2 e 4%.
Apenas o Japão apresentava tendências deflacionárias ANTES e portanto não pode ter influenciado NENHUMA tendência deflacionária no começo dos anos 1990, como escreve AM.
O que ele repete é simplesmente uma MENTIRA, uma fraude completa, só explicada pelo seu desejo obsessivo, doentio, de diminuir o Plano Real, que ele confunde com "tendência deflacionária".

Ora, QUANDO um plano concebido e arquitetado para desmantelar todo o aparato da indexação generalizada num país -- este nosso infeliz país, convivendo com taxas de inflação de 500% ao ano -- e para TROCAR A MOEDA, todo o meio circulante, e fazer várias outras coisas mais, pode ser identificado com uma "tendência deflacionária mundial"???!!!
Isso é simplesmente delírio completo, uma fraude consumada, uma desinformação que o AM não hesita em perpetrar mais uma vez.
Não por acaso um dos comentaristas em seu blog escreveu o seguinte:
"Puxa, O Plano Real não foi o responsável pela derrubada da inflação?
Hiperinflação mundial ? Eu lembro, era 230% na Holanda, 317% no Canadá, 86% na Inglaterra, 477% no Chile e 118% na França.
Aí, por razões conjunturais mundiais, todas caíram abaixo de 10%, como em uma epidemia. Devo ser o Eremildo (personagem do golpista Elio Gaspari).
"
Ou seja, o AM se submete a gozações de quem conhece os números e não deixa passar em branco essa deformação completa por parte de quem só sabe mentir.
Não vou me dar ao trabalho de transcrever os dados reais das taxas de inflação no mundo. O AM pode fazer isso nos documentos que figuram em meu link.

AM: TODOS os países terminaram com a inflação neste período e não fizeram um plano real.
PRA: MENTIRA. A maior parte dos países responsáveis já tinham cuidado da inflação desde a primeira metade dos anos 1980, depois que os impactos do primeiro e do segundo choques do petróleo (1973-74 e 1979-1980) conseguiram ser absorvidos por MEDIDAS MONETARISTAS, de um lado (isto é, aumento da taxa de juros) e de AJUSTE ESTRUTURAL, por outro lado (isto é, reconversão produtiva num sentido de fazer a base industrial trabalhar com menor conteúdo de petróleo, o que foi obtido de maneira notável, AUMENTO de PREÇOS dos combustíveis, e uma série de outras medidas no setor real da economia).
É simplesmente ridículo dizer que TODOS os países "terminaram com a inflação" -- vejam bem, no começo dos anos 1990, o que é simplesmente ERRADO -- e o fizeram não através, NOTEM, "de um plano real", como se os países fizessem revoluções em sua macroeconomia assim, todos os dias, ou ao sabor da conjuntura.
Decerto esse AM deve imaginar que os responsáveis econômicos de TODOS os países devam decidir algo deste gênero: "Vejamos, será que vamos fazer um 'plano real' (sic) agora, ou vamos deixar para depois? Não, plano real não!; é um estelionato eleitoral; vamos esperar uma tendência deflacionária mundial e aí, muito melhor, a gente não precisa fazer nenhum esforço, é só navegar na crista da onda das tendências deflacionárias mundiais e, zut, voilà, está feito o serviço. Vamos deixar esses 'planos reais' para esses coitados do Brasil..."
O que o AM está dizendo simplesmente não faz sentido e NÃO BATE COM A REALIDADE. Ou seja, trata-se de um fraudador contumaz e repetido. Ele pretende ofender a nossa inteligência e se contrapor aos dados da realidade.

AM: "Contudo, ao manter a moeda sobre valorizada e ao não tomar medidas estruturais contra a inflação e sobretudo ao elevar absurdamente os juros, a equipe econômica manteve a nossa inflação entre as mais altas do mundo."
PRA: MENTIRA mais uma vez. O Plano Real não manteve a moeda sobrevalorizada e não pretendia fazer isso. Não sei se o AM sabe disso, mas a primeira versão do Plano Real previa um forte ajuste fiscal -- o que era desejável, necessário e mesmo indispensável, em visto do descontrole dos gastos públicos e do total irrealismo dos orçamentos públicos até então -- o que não foi feito por oposição do presidente Itamar Franco, que não queria ajustes fortes que seriam, necessariamente, temporariamente recessivos. TODO plano de ajuste estrutural, em TODO o mundo, possui um componente recessivo, até porque se tem de quebrar a espinha da realimentação inflacionária. O Brasil foi o ÚNICO país no mundo que efetuou todo um processo de estabilização sem QUALQUER EFEITO RECESSIVO.
Ora, o preço pelo não ajuste é a necessidade de se manter taxas de juros mais elevadas. Foram essas taxas de juros que foram responsáveis pela sobrevalorização do real -- que teve sua paridade estabelecida, mas não fixada, no mesmo nível do dólar, em julho de 1994 -- ao atrairem fluxos de capitais. Em economia não existem medidas que produzam efeitos em uma única direção: se a escolha foi por um ajuste SEM RECESSÃO, então o preço a pagar são juros altos.
Por outro lado, a sobrevalorização do real, temporária como foi, serviu para diminuir mais rapidamente a inflação, esta sim, o principal inimigo dos pobres. Com uma taxa de câmbio "desvalorizada" como preferem esses economistas simplórios, o resultado teria sido um ritmo menor de queda na inflação.
Concluo disso, que os economistas que proclamam, a exemplo do AM, que a moeda deveria ter sido desvalorizada -- por meios compulsórios entenda-se, pois essa gente adora controlar tudo -- são a favor da inflação, a favor de que os pobres sofram mais um pouco.
Ora, o Plano Real foi a mais fantástica redistribuição de renda que se fez na história econômica do Brasil, ao permitir a eliminação rápida do imposto inflacionário, aquele que mais atinge os pobres.
Somos levados a concluir, assim, que o AM e seus amigos são contra os pobres e amigos da inflação.
Dispenso-me de comentar o resto da frase do AM, pois ele não parece entender de economia monetária, ao fazer uma conexão direta entre juros altos e inflação alta: qualquer economista principiante, mesmo os mais renitentes keynesianos, sabe que alta de juros faz diminuir a inflação, não o contrário.
Isso apenas prova o quão pobre, eu diria miserável, é o "raciossímio" econômico do AM.

AM: "Trata-se de comparar a inflação do período FHC com a inflação de todos os outros países. E a nossa inflação foi mais de 5 vezes mais alta que os casos mais bem sucedidos."
PRA: O AM talvez não saiba mas pelo menos um terço da inflação no Brasil é "encomendada" pelo Estado, ao manter tarifas para certos serviços públicos e contratos com concessionárias indexados ao índice de inflação oficial. E por que se fez isso, em lugar de simplesmente desindexar toda a economia?
Porque ao fazer o Plano Real, num patamar de hiperinflação de 2.700% ao ano (ou mais, mas neutralizada em parte pelos mecanismos generalizados de correção monetária), não se tinha certeza de que tudo iria funcionar, e assim uma parte da economia continuou a funcionar com preços revistos e corrigidos.
O outro fator, obviamente, era o descontrole das contas públicas e a total orgia de gastos nos estados e municípios, que tiveram de ser primeiro contornados com as renegociações de dívidas estaduais e municipais de 1995 a 1998 -- o que custou os olhos da cara à União -- e depois tentativamente engessados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, lei que os amigos e aliados do AM tentaram barrar no Supremo Tribunal Federal.
O AM tampouco lembra que a União trocou todas as dívidas estaduais e municipais por títulos federais, assumindo um pesado encargo de juros, e limitando os pagamentos dos devedores por títulos de menor taxa de juros, a 30 anos, mas com a obrigação de comprometer certo percentual dos orçamentos (de 10 a 15% segundo os casos) com o seu repagamento (o que é o mínimo que se poderia esperar).
Em conexão com isso, a acusação de que o governo FHC aumentou enormemente a dívida pública, SEM CONSIDERAR esse prêmio feito aos estados e munícipios, é de uma enorme má-fé, na verdade de um mau-caratismo impressionante.
O governo FHC colocou as contas públicas em ordem, restabeleceu a verdade dos orçamentos, reduziu a inflação para níveis civilizados, e o AM vem colocar em dúvida tudo isso? É preciso muita desfaçatez para deformar assim os dados da história.

AM: "Que teoria econômica pode considerar uma baixa inflação uma alta de preços 5 vezes maior que a do resto da economia mundial?"
PRA: O AM não sabe escrever, pois sua frase acima não faz nenhum sentido. Em primeiro lugar, porque não há nenhuma teoria econômica envolvida e sim medidas de política econômica. No caso, as metas de inflação estabelecidas em 1999, para dar uma perspectiva referencial de preços aos agentes econômicos. A inflação em 1998 já se situou abaixo de 3%, e poderia estar nesse patamar atualmente, se os amigos e aliados do AM não insistissem em MANTER O PATAMAR EM 4,5%, quando o Conselho Monetário Nacional poderia ter estabelecido uma meta menor. Se o AM quiser, posso transcrever diversas declarações do atual Ministro da Fazenda, antes e DEPOIS de assumir o cargo, em que ele se pronuncia CONTRA um patamar mais baixo para a meta de inflação.
O Brasil tem, sim, uma inflação duas a três vezes maior (não cinco) superior à médias mundiais (mas apenas duas vezes maior que a dos países emergentes). Isso se deve exclusivamente aos gastos públicos excessivos, à permissividade fiscal, todas de responsabilidade dos amigos do AM.

Fico por aqui, pois os argumentos do AM são tão pobres que me constrange ter de aulas de economia, e pior, LIÇÕES DE HISTÓRIA a um acadêmico que não merece esse nome.
Confesso que sinto vergonha pela academia brasileira e tenho pena dos alunos desse fraudador contumaz e desse mentiroso sectário.

Termino dizendo que em nenhum momento coloquei este "debate" no âmbito das eleições e dos candidatos. Não tenho nenhum e não estou tratando aqui de suas plataformas econômicas futuras.
Eu estava apenas interessado em restabelecer a VERDADE DOS FATOS, e recolocar a história em seu devido lugar.
Não tenho nenhuma ilusão de que o AM venha a se retratar por suas afirmações fraudulentas.
Mas isso faz parte do caráter dessa gente.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 28.10.2010)


Comentário transcrito por um "anônimo visitante", em nome, ou a favor, do acadêmico mentiroso em meu post supra-citado
Palavras do Acadêmico Mentiroso:
"Eu não disse que o plano real não derrubou a inflação e sim que se situou dentro de uma tendência deflacionária da economia mundial. TODOS os paises terminaram com a inflação neste período e não fizeram um plano real. Contudo, ao manter a moeda sobre valorizada e ao não tomar medidas estruturais contra a inflação e sobretudo ao elevar absurdamente os juros, a equipe econômica manteve a nossa inflação entre as mais altas do mundo. Não se trata de comparar a inflação do período Fernando Henrique com a fase que, em entrevista para os 40 anos do CEBRAP, Serra chamou de “superinflação” para distinguir de uma tendência ao crescimento infinito da inflação que seria considerada uma ”hiperinflação”. Trata-se de comparar a inflação do período FHC com a inflação de todos os outros paises. E a nossa inflação foi mais de 5 vezes mais alta que os casos mais bem sucedidos. Dizer que isto é sectarismo ou má analise econômica é demonstrar um delírio teórico insensato. Que teoria econômica pode considerar uma baixa inflação uma alta de preços 5 vezes maior que a do resto da economia mundial? É elementar exceto para quem está com a mente obliterada por uma propaganda absurda."  http://theotoniodossantos.blogspot.com/2010/10/o-debate-sobre-carta-aberta-fernando.html

6 comentários:

El Paco Aportador disse...

Prezado Sr. Almeida

Receio que haja um terrível mal-entendido. O comentarista anônimo fui eu. Não o próprio Theotônio dos Santo. O fiz anonimamente por conveniência - é mais rápido que logar pelo sistema google/bloguer - e me parecia que as aspas assim como link fosse o suficiente para esclarecer a autoria. Minha intenção era simplesmente oferecer o contraponto ao senhor como para os leitores deste blog.
Sinto muito pela confusão.

Cordialmente,

André Carmona

Paulo Roberto de Almeida disse...

Grato por avisar Andre Carmona, sua honestidade é o que se espera de um acadêmico.
Vou corrigir o que escrevi, pois não quero ser impreciso.
Isso não diminui em nada a natureza dos "crimes" acadêmicos que apontei.
Você não está fazendo um "contraponto comigo: você está simplesmente me municiando de mais elementos para comprovar que a desonestidade continua pautando a ação delituosa desse suposto acadêmico.
Grato, uma vez mais.
Paulo R. Almeida

Anônimo disse...

Prezado Paulo,
Embora eu entenda que o professor Theotônio se equivocou quando reduziu o papel do plano real como causa da queda da inflação, entendo o argumento dos altos custos de implementação de uma agenda como esta.
Quem estudou outros programas como Plano Cruzado, Plano Collor e etc, entende a efetividade do Plano Real, que se aproveitou, inteligentemente, dos erros do passado.
Gostaria de dizer que sua desqualificação ao acadêmico, nomeando-o como "mentiroso" é deselegante e coloca uma aparência de "panfletagem" também na discussão aqui apresentada.
Att.
Gerson Lopes

Paulo Roberto de Almeida disse...

Gerson,
Se eu disser que o acadêmico em questão faltou com a verdade deliberadamente, mistificou a realidade, apresentou argumentos falsos, o efeito é o mesmo.
Acho que não se deve ter medo das palavras.
Ele não se equivocou. Isso pode ocorrer por engano, mas não foi o caso. Por duas vezes ele tentou dizer que o Plano Real não acabou com a inflação no Brasil e sim uma fantasmagórica deflação mundial, que jamais existiu.
Se isso não é mentir, seria o que então?
Não fui eu quem o desqualifiquei. Ele se desqualificou sozinho.
E não estou fazendo panfletagem nehuma, estou apenas restabelecendo a verdade dos fatos.
Pode ser que meus termos sejam duros, mas de vez em quando certas pessoas, acostumadas a serem tratada de forma leniente, precisam ouvir a verdade dos fatos.
O acadêmico em questão mentiu, deliberadamente, e isso precisa ser denunciado.
Seu comportamente é indigno de quem se pretende acadêmico.
Se fosse uma experiência científica, ele seria denunciado por fraude, e punido severamente.
Pois aqui é a mesma coisa: ele é um fraudador e mereceria ser punido.
Como isso não vai ocorrer, eu o classifico de mentiroso.
Paulo Roberto de Almeida

Thiago Quintella de Mattos disse...

"As alegações econômicas do que não é bem uma carta, mas um panfleto mal costurado e sectário, são todas falsas, e surpreende que um acadêmico seja capaz de trazer dados falsos a seus leitores e alunos.
Desmantelei os dados falsos em dois posts de meu blog, acessaveis neste
As alegações políticas ficam por conta do sectarismo de alguém que não consegue conviver com a alternância democrática e precisa consolidar o domínio de um grupo autoritário sobre o poder político.
Trata-se de um retrocesso inaceitável para um país como o Brasil.
Paulo R. de Almeida"
Alternância democrática, Paulo, é a maior falácia que existe sobre um discurso democrático. Se existe isso é o próprio processo eleitoral. Se assim fosse, todas as constituições, num Estado Democrático de Direito, viriam com um artigo, quem sabe até um preâmbulo: 'É expressamente proibida a eleição de um candidato ou candidata que pertença ao partido do atual presidente, fazendo valer assim a lei da descontinuidade ou renovação democrática".
Quem está contra isso, durante nosso período republicano, é (são) o(s) partido(s) ou a classe que sempre esteve com o poder no Brasil; com a exceção, talvez, da Era Vargas e do último governo, o do Lula, eleito por duas vezes, democrática e constituicionalmente, de acordo a emenda 16 , do art. 84 da nossa Carta Magna, obra do governo FHC. A mentira está em outro lugar, não lá no site onde li sua mensagem, de onde seu autor jamais teria um comportamento acadêmico, partindo da premissa que comportamento acadêmico seja discutir, expor as opiniões e deixá-las às críticas. Tratei de política aqui. Agora, como sempre é fundamental um contraponto, e seu site, nem preciso dizer, é excelente para isso, lerei todas as fontes e opiniões sobre a questão da inflação nos governos FHC e Lula. Seguramente aprenderei mais!

Paulo Roberto de Almeida disse...

Caro Thiago,
Grato pelos comentários, que comento do meu lado.
Concordo com você em que o termo "alternância democrática" é uma falácia, pois é o processo eleitoral que determina quem vai continuar, ou não, no poder político.
A questão, entretanto, é mais complexa, pois ela envolve, além do regime político -- parlamentar ou presidencialista -- também o sistema eleitoral.
Infelizmente, no Brasil, as coisas se confundem um pouco.
A Constituição tinha sido concebida para um regime parlamentar, e acabamos ficando no presidencial, um pouco por inércia e tradição, outro tanto por pressões do presidente da vez (Sarney). Por outro lado, a questão da reeleição, em princípio saudável, talvez tenha sido prematura. Sou a favor, mas assim como para o voto livre, ou não obrigatório, ela implica um grau de educação política, para políticos e eleitores, que talvez ainda não tenhamos alcançado.
Em 1998, o projeto social-democrata tinha chances de continuidade, sem a reeleição do presidente narcisista e egocentrico. Vindo pessoas com educação autoritária, só poderiamos ter o uso da máquina como vimos agora e nisso as regras eleitorais da alternância são deformadas pelo uso maciço da máquina pública em favor de um projeto de poder tendencialmente autoritário (e sem escrúpulos com a corrupção, como vimos).
Resumindo: sou por um regime parlamentarista, embora sabendo que no início ele representará a exacerbação de todos os vícios, das piores coisas que temos na vida política brasileira atualmente. Mas se trata de um sistema que educa políticos e eleitores, que disciplina o sistema, que reduz a anarquia partidária e induz à responsabilidade congressual.
Uma outra das tragédias políticas brasileiras é o abismo entre a maioria presidencial, de base popular (pelo voto direto), e a maioria congressual, de base partidária, e não coincidente com a primeira, o que induz a todos esses maus comportamentos que observamos.
Paulo Roberto de Almeida.