Acabo de ouvir, nas notícias de rádio, duas pérolas absolutamente representativas do que podem ser, aqui e lá fora, os comportamentos dos agentes públicos encarregados de zelar pela moralidade e até pelo respeito às leis.
Nos Estados Unidos, a juiza encarregada da primeira audição no já famoso caso de assédio sexual -- tentativa de estupro, ao que parece -- do Diretor-Gerente do FMI, Dominique Strauss-Khan, contra uma simples camareira do hotel em que ele se hospedou na última sexta-feira: ela indeferiu liberação sob fiança sob risco de que o indiciado se evadisse para a França. Muito bem.
(Tratei desse caso aqui abaixo, num post que tem a ver com Law & Order: Special Victims Unit.)
Pois bem: no Brasil, a Comissão de Ética (acho que deveriam mudar o nome, para algo mais aceitável, ou mais conforme a realidade) do governo federal disse que não vai investigar o caso do Ministro-Chefe da Casa Civil Antonio Palocci -- que enriqueceu 20 vezes nos últimos quatro anos -- porque não houve denúncia, e tudo não passou de notícias de jornal.
Se é por falta de denúncia, não tem problema: apresento aqui mesmo a minha, agora.
Posso provar que com os seus rendimentos de parlamentar, mais os de quaisquer serviços de consultoria que ele tenha exercido, de conformidade com a lei (ou seja, devidamente declarados em sua folha fiscal), seria impossível ele ter tudo aquilo em condições normais.
Se foi realmente pago por consultoria, deve ter havido um "plus" que caberia justamente investigar.
Se a Comissão de Ética do Planalto se recusa a fazer qualquer investigação, ela deveria mudar de ramo, fechar a barraca, declarar-se inepta, whatever...
Vou fazer uma previsão, o que raramente faço, pois não gosto de apostas: o ministro Palocci cai em três meses...
Paulo Roberto de Almeida
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