sábado, 28 de maio de 2011

O Brasil pode crescer acima de 5 por cento? - duvidas

Escrevi alguns anos atrás que o Brasil não conseguia crescer acima de 5%, como pretendiam alguns.
Espíritos contrariados escreveram para reclamar, mas não conseguiram contestar meus argumentos, baseados em simples relações econômicas elementares: taxa de investimento, despoupança estatal, carga fiscal, etc.

Aqui o meu artigo:
“Uma verdade inconveniente (será que o Brasil consegue crescer 5% ao ano?)”
Via Política (Porto Alegre, 12 nov. 2006). (Versão completa neste link)
Relação de Trabalhos n. 1684.

Agora é o ministro da Fazenda que diz a mesma coisa:

Para controlar taxa de inflação, país precisa reduzir seu crescimento
O Globo - Patrícia Duarte e Eliane Oliveira
Fazenda e Banco Central querem expansão do PIB abaixo de 4%... (leia mais)

Essa coisa de PIB potencial é um pouco bobagem, pois não há um número fixo: tudo depende da capacidade produtiva do país: ela pode estar situado em 4, 5 ou 10%. Basta conferir as possibilidades de expansão sem provocar inflação.

Abaixo a matéria de imprensa.

Para controlar taxa de inflação, país precisa reduzir seu crescimento
Patrícia Duarte e Eliane Oliveira
O Globo, 28/05/2011

Para fazer com que a inflação volte ao centro da meta, de 4,5% pelo IPCA, o país terá de crescer abaixo do seu potencial por três ou quatro trimestres seguidos. Isso tudo para reduzir a demanda e, consequentemente, a pressão sobre os preços. E é exatamente nesse sentido que trabalha a equipe econômica do governo, capitaneada por Ministério da Fazenda e Banco Central (BC), com políticas fiscais e monetárias contracionistas.

— A economia tem de passar uma boa temporada girando abaixo do PIB potencial. São uns três ou quatro trimestres (nesse ritmo) — afirmou ao GLOBO um importante integrante da equipe econômica, lembrando que o consenso do mercado aponta como crescimento potencial algo em torno de 4,5% anuais.

Hoje, a atividade avança acima de 6% anualizados. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) de março, último divulgado, mostra que, em 12 meses, a economia cresceu 6,25%. Ou seja, precisa recuar muito para ficar abaixo de 4%.

Segundo a fonte, no segundo trimestre a economia responderá “de forma mais clara às iniciativas para conter os excessos (de inflação)”, referindo-se à alta da Selic, hoje em 12% ao ano, e à redução dos gastos públicos.

O PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo IBGE em junho, e a tendência é que os números venham bastante fortes. A brecada na economia, disse a fonte, será sentida na virada do semestre.

Diante do cenário de preços ainda em alta, a equipe econômica também já decidiu que não discutirá tão cedo a redução da meta de inflação em 2013, ficando em 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Apesar da preocupação com a inflação, a diretriz da presidente Dilma é continuar travando uma “disputa de agenda” com o mercado e a oposição. Assim foi batizada a estratégia de defender que o controle dos preços e a convergência do IPCA à meta não podem ser feitos às custas do crescimento econômico, com medidas como uma elevação de grande magnitude nos juros e um arrocho fiscal muito severo.

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