Nos postos de comando das relações internacionais, como em qualquer área de exercício de poder, não há espaço para gente que não sabe bem o que quer ou para onde vai. A chefia da diplomacia exige mais do que a mera capacidade de se inteirar da agenda ou de ler discursos preparados pela assessoria. É uma área na qual verdadeiros líderes são necessários; capazes de pensar e formular, mas, não menos importante, capazes também de agir com firmeza e agilidade.
A diplomacia conduzida sem vigor e entusiasmo não produz os resultados que dela são esperados. Limitada ao rame-rame, ao insosso, deixa-se de tratar do que é relevante, da busca de novas formas de inserção global num mundo em rápida transformação.
Estou é claro, falando da Baronesa Catherine Ashtom, a titular da área de relações exteriores e defesa da União Européia. Quando há três anos e meio se pensou no nome da parlamentar trabalhista britânica para o cargo, acreditava-se que ela acrescentaria peso à política externa europeia. Ao contrário, em momento internacional delicadíssimo a EU continua buscando formas de ganhar influência diplomática. Seus próprios assessores reclamam que ela não sabe delegar e não tem uma agenda política, observou Christoph Shult, em recente artigo em Der Spiegel.
A pobre da baronesa tem sofrido horrores. As crises continuam a pipocar, e a União Europeia reage a cada uma delas com incrível alentidão. Quando a Primavera Árabe eclodiu, os governos europeus tiveram de insistir várias vezes com ela antes de sua decisão de viajar ao Cairo. Quando a crise no Mali estourou, foi a França que tomou a decisão de intervir.
Segundo observou Shult, os países grandões da União Europeia – que preferem tomar unilateralmente suas decisões - não têm facilitado a vida para Ashtom. Os países-membros se metem o quanto podem com o staff em diversas situações, inclusive quando se trata de designar embaixadores europeus para servir no exterior.
Mas a Sra. Ashtom não terá futuro longo. Já á muita gente de olho em seu cargo. Ela não está nem aí e já deixou claro que nele não continuará por muito tempo.
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