Se continuar na base da assistência pública internacional, a pobreza tem um belo futuro pela frente...
Paulo Roberto de Almeida
Desigualdade
Banco Mundial fixa 2030 como meta para fim da pobreza extrema
Países emergentes diminuíram desigualdade, mas ainda há 1,2 bilhão de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia
A meta foi definida no fim de semana, em encontros fechados à imprensa na reunião anual do órgão multilateral e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acabou no domingo em meio a um pequeno protesto de africanos em frente à sede do Fundo por mais emprego e crescimento. O grupo também fez protestos no sábado.
Dados divulgados durante a reunião mostram que, com o crescimento maior dos países emergentes, o porcentual da população que vive na extrema pobreza se reduziu nos últimos anos, passando de 43,1% da população mundial em 1990 para 22,7% em 2008, o menor da história.
Estatísticas preliminares de 2010 mostram que o porcentual desacelerou ainda mais, para 20,6%, uma meta estabelecida pelo Banco Mundial para ser alcançada somente em 2015. Com o objetivo fixado na reunião que acabou no domingo, 21, a projeção é de que esse porcentual se reduza para 3% em 2030.
O Brasil foi citado na reunião do Banco Mundial como um exemplo de país que conseguiu reduzir a pobreza e a desigualdade. Já a China foi mencionada como o exemplo oposto, onde a concentração de renda aumentou. As projeções do Banco Mundial apontam para uma aceleração do crescimento dos países emergentes até 2015. Yong Kim citou em sua apresentação que, de uma média de 5,5% de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, o número deve subir para a casa dos 6%. "Para reduzir a pobreza, é fundamental que o crescimento se acelere", disse ele por meio de comunicado.
Com maior aceleração do crescimento, a previsão é de que, em 2015, o número de pessoas vivendo na extrema pobreza caia para menos de um bilhão, dos quais 40% estarão na Ásia e 40% na África Subsaariana. No encerramento da conferência do FMI, sua diretora-executiva, Christine Lagarde, voltou a falar que os países membros precisam estimular o crescimento econômico que gere emprego. O Fundo estima que há mais de 200 milhões de desempregados hoje no mundo.
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