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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A politica e os partidos: participar, assistir, cooperar? - Um debate importante

Um leitor deste blog destacou um trecho de um comentário meu para formular uma crítica legítima, que reproduzo imediatamente a seguir: 


Paulo Roberto afirma: "acredito que a atividade política, numa democracia representativa, passa necessariamente pelos partidos". Entretanto garante que nunca se filiará a nenhum partido. Em outras palavras, sabe que precisa dos partidos, mas espera que outros assumam essa tarefa chata por ele. É mais confortável "preservar a independência" mas lembro Platão: o preço de não participar na política é ser governado por pessoas menos qualificadas. De pé, democratas!

Minha resposta a ele, que reproduzo aqui:


Mxxxx Sxxxxx, dependendo de sua profissão, orientação pessoal, preferências, você vai escolher uma ou outra carreira, ou até abandonar a sua profissão, para se dedicar a artes, educação, o que for. 
O que não deveria impedir, você, como cidadão, de reconhecer o que um país precisa, para se desenvolver, prosperar, avançar na escala civilizatória. Como democrata, acredito que é exatamente isso que eu escrevi: a administração do Estado se faz por burocratas de carreira guiados por políticos com visão de estadistas, que emergem naturamente dos Partidos, a forma histórica assumida pela evolução das democracias modernas. 
Reconheço plenamente isto, mas não tenho pessoalmente, vocação para isso, sendo que eu trabalho segundo a teoria das vantagens comparativas: as minhas estão na educação, na escrita, na assessoria do príncipe, como se diz. Tenho total liberdade para assumir isso numa sociedade livre, e não sou obrigado a me converter em político para reconhecer a importância dessa função. 
E NADA me impede de fazer escolhas políticas e apoiar as causas dos partidos e das personalidades políticas que melhor se ajustem ao que eu penso. 
Qual é o problema disso? Volto a repetir: a política passa pelos partidos, mas eu NUNCA vou me filiar a algum, o que não me impede de apoiar CAUSAS de partidos. 
Alguma outra objeção quanto a isso?
Paulo Roberto de Almeida  

Esta é uma questão importante, e quem desejar se manifestar a respeito é bem vindo neste espaço.
Apenas volto a confirmar: não vou me filiar a nenhum partido existente, ou qualquer outro que se apresente, o que me exclui, obviamente, de qualquer carreira política que passe pela representação de interesses.
Mas não acredito que essa seja a única forma possível de participar politicamente numa democracia moderna.
Liberdade vocacional é algo que devemos respeitar, tanto quanto quaisquer outras liberdades individuais...
Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 8 de outubro de 2014

(parece que hoje é dia do nordestino; os companheiros comemoram o dia do "guerrilheiro heroico", que corresponde ao dia da morte de Ché Guevara na Bolívia, em 1967)
 

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