O que nos espera no segundo semestre?
Tal como tenho alertado há muito tempo, 2015 será o ano do ajuste. E, repito, o ajuste severo se dará no segundo semestre. A queda na produção e o aumento no desemprego se farão mais evidentes no final do ano.
Tenho visto técnicos do governo, e analistas da imprensa, reclamarem de que o Congresso Nacional não tem ajudado no esforço de ajuste fiscal. ERRADO! Quem não tem ajudado no ajuste fiscal é Dilma e a equipe econômica. Levy diz que 2015 é apenas uma “ressaca”, outros ministros dizem que o ajuste é temporário, Dilma estimula a população a consumir mais... bom quando o próprio governo minimiza a crise, exatamente por que o Congresso deveria se preocupar?
A equipe econômica e Dilma deveriam ser honestos. Deveriam reconhecer a magnitude da crise, as enormes dificuldades que nos esperam, deixar claro o tamanho monumental do sacrifício que deverá ser feito para corrigir os erros econômicos passados. Quando fizerem isso, quando admitirem que estamos a beira do caos econômico, então poderemos cobrar mais seriedade no ajuste fiscal por parte do Congresso. Mas se o próprio governo é o primeiro a dizer que a crise é apenas uma “ressaca”, exatamente por que o Congresso deveria adotar medidas drásticas?
Se preparem, o segundo semestre de 2015 será bem pior do que o primeiro. O ajuste mal começou, e com a postura atual do governo ele tem tudo para piorar ainda mais. Vou dar um exemplo: a indexação do salário mínimo é uma bomba que vai explodir as contas públicas ano que vem. O que o governo tem feito para desarmá-la? Cada R$ 1 real de aumento no salário mínimo impacta as contas públicas em aproximadamente R$ 300 milhões/ano. Um aumento de R$ 80 reais no salário mínimo ano que vem será o tiro de misericórdia nas contas públicas.
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