De um caudilho só se pode esperar coisas assim. Portanto, nem adianta discutir os gestos arbitrários do ditador chavista.
Precisamos apenas saber o que o Parlamento brasileiro vai fazer.
Vai se solidarizar, vai protestar?
Vai obrigar a chancelaria a se manifestar, mesmo arriscando a imisção nos assuntos internos de outros países?
Aliás, a cláusula democrática do Mercosul está aí justamente para esse tipo de atitude.
Ainda que ela possa provocar mais sofrimento para a população venezuelana, pelo menos temporariamente, mas algo precisa ser feito para sinalizar que atitudes como essas são inaceitáveis.
Paulo Roberto de Almeida
O
presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cortou os salários dos parlamentares
A
oposição ao presidente venezuelano detém atualmente a maioria no parlamento
21/08/2016
O
presidente do parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, Henry
Ramos Allup, disse hoje que o Governo do Presidente Nicolás Maduro suspendeu o
envio de recursos para pagamento aos deputados.
"O
Governo não enviou os recursos para a Assembleia Nacional (AN), para o
pagamento aos deputados", afirmou Allup aos jornalistas, recordando que o
Presidente Nicolás Maduro anunciou recentemente que pretendia suspender o envio
de recursos económicos para o parlamento.
Henry
Ramos Allup referiu também que os recursos chegam de maneira irregular e que do
Escritório Nacional de Orçamento informaram que "só remeterão o dinheiro
para o pagamento dos salários dos empregados e pessoal técnico".
"Ninguém
nos deterá. O parlamento é a voz do povo venezuelano, no meio da crise do
país", afirmou o vice-presidente do parlamento Simón Calzadilla, que sublinhou que mesmo que
"os parlamentares tenham que sair à rua, com um pote para recolher
dinheiro, a AN não deixará de funcionar".
No
dia 3 de agosto, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que pediu
ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para analisar a pertinência da suspensão
das transferências de recursos económicos para a Assembleia Nacional.
À
época, Maduro disse não poder "utilizar os recursos públicos em
instituições que desacatam e apelam ao desacato das leis".
O
Presidente da Venezuela questionou a decisão da direção do parlamento de
incorporar, em julho, três deputados da oposição que tinham sido suspensos pelo
STJ por alegadas irregularidades no processo eleitoral.
"Ramos
Allup [presidente do parlamento] pôs-se à margem da lei e da Constituição
(...). O que fez é muito grave, desrespeitar uma sentença do STJ, desrespeitar
a letra da Constituição e as leis e dizer que não acatará nenhuma
sentença", disse Nicolás Maduro à televisão estatal venezuelana.
A
aliança Mesa da Unidade Democrática (MUD) obteve em dezembro a primeira vitória
da oposição venezuelana em 16 anos, conseguindo eleger 112 dos 167 lugares que
compõem o parlamento, uma maioria de dois terços que lhe conferiu amplos
poderes.
No
entanto, no dia 31 de dezembro de 2015, o STJ ordenou a suspensão da
proclamação de três parlamentares da oposição e um do Governo, por alegadas
irregularidades na campanha eleitoral, levando a que apenas 109 deputados da
oposição e 54 do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) tenham iniciado
funções a dia 05 de janeiro.
Desde
que a oposição passou a ser maioria a MUD tem estado a tentar realizar um
referendo para revogar o mandato de Nicolás Maduro.
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