Já estava prevendo que isso ocorreria.
Por isso mesmo já tinha elaborado alguns projetos, como abaixo transcritos.
Paulo Roberto de Almeida
Projetos para o Bicentenário da Independência do
Brasil em 2022
Paulo Roberto de Almeida
Alinho uma pequena lista de sugestões a propósito de
um programa progressivo e gradual de iniciativas de
publicações, em perspectiva das (e em antecipação às) festividades a serem
inevitavelmente empreendidas em torno do bicentenário, na linha de proposta
anterior (em 1/08/2016), sobre a elaboração de uma obra coletiva sobre uma
história institucional das relações exteriores do Brasil.
1) Arquivos
Diplomáticos da Independência: trata-se de uma coleção completa de toda a
correspondência em torno do reconhecimento do Império, publicada pela primeira
vez em 1922, nas festividades do primeiro centenário. Não é necessário
republicar a versão impressa de todos os volumes. Pode-se scannear a melhor
edição disponível (de 1922-25, ou de 1972), e colocá-la em pdf à disposição de
todos os pesquisadores em formato pdf na Biblioteca Digital da Funag. Seria
recomendável, porém, digitar as introduções originais de Heitor Lyra e de
Hildebrando Accioly, e convidar novos historiadores para recolocar o conjunto
dos “arquivos” numa perspectiva moderna da historiografia brasileira da
independência.
2) A
Independência vista pelo IHGB: Seleção de materiais da revista do IHGB, a
ser publicada numa edição conjunta Funag-IHGB, com estudos introdutórios de
diplomatas e historiadores. Registre-se que já existe um volume (n. 138)
publicado pelo Senado Federal, feita com base na revista do IHGB, chamado O Ano da Independência, contendo o
material prévio ao Grito do Ipiranga. Caberia explorar todos os números desde
1839 contendo materiais sobre o processo ulterior, sempre do ponto de vista das
relações internacionais e do cenário diplomático do Brasil.
3) A Ordem internacional e o Progresso da nação: o Brasil e o mundo (1822-2022):
projeto de âmbito não apenas historiográfico, mas de caráter sociológico e
diplomático, analisando o cenário internacional e o desenvolvimento brasileiro,
em perspectiva linear, ou seja, uma síntese dos principais eventos e processos
nos dois planos, seja por décadas, seja por períodos (independência, primeiro
Reinado, regências, segundo Reinado, primeira década republicana, era do Barão,
Grande Guerra, anos vinte, primeira era Vargas (até 1937), Estado Novo,
República de 1946, período militar, redemocratização; período recente). Seriam
convidados acadêmicos e diplomatas segundo as competências reconhecidas. A
desenvolver até 2021.
4) Atlas
das Relações Internacionais do Brasil: Diferente dos materiais que foram
feitos por Delgado de Carvalho e pelo Pe. Geraldo José Powells nos anos 1960, o
novo atlas partiria dos anuários do corpo diplomático, desde o Reino Unido e o
Império, e faria a listagem com informações sintéticas sobre todos os países,
em todas as épocas e continentes, com os quais o Brasil mantinha relações
diplomáticas, e com os quais trocava representações diplomáticas e consulares.
Definir padrões e design das informações e convidar cartógrafos trabalhando com
material histórico.
5) Roteiro do multilateralismo brasileiro desde
1815: desde o Congresso de Viena, onde o “Brasil” participou como “Reino
Unido ao de Portugal e Algarves”, é possível traçar um roteiro de todas as
conferências e organismos multilaterais da trajetória diplomática brasileira. A
lista das organizações existe; basta verificar nos relatórios a participação
nas conferências e a adesão do Brasil a essas organizações.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3/08/2016
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