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quinta-feira, 16 de junho de 2022

Um livro deve ser sempre único e original, ou pode ser "reformado"? - Émile Durkheim e Paulo Roberto de Almeida

 Frase do dia, ou de sempre, sobre os livros (e uma reflexão pessoal sobre o ato da escritura), que fui buscar no frontspício da quarta edição (1934) da primeira obra de Oliveira Vianna: Populações Meridionais do Brasil (1920): 


Un livre a une individualité qu'il doit garder. Il convient de lui laisser la physionomie sous laquelle il s'est fait connaître.
Émile Durkheim

Tradução livre: 
Um livro possui uma individualidade que ele deve conservar. Convém deixá-lo com a fisionomia sob a qual ele se fez conhecer.

Considero essa frase de Durkheim, coletada por Oliveira Vianna, uma espécie de "pito" aos que mudam os livros depois de publicados, para "corrigir" eventuais falhas. Existem aqueles que preferem deixá-los tal como foram publicados, reservando-se aos resenhistas as críticas que cabem, ou ao próprio autor retificar seu pensamento em novas obras, diferentes da primeira. 
A decisão sobre uma ou outra atitude é difícil, pois o computador e os processadores de textos facilitaram enormemente aquela atitude conhecida como "técnica Lavoisier": na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Meus livros, em princípio, se sucedem, sem alterações, sendo que apenas um recebeu três edições, constantemente "melhoradas" e ligeiramente diferentes. Todos os demais são únicos e originais.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16 de junho de 2022

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