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sábado, 22 de junho de 2013

Perguntas ainda sem resposta: Argumentos substantivos ou Atirando contra o mensageiro...

Eu sou por natureza didático, e polêmico, assim parece ser a minha essência, com todos os defeitos inerentes às duas qualidades (ou falta de). Gosto de ler, de refletir, e de escrever. Como também me julgo um cidadão responsável, pelo menos tentativamente, por uma parte dos problemas do país (afinal de contas sou pago com os impostos de todos os trabalhadores brasileiros, e não tenho certeza de que a minha produtividade no trabalho seja condizente com a remuneração e outros privilégios associados), eu também pretendo oferecer minhas críticas à situação corrente e minhas sugestões sobre como melhorar o país.
Faço a minha parte, em todo caso, que é esta mesma: leio, reflito, escrevo e publico, neste instrumento solitário que é este aqui.
Mas, sendo um veículo aberto, eu me exponho às criticas, comentários, sugestões, e até xingamentos, dos 15 leitores que devo possuir regularmente. Não me importariam muito as ofensas, se ao menos elas trouxessem algum comentário substantivo junto, mas isso é mais raro.
Adesistas Anônimos e Mercenários a Soldo, como eu os designei, exibem o péssimo costume de atirar sobre o mensageiro, em lugar de se debruçar sobre as questões. Por vezes é uma palavra errada, uma concordância mal feita, uma crase mal colocada (sempre na pressa da redação), pronto; basta isso para os AAs e os MSs soltarem sua bateria de ofensas. Algumas, até a maioria, eu posto aqui, pois não tenho problemas com que me critiquem e até me ofendam, pois isso é também um demonstrativo de como anda o Brasil, sempre com a ofensiva dos totalitários ao pretender dividir o país entre nós e eles, ao inverso, se vocês me entendem.
O "nós" deles é o poder totalitário, que não admite críticas nem contestações, o pensamento único gerado pelo partido totalitário e que pretende monopolizar o poder.
O "eles" somos nós, os que admitem o debate democrático, que acreditamos nas virtudes da democracia, e que achamos que alternância no poder sempre é bom e salutar em qualquer sociedade.
Fiz uma série de postagens especialmente dedicadas a meus leitores furibundos e até agora não recebi nenhum comentário, nem para responder, nem para ofender, o que pode ser preocupante.
Talvez eles não tenham tido tempo de ler tudo o que escrevi, e por isso vou resumir aqui as perguntas que fiz aos AAs e aos MSs.
Aqui vão elas, com seus respectivos links para as explicações introdutórias.

1) Pergunta: o Brasil precisa de 40 ministérios?
2) Por que nossa taxa de poupança voluntária é tão baixa, e por que o investimento público é inacreditavelmente baixo, o que impede que tenhamos taxas mais robustas de crescimento?
3) O Brasil precisa de rádios, TVs, jornais públicos, ou pagos com o dinheiro público?
4) Quais são os argumentos a favor do Fundo Soberano do Brasil?
5) Sabendo que a maior parte dos países (inclusive aqueles que exibem alta qualidade no ensino) gasta aproximadamente, na média, entre 5 e 6% nos orçamentos educacionais, por que o Brasil precisaria colocar 10% do PIB no dispendio educacional?
 
Está aberta a estação de caça ao mensageiro, ou a abertura da academia socrática...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 22/06/2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Argumentos para e dos Anonimos Adesistas e Mercenarios a Soldo (5): Educacao com 10pc do orcamento?

Já digo logo de cara: sou contra.
Não porque eu ache que a educação não precise de dinheiro, ou que os professores já ganhem bem (embora eles não ganhem tão mal assim, para o seu nível de produtividade).
Mas porque eu acho que mais dinheiro não vai resolver a péssima qualidade da educação no Brasil: será a mesma porcaria apenas que consumindo mais recursos de toda a sociedade.

Tenho dezenas de argumentos sobre a educação, sua organização e as formas de remuneração, mas sobretudo sobre a qualificação dos professores. Também acho que o MEC é o principal problema da educação brasileira, hoje, mas isso podemos discutir depois.

O desafio para os AAs e MSs é este aqui:

Sabendo que a maior parte dos países (inclusive aqueles que exibem alta qualidade no ensino) gasta aproximadamente, na média, entre 5 e 6% nos orçamentos educacionais, por que o Brasil precisaria colocar 10% do PIB no dispendio educacional?

Tem a ver também com quanto se gasta em cada nível, como se gasta (nos meios e nos fins, etc.), mas a pergunta básica está colocada acima.
Fico esperando argumentos a favor dos 10%. Eu sou contra.
Paulo Roberto de Almeida
20/06/2013

Argumentos para e dos Anonimos Adesistas e Mercenarios a Soldo (4): Fundo Soberano, precisamos dessa estrovenga?

Já me perguntaram diversas vezes sobre o tal de Fundo Soberano, orgulhosamente chamado de FSB, do Brasil (não é do Brasil, é do governo, já que controlado por apenas 3 burocratas públicos).
Também acho que já dei minha opinião: sou contra, simples assim.

Mas explico.
Fundos Soberanos, quando existem (e não são todos os países que os têm, só os mais esquizofrênicos), são formados, obviamente, a partir de um excesso, excedente, surplus, superávit, seja lá o que for a mais, basicamente de duas coisas: excesso de receitas sobre despesas (superávit fiscal), saldos excedentários no balanço de pagamentos (muitas exportações, muita renda do exterior, muitos investimentos, etc.).
Ou seja, o país tem um governo muito responsável (por vezes mesquinho, também), que arrecada mais do que gasta, ou ou país em si é extraordinariamente bem sucedido na sua competitividade externa.
Mas, geralmente, os países que exibem essas características, e são muitos, geralmente desenvolvidos, não têm fundo soberano, porque não precisam disso. As transações correntes ocorrem naturalmente, e a moeda geralmente é livremente conversível, havendo também liberdade de movimento de capitais.
Quem tem FS (e aí eu volto aos esquizofrênicos mencionados acima)?
Os países anormais...
Estou brincando claro, mas grande parte são esses exportadores de petróleo, ou de alguma outra commodity rentável (o que aliás desenvolve nefastos comportamentos rent-seeking; procurem na Wikipedia, curiosos), enfim, países que possuem excedentes de exportação estruturais, constantes, abundantes.
Outros países, mas são poucos, que também podem fazer um FS são os que dispõem de um resultado fiscal também favorável, por arrecadarem muito e gastarem pouco. A Noruega, por exemplo, está na mesma situação, dupla, aliás: descobriu petróleo, e a Statoil alimenta um fundo estatal que vai servir ao futuro do país, seja para educar os seus filhos, seja para cuidar dos seus velhos, quando esses recursos acabarem, e o peso da demografia for mais forte.

O que eu quero dizer com tudo isso?
Apenas isto: o Brasil é um país que não dispõe de excedentes estruturais de nenhum tipo, nem fiscal, nem de transações correntes.
O Brasil, portanto reúne todas as condições para NÃO ter Fundo Soberano.

E por que o Brasil tem um Fundo Soberano?
Sei lá, perguntem ao ministro da Fazenda.
O mais incrível, é que já tendo um orçamento todo comprometido com despesas correntes, miseráveis investimentos e um grande pagamento da dívida pública, ele escolheu retirar dinheiro do orçamento para colocar no FSB.
Faz sentido isso?
Para mim não faz nenhum.

Portanto, aqui vai o meu quarto desafio aos Adesistas Anônimos e aos Mercenários a Soldo:

Quais são os argumentos a favor do Fundo Soberano do Brasil?

Paulo Roberto de Almeida
20/06/2013



Argumentos para e dos Anonimos Adesistas e Mercenarios a Soldo (3): televisao publica, propaganda governamental

Terceiro da série.

O Brasil, ou melhor, o governo, por qualquer critério que se meça, gasta um bocado com propaganda governamental, e dispõe para isso de milhares de funcionários, que teoricamente trabalham com "informação".

É sabido -- pois isso é público -- que esses canais governamentais exibem um índice baixíssimo de audiência, não importa quanto dinheiro se gaste com esses veículos.

Meu argumento é muito simples: acabar com tudo isso, eliminar, por completo, toda e qualquer informação governamental -- que não seja aquela absolutamente necessária, como avisos sobre: vacinações, catástrofes, defesa civil, avisos relevantes, etc, mas que também podem ser facilmente veiculados pelos meios privados, em redes nacionais, ou até de graça, pelos mesmos meios -- e liquidar toda essa estrutura cara, custosa, inútil, que não serve para nada, a não ser para dar emprego aos companheiros.

A pergunta também é simples?

O Brasil precisa de rádios, TVs, jornais públicos, ou pagos com o dinheiro público?

Eu já esclareci a minha posição, e apenas aguardo argumentos a favor da posição contrária à minha...

Paulo Roberto de Almeida
20/06/2013

Argumentos para e dos Anonimos Adesistas e Mercenarios a Soldo (2): poupança e investimento

Continuando a minha série de desafios aos Anonimos Adesistas e aos Mercenarios a Soldo, coloco aqui o problema.

O Brasil tem uma taxa de poupança voluntária notoriamente e estavelmente baixa (já foi maior), na faixa de 17 a 18 por cento do PIB. Ora, isso é reconhecidamente insuficiente, se quisermos crescer mais de 4 ou 5 % ao ano. Teríamos de estar investindo cerca de 25% do PIB, por exemplo, o que não é extraordinário.

Mas, se formos atentar para todos os recolhimentos compulsórios em vigor no Brasil, de tipo laboral, previdenciário, ou outro, chegaríamos à conclusão de que a nossa poupança potencial é muito maior do que isso.
É sabido, também, que o nível de recolhimentos públicos -- receitas, ou carga fiscal -- se aproxima de 36 ou 37% do PIB, e que todo ano temos um déficit nominal de aproximadamente 3% do PIB, o que se traduz, portanto, num dispêndio final de cerca de 40% (ou dois quintos) do PIB (bem mais do que a derrama do Tiradentes, não é?).
Sabemos também que o investimento público, do Estado, se situa em torno de 1% do PIB.

Pois bem: a pergunta, e espero argumentos em resposta, para os AAs e MSs é a seguinte:

Por que nossa taxa de poupança voluntária é tão baixa, e por que o investimento público é inacreditavelmente baixo, o que impede que tenhamos taxas mais robustas de crescimento?

Eu já tenho os meus argumentos e as minhas respostas, mas caberia esperar para ver os argumentos daqueles que acham que eu só tenho ofensas, e não propostas e argumentos...

Paulo Roberto de Almeida
20/06/2013

Argumentos para e dos Anonimos Adesistas e Mercenarios a Soldo (1): ministerios governamentais

Este blog já foi acusado, diversas vezes, de não ter argumentos, apenas ofensas.
Várias dessas críticas, algumas até ofensivas, foram por mim postadas devidamente, mesmo quando covardemente anônimas, ou notoriamente daquele exército de mercenários a soldo, que estão aí para isso mesmo, para intimidar os que não concordam com o pensamento único dos companheiros, e que ousam contestar as maravilhas da propaganda enganosa distilada todos os dias, todas as horas nos veículos pagos com o nosso dinheiro, sejam eles públicos, sejam eles "privados", ou ongueiros... (sigh, não sic).

Falta de argumentos?
Uau! Basta olhar a coluna da direita (não por isso, mas por disposição do blog), para ver todos os assuntos postados neste blog, não apenas em número, mas em diversidade e qualidade.
Desde já alerto: 90%, talvez até mais, das postagens não é material "made by PRA", e sim matérias de imprensa, colunas selecionadas, relatórios de institutos (sérios), e até besteirol, ou mesmo estupidezes, aqui colocadas justamente para debate, contra-argumentos, novas informações, enfim, esclarecimento público pelo velho método socrático (não inventaram nada melhor nos últimos 2.500 anos) da afirmação, prova, contra-prova, análise lógica, empírica, experiência e conclusão.
Este tem sido o procedimento invariável aqui seguido.

Xingamentos, ódio, ofensas?
Pode até ser, eventualmente. Tenho certa alergia à burrice (não a dos ingênuos, a dos que não puderam estudar), mas a dos que puderam estudar e escolheram não fazer, por preguiça ou pelo próprio cultivo (geralmente demagógico) da ignorância, da falta de diplomas (não dou nenhuma importância a eles, por sinal), ou da falta de estudo, ou até de ser contra leituras. Isso é verdade e devo ser intolerante por isso, mas certas coisas são assim: quando se valoriza o estudo, pois é apenas pelo estudo que as pessoas se fazem (e eu me fiz assim), não se consegue entender porque as pessoas ficam vendo programas debilóides na TV em lugar de estudar para melhorar de vida.
Mais do que alergia à burrice, tenho certo desprezo pela estupidez deliberada, e ela é evidente, em vários meios: ou seja, havendo tantas fontes de informação disponíveis para um bom preparo intelectual, para um bom debate técnico em torno de um problema concreto, não entendo, e não admito, que uma pessoa recorra a slogans -- tipo: "Ah, mas isso é neoliberal" -- em lugar de discutir honesta e abertamente um problema qualquer.
Isso tem a ver com a minha terceira "má" característica, em relação à qual confesso, sem qualquer vergonha, minha intolerância: tenho horror à má-fé, ou seja, uma pessoa recorrer a expedientes mentirosos, ou desprovidos de qualquer lógica, apenas para não ser vencida num argumento racional, de tipo socrático.
E, finalmente, tenho um horror ainda maior, e esse é o quarto elemento, à desonestidade, não intelectual, mas subintelequitual, como costumo dizer, ou seja, acadêmicos até preeminentes, e alguns famosos, indo contra todas as evidências fáticas, contra todos os princípios da moral, dos bons costumes, da ética (pois é, isso existe), apenas por conveniências políticas e cegueira ideológica. Tenho horror disso, repito.
Esses são os meus xingamentos, portanto.

Agora, para que os Adesistas Anônimos, e os Mercenários a Soldo, não continuem repetindo que este blog só distila xingamentos, e não tem argumentos a oferecer, vou abrir estas páginas aos mesmos Adesistas Anônimos e Mercenários a Soldo, para que eles possam, democrática e livremente, oferecer os seus argumentos, CONTRAo que eu escrevo, obviamente.
Tudo o que eles apresentarem como argumentos, anonimamente ou não, desde que não seja slogan e xingamento, eu vou postar aqui, atendendo a algumas regras simples.

Todo debate tem de ter balizas:
1) precisamos falar das mesmas coisas, se possível com os mesmos conceitos;
2) oferecer argumentos contra ou a favor de certas coisas;
3) oferecer evidências e tirar conclusões.
Simples assim.

Começo pelo que está escrito acima, neste primeiro post da série (espero que sejam muitos), que tem a ver com os ministérios governamentais no Brasil.
Todo mundo sabe, que temos quase 40 ministérios (e muitas outras agências públicas).

Eu teria dezenas de argumentos, próprios ao Brasil (mas também comparativos com outros países), para demonstrar que o Brasil não precisa desse número exagerado de ministérios, e acho que eles poderiam FACILMENTE ser reduzidos à metade,
Não vou alinhá-los agora, e apenas dar oportunidade aos Adesistas Anônimos e aos Mercenários à Soldo de provar que eu estou errado, argumentando que o Brasil precisa, sim, de todos esses ministérios.

Com a palavra os Adesistas Anônimos e os Mercenários a Soldo.
Pergunta: o Brasil precisa de 40 ministérios?

Paulo Roberto de Almeida
20/06/2013