Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
MEC nao sabe ainda o que fazer, mas quer dar "liberdade" 'as familias (OESP)
Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Educacao fundamental: um desastre americano (imaginem no Brasil) - Daniel J. Mitchell
Os gastos por aluno TRIPLICARAM, em dólares constantes, mas os resultados em Leitura, Matemáticas e Ciências permaneceram absolutamente estáveis, isto é, medíocres, e até diminuíram. Ou seja, o problema está na gestão, com muitos funcionários da "educação", que não trabalham na verdade com educação.
Isto acontece nos EUA. Imagino que no Brasil, o quadro deve ser igual ou PIOR.
Alguém espera alguma melhoria no ensino público, lá e aqui? Ingênuos.
Paulo Roberto de Almeida
The Failure of Public Schooling in One Chart
…education is important to the economic and social well-being of our nation, which is why it is the No. 1 line item in 41 state budgets. …Schools need extra money to help struggling students, or so goes the long-standing thinking of traditional education reformers who believe a lack of resources – teachers, counselors, social workers, technology, books, school supplies – is the problem. …a look back at the progress we’ve made under reformers’ traditional response to fixing low-performing schools – simply showering them with more money – makes it clear that this approach has been a costly failure.
Since World War II, inflation-adjusted spending per student in American public schools has increased by 663 percent. Where did all of that money go? One place it went was to hire more personnel. Between 1950 and 2009, American public schools experienced a 96 percent increase in student population. During that time, public schools increased their staff by 386 percent – four times the increase in students. The number of teachers increased by 252 percent, over 2.5 times the increase in students. The number of administrators and other staff increased by over seven times the increase in students. …This staffing surge still exists today. From 1992 to 2014 – the most recent year of available data – American public schools saw a 19 percent increase in their student population and a staffing increase of 36 percent. This decades-long staffing surge in American public schools has been tremendously expensive for taxpayers, yet it has not led to significant changes in student achievement. For example, public school national math scores have been flat (and national reading scores declined slightly) for 17-year-olds since 1992.
While 40% of white Americans age 25-29 held bachelor’s degrees in 2013, that distinction belonged to only 15% of Hispanics, and 20% of blacks. …The root of this problem: Millions of black and Hispanic students in U.S. schools simply aren’t taught to read well enough to flourish academically. …according to a March report by Child Trends, based on 2015 data from the National Assessment of Educational Progress (NAEP), only 21% of Hispanic fourth-grade students were deemed “proficient” in reading. This is bad news. A fourth-grader’s reading level is a key indicator of whether he or she will graduate from high school. The situation is worse for African-Americans: A mere 18% were considered “proficient” in reading by fourth grade.
The problem isn’t limited to minority students. Only 46% of white fourth-graders—and 35% of fourth-graders of all races—were judged “proficient” in reading in 2015. In general, American students are outperformed by students abroad. According to the most recent Program for International Student Assessment, a series of math, science and reading tests given to 15-year-olds around the world, the U.S. placed 17th among the 34 Organization for Economic Cooperation and Development countries in reading.
For black and Hispanic students falling behind at an early age, their best hope is for every state, no matter its minority-student poverty rate, to take full responsibility for all students who aren’t making the grade—and get those students help now. That means adopting an attitude of urgency when it comes to saving a child’s education. Specifically, it requires cities and states to push past any union rules that protect underperforming schools and bad teachers. Urgency also means increasing options for parents, from magnet to charter schools. Embracing competition among schools is essential to heading off complacency based on a few positive signs. American K-12 education is in trouble, especially for minority children, and its continuing neglect is a scandal.
Daniel J. Mitchell
sábado, 7 de março de 2015
(Des)Educacao no Brasil: a terra de todos os vicios e de todas as corrupcoes
Suponho que este serviço que me está sendo oferecido a partir de Brasília (uma das capitais do crime de colarinho branco no Brasil), deva existir em todas as capitais igualmente, mas na verdade ele prescinde de locais físicos, podendo ser praticado a partir de qualquer lugar do planeta.
Suponho também que uma boa investigação, pelo lado dos pagamentos (não do telefone ou do site, que podem ser virtualizados facilmente), possa chegar aos responsáveis pela poderosa empresa de fabricação de trabalhos acadêmicos.
Para prepararem "originais inéditos", e não cópias que possam ser detectadas facilmente como fraudes, os empresários do crime devem contar com vários professores, especialistas em muitas áreas de conhecimento. Que tipo de acadêmico colabora com um empreendimento desses?
Seria este o caminho do ensino no Brasil?
Não vamos nos cansar de novidades nessa área.
Paulo Roberto de Almeida
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sábado, 20 de julho de 2013
Educacao: falta de gestao compromete 40pc das verbas alocadas
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Argumentos para e dos Anonimos Adesistas e Mercenarios a Soldo (5): Educacao com 10pc do orcamento?
Não porque eu ache que a educação não precise de dinheiro, ou que os professores já ganhem bem (embora eles não ganhem tão mal assim, para o seu nível de produtividade).
Mas porque eu acho que mais dinheiro não vai resolver a péssima qualidade da educação no Brasil: será a mesma porcaria apenas que consumindo mais recursos de toda a sociedade.
Tenho dezenas de argumentos sobre a educação, sua organização e as formas de remuneração, mas sobretudo sobre a qualificação dos professores. Também acho que o MEC é o principal problema da educação brasileira, hoje, mas isso podemos discutir depois.
O desafio para os AAs e MSs é este aqui:
Sabendo que a maior parte dos países (inclusive aqueles que exibem alta qualidade no ensino) gasta aproximadamente, na média, entre 5 e 6% nos orçamentos educacionais, por que o Brasil precisaria colocar 10% do PIB no dispendio educacional?
Tem a ver também com quanto se gasta em cada nível, como se gasta (nos meios e nos fins, etc.), mas a pergunta básica está colocada acima.
Fico esperando argumentos a favor dos 10%. Eu sou contra.
Paulo Roberto de Almeida
20/06/2013
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Como o Congresso prejudica a educacao brasileira...
Mas não fiquem otimistas, ainda tem muito a piorar no sistema educacional brasileiro, com a ajuda de todos os personagens citados acima.
Paulo Roberto de Almeida
Currículo pode ter mais duas disciplinas obrigatórias
Lauro Neto (lauro.neto@oglobo.com.br)
Agência O Globo, 10/12/2012
RIO - Aprovado no Senado, o projeto de lei que prevê a inclusão de duas novas disciplinas obrigatórias (Cidadania Moral e Ética, no ensino fundamental, e Ética Social e Política, no médio) já está causando polêmica antes de ser votado na Câmara de Deputados. Os defensores da proposta do senador Sérgio Souza (PMDB-PR) argumentam que a atual crise de valores e o cenário de corrupção justificam a necessidade dos conteúdos. Mas educadores ouvidos pelo GLOBO são contra, alegando principalmente que a grade curricular do ensino básico já está saturada.
O próprio Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) reprovam a iniciativa. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, frisa que as escolas públicas já têm 13 disciplinas obrigatórias.
- A sobrecarga não contribui para o aluno ter foco nas disciplinas essenciais, que são Matemática, Língua Portuguesa e Ciências.
Presidente do Consed, Maria Nilene Badeca da Costa diz que os dois órgãos trabalham juntos na reformulação da Educação básica. Para ela, a inclusão das disciplinas inviabilizaria o projeto político pedagógico das escolas.
- Os currículos escolares já estão sobrecarregados, não há disponibilidade de espaço na matriz curricular. Não é necessário alterar a legislação. O Consed acredita que a experiência educacional já indica fortemente conteúdos relativos à ética, à cidadania e à política - defende Maria Nilene.
De acordo com o Consed, esses conteúdos devem ser tratados de modo integrado com o currículo escolar, como eixos transversais, permeando a formação dos estudantes em todos os componentes curriculares existentes.
Mas o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) defende sua proposta. Ele cita um levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial, com 60 países, que colocou o Brasil na 50ª posição no ranking de corrupção, e no 55º lugar na ineficiência da Justiça. Questionado se o projeto não seria um mea culpa por parte da classe política, Souza rebate:
- Se formarmos cidadãos conscientes para serem representantes, eles irão para a política com propósitos diferentes, que não sejam voltados ao próprio interesse econômico. O cidadão já é corrupto no momento em que quer levar vantagem na fila do pedágio ou do mercado. A cultura brasileira tem isso de ser país do jeitinho, é vergonhoso.
Por isso, o senador defende a implantação de uma política educacional voltada para a formação moral e ética preparando os jovens para o exercício responsável da cidadania. Souza contesta os argumentos da falta de tempo e espaço no currículo:
- Com a proposta de período escolar integral, essa justificativa cai por terra. Antes de discutirmos se há espaço, temos que discutir se é importante.
Os argumentos não convencem a relatora das diretrizes curriculares no Conselho Nacional de Educação, Regina de Assis, que endossa as críticas.
- Isso é desconhecimento de currículo. Não vejo necessidade de incluir mais duas disciplinas para se teorizar sobre isso. Já faz parte das metas curriculares e dos projetos político-pedagógicos. Desde a creche tem que se ensinar a ética a partir de valores e da prática - diz Regina, doutora em educação.
Victor Notrica, presidente do Sindicato dos Professores de Escolas Particulares do Rio de de Janeiro, lembra que o conteúdo proposto pelas novas disciplinas já é trabalhado pelos professores. Ele ressalta a dificuldade de se cumprir o currículo atual nos 200 dias e 800 horas/ano obrigatórios por lei e levanta outro problema:
- Não sei se há docentes especializados para dar esses conteúdos em disciplinas específicas. Isso tudo faz parte do dia a dia escola. Os professores das ciências sociais, exatas e Língua Portuguesa já fazem uma abordagem de ética e cidadania. A inclusão obriga uma exclusão. Vai hipersaturar a carga horária dos estudantes e tumultuar ainda mais a grade curricular pelo excesso de conteúdo.
Alguns colégios cariocas alegam que já transmitem esses valores em outras disciplinas. O pH, por exemplo, tem a Aula de Vida para o ensino fundamental e de Atualidades para o médio. O São Bento ministra ensino religioso para os menores e teologia para os mais velhos. Diretora do São Bento, Maria Elisa Penna Firme lembra que a escola funciona das 7h30m às 17h30m.
- Já temos 15 disciplinas. Para entrar duas disciplinas, temos que tirar carga horária daquelas que já compõem o currículo. São temas importantes, mas que devem ser abordados dentro de Filosofia, Sociologia e Geografia - diz ela.
Rui Alves, diretor de ensino da rede pH, é menos refratário. Se a proposta virar lei, o colégio adaptará o conteúdo trocando os nomes das matérias:
- São disciplinas importantes para a formação dos alunos. A grande preocupação é contornar essa situação dentro da grade desses segmentos.
Secretária municipal de Educação, Cláudia Costin também está preocupada com a carga horária.
- Enquanto não resolver a questão da carga horária, sou contra. Nas nossas 119 escolas com 7 horas diárias, estamos incluindo a disciplina Educação para Valores. Nas demais, com média de 4 horas de aula/dia, se entrar mais uma disciplina, vamos ter menos tempo para trabalhar Matemática, Português e Ciências, que têm se saído tão mal em rankings internacionais.
Um currículo em crescimento constante
Elaborado pelo senador Sérgio Souza, o projeto que prevê a inclusão das duas disciplinas no currículo tem como relator o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB). O texto, que ainda será submetido a votação na Câmara dos Deputados, não é o primeiro a propor mudanças curriculares na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996. A cada ano, a legislação vai crescendo junto com os currículos. A alteração mais recente aconteceu em abril deste ano, quando foram incluídos os princípios de proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos dos ensinos fundamental e médio nas escolas.
Em 2008, a inclusão de Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio também gerou polêmica e até hoje é questionada.
- A inclusão de Sociologia e Filosofia já foi demais. Tem que haver um projeto de currículo nacional, com conteúdos mínimos necessários para se aprender em cada série, e alguns aspectos regionais, que podem variar de estado para estado - defende Rubem Klein, da Associação Brasileira de Avaliação Educacional.
Também em 2008, a música passou a ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo do ensino de Artes. No mesmo ano, tornou-se obrigatório o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena em todo o currículo dos ensinos fundamental e médio, em especial em Artes, História e Literatura.
Um ano antes, o ensino fundamental passou a ter, obrigatoriamente, conteúdo sobre os direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Mais recentemente, em 2011, o estudo sobre os símbolos nacionais passou a ser incluído como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.