O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador André Assi Barreto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador André Assi Barreto. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de novembro de 2013

Esquerda Caviar: a praga que frequenta nossas faculdades, e o governo -resenha do livro de Rodrigo Constantino

Reproduzo, do blog de Rodrigo Constantino, esta matéria sobre seu mais recente livro, que infelizmente ainda não li.
Antes de sair do Brasil, ainda participei do lançamento em Brasília, de seu livro precedente: Privatize Já!, que recomendo obviamente.
Paulo Roberto de Almeida


02/11/2013
 às 9:35 \ Cultura

O bico do tentilhão: resenha de “Esquerda Caviar”

Uma nova resenha de Esquerda Caviar feita por André Assi Barreto no site “O bico do tentilhão”:
Antes de analisar o mais recente livro de Constantino, vale saudar o trabalho da editora Record (maior grupo editorial do país). Ao que parece, o público conservador (que é mais vasto do que imaginam muitos) tem agora uma editora disposta a lhe servir de bons livros: o também recente sucesso de vendas ‘O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota’ de Olavo de Carvalho, além de títulos essenciais para os interessados pelo debate político: ‘Fascismo de Esquerda’ de Jonah Goldberg e ‘O País dos Petralhas I e II’ de Reinaldo Azevedo. Também deve ser exaltada a figura de Carlos Andreazza nessa guinada à direita dos últimos títulos da Record.
O mais recente e sem dúvida melhor livro de Rodrigo, Esquerda Caviar, segue um estilo que MUITO me agrada: a precisão documental que muitas vezes só encontro em autores americanos ao elencar fatos de diversas ordens. Rodrigo faz um raio-X praticamente completo do esquerdista caviar: origens, postura, exemplos, justificativa, quem são, onde estão e tudo mais que há direito. Aquele espécime que adora o socialismo, desde que para os outros…
O estilo dessa obra de Constantino segue o de suas outras: claro e objetivo. É leitura extremamente informativa, para ser esgotado com rapidez, já que a prosa flui com naturalidade.
Vale comentar dois aspectos acerca da obra de Constantino, adendos ou coisas que podem passar desapercebidas ao leitor mais desatento:
A primeira é certa incapacidade (ou seria desonestidade?) de alguns de observarem o real problema exposto. Não espere que um esquerdista admita que comete uma contradição logo de cara, tampouco que ele se importe em cometê-la (como já tive a oportunidade de comentar, devido ao horizonte dialético da mentalidade esquerdista, uma contradição não é vista como um pecado intelectual irrepreensível, mas até mesmo como combustível para que se siga em frente, propagando e agindo sob a tutela do erro).
Muitos esquerdistas, por motivos diversos, não veem problema em defender o socialismo e servir-se dos recursos abastados que o capitalismo lhe proveu ou que apenas ele pode prover (“ser de esquerda não é fazer voto de pobreza” disse Sakamoto certa vez). Contudo, resta a pergunta: como o sujeito, dado seu referencial teórico (o socialismo), pode condenar o acúmulo de riqueza, pois segundo ele, “a ‘mais-valia’ é roubo” e condenar o método pelo qual qualquer um pode chegar à riqueza (o capitalismo de livre mercado) e deleitar-se com vinhos caros, viagens chiques e produtos eletrônicos oriundos de empresas “exploradoras” que “destroem o meio ambiente”?
Para quem conhece alguns desse tipo, como eu, Esquerda caviar é uma metralhadora, elenca praticamente TODOS os que incorrem nessa contradição sem piedade: dos ídolos tradicionais da esquerda, como Fidel e Che (com seus Adidas e Rolex) aos novos meninos de apartamento que consideram ser de esquerda como o novo cool, como Wagner Moura e Leonardo di Caprio.
Nunca espere que um esquerdista reconheça sua contradição; é da natureza de seu raciocínio que não o faça, é da natureza de seu raciocínio que ao chegar numa conclusão contraditória, não reveja as premissas e abandone o argumento caso confirme-se o caráter contraditório da ideia. Contudo, para mentalidades sãs, a obra de Constantino segue sendo um manual de consulta dessa impostura de diversas celebridades, heróis e políticos esquerdistas.
A segunda seria se essa condição, do esquerdista caviar, representa apenas um cinismo consciente, como indicamos acima, ou uma consequência imediata e inevitável da postura socialista, sendo o exemplo maior disso o relato da elite formada pelos porcos, logo a após a revolução ocorrida na Animal Farm, como relata George Orwell. Não apenas “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”, mas dentro do esquema socialista, é preciso que uns sejam “mais iguais” que outros, servindo-se das benesses capitalistas, enquanto deseja “o básico para todos” para os demais mortais.
A despeito desses dois detalhes, Esquerda Caviar segue sendo tanto um compêndio documental dos “filhos de Marx numa eterna transa promíscua com a Coca Cola”, quanto um manual para infernizar aquele seu amigo (ainda é seu amigo?) melancia, relativista cultural, natureba xiita ou simpatizante do islamismo militante (todas variantes do esquerdismo caviar, pois nenhum outro sistema político-econômico fez e pode fazer mais pelo ambiente e pela cultura). Não perca tempo, compre e leia (se morar em alguma cidade da rota de divulgação da obra, vá pegar um autógrafo)!
André Assi Barreto comigo no lançamento