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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Jorge Henrique Cartaxo: nossa república despedaçada (19/08/2020)

Sem cidadania
Jorge Henrique Cartaxo
Política Real, 19/08/2020

Como pode tudo isto estar acontecendo? Como nossa “democracia”, arduamente (sic) reconquistada chegou a esse nível?

Delacroix - A liberdade guiando o povo( Foto: imagem do colunista)

São diversas as gravidades que se assenhoram do País. A militarização do Estado, o desmonte do nosso frágil e decadente sistema educacional, a desintegração do que ainda resta da saúde pública, a implosão da nossa parca estrutura cultural, as agressões – ainda crescentes – ao meio ambiente e o aparelhamento ideológico do sistema policial e de segurança pública.
Esses movimentos do governo Bolsonaro se expandem sem freios ou controles. Nossos endinheirados pouco se importam com tudo isso desde que nada atinja os seus interesses imediatos. Pressionados pelas grandes economias europeias e asiáticas, parte dos nossos capitalistas, sobretudo do sistema financeiros, decidiu mobilizar-se em defesa do meio ambiente. Mas, nada ainda,  expressivo. O resto não interessa exatamente!
É flagrante, ainda que não surpreendente, o silêncio do Congresso, os passos e descompassos do Poder Judiciário e a mudez das antigas representações da sociedade civil: OAB, CNBB, IAB, ABI, sindicatos e os chamados conselhos de classe. A nossa academia, de fato, sobre severo ataque,  mantêm-se calada, como calada ficou durante todo os desmandos da chamada “Era PT’. Alguns temas relevantes são destacados pela mídia, mesmo preservando-se  – não raro com flagrantes distorções – a macroeconomia liberal do ministro Paulo Guedes. A saber: por que o silêncio sobre os 47% do orçamento drenados para  os bancos, sem nenhuma explicação ou justificativa compreensível?  
Como pode tudo isto estar acontecendo? Como nossa “democracia”, arduamente (sic) reconquistada chegou a esse nível? São perguntas que, direta ou indiretamente, se pronunciam na grande mídia e nos raros diálogos civilizados que teimam em vicejar na República. Assim como não parece claro o chamado “fenômeno Bolsonaro”, suas origens, constituição e apoios,  também não compreendemos, na sua devida magnitude as ações – devidamente respaldadas e financiadas – dos chamados grupos “neofascistas” que se organizam e agem nos quatro cantos da República. A última cena se deu em torno da sequência bárbara na vida da menina de dez anos, gravida e estuprada  pelo tio criminoso. Bolsonaristas mobilizaram-se para tentar impedir o cumprimento de uma ordem judicial que determinava a interrupção daquela gravidez, ameaçando médicos e hospitais.
O cenário fica mais denso quando constatamos – de acordo com recente pesquisa do Instituto Datafolha – que a maioria da população brasileira, em quase todas as classes e estratos sociais, apoia o governo Bolsonaro e estaria disposta a reelege-lo em 2022. A busca de compreensão e as interpretações foram muitas, mas nenhuma parece ter convencido da forma devida o distinto público. De tudo que li, me chamou a atenção o não reconhecimento, por parte dos nossos analistas mais evidentes, ao fato de que não temos instituições funcionais e que nunca tivemos, e nada sugere que vamos ter, algo que entendemos por cidadania.  
O chamado mundo moderno, esse que brotou das Revoluções Francesa e Americana, teve dois pilares indissolúveis: as instituições constituidoras do Estado e a cidadania que ordena e pune, mas liberta e oferece identidade a todos os homens diante dos seus pares. 


domingo, 7 de julho de 2013

Governo vende pele de urso antes...

Dinheiro dos royalties no cofre só em 2020

A proposta apresentada pela presidente Dilma de usar os recursos arrecadados com os royalties do petróleo para turbinar os investimentos na educação — o projeto aprovado esta semana, no Congresso, também destina 25% do montante para a área da saúde — pode demorar a surtir efeitos práticos para a maioria dos municípios.

Apesar do grande volume arrecadado com a extração, e da expectativa de aumento da produção em novas áreas, a regra atual mantém cerca de 80% da riqueza nos estados produtores, casos do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo, em menor escala.

Apenas os contratos futuros representarão rendas extras para se investir na educação e na saúde nas outras unidades da Federação, pois a discussão sobre o mérito da lei aprovada, que torna a divisão mais equilibrada, está parada no Supremo Tribunal Federal (STF).

(da coluna diária do jornalista gaúcho Políbio Braga, 6/07/2013)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Brasil a caminho do caos? - Assim e', se lhe parece...


Os jornalistas do site www.uol.com.br informaram há pouco que em reunião na manhã desta terça-feira (25), as centrais sindicais definiram o dia 11 de julho como data para os protestos que farão em todo o país. Eis o que informou o site, que pertence a O Globo e Folha:

"Será um dia nacional de luta com greves e manifestações em todos os Estados", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. "Vamos parar contra a inflação e para pedir também mudanças na política econômica do governo." Conforme a Folha antecipou na edição desta terça-feira, as cinco centrais sindicais decidiram realizar os atos para pedir a retomada das negociações da pauta dos trabalhadores, aproveitando a onda de protestos que vêm pedindo qualidade no transporte público e contrários ao aumento das tarifas.

. Na pauta das centrais sindicais estão o fim do fator previdenciário, 
a redução da jornada de trabalho para 40 horas e o projeto de lei que permite ampliar a terceirização. 

Também estão na pauta o direito de greve dos servidores e o fim das demissões imotivadas para diminuir a rotatividade de empregos. Essas duas últimas reivindicações se referem às convenções da OIT 151 e 158.

. A reunião durou cerca de duas horas e participaram dirigentes das cinco centrais reconhecidas pelo governo: Força, CUT, UGT, CTB e Nova Central, além de CSP-Conlutas e CGTB.

. As centrais querem mais recursos em educação, saúde, transporte e segurança.


- As manifestações não são vinculadas à greve geral que está sendo marcada pelas redes sociais para o dia 1º de julho.