O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Existe alguma estratégia na presente política externa brasileira?. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Existe alguma estratégia na presente política externa brasileira?. Mostrar todas as postagens

sábado, 6 de maio de 2023

Existe alguma estratégia na presente política externa brasileira? - Paulo Roberto de Almeida

 Existe alguma estratégia na presente política externa brasileira?

Durante a velha Guerra Fria geopolítica (1947-1991), a estratégia europeia era mais ou menos a seguinte:
"Keep Russia down, the United States in, and authoritarian China out." O Brasil seguia mais ou menos atrás dos ocidentais.
Parece que na atual Guerra Fria econômica (2010? - ????), a França está se opondo a uma variação similar da estratégia anterior, ao manter a esperança de algum tipo de diálogo com a Rússia e não descartar inteiramente uma relação com a China.
É um problema que os europeus precisam resolver entre eles.
Mas, do ponto de vista brasileiro, existe alguma estratégia definida para a postura que deve manter o Brasil nesse triângulo pouco amoroso?
No que dependesse da corporação profissional do Itamaraty, a estratégia mais adequada seria a tentativa de continuar mantendo uma completa e tradicional autonomia entre os três gigantes e meio da equação geopolítica atual.
Mas, no que depende da visão do atual chefe de Estado e do seu partido, parece haver uma inclinação por uma nova ordem mundial, o que significa tender ligeiramente para o lado de Rússia e China, pois que o atual hegemon americano e seu aliado europeu seriam os representantes do velho imperialismo ocidental, antigo colonialismo europeu, supostamente inimigos do desenvolvimento autônomo do Brasil e de um alegado Sul Global.
Esse vai ser o caminho a ser seguido pela política externa e pela diplomacia brasileira nos próximos 4 anos?
Brasília, 6 de maio de 2023