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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Record publicará livro vetado pelo Itamaraty com prefácio de Rubens Ricupero

Três hurrahs para a Editora Record, que vai editar e publicar a biografia de Alexandre de Gusmão, "avô" da diplomacia brasileira, pelo historiador e diplomata, embaixador, Synesio Sampaio Goes Filho, com prefácio do embaixador e grande historiador Rubens Ricupero, autor da obra "A diplomacia na construção do Brasil, 1750-2016 (Versal). A biografia de Alexandre de Gusmão por Synesio deveria estar sendo publicada pela Fundação Alexandre de Gusmão (justamente), do Itamaraty, pois foi encomendada a ele pelo presidente anterior da Funag, mas a atual administração, consoante o "stalinismo diplomático" que vigora na Casa de Rio Branco vetou o prefácio de Rubens Ricupero.
Meus cumprimentos ao editor Carlos Andreazza por ter tomado a iniciativa de publicar pela Record essa obra que dá início, praticamente, ao processo de preparação das comemorações do bicentenário da independência brasileira.
Paulo Roberto de Almeida

Record publicará livro vetado pelo Itamaraty devido a prefácio de desafeto de chanceler

Obra com texto de Rubens Ricupero foi escrita por um dos maiores historiadores da diplomacia brasileira

A editora Record vai publicar o livro que foi vetado pelo Itamaraty devido a seu prefácio, escrito por um desafeto do chanceler Ernesto Araújo. O livro será editado por Carlos Andreazza, editor-executivo da Record, e deve sair no começo de 2020.
O embaixador Synesio Sampaio Goes Filho, um dos maiores historiadores da diplomacia brasileira, havia sido incumbido pela Funag (Fundação Alexandre de Gusmão), braço cultural e pedagógico do ministério, de escrever a biografia de Alexandre de Gusmão, que batiza a fundação.
Gusmão, conhecido como “avô da diplomacia brasileira”, foi um diplomata com papel crucial nas negociações do Tratado de Madri (1750), que determinou os limites territoriais das colônias portuguesas e espanholas na América do Sul.
Em julho deste ano, quando entregou à diretoria da Funag os originais de “Alexandre de Gusmão (1695-1753): O Estadista que Desenhou o Mapa do Brasil”, Goes Filho foi informado de que o livro só seria publicado se ele retirasse o prefácio escrito por Rubens Ricupero, ex-embaixador em Washington e também historiador da diplomacia.
Ricupero já fez muitas críticas ao chanceler e aos rumos da política externa no governo Bolsonaro.
Goes Filho afirmou que houve censura e que estava procurando uma nova editora para publicar seu livro.
Ele também é autor de “Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: um Ensaio sobre a Formação das Fronteiras do Brasil (2001)”, livro que é um dos mais vendidos da Funag e considerado leitura essencial para diplomatas.

sábado, 3 de agosto de 2019

Ainda a censura no Itamaraty a prefacio de Ricupero sobre biografia de Alexandre de Gusmão por Synesio Goes (O Globo)

Mais uma matéria sobre o stalinismo diplomático em curso no Itamaraty atual: se o prefácio fosse escrito por um bolsonarista, mas que defendesse posturas divergentes da atual diplomacia, seria provavelmente publicado junto com a biografia. Prefácio e obra tratam do século XVIII, ou seja, não apresentam nenhum vínculo com a modernidade, mas apenas por causa de um autor a junção foi vetada, com a mais canhestra das razões. Se os diplomatas e não diplomatas quiserem ler mais sobre Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madri (1750), mas com alguns "saltos" para a contemporaneidade, recomendo ler logo o primeiro capítulo do monumental livro de Rubens Ricupero, A diplomacia na construção do Brasil (1750-2016), que revela, aliás, como Alexandre de Gusmão trapaceou (escondendo o mapa francês, mais preciso, e forjando o mapa das cortes, para enganar os espanhóis) em benefício dos seus mestres portugueses e, em última instância, do engrandecimento do Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Itamaraty veta publicação de livro com prefácio de crítico à política externa

Apresentação do historiador e embaixador aposentado Rubens Ricupero foi incluída na última hora em biografia de Alexandre de Gusmão, diplomata brasileiro do século XVIII

Itamaraty vetou livro com prefácio do ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Ricupero Foto: Paulo Nicolella / Agência O Globo
Itamaraty vetou livro com prefácio do ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Ricupero Foto: Paulo Nicolella / Agência O Globo
BRASÍLIA - O veto à publicação de um livro sobre a vida de Alexandre de Gusmão pelo Itamaraty causou polêmica no meio diplomático. O autor da obra, Synesio Sampaio Goes Filho, conta que terá de procurar outra editora, como antecipou a Folha de S. Paulo. Isso porque a biografia de Gusmão, diplomata brasileiro do século XVIII, tem o prefácio escrito por Rubens Ricupero, ex-embaixador do Brasil em Washington, ex-ministro da Fazenda e um dos maiores críticos da atual política externa brasileira.
O livro, denominado "O estadista que desenhou o mapa do Brasil", chegou a ser aprovado pelo conselho editorial da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag). Porém, só após o sinal verde da instituição, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, Goes Filho incluiu o prefácio de Ricupero.
— É verdade [que mandou o livro sem o prefácio], mas eu tinha esperança de que meu livro fosse visto de novo pela comissão. O problema é que o presidente da Funag [Roberto Goidanich) disse o seguinte: 'O Rubens ataca muito o ministro [Ernesto Araújo, o chanceler]  e eu não publico isso aqui' —- disse ao GLOBO o autor.
Goes Filho ressaltou que, para ele, ficou claro que seria impossível a publicação do livro com o prefácio de Rubens Ricupero.
— O Rubens é o maior autor sobre assuntos diplomáticos dos nossos tempos. Seus livros valorizam muito a diplomacia — afirmou.
Procurado, o Itamaraty reiterou que a não publicação do livro se justifica pelo fato de o material ter sido examinado sem o prefácio. Ou seja, não importa quem tenha escrito o texto de apresentação da obra, esse teria que ter passado pelo crivo do conselho. O órgão também informou que o presidente da Funag não vai se manifestar.
— Eu disse ao Synesio que o prefácio não me pertence mais e que poderia ficar à vontade para não incluí-lo no livro. Mas ele teve uma atitude digna e resolveu não publicar a obra — comentou Rubens Ricupero.
Segundo ele, o prefácio não trata do momento atual. Fala sobre o século XVIII e questões de fronteira. Por isso, em sua opinião, a única explicação possível é mesmo a autoria do texto.
— É uma infantilidade, um desgaste inútil, um tiro no pé — arrematou Ricupero.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A Fundacao Alexandre de Gusmao a caminho de completar 45 anos

Como muito oportunamente lembra o Dr. Luiz Antônio Gusmão, analista de relações internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão, entidade à qual estou filiado por dirigir atualmente seu Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, a  FUNAG, criada originalmente em 1971, está a caminho de comemorar 45 anos de sua criação, no próximo dia 26 de outubro de 2016.
Como bem relembrado por ele, a norma que criou a FUNAG estará completando 45 anos dentro de pouco tempo. 
Gusmão, em mensagem dirigida ao Diretor interino do IPRI, Ministro Alessandro Candeas, meu dileto amigo, retoma os episódios mais importantes vinculados ao aniversário de 40 anos, comemorado em 2011:
 
"Em 2011, (...) resgatamos a tese do Embaixador Gelson Fonseca Jr., Diplomacia e academia, e o Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público, do Professor Antonio Augusto Cançado Trindade. 
Também foi divulgada na página da FUNAG, uma mensagem que preparei com um colega do IPRI e que o Ministro Paulo Roberto de Alemida divulgou no seu blog, "Diplomatizzando": <http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2011/10/fundacao-alexandre-de-gusmao-mre-40.html>.
Neste ano, acredito que o IPRI poderia produzir um vídeo para a série "Relações Internacionais em Pauta", colhendo testemunhos de ex-Presidentes e ex-Diretores do IPRI e do CHDD. Um vídeo de cinco a 10 minutos, adequado às dimensões da FUNAG, com edição moderna e leve,...."


Permito-me lembrar que os dois acima, como a quase totalidade dos demais livros publicados pela Funag encontram-se disponíveis em formato pdf aos interessados na página da Funag.
Retomo aqui, da postagem que eu havia transcrito em 2011, a mensagem alusiva à data, feita pelo seu então presidente, Gilberto Vergne Saboia.
Paulo Roberto de Almeida 

FUNAG - 40 Anos

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) acaba de completar 40 anos. Criada pela Lei nº 5.717, de 26 de outubro de 1971, a Fundação tem como patrono o jurista e diplomata Alexandre de Gusmão (1695-1753), considerado o “avô da diplomacia brasileira” pela negociação do Tratado de Madri (1750), marco importante para a configuração das linhas gerais do atual território brasileiro. 
A íntegra do texto comemorativo dos 40 anos da FUNAG encontra-se disponível na página http://www.funag.gov.br.


FUNAG 40 Anos


"A FUNAG é a vanguarda da diplomacia brasileira."
Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

Hoje, 26 de outubro de 2011, a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG)completa 40 anos. Criada pela Lei n. 5.717 de 26/10/1971, a FUNAG atua como “braço acadêmico do Itamaraty”, no dizer de um de um de seus ex-presidentes, o Embaixador João Clemente Baena Soares. A Fundação leva o nome do jurista e diplomata Alexandre de Gusmão (1695-1753), considerado o “avô da diplomacia brasileira”,pela negociaçãodo Tratado de Madri (1750), marco importante para a solução das disputas territoriais entre Portugal e Espanha e para a configuraçãodas linhas gerais do atual território brasileiro. Inspirados nesse exemplo, ao longo dessas décadas, funcionários e servidores da FUNAG têm se esforçado para superar desafios e cumprir integralmente os objetivos de divulgar a política externa brasileira e contribuir para a formação de uma opinião pública sensível a problemas internacionais, realizando, para tanto, atividades culturais e pedagógicas no campo das relações internacionais e promovendo estudos e pesquisas sobre o tema.
O primeiro estatuto da Fundação foi aprovado por decreto em junho de 1972. Contudo, a FUNAG só iniciou efetivamente suas atividades em 1981, quando foi nomeado seu primeiro presidente, o Embaixador Wladimir do Amaral Murtinho, falecido em 2003. Imbuído de espírito público genuíno, o Embaixador Wladimir Murtinho deu início à construção desta instituição numa época em que o Brasil passava pela transição do governo autoritário para a democracia. Segundo o Embaixador Gelson Fonseca Júnior, presidente da FUNAG de 1992 a 1995, a iniciativa de abertura de um novo canal de diálogo com a sociedade civil representou uma ação política do Estado brasileiro em favor da democracia. Ao ampliar o debate com a sociedadesobre o rumo da política externa brasileira, gesto que conferiu maior legitimidadeà atuação do Itamaraty, a FUNAG contribuiu para o enraizamento das estruturas da democracia no país.
Ao longo dessas últimas décadas, por meio de convênios, seminários, publicações, prêmios e atividades de fomento a pesquisa, a FUNAG veio formando uma sólida rede de parcerias com outras instituições governamentais, universidades, faculdades, centros de pesquisa e colaboradores individuais, nacionais e estrangeiros. Ao final da primeira década do século XXI, a FUNAG pode exibir um alentado catálogo com mais de 500 publicações, dentre as quais destacam-se teses defendidas por diplomatas no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco (IRBr) e textos apresentados em palestras por renomados estudiosos dos mais diversos temas da política externa e internacional. Centenas de alunos passaram por seus cursos e milhares de estudantes puderam se beneficiar de congressos e palestras gratuitos. Eles são os cidadãos que compõem o público altamente qualificado de antigos,atuais e futuros profissionais envolvidos com a atuação internacional do Brasil.São eles que criarão o ambiente adequado para difusão livre e debate crítico das diretrizes governamentais que informam a atuação do país no cenário internacional.
Dois órgãos específicos da atual estrutura organizacional da FUNAG contribuem para a realização de sua missão: o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) e o Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD). Criado em 1985, o IPRI visa consolidar a interação do Itamaraty com a Academia por meio de: promoção e divulgação de estudos e pesquisas sobre relações internacionais; coleta e sistematização de dados; intercâmbio científico e colaboração com instituições nacionais e estrangeiras e realização de cursos, conferências e seminários. O CHDD, por sua vez, foi criado em 2001, com sede no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, onde está localizado o mais rico acervo sobre a história diplomática do Brasil. Com o objetivo de estimular estudos sobre a história das relações internacionais e diplomáticas do Brasil, o CHDD atua em várias frentes, como a criação e difusão de instrumentos de pesquisa, a edição de livros e documentos e a realização de exposições sobre esses temas. A Agência Brasileira de Cooperação (ABC), responsável por coordenar a cooperação técnica internacional do Brasil, fez parte da estrutura da FUNAG de 1987 a 1996.
Parabéns a todos funcionários da FUNAG! Que venham muitas outras décadas de trabalho sério, dedicado a contribuir da melhor forma para enriquecer e ampliar o debate junto à sociedade sobre a condução da política externa brasileira.

Presidentes da FUNAG:
  1. Wladimir do Amaral Murtinho (1981 a 1984)
  2. Marcos Castrioto de Azambuja (1985 a 1987)
  3. Paulo Tarso Flecha de Lima (1987 a 1992)
  4. Synesio Sampaio Goes Filho (1992)
  5. Gelson Fonseca Júnior (1992 a 1995)
  6. João Clemente Baena Soares (1995 a 1998)
  7. Álvaro da Costa Franco Filho (1998 a 2000)
  8. Maria Lucy Gurgel Valente de Seixas Corrêa (1999 a 2001)
  9. André Mattoso Maia Machado (2001)
  10. Thereza Maria Machado Quintella (2001 a 2005)
  11. Maria Stela Pompeu Brasil Frota (2005 a 2006)
  12. José Jeronimo Moscardo de Souza (2006 a 2010)
  13. Gilberto Vergne Saboia (2011 até 2012)
  14. José Vicente Pimentel (2012 a 2014)
  15. Sérgio Eduardo Moreira Lima (2014 até hoje)