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sexta-feira, 7 de março de 2014

Big Brother: enfermidade chinesa-orwelliana atinge outros países, Turquia, por exemplo...

Parece que a mania vai além da China, que já tem uma Grande Muralha barrando todas essas ferramentas inconvenientes que são as de comunicação social independentes dos governos. Nem se trata de Cuba e Coreia do Norte, dois recantos miseráveis do planeta nos quais os cidadãos não conseguem se comunicar normalmente.
Agora a Turquia ameaça aderir a práticas orwellianas que julgávamos em extinção.
Mais um pouco a Venezuela chavista deve entrar no mesmo circuito, querem apostar?
Paulo Roberto de Almeida

Turkey’s Prime Minister Threatens to Ban Facebook, YouTube
Foreign Policy, March 7, 2014


Turkey's Prime Minister Recep Tayyip Erdogan has threatened to shut down social media sites Facebook and YouTube in response to recent wiretap recordings released anonymously over YouTube. The controversial recordings, the latest development in Turkey's corruption scandal, allegedly incriminate Erdogan and other government officials. In a late Thursday ATV broadcast, Erdogan asserted, "We are determined on this subject. We will not leave this nation at the mercy of YouTube and Facebook," adding that such measures would not take place until after March 30 municipal elections. Turkey's President Abdullah Gul commented Friday that such a ban is "out of the question." Gul, however, added that authorities had the power under a new law to block access to certain materials if a person's privacy is being violated. Meanwhile, new labor statistics show that Turkey's unemployment rate for 2013 increased to 9.7 percent, surpassing the government's goal of 9.5 percent. Despite the economic situation and recent corruption allegations, a poll released Tuesday reported that Erdogan's approval rating rose from its all-time low of 39.4 percent in January to 43.5 percent in February.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Os insubmissos: Husserl, Bloch, Orwell - Mario Vargas Llosa

Os insubmissos

Mario Vargas Llosa 
O Estado de S.Paulo, 8/09/2013

Vim à Normandia com a intenção de reler Flaubert, visitar o pavilhão de Croisset e os lugares que ele descreveu em Madame Bovary. Contudo, numa livraria do pitoresco e confuso porto de Honfleur, deparei com um pequeno livro de Jorge Semprún, recém-publicado na França, que me manteve toda a semana pensando na explosão do nazismo no continente europeu, na 2ª Guerra, nas suas sequelas e na conduta de alguns intelectuais naqueles anos cruciais.
O livro chama-se Le Métier d'Homme ("O ofício do homem") e contém três conferências que o escritor proferiu na Biblioteca Nacional de Paris, nos dias 11, 13 e 15 de março de 2002. Provavelmente, o encontro foi gravado e o que foi publicado é uma transcrição das gravações, pois o texto está repleto de repetições e vacilações típicas de uma exposição falada, não lida.
No entanto, ainda assim essas páginas são abundantes em sugestões e ideias fascinantes que, longe de se contentarem com reminiscências históricas ou curiosidades, gravitam com força em torno da crise europeia dos anos 40 e de nossos dias.
O livro é também uma homenagem a um filósofo, Edmund Husserl, a um historiador, Marc Bloch, e ao escritor e jornalista George Orwell. Intelectuais que, em momentos de grande confusão e turbulência ideológicas e políticas, tiveram a coragem de assumir posições refratárias às dos governos e da opinião pública de seus países e conseguiram, usando de uma razão crítica e uma moral heroica, estabelecer alguns objetivos cívicos e defender valores que, ao longo do tempo, acabaram vencendo o obscurantismo, o fanatismo e o totalitarismo desencadeados pela segunda conflagração mundial.
Edmund Husserl, pai da fenomenologia e mestre de Heidegger, que dedicou a ele sua obra capital, Sein und Zeit ("Ser e Tempo"), tendo se retratado depois quando começou a colaborar com o regime nazista, proferiu uma conferência em Viena, em 7 de maio de 1935, na qual exortou seus colegas intelectuais a enfrentarem a "barbárie" e a manter viva a grande tradição europeia do espírito crítico e da racionalidade, se sobrepondo às paixões e à conduta instintiva.
Na sua conferência, Semprún destaca, sobretudo, o que chama de "patriotismo democrático" do filósofo, que afirmou categoricamente que o inimigo da Europa civilizada não era o povo alemão, mas Hitler, e, mais cedo do que se esperava, a Alemanha, graças ao federalismo, optaria pela via democrática e se reintegraria numa Europa que teria superado também o nacionalismo e se unificado num regime político e econômico de caráter federal. Afirmações e previsões de uma lucidez visionária que, meio século mais tarde, a história europeia confirmaria.
No entanto, quando proferiu sua conferência, Husserl tinha 76 anos. Como era judeu, de acordo com as ordens antissemitas do nazismo, já havia sido despojado de todos os seus direitos acadêmicos. Logo, foi obrigado a se refugiar no priorado beneditino de Sainte Lioba, onde morreria três anos depois daquela conferência. De lá, um sacerdote franciscano, o padre Herman Leo van Breda, resgataria as 40 mil páginas inéditas do filósofo e encarregou-se de faze-las chegar, sãs e salvas, à Universidade de Louvain, na Bélgica.
Semprún, em páginas de grande sutileza, destaca como naqueles anos houve intelectuais católicos, entre eles Jacques Maritain, que contrariamente à extrema prudência com que o Vaticano encarava a problemática nazista, atacaram o totalitarismo fascista e stalinista, denunciando suas semelhanças ocultas por baixo de suas diferenças aparentes, uma verdade escandalosa que se confirmaria logo depois com o pacto firmado entre Molotov e Von Ribbentrop e o trauma que o acordo causaria na intelectualidade progressista e comunista.
O segundo homenageado por Semprún é o historiador Marc Bloch, fundador, com Lucien Febvre, da Escola dos Annales, movimento que renovaria e daria um impulso criativo notável à investigação histórica na França. Marc Bloch, que lutou na 1ª Guerra, começou como soldado raso e terminou como capitão. Alistou-se também na 2ª Guerra e foi um resistente ativo, até ser capturado pela Gestapo e fuzilado em 1944.
Depois da derrota do Exército francês, Bloch escreveu em apenas dois meses L'Étrange Défaite ("A Estranha Derrota"), entre julho e setembro de 1940, um livro impublicável na época, que permaneceria oculto até depois da libertação. No livro, ele analisa com uma extraordinária serenidade e profundidade as razões pelas quais a França desmoronou tão facilmente diante da investida do Exército nazista. Ele foi implacável na sua denúncia da corrupção que corroía a classe dirigente, os partidos políticos, os sindicatos e cegava os intelectuais.
Contudo, apesar da crítica virulenta, o ensaio não sucumbiu ao pessimismo. Pelo contrário, ele destacou os sólidos recursos institucionais e culturais que sustentam a tradição democrática francesa, exortou a nação a não se render à barbárie totalitária e a lutar não só para derrotar o nazismo, mas também para reconstruir a sociedade francesa sobre bases mais decentes e mais justas do que as que provocaram a catástrofe. Jorge Semprún ressalta, como fez com Husserl, a posição de Bloch, seu rechaço ao nacionalismo, sua vocação europeísta e a defesa da racionalidade e do espírito crítico.
Orwell. George Orwell é o terceiro exemplo de intelectual comprometido com a justiça e a verdade, que não temeu enfrentar o descrédito e a impopularidade, homenageado por Semprún. Ele refere-se, claro, ao jornalista que lutou como voluntário em defesa da república na guerra civil espanhola, ingressando nas fileiras do POUM, que, em homenagem à Catalunha, foi um dos primeiros a denunciar o extermínio de trotskistas e de anarquistas ordenado por Stalin no seio das forças republicanas.
Semprún destaca, sobretudo, sua defesa do "patriotismo democrático" com que exortou seus compatriotas a enfrentarem Hitler e o nazismo, ao mesmo tempo em que criticou com dureza o colonialismo britânico, exigindo que Londres assegurasse a independência da Índia e das demais colônias do império uma vez terminada a guerra.
Semprún estuda em detalhes um ensaio pouco conhecido de Orwell, The Lion and the Unicorn ("O Leão e o Unicórnio"), onde se encontra sua célebre frase: "A Inglaterra é um país de gente boa com figuras equivocadas no controle". Ele lembra que, apesar da utilização que a direita sempre fez das suas críticas à União Soviética e ao comunismo, principalmente em obras como Animal Farm ("A Revolução dos Bichos") e 1984, Orwell sempre se considerou um homem de esquerda, um socialista convencido de que o verdadeiro socialismo tem uma essência democrática, defensor do espírito crítico e da liberdade intelectual, que considerava valores inseparáveis da luta pela justiça social.
É impossível não ler esse pequeno e estupendo livro sem pensar que Jorge Semprún pertenceu a essa mesma tradição de pensadores e de escritores que se opuseram ao conformismo e à complacência e aos quais dedicou essas três conferências. Ele também sempre achou que o trabalho intelectual - e neste ponto confessa que sua verdadeira vocação era ser um "filósofo profissional", embora a guerra e sua militância o tenham levado para outro caminho - era inseparável da ação cívica e teve a coragem de criticar e se afastar do Partido Comunista, no qual havia militado durante toda sua vida, quando se convenceu de que aquela militância era incompatível com o espírito crítico e com o patriotismo democrático personificados por intelectuais como Husserl, Bloch e Orwell.
A ruptura, porém, não o afastou dos ideais da sua juventude. Por ser leal a esses ideais, participou da Resistência, esteve preso no campo de concentração de Buchenwald, lutou como clandestino na Espanha franquista e foi o intelectual insubmisso com a mesma coerência e integridade moral que enaltece nos três mestres aos quais dedicou esse livro estimulante. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO   * É ESCRITOR PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA

domingo, 18 de agosto de 2013

Orwell: ainda e sempre...

All animals are equal, but some animals are more equal than others.

Esta é a frase definidora da política contemporânea, e sobretudo apropriada aos companheiros que pretendem instaurar a igualdade um pouco em todas as partes, entre elas no Brasil. 

George Orwell era um socialista democrático, mas sempre dizia a verdade, coisa que políticos, sobretudo os de tendências totalitárias como os companheiros, preferem esconder ou distorcer. 
Por mais que eles pareçam invencíveis atualmente, nunca devemos esquecer que mesmo os poderosos podem ser estúpidos e incompetentes, como aliás parece que já está sendo demonstrado amplamente na gestão econômica do Brasil. 
Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 11 de junho de 2013

1984, versao 2013; patrocinio: Governo Obama - The Huffington Post

George Orwell's '1984' Book Sales Skyrocket In Wake Of NSA Surveillance Scandal

The Huffington Post  |  By  Posted:   |  Updated: 06/11/2013 5:29 pm EDT
On June 8, 1949, George Orwell published a novel describing a fictitious world gripped in the vise of constant war and a society held captive by the ever-watchful gaze of a shadowy totalitarian dictator known as "Big Brother." The book has since found relevance again and again in our modern world.
This week, in the wake of the ongoing National Security Administration surveillance scandal, dystopian classic 1984 is again experiencing a resurgence in popularity.
Sales of at least three editions of 1984 have skyrocketed in recent days, according toAmazon's Movers & Shakers page, which tracks items with the biggest positive sales change over the past 24 hours. Sales of the Centennial Edition of the book, for instance, had increased by more than 4,000 percent as of Tuesday afternoon. The book was ranked fifth on the Movers & Shakers list at press time.
(Orwell's Animal Farm, another dystopian classic, has also seen an increase in popularity of more than 250 percent.)
As the Los Angeles Times points out, President Obama even referenced 1984 last week as he defended the NSA's broad and controversial Internet surveillance program, details of which recently leaked to the public.
"In the abstract, you can complain about Big Brother and how this is a potential program run amok, but when you actually look at the details, then I think we've struck the right balance," Obama said.
Google searches for the novel, oft cited as one of the 20th century's best works of fiction, have also increased in recent days, notes Andrew Kaczynski of Buzzfeed

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Comissao orwelliana da verdade: estilo chavista-bolivariano

A verdade é relativa, certo? Cada um tem a sua, por certo.
E existem verdades mais verdadeiras do que outras verdades, que também podem se revelar mentiras, dependendo de quem está escrevendo a história.
Como escreveria George Orwell, aquele que controla o passado, controla o presente, e quem controla o presente, controla o futuro, pelo menos acredita que pode fazê-lo.
Os aprendizes de feiticeiro do chavismo-zumbi estão aplicando na prática estes ensinamentos de George Orwell, formulados primeiro no seu pioneiro Hommage to Catalonia (Lutando na Espanha), quando ele descobriu que as verdades do stalinismo eram mais contundentes, digamos assim, depois abordadas metaforicamente no Animal Farm (A Revolução dos Bichos), quando alguns animais passaram a ser mais iguais do que outros, e desenvolvidas magistralmente no 1984, onde justamente aprendemos uma nova linguagem, na qual a mentira é verdade, e vice-versa.
Pois é isso que estão fazendo os companheiros chavistas, sem precisar ter lido Orwell, Arthur Koestler, Ignazio Silone, e outros renegados, e sem sequer precisar ler Marx, Lênin, Gramsci, enfim toda essa chatice, que ninguém mais lê, e se lesse tampouco compreenderiam.
O importante é a praxis, certo? E a praxis recomenda botar a oposição na cadeia, mesmo se para isso eles precisam fazer como o lobo e o cordeiro da fábula, onde este contaminava a água que aliás provinha do primeiro. Não importa, alguém da familia do cordeiro contaminou primeiro a água do lobo, por isso ele vai adotar uma justa reprimenda, que na prática significa comer o cordeiro, despedaçá-lo, esquartejá-los, estripá-lo, enfim, eliminar os inimigos de classe da face da terra, como Chávez prometeu fazer com a burguesia, certo?
Enfim, cada um com a sua verdade, mas a do mais forte é mais verdadeira, como vocês já perceberam.
Paulo Roberto de Almeida 

Caracas, Venezuela | AFP y EFE

Venezuela creará comisión de la verdad

El 54% de los ciudadanos opina por extender el permiso de ausencia del presidente

Por elnuevodiario.com.ni | Globo

Venezuela creará comisión de la verdad
El vicepresidente Nicolás Maduro llamó a “instalar la comisión de la verdad para que en Venezuela se investiguen todos los crímenes y asesinatos cometidos por… la democracia representativa burguesa, represora y asesina”. AFP / END
El vicepresidente venezolano, Nicolás Maduro, anunció este martes una “comisión de la verdad” para investigar los “crímenes y asesinatos” políticos cometidos entre 1958 y la llegada al poder de Hugo Chávez en 1999, al tiempo que volvió a identificar al líder opositor, Henrique Capriles, con la “burguesía” gobernante que precedió al actual mandatario.
Maduro hizo un llamamiento a los chavistas para que el próximo 27 de febrero salgan a la calle a “instalar la comisión de la verdad para que en Venezuela se investiguen todos los crímenes y asesinatos cometidos por el puntofijismo, por la democracia representativa burguesa, represora y asesina”.
El ‘puntofijismo’ fue la alternancia en el poder de los partidos Copei y Acción Democrática, desde el fin de la dictadura militar en 1958 hasta que Chávez ganó sus primeras elecciones en 1998.
Maduro, que habló desde la Asamblea Nacional en cadena de radio y televisión, no dio detalles sobre la futura comisión, pero la justificó “para que haya justicia” y “sea un proceso pedagógico de formación de las generaciones que están por venir”.
A finales de 2011, la Asamblea Nacional aprobó una ley para “sancionar los crímenes, desapariciones, torturas y otras violaciones de los Derechos Humanos por razones políticas” en ese periodo.
Según la historiadora Margarita López Maya, la mayoría de esos episodios se dieron durante los años 1960, cuando el gobierno se enfrentó a la lucha armada de grupos izquierdistas, mientras que más tarde se dieron también “casos puntuales”.
“Hay que reescribir las páginas de la verdad de esta época horrorosa donde la barbarie burguesa se ensañó contra la humanidad de una juventud idealista”, defendió Maduro, la cara más visible del gobierno durante la ausencia de Chávez, hospitalizado en Cuba desde el 10 de diciembre.
El gobierno de Chávez identifica con la burguesía a los ejecutivos que le precedieron y a la oposición actual, liderada por Capriles, del joven partido socialcristiano Primero Justicia, que se define de centro.
Maduro incrementó en las últimas semanas las acusaciones contra Capriles, a quien acusó el sábado de conspirar contra el gobierno desde Colombia, donde se reunió con el expresidente del gobierno español Felipe González.

Fuego contra Capriles

“Si en algún momento de los últimos 50 años la burguesía rancia, heredera del mantuanaje, puso a un candidato de sus apellidos, con sus cuentas bancarias y sus grandes empresas (...) fue el 7 de octubre” pasado, cuando el opositor Henrique Capriles perdió las elecciones contra Chávez, dijo Maduro.

Mayoría por prolongar permiso a Chávez

 Un 54% de los venezolanos cree que “lo mejor para el país es prolongar el permiso” del cual goza el presidente del país, Hugo Chávez, para que atienda sus problemas de salud en Cuba, según un sondeo revelado ayer.
El director de la encuestadora GIS XXI, Jesse Chacón, indicó que el sondeo, realizado entre el 19 y el 23 de enero, reveló que al ser preguntados por “lo mejor para el país en esta coyuntura” otro 38% de encuestados opinó que Chávez “debería renunciar” y un 5% pidió una junta médica que evaluara la condición del gobernante en Cuba.
La encuesta “Barómetro enero de 2013” tiene un margen de error de +/- 2% y fue elaborado tras consultar a 2,500 personas, agregó en una rueda de prensa.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Classicos revisitados: A Revolucao dos Bichos, George Orwell

Esse "conto" estava na minha lista para reescrevê-lo, no seguimento de empreendimentos semelhantes que já fiz com o Manifesto de 1848, O Principe de Maquiavel e alguns outros exercícios do gênero.
Alguém se encarregou de retomar o texto, destacando os trechos que tem a ver com sua leitura atualizada. Vale a consulta.

A revolução dos Bichos - George Orwell
Este livro teria sido escrito, inicialmente, para evidenciar a injustiça entre os donos e os escravos. Mas pode ser visto, também, de outra forma: os revolucionários que reagem contra o poder e acabam se tornando exatamente igual àqueles contra quem lutaram, enquanto seus 'companheiros' se tornam seus escravos. Comparem os trechos marcados em vermelho para comparar com o atual governo PTista. Jurema Cappelletti

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS
George Orwell

APRESENTAÇÃO
George Orwell foi um libertário. "A Revolução dos Bichos", em suas metáforas, revela uma aversão a toda espécie de autoritarismo, seja ele familiar, comunitário, estatal, capitalista ou comunista. A obra é de uma genial atualidade. Apesar de tudo o que alguns poucos homens já fizeram e lutaram, ainda estamos e vivemos sob os que insistem em dominar aquém da ética e além da lei. Sejamos diligentes, a luta continua. Um dia conseguiremos distinguir a diferença entre porcos e homens.

Neste link.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

1984, and the like (uma certa sensacao de deja vu...)

Deve ser estranho viver num Estado orwelliano: ou seja, um Estado que censura as comunicações, prende dissidentes, impede a entrada de obras "incômodas", cuida para que as pessoas não se prejudiquem a si mesmas tendo pensamentos, digamos assim, desviantes...
Claro que a obra de George Orwell é um exagero, pois se trata de uma novela. Ela representa o paroxismo do que seria viver num Estado absolutamente totalitário e policialesco, algo assim como uma Coréia do Norte pelo culto ao lider, uma Cuba pela miséria materia e moral, servidos por uma Stasi muito mais poderosa e onipresente, tudo isso elevado ao cubo, ao quádruplo, exponencialmente sei lá. Orwell não conhecia a União Soviética, ele apenas a conhecia de relatos e da ação dos soviéticos e seus aliados na Guerra de Espanha, e na própria Grã-Bretanha de sua época, uma época de stalinismo triunfante e de imbecilização dos comunistas (bem, não sei se melhorou desde então, talvez não; vale conferir no site do PCdoB).
Já andei por estados candidatos a réplicas de Orwell, ou melhor, cópias imperfeitas de 1984, já visitei alguns (vários, aliás), já me estarreci com o ambiente kafkiano que emanava de tudo (por sinal, li O Processo de Kafka num desses estados stalinistas).
O Brasil não tem condições de virar um Estado orwelliano.
Mas certas pessoas e movimentos se esforçam para construir um fascismo ordinário no país, aliás bem ordinário, desses que já despontam nos arredores.
Tem gente que adora ditaduras...
Paulo Roberto de Almeida

“Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força”
Blog Reinaldo Azevedo
03/08/2010 - às 13:58

Os regimes autoritários têm grande preocupação com a linguagem. Não basta apenas calar a divergência: também é preciso submeter a língua a uma torção que inverta o sentido das palavras. George Orwell, no livro “1984″, foi ao ponto. Vocês se lembram qual era o lema do “Partido”?
“Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força”.

Em “Oceania”, a Polícia do Pensamento se encarregava de manter a ordem. Dicionário, por lá, nem pensar: o vocabulário foi escoimado das palavras que pudessem servir à expressão de um pensamento de oposição.

Em “1984″, o Ministério do Amor reprimia o desejo, além de torturar os rebeldes; o Ministério da Verdade se encarregava de censurar as más notícias e de criar mentiras a serviço do Partido; o Ministério da Fartura administrava a fome, e o Ministério da Paz conduzia os assuntos da guerra.

Os indivíduos tinham direito a seus “dois minutos de ódio” contra os inimigos em eventos patrocinados pelo Grande Irmão.

O livro é o retrato do horror. Para muitos, no entanto, trata-se de uma promessa de futuro.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Transparencia governamental: mais uma iniciativa brilhante...

Governo Federal lança o Programa “Meu Dossiê, SUA VIDA”
Blog Vanguarda Popular
Escrito por Emmanuel Goldstein
Qua, 14 de Julho de 2010 17:00

BANÂNIA (VanguardaPopular ©) - Nesta quarta-feira (14) começam as inscrições para o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA”, o ambicioso projeto do governo federal que visa incentivar e difundir a criação de “bancos de dados” para ameaçar adversários políticos.

“O programa Meu Dossiê, SUA VIDA vai contribuir para a democratização dos meios de intimidação, permitindo que o banco de dados seja preparado de forma mais rápida e sem deixar vestígios”, argumentou o Ministro da Insegurança da Informação.

A novidade do programa é que a criação do dossiê acontecerá através da InfoInseg, uma rede de Insegurança da Informação que concentra um conjunto de bases de dados distribuídas pelos estados da Federação e por órgãos do governo federal.

O grande problema é que a população ainda tem muitas dúvidas. Pensando nisso, o glorioso Comitê Central do Partido VanguardaPopular © elaborou um pequeno FAQ (perdão pelo estrangeirismo, camaradas) para esclarecer alguns questionamentos.

1) Como funciona o sistema de Insegurança da Informação (InfoInseg)?
Camarada, a rede InfoInseg está funcionando via Internet. Qualquer cidadão cadastrado no Programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” poderá acessar a Rede, em qualquer parte do mundo. Mais informações sobre o InfoInseg você encontra aqui e aqui.

2) Através do programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” poderei violar o sigilo bancário do meu caseiro Eremildo?
Sim, camarada! O sistema InfoInseg possui um módulo exclusivo para violação de sigilos bancários! Com apenas um clique você terá em mãos toda a movimentação financeira do seu caseiro!

3) Meu Partido decidiu comprar um dossiê aloprado contra nossos adversários, o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” é a melhor opção?
Sem dúvidas, camarada! Com o Programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” você vai ficar sabendo tudo sobre a vida dos seus inimigos políticos e poderá, inclusive, violar o sigilo fiscal de algum líder da oposição!

4) Sou membro da Cooperativa de Assassinos 'Foi Bom te Conhecer' e estou iniciando minha carreira de seqüestrador profissional, posso utilizar o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” para coletar informações sobre minhas vítimas?
Sim, camarada bandido social! Toda informação que você precisa sobre sua vítima está disponível na base de dados do governo! Telefones, endereços, cartões de crédito, contas bancárias, resumindo, TODOS os dados pessoais estarão no seu dossiê em poucos segundos! Você não precisa mais perder seu precioso tempo levantando informações sobre o patrimônio da sua vítima, o governo federal já fez isso por você!

5) Sou Secretário Geral da ONU e candidato a ditador totalitário mundial, o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” pode me ajudar a identificar meus possíveis opositores?
Com certeza, camarada megalomaníaco! O sistema InfoInseg é o sonho de todo ditador líder psicopata progressista! Se Josef Stalin, Adolf Hitler e Mao Tse-tung tivessem um banco de dados como esse, com certeza teriam construído países socialistas muito mais prósperos e livres! Com esse sistema você poderá prender, plantar provas e acusar seus opositores muito mais facilmente, como o Hugo Chávez!