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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 7 de outubro de 2023

Hipólito José da Costa, Correio Braziliense, 1808, abertura

Primeiro número e apresentação do Correio Braziliense, o primeiro jornal brasileiro independente.

Um propósito, um dever, uma missão: a de informar, a de formar, a de esclarecer, a de elevar... 




terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Livro: Menck, "A imprensa no processo de Independência do Brasil: Hipólito da Costa, o Correio Braziliense e as Cortes de Lisboa de 1821" - Introdução de Paulo Roberto de Almeida

 Meu trabalho mais recente, publicado em livro que está sendo lançado no dia 21 de fevereiro: 

1433. “Hipólito da Costa, a censura e a independência do Brasil”, Introdução a José Theodoro Mascarenhas Menck: A imprensa no processo de Independência do Brasil: Hipólito da Costa, o Correio Braziliense e as Cortes de Lisboa de 1821 (Brasília: Câmara dos Deputados, 2022, 228 p.; p. 19-41; ISBNs: Papel: 978-65-87317-75-5; E-book: 978-65-87317-76-2; Prefácio: Helena Chagas; Posfácio: Enrico Misasi. Relação de Publicados n. 1433. Relação de Originais n. 3954.


Minha introdução está disponível no seguinte link: 

https://www.academia.edu/70952484/Hipólito_da_Costa_a_censura_e_a_independência_do_Brasil_2022_





 


quinta-feira, 8 de abril de 2021

Debate na ABI sobre Hipólito José da Costa, com Silvio Tendler (autor do documentário), Cacá Diegues, Isabel Lustosa, Ricardo Cota e Paulo Roberto de Almeida

Já indiquei aqui o link para o filme 

Preto no Branco, de Silvio Tendler:

https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/filme-preto-no-branco-censura-antes-da.html

sobre a vida de Hipólito da Costa, que contou basicamente com a direção intelectual do grande jornalista Alberto Dines e da historiadora Isabel Lustosa, editores da edição fac-similar de todos os números do Correio Braziliense (1808-1822), com o qual colaborei num volume suplementar de ensaios sobre Hipólito e a sua época.


Agora tenho o link para o debate realizado no dia 6/04/2021, na sede da Associação Brasileira de Imprensa, coordenado pelo Ricardo Cota e com intervenções e diálogos do próprio Silvio Tendler, Cacá Diegues, Isabel Lustosa e eu. Neste link: 

https://www.youtube.com/watch?v=6c9hiiYm7rg

Aqui estão as perguntas feitas na ocasião:

Associação Brasileira de ImprensaA ABI convida todos a participar do debate com perguntas e considerações, e também a se inscrever no nosso canal.

Noilton Nunesviva a tecnologia viva a ABI viva Zezé viva Cineclube Macunaíma. viva Tendler que é um beija filmes. por onde passa ele beija cineclubes Viva Ricardo. viva mil vezes ao Cacá. parabéns para todos nós

Henri OkajimaBoa noite!

Ricardo Cotaperguntem por favor

Ricardo Cotaboa noite

Noilton Nunesfaltou no filme do Silvio a marcha carnavalesca Imprensa que gosto.

Marialva MonteiroBoa noite a todos!

Heloisa JardimMuita dificuldade na internet para chegar aqui.Acabei de assistir o filme impactante . Emocionante assistir o Alberto Dines que eu segui uma vida. Parabéns Silvio Tendler .

Henri OkajimaApós assistir o filme, me pareceu que a capacidade de produção de textos do Hipolito era considerável. Foi assim devido à formação do Hipólito ou ele foi de fato um ponto fora da curva?

Noilton NunesParabéns para a Izabel uma das mais iluminadas intectuais da atualidade.

Marialva MonteiroO filme tem que ser exibido nos cursos de jornalismo

Heloisa JardimHipólito José da Costa um maçom libertário?

 Ricardo Cotapodem perguntar mai

Henri Okajimainteressante mesmo, entendi, obrigado profa. Isabel.

Noilton NunesCacá saiu hoje a notícia que a TV BRICS vem aí. É a nova impressora Gutemberguiana capaz de desequilibrar a velha mídia internacional?

quarta-feira, 4 de março de 2020

Hipólito da Costa, à Revolução do Porto e o papel da imprensa - Gabriel Heller (OESP)

Um artigo erudito sobre o primeiro jornalista independente, e primeiro estadista brasileiro, Hipólito da Costa, refugiado da inquisição portuguesa na Inglaterra e editor, de 1808 a 1822, do primeiro jornal independente da censura, no qual sempre defendeu a causa brasileira, se possível em união com Portugal, se necessário de forma independente.
Por acaso, Gabriel Heller vai estar no meu seminário jurídico avançado.
Paulo Roberto de Almeida


A Revolução do Porto no Correio Braziliense: imprensa e política no processo da independência brasileira


terça-feira, 7 de agosto de 2018

Hipolito da Costa, defensor precoce dos judeus, protesta contra perseguições na Alemanha

CORREIO BRAZILIENSE ou 
ARMAZÉM LITERÁRIO
Julho – Dezembro, 1819

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil): 
Costa, Hipólito José da
Correio Braziliense, ou, Armazém literário, vol. XXIII/Hipólito 
José da Costa. – São Paulo, SP: Imprensa Oficial do Estado:
Brasília, DF: Correio Braziliense, 2002
“Edição fac-similar”

Vol. XXIII, julho-dezembro de 1819, p. 314-317

Perseguição Contra os Judeus

As noticias de Alemanha continuam a informar-nos dos mais vergonhosos atos de opressão contra os Judeus. Em Warteburg, Darmstadt, Hamburgo, Frankfort, Hanau, Bamberg, Bayreuth e Dusseldorff, tem a populaça cometido os maiores excessos contra os Judeus residentes naqueles lugares. Como estes ataques foram quase simultâneos, conjecturou-se que eram execução de algum plano concertado.
Conjecturando as causas de tão inesperada perseguição, custa a atirar com alguma razão suficiente de tal fenômeno? Será ódio contra a religião dos             Judeus, diferente da maioridade dos habitantes dos países, aonde eles residem? Será isto efeito das agitações políticas, que existem na Alemanha? Será efeito da rivalidade do Comércio?
Quanto à diferença de religião, as perseguições por esta causa são diametralmente opostas às ideias tolerantes do nosso século, como tem acontecido em todos os tempos e em todos os países, em que as luzes tem efeito esconder o fanatismo. Os poucos religiosos furiosos, que ainda existem, e que desejariam propagar os seus princípios pelo ferro e fogo, como os Mahometanos, ou como a Inquisição, ano se atrevem a propor hoje em dia tais planos, que os faria objeto do desprezo público. Em uma palavra, estas perseguições da Alemanha, nem se quer mencionam a diferença de religião, como causa acidental.
Quanto a causas políticas, os Judeus, há muitos séculos, vivem nos diferentes Estados da Europa, como estrangeiros, a quem se não permite exercício algum ativo dos direitos de cidadão, nem empregos públicos; sendo meramente protegidos pelas leis, como pessoas de uma residência temporária: com esta mera faculdade de existir, se tem eles contentado, satisfeitos de que os deixem seguir, na obscuridade, as práticas de sua religião. As mais atrozes e injustas perseguições, não tem oposto senão a paciência e o retiro. Não é logo possível atribuir agora estes seus novos males, a inimizades políticas, em que não consta, que eles tenham a menor parte.
Resta, pois, a rivalidade mercantil, a que alguns escritores imputam os atuais sofrimentos dos Judeus, supondo que as suas riquezas e a sua indústria tem excitado a inveja dos mais negociantes Alemães. Não se pode negar a possibilidade desta hipótese; mas nem ainda nela achamos razão cabal, para explicar o mal em toda a sua extensão.
As riquezas dos Judeus, assim como as de todo o outro capitalista, que não tem outra pátria senão aquela em que reside deve redundar em beneficio do país, dando emprego a muitos habitantes, e servindo de produzir novas riquezas. Logo o ódio contra as riquezas dos Judeus, seria dirigido contra o beneficio, que delas resulta a toda a Sociedade: um ou outro negociante individual poderia entreter este ódio contra o rico negociante Judeu e seu vizinho, pelo espirito de rivalidade; mas isto não se podia estender a toda a populaça; nem abranger tantas cidades, desde a margem do Rheno até Copenhaguen, como são aquelas por que esta perseguição se tem difundido.
Suponhamos que os Judeus Alemães se retiravam, com seus haveres, daqueles países em que são perseguidos: nesse caso, não só a população sofreria, mas a falta de seus capitães traria a ruina a muitas fábricas, e até a mesma agricultura; como bem palpavelmente se experimentou em Portugal, que com a expulsão dos Judeus, perdeu os seus cabadaes, e estes foram enriquecer a Holanda, tornando-se ali rivais e ao depois inimigos dos capitais e comércio de Portugal. Daqui concluímos, que a generalidade desta perseguição se não explica pelo ódio contra as riquezas dos Judeus, pois elas são de grande beneficio aos países, em que eles residem.
Quaisquer, pois, que fossem as causas destas perseguições dos Judeus, a Alemanha perderia um imenso fundo de riquezas, que se transferiria ao Brasil. Mas disto, pela razão que demos acima, não tem a Alemanha, que se temer.
Voltando, porém, as causas da perseguição, que parecem tão geral na Alemanha, parece que a proteção dos respectivos Governos não tem sido tão eficaz como devera ser.
Sobre esta matéria achamos um curioso artigo, datado de Carlsbad aos 24 de Agosto; em que se diz, que os Ministros nas conferências, que se faziam naquela cidade, tomaram em consideração a perseguição contra os Judeus; e que notificaram aos respectivos Governos, que deviam obrigar os magistrados a prestar eficaz proteção aos Judeus, como todo o Governo é obrigado a fazer, aos que vivem em seus territórios, sem distinção de classes. Pretende mais este artigo, que os Ministros intimaram, que se aqueles Governos não castigassem os Magistrados, pela falta de proteção dos Judeus, se fariam acessórios e correos dos mesmos crimes; e que seria preciso que os seus territórios fossem ocupados militarmente por tropas da Áustria ou da Prússia.
Assim parece, que estas perseguições populares contra os Judeus, vem cheias de consequências, que não aparecem à primeira vista: pois no mesmo artigo se insinua, que será preciso ceder os territórios, aonde tais ultragens se tem cometido, a algum Estado vizinho, que tenha a vontade e o poder de coibir tais excessos.