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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 9 de agosto de 2022

O golpe será televisionado, em todos os canais abertos: não precisa de ingresso - Patrícia Campos Mello (FSP)

 Acho que o desenvolvimento do golpe está sendo feito às claras. Não se pode dizer que não ser trata de uma inovação bolsonariana: como é do Bozo será derrotado. E não precisa de Task Force naval americana para, desta vez (e diferente de 1964), para IMPEDIR o golpe. Faremos por nossa própria conta.

Paulo Roberto de Almeida

Convocações golpistas para o 7 de Setembro explodem em grupos de mensagens

Levantamento da UFMG indica crescimento de 290% na última semana de julho em comparação com mesmo período em junho

Filha de São Paulo, 9/08/2022

A circulação de mensagens com menções ao 7 de Setembro em grupos de WhatsApp explodiu na última semana de julho, com crescimento de 290% em comparação com o mesmo período de junho, aponta levantamento do Monitor de WhatsApp da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Segundo a sondagem, feita a pedido da Folha, as mensagens mais compartilhadas citam convocações do presidente Jair Bolsonaro (PL) a apoiadores e têm cunho golpista, com referências a intervenção militar e destituição de juízes do Supremo Tribunal Federal e afirmações falsas sobre as urnas eletrônicas.

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Dentre os mil grupos públicos de WhatsApp monitorados pela UFMG, 469 enviaram mensagens relacionadas ao 7 de Setembro entre 1º de junho e 1º de agosto.

Foram 4.184 mensagens, 69% das quais circularam em grupos de direita, 25,9% em grupos indefinidos —de temática política, mas não alinhados claramente a alguma ideologia— e 5,1% em grupos de esquerda.

"Bolsonaro convocou apoiadores a se unirem a ele no 7 de Setembro, e isso se refletiu, naturalmente, em grupos de WhatsApp e Telegram, que têm apresentado uma grande mobilização, com a organização de caravanas ou conversas sobre o 7 de Setembro como a última vez em que vão às ruas", afirma Fabrício Benevenuto, professor de ciência da computação da UFMG e coordenador do projeto Eleições sem Fake.

"O problema é que muitas dessas mensagens vêm acompanhadas de ataques aos ministros do STF e às urnas eletrônicas e de desinformação relacionada ao processo eleitoral. É preocupante que nos grupos pró-Bolsonaro a convocação para participar dos atos passe por ruptura dos processos democráticos, intervenção militar e ataque às urnas eletrônicas. Parte da motivação envolve extremismo."

O presidente chamou apoiadores para irem às ruas no 7 de Setembro durante discurso na convenção do PL que oficializou sua candidatura. "Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de Setembro, vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez", disse na ocasião, sob gritos de "mito".

Bolsonaro aproveitou a mesma fala para atacar os ministros do STF, sem mencionar nominalmente seus principais alvos, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

"Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Entender que quem faz as leis são os Poderes Executivo e Legislativo. Todos têm que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Isso interessa a todos nós", afirmou.

Em edital publicado no Diário Oficial do Município de quinta-feira (4), a Prefeitura do Rio contrariou os planos do presidente e manteve o desfile na região central, não na orla de Copacabana.

No último sábado (6), Bolsonaro reafirmou que participaria do ato em Copacabana no 7 de Setembro, mas, dessa vez, não citou a participação das Forças Armadas.

A mensagem de texto mais compartilhada nos grupos de WhatsApp monitorados pela UFMG foi enviada 175 vezes em 117 grupos.

"Dia 7 de setembro será o último aviso, a última oportunidade de colocar o país no eixo. Então, presidente, quero te falar, será o último mesmo, se não mudar no dia 7 de setembro e não vier uma resposta do líder que elegemos com quase 70 milhões de votos, EU DESISTO. Eu te elegi para você ficar contra o sistema, te dei autorização para meter o pé na porta do STF, do Congresso e de mais onde for preciso. Estou ratificando esta autorização no dia 7 de setembro", diz o texto.

Outra mensagem entre as mais compartilhadas, enviada 92 vezes em 13 grupos, afirma: "Eu, brasileiro, como cidadão do bem, convoco quem tem amor pelo Brasil e deseja um futuro melhor para nossos filhos e netos a se levantar. Vamos para as ruas antes que seja tarde e o COMUNISMO cale nossas bocas".

Outra das mensagens com grande circulação diz: "PESSOAL, VÃO EM PESO PARA AS MANIFESTAÇÕES NO DIA 7 DE SETEMBRO, O QUE ESTÁ EM RISCO É O FUTURO DO BRASIL E DE SEUS FILHOS, NÃO PODEMOS ACEITAR SERMOS UMA DITADURA E PASSAR FOME IGUAL NA VENEZUELA E NA ARGENTINA... NÃO PODEMOS CAIR NESSA MESMA IDIOTICE, TEMOS QUE AGIR ANTES, NÃO DEPOIS DAS FRAUDES, DEPOIS NÃO HÁ NADA QUE SE POSSA FAZER."

Além disso, há grupos dedicados à convocação para o 7 de setembro, organizando o evento e preparando caravanas de viagem –por exemplo, o grupo "07 DE SETEMBRO (O CHAMADO)", com 195 participantes.