Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 22 de maio de 2019
Itamaraty-Apex: continuam as confusoes - Ricardo Della Coletta (FSP)
terça-feira, 3 de julho de 2012
Mercosul violado (ops, mas ninguem deve relaxar...)
Ou seja, ainda teremos belos dias de polêmica pela frente.
Mas seria sumamente apreciado, entrementes, poder degustar o parecer da Advocacia Geral da União (talvez Adevogacia Particular da Desunião seja um nome mais exato) que deu sinal verde para o Brasil se associar aos intentos kirchneristas...
Deve ser um parecer e tanto. Genial, em todos os aspectos.
Quem dispuser, favor remeter para este blog.
Paulo Roberto de Almeida
Venezuela es una "herida grave" en el Mercosur
Infobae.com, Martes, 3 Julio 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
Los Hermanos: ser "bonzinho" ou ser correto?: dilemas da diplomacia brasileira
me esclarecer uma dúvida quanto às relações do Brasil com nossos vizinhos do sul. Sob uma perspectiva de longo prazo, não seria interessante ao Brasil garantir um entorno regional favorável e construir laços significativos com os países da América Latina? Acredito que as diversas concessões feitas aos nossos "hermanos" têm esse objetivo. Ou seria a questão primordial a impossibilidade dessa política externa lograr êxito?
Meus comentários, necessariamente rápidos, em função de tudo o que já escrevi em ensaios sobre a política externa brasileira, seriam estes.
Não creio que a colusão no descumprimento de tratados e compromissos formalmente assumidos -- que foi a política seguida desde 2003 -- seja uma receita positiva para, como se diz, "garantir um entorno regional favorável", ou sequer para "construir laços significativos com os países da América Latina".
Vou dizer brevemente por que.
O Brasil não tem por que -- e seria, acima de tudo, sumamente ridículo -- pedir perdão, se desculpar, ficar cheio de dedos ou com consciência de culpa, apenas por ser grande, deter muitos recursos naturais, uma grande indústria, e exibir um PIB (total, NÃO per capita) superior aos dos vizinhos. Essa mania de pretender ser menor do que é, ou essa "angústia" em assumir responsabilidades desproporcionais apenas em função do tamanho me parecem totalmente equivocadas e diretamente vinculadas, justamente, ao abuso das medidas arbitrárias em uso desde aquela época na região, especificamente da Argentina contra o Brasil, ao arrepio de qualquer regra, de qualquer negociação, de qualquer entendimento bilateral, apenas com base em decisões ilegais, contrárias ao espírito e à letra do Tratado de Assunção, e totalmente em contradição com os objetivos pretendidos, que seriam, supostamente, o de construir uma relação sólida e um espaço econômico ampliado na região.
Um país grande pode até ostentar uma indústria mais poderosa e, portanto, dotada de economia de escala para competir externamente. Mas, assim como o PIB é grande, o mercado é grande, supostamente aberto a todos os sócios na integração: a economia de escala passa, portanto, a valer para todos, já que supostamente não existem mais fronteiras.
Não é certo que a derrogação unilateral às normas solenemente pactadas possam construir um ambiente de confiança sobre o qual afiançar investimentos e projetos de empresários privados. Ao contrário: a violação das regras cria um ambiente impossível para o exercício dos princípios e valores de toda e qualquer economia de mercado.
Uma coisa precisa ficar clara: a leniência, a complacência, a aceitação passiva de todas as medidas arbitrárias e ilegais -- não só com relação ao Mercosul, mas ilegais também do ponto de vista do GATT -- argentinas contra o Brasil -- e suponho contra os demais sócios -- não está ajudando em nada o Mercosul; ao contrário, está desmantelando suas bases e tornando ainda mais difícil construir a integração no médio e longo prazo.