Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 30 de março de 2014
Venezuela: ate quando a indiferenca dos vizinhos?
quinta-feira, 20 de março de 2014
Venezuela: perguntas e duvidas terminologicas...
31 morreram em protestos na Venezuela, diz procuradora-geral
Há também 461 feridos e 121 pessoas presas, segundo números do governo
As vítimas dos protestos na Venezuela
Um dos principais incentivadores da onda de protestos contra Nicolás Maduro, o prefeito de San Cristóbal e dirigente do partido oposicionista Vontade Popular (VP) Daniel Ceballos foi preso na quarta-feira acusado de fomentar uma “rebelião civil”. Segundo membros do VP, Ceballos foi detido por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional que não apresentaram nenhum mandado de prisão.
Desde que, em 12 de fevereiro, uma marcha em Caracas terminou em incidentes que deixaram três mortos e danos a instituições públicas, a Venezuela vem sendo palco de manifestações diárias contra o governo, algumas pacíficas e outras com finais violentos. Os manifestantes protestam contra a altíssima inflação, a violência no país e por mais liberdade de imprensa. O governo denuncia que por trás dos protestos há uma tentativa de golpe, enquanto a oposição defende o direito de expressar seu descontentamento pacificamente e acusa a polícia de abusos.
domingo, 17 de junho de 2012
Os horrores da Segunda Guerra Mundial - The Economist
Esta matéria da Economist, resenha de dois livros, coloca a conta um pouco mais acima, perto de 70 milhões. Provavelmente, a conta é mais acurada, com base nessas obras.
De longe, o país que fez mais sacrifícios foi a União Soviética, com 27 milhões de mortos, mas isto também porque Stalin queria compensar a desvantagem em material em face dos soldados nazistas enviando mais gente para combatê-los. A partir de certa massa humana, mesmo os tanques e metralhadoras mais eficientes não dão conta.
O segundo país em número de vítimas na Europa (pois a China sofreu terrivelmente, com 15 milhões de mortos) foi a Polônia, aliás vitimada pelos dois lados, tendo seu oficialato sido simplesmente eliminado pelos soviéticos logo no começo da guerra. Mais de 5,3 milhões de poloneses foram vítimas da guerra, em suas diversas frentes.
A Alemanha vem em seguida, com 5,2 milhões de mortos, muitos soldados...
Os judeus colocam o número de vítimas, especificamente por serem dessa religião, ou raça, como preferiam os nazistas, em 6 milhões, o que os eleva à terceira maior cifra absoluta.
Em todas as direções, o número de mortos, a maior parte civis, é absolutamente estarrecedor.
Esses dois livros contam um pouco da tragédia, ou muito, já que são de centenas de páginas, cada um.
Paulo Roberto de Almeida
The second world war
Counting the cost
Two British historians analyse the 20th century’s worst conflict
- »Counting the cost
- Well red
- Breaking the waves
- Not such a strongman
- Flower power
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
RAP: Esgotar todos os recursos verbais antes que se consiga atingir um numero razoavel de mortos...
Segurança coletiva
Maria Luiza Viotti |
O Globo - 16/02/2012 |
A defesa do diálogo e da solução pacífica de controvérsias é uma das tradições - no discurso e na prática - da política externa brasileira. Para o Brasil, o uso da força pela comunidade internacional deve ser sempre o último recurso, depois de esgotadas todas as possibilidades da diplomacia e de uma solução negociada. Ações militares implicam elevados custos em vidas humanas, além de outras graves consequências, políticas e econômicas.
Temos insistido em que a ONU priorize ações preventivas e esforços de mediação. Aplaudimos a iniciativa do secretário-geral Ban Ki-moon de estabelecer 2012 como o ano da prevenção.
Como afirmou a presidente Dilma Rousseff em seu discurso na abertura da Assembleia Geral, "o mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis. Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger, pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisam amadurecer juntos".
O conceito da "responsabilidade de proteger" acaba de completar dez anos desde sua primeira formulação. Foi desenvolvido com o propósito legítimo de evitar que populações sejam vítimas de genocídio, limpeza étnica, crimes de guerra e contra a humanidade.
A recente intervenção armada na Líbia, com a justificativa de proteção de civis, demonstrou a necessidade de aperfeiçoá-lo. Causaram preocupação a extensão da força empregada, a incapacidade de se combinar e calibrar a ação militar com a diplomacia, a interpretação questionável do mandato conferido pelo Conselho de Segurança e a falta de acompanhamento pelo próprio Conselho das ações empreendidas em nome de todos os membros da ONU. Invocou-se a "responsabilidade de proteger", mas faltou "responsabilidade ao proteger".
O Brasil apresentou, em novembro, ao Conselho de Segurança, o conceito de "responsabilidade ao proteger" com os seguintes elementos: a valorização da prevenção e dos meios pacíficos de solução de controvérsias; a excepcionalidade do emprego de meios coercitivos, especialmente o uso da força; a obrigação de que a ação militar não cause danos maiores do que aqueles que tenciona evitar; a observância rigorosa dos mandatos; a importância da proporcionalidade e de limites para o emprego da força, nas circunstâncias excepcionais em que for necessário contemplar o seu uso; e a necessidade de monitoramento e avaliação da implementação das resoluções.
A proposta brasileira tem recebido apoio de muitos países, ONGs e acadêmicos. A missão do Brasil junto à ONU já realizou um amplo debate com embaixadores de 25 países de todas as regiões do mundo e estudiosos do tema. A percepção compartilhada pela grande maioria foi a de que a iniciativa brasileira deu início a uma discussão que se tornou crucial após o episódio da Líbia. Em seminário recente organizado pela Stanley Foundation, com as principais autoridades mundiais no assunto, a iniciativa brasileira foi um dos elementos centrais dos debates, tendo sido bem acolhida e objeto de menção muito positiva por parte do secretário-geral da ONU.
Encorajado pela receptividade ao conceito da "responsabilidade ao proteger", o Brasil deverá organizar um debate na ONU a ser presidido pelo ministro Antonio de Aguiar Patriota.
O apelo político à prevenção, à moderação e à ação criteriosa no exercício da segurança coletiva, por meio da "responsabilidade ao proteger", segue a tradição da diplomacia brasileira. Temos credibilidade para promover esse debate na ONU porque nosso discurso em favor da paz é amparado por atuação que vai além da retórica e valoriza, na prática, a diplomacia e o diálogo. Pretendemos, de forma franca e construtiva, levar adiante esse debate indispensável, com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento da ação da ONU e para sua maior eficácia na promoção da paz e da segurança internacionais.
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domingo, 22 de agosto de 2010
Venezuela: proibido publicar estatisticas mortais (só as estatisticas...)
Paulo Roberto de Almeida
Los muertos que esconde Chávez
La Razón (España), Agosto 22, 2010
“El conteo lo realizan los periodistas de sucesos que, como Rona, se apostan los viernes a las puertas de Bello Monte. Nada es oficial y menos ahora. Se ha impuesto la ley del silencio.”
Doña Cecilia Arévalo sabe por experiencia que la vida en Caracas vale muy poco. Lo que un reloj llamativo o unos zapatos lustrosos. Vive en el barrio de San Blas de Petare, uno de los cerros que aprisionan la capital venezolana donde «si dices algo te matan». «A mí me mataron a mi sobrino». Adel Miranda, su sobrino de 18 años, era latonero y trabajaba con su padre. Un buen día le dieron dos puñaladas que lo dejaron malherido. No lo denunció ni chivó un solo dato a la Policía. Una semana después le descerrajaban cuatro tiros. Su destino: la morgue de Bello Monte, el espejo que refleja la cruda realidad de Venezuela en pleno centro de Caracas. Una realidad que el régimen bolivariano pretende ocultar decretando la censura de imágenes violentas en los diarios durante 30 días, el periodo electoral que antecede a las legislativas del 26 de septiembre.
La colapsada morgue de Caracas se mantiene a duras penas en pie desde los años 70. Desvencijada y sin medios, por sus salas pasan a diario unos 20 cadáveres, víctimas anónimas de la violencia que asola el país en medio del silencio oficial. Los fines de semana la cifra se dispara a 50 muertos entre el viernes noche y el domingo, y se supera los días de paga (en Venezuela se cobra por quincenas). «Era la morgue que necesitaba Caracas en aquella época. Un tanatorio pequeño. Pero con la explosión de la criminalidad, Bello Monte se ha convertido en un espectáculo dantesco durante los fines de semana. Se acumulan los cadáveres por culpa del abandono del Gobierno a la política de seguridad», asegura a LA RAZÓN Elisio Guzmán, ex director de la Policía Científica y actual director de la Policía del Estado de Miranda. Con 40 años de servicio en la Científica, Guzmán conoce bien el deterioro en el que ha ido cayendo Bello Monte. «Hay menos profesionales que cuando se abrió, incluso menos que hace 10 años y los patólogos que aún quedan tienen un sueldo miserable», explica. A pesar de que la criminalidad ha crecido un 134% en los dos últimos lustros de gestión bolivariana [según cifras aproximadas, ya que el régimen de Chávez no cuenta los homicidios desde 2008], «no hay suficientes cámaras frigoríficas y los muertos se almacenan en cualquier esquina. No hay cómo conservar los cadáveres», añade. El denominado «Proyecto España», por el que nuestro país envió equipos destinados a las morgues venezolanas en 2000, no sirvió para mejorar la caótica situación. «Se adquirieron equipos, pero en algunos sitios aún están almacenados porque no se construyeron las morgues aprobadas o no se ampliaron las existentes», denuncia a este diario Rona Risquez, jefe de la sección de sucesos del diario opositor «El Nacional». Los equipos «Proyecto España» están abandonados.
Fin de semana del 12 al 15 de marzo: 59 asesinados; fin de semana del 2 al 4 de julio: 65 homicidios; fin de semana del 30 de julio al 1 de agosto: 54 muertes violentas… El rosario de cadáveres es constante como las turbias aguas del Guaire, que parte en dos Caracas. El conteo lo realizan los periodistas de sucesos que, como Rona, se apostan los viernes a las puertas de Bello Monte. Nada es oficial y menos ahora. Se ha impuesto la ley del silencio.
Antonieta de Dominicis ha pasado media vida entre muertos. Ex jefa del tanatorio central de Caracas hasta 2004, conoce Bello Monte mejor que su propia casa. «Mis compañeros están supersaturados. Cuando dejé Bello Monte éramos 13 patólogos y ahora quedan cinco. Hay seis mesas en la sala de autopsias, 60 nichos frigoríficos y una sala refrigerada donde hay que amontonar en camillas o donde se pueda el resto de los cuerpos. La morgue es el reflejo de Venezuela, de una ola de violencia que no se puede ocultar», remarca. Las condiciones son pésimas por el abandono gubernamental y muchos facultativos han preferido emigrar a España o Italia. «Hay un patólogo el sábado y otro el domingo. Eso da para 12 autopsias por día y hay días en que se acumulan más de 60 cadáveres y las familias quieren enterrar a su muerto el mismo día que lo traen. Nadie quiere trabajar en esas circunstancias y con un sistema que favorece a los médicos cubanos peor preparados».
Hoy, cuando caiga la noche, volverán a bajar los muertos de los cerros y la sala de espera de Bello Monte quedará atestada de nuevo. Una televisión de plasma con alguna cadena oficialista sintonizada detallará los logros del Gobierno para detener la violencia.
Caracas, más peligrosa que Bagdad
La capital venezolana es la segunda ciudad más peligrosa del planeta. Por delante de Bagdad y sólo superada por Ciudad Juárez. Pero en su conjunto, Venezuela supera a México en tasa de criminalidad. Según datos del propio Gobierno filtrados al diario «El Nacional», que no ha podido publicarlos por la censura impuesta, desde 2009 a mayo de 2010, el país caribeño acumula una media de más de 70 homicidios por 100.000 habitantes por los 10,8 que padece México. «La Venezuela joven está muriendo en las calles. La censura del régimen refleja que, después de 10 años, por fin están preocupados por el coste electoral de la violencia. Lo lamentable es la cantidad de muertos que han necesitado», declara Elisio Guzmán, ex director de la Policía Científica.