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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

US-EU FTA UP?; EU-MSUR DOWN? What more?

Sorry for the capital letters guys. Eu estava apenas querendo dizer que com essas prometidas negociacoes de um acordo para uma ZLC monstro entre UE e os EUA caminhando, as torturadas e tortuosas negociacoes de um acordinho birregional UE-Mercosul poderiam ir para o brejo. So be it...
Paulo Roberto de Almeida

Acordo comercial EUA-Europa indica desafio para Brasil
Ruth Costas
Da BBC Brasil em Londres
14 de fevereiro, 2013 - 17:55 (Brasília)

Possível acordo foi analisado como resposta à crise financeira global

A eventual aprovação de um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia pode representar o surgimento de novos desafios internacionais para o Brasil e outros países emergentes, de acordo com analistas ouvidos pela BBC Brasil.

O mundo assistiu a uma proliferação de pactos comerciais bilaterais e regionais nos últimos anos. Mas os analistas concordam que poucos têm um peso geopolítico e econômico tão grande quanto o esperado do acordo comercial EUA-Europa, que recebeu um pontapé inicial nesta semana.

O objetivo declarado de americanos e europeus é chegar o mais perto possível de uma área "transatlântica" de livre comércio e usar essa integração para impulsionar a geração de empregos e crescimento econômico.

O projeto precisará superar uma série de barreiras, mas se deslanchar o resultado pode ser a maior zona de livre comércio do planeta - um gigante reunindo metade do PIB e um terço de todas as trocas comerciais globais.

"Trata-se de uma espécie de resposta dos centros ‘tradicionais’ de poder econômico e político globais à crise econômica e ao fortalecimento dos BRICS - que pressionam por um mundo mais multipolar", diz a professora de relações internacionais Miriam Gomes Saraiva, que atualmente pesquisa as relações Brasil-Europa na Universidade de Oxford.

"Para o Brasil e outros emergentes que vinham se esforçando para ter mais peso em fóruns multilaterais e debates econômicos globais, em um primeiro momento um projeto que aponta para um maior alinhamento entre Europa e EUA não parece uma boa notícia", opina.

Para Erik van der Marel, especialista em negociações comerciais da London School of Economics, ainda é cedo para entender até que ponto o acordo poderia fazer produtores de outros países perderem mercados americanos e europeus para concorrentes locais. No entanto, ele acredita que é normal esperar que haja algumas "vítimas" do acordo em outros países.

No caso do Brasil, Saraiva diz que há muita convergência nas pautas de exportação brasileiras para os EUA e para a Europa - o que limitaria o impacto do acordo. Ela não descarta, porém, a possibilidade de que setores específicos possam sofrer com a concorrência de rivais do Norte nesses mercados, dependendo dos termos e perfil do acordo.

Divergências
Já para Stephen Barber, professor associado de políticas públicas na London South Bank University, o efeito do pacto transatlântico pode ser positivo até para países do Sul do globo.

"Se esse acordo ajudar os EUA e a Europa a retomarem ritmo de crescimento, todos vão ganhar. Até porque ambos estão entre os principais mercados de muitos países emergentes, como o Brasil"

O início das negociações sobre a "Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento" foi anunciado pelo presidente americano, Barack Obama, nesta quarta-feira. Americanos e europeus agora vão se dedicar a gestões internas e, segundo o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, devem se sentar à mesa para debater a integração em junho.

No total, o comércio bilateral movimenta US$ 646 bilhões por ano.

Além das tarifas, EUA e Europa também pretendem reduzir as barreiras "não tarifárias" ao comércio - regulamentações que encarecem os negócios - e facilitar investimentos bilaterais.

"Um comércio livre e justo através do Atlântico estimulará (a criação) de milhares de empregos bem remunerados para os americanos", prometeu Obama.

Desafios
As negociações não serão fáceis. Uma das questões politicamente intrincadas diz respeito aos subsídios a produtores locais oferecidos por governos dos dois lados - em especial, a Política Agrícola Comum europeia.

Ainda não está claro se o resultado do acordo pode ser uma redução efetiva desses subsídios, como sugere Barber, ou se americanos e europeus podem unir forças para resistir a pressões externas para cortar seus programas - ameaça levantada por Saraiva.

Algumas regulamentações específicas também podem ser um problema para a integração. A Europa, por exemplo, tem ressalvas sobre o comércio de alimentos geneticamente modificados, o que já causou disputas comerciais com os Estados Unidos no passado.

Autoridades americanas e europeias tem dado a entender que poderia haver um tratamento especial para o que elas chamam de "produtos sensíveis" - aqueles protegidos por grupos de interesses locais. "Em vez de um acordo de livre comércio radical também é possível que tenhamos uma versão 'light'", diz Marel.

Segundo Barber, para garantir que as negociações avancem de forma constante, o ideal seria que as partes envolvidas montassem uma estrutura institucional com tal missão - por exemplo, com um secretariado.

"Por muito tempo assuntos de segurança dominaram a agenda entre os EUA e a Europa, apesar da enorme importância das relações econômicas", diz Barber.

"As negociações para esse novo acordo são em parte um reconhecimento de que, apesar de todo o entusiasmo com o mercado chinês, a maior parte dos clientes dos dois lados ainda está aqui no Norte."

domingo, 10 de fevereiro de 2013

The Bretton Woods transcripts: available online

Para todos os que se interessam pela história "íntima" (se ouso dizer) de Bretton Woods, aqui vai uma dica:

The Bretton Woods Transcripts
The Transcripts | Did You Know? | Documents and Memorabilia | Blog | The Project
The Bretton Woods Transcripts, edited by Center for Financial Stability (CFS) Senior Fellow Kurt Schuler and CFS Research Associate Andrew Rosenberg, offer the reader a front row seat at the conference that has shaped the international monetary system for nearly 70 years. The Bretton Woods Transcripts were never intended for publication, and give an inside perspective of what participants at this major international gathering said behind closed doors.
The Transcripts reveal an untold story from World War II, as well as the vision of luminaries such as John Maynard Keynes, future presidents, prime ministers, and other world leaders. Despite a war still waging in 1944, delegates from 44 nations worked tirelessly in Bretton Woods, New Hampshire to construct a financial system that would promote growth, minimize global imbalances, and foster stability. Show More
Quotes from The Bretton Woods Transcripts


Harry Dexter White (left), chief U.S. negotiator of the Bretton Woods agreements, and John Maynard Keynes, chief British negotiator, at the first meeting of the IMF and World Bank governors in 1946.
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On international economic cooperation…
Fred Vinson (U.S. delegate, future Supreme Court chief justice): We are met here in Bretton Woods in an experimental test, probably the first time in the history of the world, that forty-four nations have convened seeking to solve difficult economic problems. We fight together on sodden battlefields. We sail together on the majestic blue. We fly together in the ethereal sky. The test of this conference is whether we can walk together, solve our economic problems, down the road to peace as we today march to victory. Sometimes [certain] problems seem to be most important on a particular day. Some folks think that the problems of the world were made to be solved in a day or in one conference. That can’t be. We must have cooperation, collaboration; utilize the machinery, the instrumentalities, that have been set up to provide succor to those who are hungry and ill; to set up, establish instrumentalities that will stabilize or tend toward stabilization of economies of our world.
(Commission I, seventh meeting)
Praise for The Bretton Woods Transcripts
Schuler, along with his coeditor, Andrew Rosenberg, has done a superb job in putting this treasure trove in shape for publication. Even though there have been thousands and thousands of pages written about the Bretton Woods Conference, nothing beats the transcripts for a first-hand feel of what transpired.”
From the preface by Jacques de Larosière, Managing Director of the IMF from 1978-1987, and Steve H. Hanke, Professor of Applied Economics, Johns Hopkins University, Baltimore
Kurt Schuler, Andrew Rosenberg and the Center for Financial Stability deserve our thanks and congratulations for having unearthed and then nicely reproduced and edited the original Bretton Woods transcripts. This is truly a treasure trove for historians, showing exactly who said what to whom, when and why at that iconic Conference.”
Charles Goodhart, Financial Markets Group, London School of Economics; Former Chief Advisor, Bank of England
“The global economy is stuck with low growth rates and over indebtedness in very many leading countries today. The two issues - growth and fiscal/private debt overhangs - are the classical scopes of work of the International Monetary Fund; and we see that in this epoch the global institution named, has been relegated only to a back seat, while the so called ‘Troika’ does most of the diagnosis and most of the decision-making.

“Thus, what better than to counter now with a primary testimony of how the founding fathers of the IMF and the World Bank discussed, convened, negotiated and came about to a broad consensus at Mount Washington, New Hampshire, in order to create an institutionality with a clear technical, financial, and macro mandate?”

Eduardo Aninat, Former Deputy Managing Director, IMF; Former Finance Minister of Chile; Present, Director General, UNIAPAC Foundation, Paris
“Bretton Woods set the standard for all future international economic conferences. These transcripts are a precious contribution to historical study and more importantly an inspiration for those charged with shaping the future.
Lawrence H. Summers, Former Secretary, US Treasury; Charles W. Eliot University Professor of Harvard University, Harvard Kennedy School, Mossavar-Rahmani Center for Business and Government
“A fascinating and useful new e-book, The Bretton Woods Transcripts, has just been published by the Center for Financial Stability (CFS). While an 822 page ‘transcript’ might turn off all but the most serious monetary scholars, Kurt Schuler, who discovered the transcripts in the Treasury, and his coeditor Andrew Rosenberg have done a remarkable job of making the book user friendly. Their commentary is fascinating in its own right. Moreover, standard search engines allow one to easily scan through the document looking for topics or participants.

“In reading through various passages, I was most impressed by the foresight of the participants at the conference and their spirit of international cooperation, as they hammered out the agreements.

John B. Taylor, Former Under Secretary, US Treasury; Mary and Robert Raymond Professor of Economics, Stanford University; and George P. Shultz Senior Fellow and Chair of Working Group on Economic Policy, Hoover Institution
“Everyone thinks they know what happened at Bretton Woods, but what they know has been filtered by generations of historical accounts. By publishing the Bretton Woods transcripts, Kurt Schuler and Andrew Rosenberg provide the unfiltered version. International monetary history will never be the same.
Barry Eichengreen, George C. Pardee and Helen N. Pardee Professor of Economics and Political Science, University of California, Berkeley
“Historical memory, as we well know, can often fade, becoming encrusted with distortions and misperceptions. With the publication of these transcripts, Kurt Schuler and Andrew Rosenberg have done us all a lasting service. Economists and historians will gain fresh insight into what really happened and what was really intended at Bretton Woods. Diplomats and policy makers can gain valuable lessons about how to successfully organize and manage a complex international negotiation.”
Benjamin J. Cohen, Louis G. Lancaster Professor of International Political Economy, University of California, Santa Barbara
Contact
If you would like to contribute information or have questions about Bretton Woods, please contact Kurt Schuler, kschuler@the-cfs.org.

Book Details
eBook: 800 pages
Publisher: Center for Financial Stability
Price: $9.00
ISBN-13: 9781941801000
Excerpt includes table of contents, preface, introduction, and sample transcript.

domingo, 4 de julho de 2010

Programa nuclear iraniano: buscando uma boia de salvacao?

E o Brasil será essa bóia?

Irã afirma estar preparando nova reunião com Brasil e Turquia
Nejme Joma
Agencia EFE, 04/07/2010


Teerã - O ministro de Assuntos Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, afirmou neste domingo que seu país está conversando com o Brasil e a Turquia para a realização de uma reunião para abordar a troca de combustível nuclear.

Conforme a agência de notícias “Isna”, Mottaki fez a declaração no 28º aniversário do desaparecimento de quatro supostos diplomatas iranianos no Líbano.

“Estamos em contato com o Brasil e a Turquia para coordenar a continuação das negociações”, disse Mottaki.

O chefe da diplomacia iraniana acrescentou que levando em conta a acirrada agenda dos ministros de Relações Exteriores do Brasil e da Turquia, o Irã está negociando para uma data adequada para o encontro. Mottaki disse que a reunião deve ocorrer em Teerã.

Irã mantém queda-de-braço com a comunidade internacional ao rejeitar a suspensão da atividade do enriquecimento de urânio que afirma precisar para abastecer as suas futuras usinas nucleares.

Apesar das pressões internacionais e as resoluções da ONU, o Irã conseguiu até agora produzir e armazenar milhares de quilos de urânio enriquecido a 3,5%.

Em março, o Irã apresentou um pedido na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para a compra de combustível nuclear para seu reator científico de Teerã.

Sete meses depois, a comunidade internacional propôs em Genebra uma fórmula para o envio do urânio iraniano enriquecido a 3,5% à Rússia, em troca de combustível nuclear a 20% produzido na Rússia e França.

Em um primeiro momento a fórmula foi aceita. Depois, o regime se negou a entregar seu urânio alegando não ter garantias de recebê-lo novamente.

Irã anunciou em seguida ter começado enriquecer urânio em 20% para garantir a necessidade de seu reator de Teerã.

Após vários meses de bloqueio de negociações, os ministros de Relações Exteriores do Irã, Brasil e Turquia assinaram em meados de junho um comunicado em Teerã para solucionar a questão de troca de combustível nuclear entre Irã e o grupo integrado pelos EUA, Rússia, França e a AIEA.

Pelo acordo, o Irã enviaria à Turquia 1,2 mil quilos enriquecidos a 3,5%, para receber em um ano 120 quilos de urânio enriquecido a 20%.