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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Três grandes desafios dos novos diplomatas brasileiros - Paulo Roberto de Almeida

 Três grandes desafios dos novos diplomatas brasileiros

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Notas para Aula Magna em curso preparatório a concurso para a carreira diplomática

 

Em 2001, elaborei, com base num pequeno livro, Quatro Regras de Diplomacia, escrito no último quinto do século XIX por um diplomata do regime monárquico português, um texto relativamente simétrico, mas ampliando aquelas ideias num novo texto a que dei o título de “Dez Novas Regras de Diplomacia”, e que se tornou, na sequência, um dos meus textos mais acessados neste primeiro quarto de século XXI. Nesse trabalho, eu retomava uma ou outra das boas regras do colega português, como o de manter um estilo conciso e objetivo na escrita, por exemplo, mas rejeitava outras, por anacrônicas. Ele pode ser lido no blog Diplomatizzando (16/08/2015, link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/08/dez-regras-modernas-de-diplomacia-paulo.html).

Mais tarde, efetuei uma revisão do trabalho, sob o título de “Dez regras sensatas para a diplomacia profissional”, anexa ao livro Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira; essa versão pode ser conferida no mesmo blog (19/08/2021: link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/08/regras-modernas-e-sensatas-de.html). Ambos os exercícios se destinavam apenas a fornecer aos candidatos à carreira uma visão de minhas próprias concepções sobre o trabalho diplomático, a atitude ou postura que me pareciam mais adequadas ao desempenho na profissão, com base numa certa independência intelectual em face de alguns “dogmas” da instituição à qual servi por mais de quatro décadas. 

O exercício que proponho aqui tem o mesmo espírito geral, e se destina a fornecer aos novos colegas, recém ingressados no Itamaraty, algumas ideias próprias sobre como encarar os desafios que se abrem aos que iniciam uma trajetória numa das mais interessantes e diversificadas carreiras da burocracia federal, uma trajetória que eu mesmo percorri no plano profissional, com grande satisfação pessoal, por sinal combinada a atividades acadêmicas que também constituíram um dos fulcros de minhas preferências intelectuais. 

 

1. Ter uma noção precisa do que é o sistema internacional, à margem de quaisquer discursos de autoridades governamentais. 

O mundo não é exatamente como pretendem que ele seja os líderes das grandes potências, nomeadamente os presidentes dos Estados Unidos, da China e da Rússia, este último empenhado em construir o que ele chama, vagamente, de “nova ordem global multipolar” (sic), mas que representa apenas aquilo que os dirigentes das duas grandes nações euroasiáticas desejam colocar no lugar da atual “ordem” mundial, caracterizada pelo que é tido por uma hegemonia americana sobre as principais instituições internacionais. A chave desse conhecimento passa por uma leitura dos bons livros de relações internacionais e, sobretudo, da imprensa com reputação consagrada no plano global e nacional, mais pelo lado das reportagens do que pelo lado das colunas de comentaristas, ainda que alguns deles sejam reputados. As principais redes de comunicação trazem um resumo diário do que ocorre de relevante no planeta, após o que cabe selecionar as matérias relevantes e procurar lê-las por completo. Algumas boas análises acompanham naturalmente essa seleção, a partir da qual se pode ir estabelecendo algumas preferências individuais para aprofundamento da pesquisa.

O grande desafio nessa vertente seria o retomar nossa tradição de nação autônoma em relação aos conflitos interimperiais e de mirar exatamente nos interesses nacionais de desenvolvimento econômico e social, descartando ideias extemporâneas e inadequadas de “nova ordem global multipolar”, uma noção tão bizarra quanto a de um Sul Global unificado e convergente em seus objetivos prioritários.

 

2. Ter uma noção precisa de como é o Brasil, nos planos regional e internacional, independentemente da retórica governamental sobre a integração. 

Ortega y Gasset dizia que somos o que somos mais nossas circunstâncias, ou seja, o contexto imediato de nossa existência com todas as suas limitações e peculiaridades. O Brasil tem na América do Sul a sua circunstância imediata, ainda que ignorada durante boa parte de nossa história, mais voltada para o Atlântico Norte, para os países de origem e para aqueles que moldaram nosso perfil contemporâneo. A América do Sul aparenta ter similaridades econômicas, sociais e culturais, mas o desenvolvimento histórico diferenciado desde a independência construiu um perfil próprio a cada um, ainda que relativamente unificado quanto a sucessos e fracassos no plano do sistema global. 

É um fato, por exemplo, que tendo apresentado renda e desenvolvimento econômico mais avançado que as nações asiáticas durante certo tempo no século XX, o continente sul-americano foi significativamente ultrapassado pelas economias emergentes do Sudeste Asiático. Estas foram mais propensas a entrarem acordos de livre comércio, entre si e com potências econômicas da região e fora dela, do que o foram os países sul-americanos nos poucos acordos que possuem reciprocamente ou no contexto mais amplo. Uma simples visualização de um mapa das cadeias mundiais de valor traduz graficamente essa diferença.

O Brasil, como país economicamente mais avançado do continente, poderia liderar um avanço para a constituição de um espaço econômico na região, e se não o faz deve ser por um renitente protecionismo que não condiz com nossa condição de economia mais forte da região. Esse é um grande desafio, que poderia ser assumido pela nova geração de diplomatas brasileiros. 

 

3. Ver no Itamaraty uma instituição de Estado, voltado para os interesses nacionais, acima de quaisquer peculiaridades partidárias, preferências ideológicas ou propensões políticas momentâneas. 

A política externa, como sabemos, é determinada pela chefe de Estado e de governo, em nosso sistema presidencialista, cabendo aos diplomatas profissionais a operacionalização dessa política por meio dessa ferramenta burocrática que é o Itamaraty. O Brasil atravessa uma fase de transição política pouco compatível com o estabelecimento de uma política externa coerente não só com os grandes interesses nacionais, assim como princípios e valores constitucionais, que são também os tradicionais do Itamaraty. Na atualidade, atravessamos não só mais um capítulo de uma diplomacia ultra presidencialista, como também uma que é essencialmente personalista, o que nem sempre se coaduna perfeitamente com parâmetros que supúnhamos normais no contexto de nossa história institucional.

O desafio que aqui se apresenta aos jovens diplomatas é o de tentar impulsionar interesses permanentes da nação e do Estado, à margem e por vezes, num sentido algo diverso daqueles interesses momentâneos, partidários ou ideológicos, que possam ser preferidos por dirigentes pouco dotados de expertise em relações exteriores.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4815, 20 dezembro 2024, 3 p.



sábado, 17 de agosto de 2024

Desafios no combate ao antissemitismo - Sofia Débora Levy (Casa Stefan Zweig, Petrópolis, RJ)

 

Diretora Educacional do Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro, Sofia Débora Levy é psicóloga clínica, bacharel e licenciada em Psicologia e em Letras Português-Hebraico, professora, consultora, mestre em Psicologia (UFRJ), doutora em História das Ciências, Técnicas e Epistemologia (UFRJ) com pós-doutorado em Memória Social (Unirio). Localizado no Morro do Pasmado em Botafogo, no Rio de Janeiro, o Memorial às Vítimas do Holocausto tem por objetivo preservar e tornar conhecidas as histórias das vítimas da perseguição e do genocídio cometidos pelo regime nazista que atingiu judeus, negros, pessoas com deficiência física e mental, comunidade LGBTQIAP+, Testemunhas de Jeová, maçons e outros grupos. No subsolo do monumento de 20 metros que representa os Dez Mandamentos abriga uma exposição permanente com memórias e relatos de vítimas e sobreviventes do Holocausto.

 

Em setembro, o tema será "Combate ao racismo", e o palestrante é Filipe Graciano, do Museu da História Negra de Petrópolis.

 

Venham participar. A participação dá direito a certificado, para quem precisar.


quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O terceiro centenário começa agora - Marcos Magalhães, sobre palestra de Ricupero na ABL

 Um belo texto de Marcos Magalhães sobre a palestra do embaixador Ricupero na ABL.

O terceiro centenário começa agora

Marcos Magalhães

Jornal Metrópoles, 6/09/2022

 

Pouca gente circulava nas ruas do centro do Rio de Janeiro no fim da tarde da última sexta-feira, como costuma acontecer desde a pandemia. Mas uma pequena multidão disputava as últimas cadeiras disponíveis em um auditório da Academia Brasileira de Letras para assistir a uma palestra do embaixador Rubens Ricupero.

Ex-ministro da Fazenda, do Meio Ambiente e da Amazônia na década de 90, ele foi escalado pela academia para falar sobre o “Brasil em um mundo de acelerada transformação”, dentro do ciclo de debates sobre o bicentenário do país.

Aos 85 anos, ele lançou duas perguntas à audiência. A primeira, mais histórica: o que se fez na diplomacia nos últimos 200 anos? A segunda, prospectiva: o que se pode fazer ao longo dos próximos 100 anos?

As duas perguntas indicam uma terceira, que deveria estar no centro dos debates quando o país chega aos dois séculos de independência: qual é o lugar do Brasil no mundo neste começo do século 21?

Para Ricupero, poucos países devem tanto à diplomacia como o Brasil, que hoje tem um território dois terços superior ao que teria inicialmente e que vive em paz há 152 anos com todos os seus vizinhos.

Coube ao Barão do Rio Branco no início do século 20, como recordou o embaixador, tecer a estratégia de política externa adotada como bússola por décadas à frente. A postura do Brasil, segundo o antigo chanceler, era a de um país “amante da paz, conciliador e avesso à loucura das hegemonias”.

O otimismo do Barão o levou, durante discurso em 1905, a prever que o Brasil estaria entre as maiores nações da América Latina que, a seu ver, alcançariam em 50 anos condições de se colocar, juntamente com os Estados Unidos, entre as mais poderosas do mundo.

Não chegamos nem perto disso. E, neste início de século, o Brasil bicentenário está diante de um mundo tomado por múltiplas crises. Depois da crise financeira de 2008, recordou o embaixador, ocorreram o “retorno com força” da extrema direita, a ameaça de uma nova guerra fria, desta vez entre Estados Unidos e China, e a invasão da Ucrânia.

Como se isso não bastasse, o mundo sofre com catástrofes naturais “com digital humana”, como a pandemia e o aquecimento global. Ameaças contra as quais de nada vale o poder militar e econômico e que exigem cooperação em tempo de renovadas rivalidades geopolíticas.

É diante desse cenário cheio de desafios que se coloca a segunda pergunta: o que fazer nos próximos 100 anos? Ou, em outras palavras, como o Brasil quer se colocar no mundo?

As reflexões bem que poderiam ter lugar de destaque nas campanhas eleitorais desse ano do bicentenário. Mas cedem espaço, em momento de radicalização política, à discussão de medidas econômicas de curto alcance e a novos episódios das guerras culturais.

O próprio 7 de setembro foi raptado pela disputa eleitoral. A data nacional passou a ser vista como o momento máximo de mobilização promovida pelo atual governo em busca de reeleição. Uma celebração partidária, longe de uma data a ser pacificamente celebrada por toda a nação.

Longe dos comícios, Ricupero ensaiou, em sua palestra na Academia Brasileira de Letras, possível resposta aos atuais desafios internacionais. Se não é possível atender às expectativas de 1905 do Barão do Rio Branco, observou, o país pode buscar um caminho alternativo.

“Outro estilo de ser potência é possível, que não militar ou econômica”, disse Ricupero. “Uma potência ambiental, de direitos humanos, de promoção de igualdade racial e social, solidária a fracos e a vulneráveis”.

Para sair em defesa desses valores, recordou o embaixador, será necessário que os coloquemos em prática aqui mesmo, até mesmo para que venhamos a conquistar a autoridade necessária a essa postura diante do resto do mundo.

Ou seja, a adoção de uma nova agenda interna – baseada na defesa do meio ambiente, na redução das desigualdades e do combate ao racismo e a outras discriminações – seria a base necessária para a construção de uma renovada agenda externa.

O protagonismo baseado no exemplo já ocorreu em passado recente. A partir de uma bem-sucedida política em defesa da Amazônia, o Brasil passou a ser visto pelo resto do mundo como parceiro necessário nos principais foros de debates sobre a questão ambiental.

A aceleração do desmatamento nos últimos três anos, acoplada à perplexidade na comunidade internacional diante da percepção de risco de uma possível ruptura institucional, retirou do país muito do protagonismo exercido nas últimas décadas.

Se o Brasil pretende reconquistar apoio e simpatia internacionais, precisará primeiramente mudar a sua agenda interna. E essa mudança só poderá ser promovida pelo governo a ser eleito em outubro.

O ano de 2023 será o primeiro ano do terceiro século do Brasil como país independente. Se o bicentenário pegou o país no contrapé, dividido e radicalizado, será sempre possível corrigir o rumo. A adoção de uma nova agenda social e ambiental, como defendeu Ricupero, pode bem ser o início desse novo momento da nossa história.

 

Marcos Magalhães. Jornalista especializado em temas globais, com mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Southampton (Inglaterra), apresentou na TV Senado o programa Cidadania Mundo. Iniciou a carreira em 1982, como repórter da revista Veja para a região amazônica. Em Brasília, a partir de 1985, trabalhou nas sucursais de Jornal do Brasil, IstoÉ, Gazeta Mercantil, Manchete e Estado de S. Paulo, antes de ingressar na Comunicação Social do Senado, onde permaneceu até o fim de 2018.

 


sábado, 2 de abril de 2022

A atualidade de Roberto Campos: palestra para o Movimento SC Livre (8/03/2022) - Paulo Roberto de Almeida

 1443. “A atualidade de Roberto Campos”, Palestra e debate sobre o personagem símbolo da liberdade no Brasil, no Movimento SC Livre (08/02/2022; link: https://youtu.be/L70hyLaBnYQ); Relação de Originais n. 4090.




A atualidade de Roberto Campos

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor; diretor de publicações no IHG-DF.

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

palestra no Movimento SC Livre, sobre o economista e diplomata; em módulo formativo nomeado “Personagens da História da Liberdade”; dia 8/03; 20:00hs.

Link para a aula: https://youtu.be/L70hyLaBnYQ

 

 

Livros PRA: O Homem Que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017); A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018).

Conceito chave: ecletismo; liberdade é um conceito genérico e abstrato

Anos 1940: Oswaldo Aranha o considerava comunista

Anos 1950: planejamento econômico, Comissão Mista Brasil-EUA, BNDE, Plano de Metas de JK; renúncia da presidência do BNDE (acordo com FMI; construção de Brasília);

1961-64: embaixador em Washington; de Jânio ao parlamentarismo e ao presidencialismo;

Anos 1964-67: grandes reformas, que só podiam ser feitas pelo Estado: PAEG (redução gradual da inflação, sem metodologia FMI), criação do BC, reformas financeiras (correção monetária, scala mobile italiana; efeitos delongados, inerciais), novo sistema tributário (racionalidade, para investimentos), BNH, uma nova Lei de Terras (tributação sobre terras ociosas), mercado de capitais, investimentos estrangeiros (recusa da limitação de remessa de lucros, garantias aos investidores, Convenção de NY-1959, aceita 30 anos depois)

Revisão de expectativas: anti-estatismo ao sair do governo

1967 em diante: críticas à estatização, intervencionismo exacerbados, três orçamentos: fiscal, monetário, estatais, subsídios anti-Gatt, financiamentos estatais às Xs, dezenas de estatais produtivas

Constituição de 1967: colaboração no capítulo econômico

1974-82: Embaixador em Londres: intelectuais; José Guilherme Merquior;

1982-1998: parlamentar: Senador MS na Constituinte; cavaleiro solitário; deputado pelo RJ;

1989-1991: queda do muro de Berlim; teve razão antes do tempo; Raymond Aron;

1998: ABL: teve vitórias e decepções

2001: morte e legado

2017: 100 anos do nascimento; homenagens, PRA e Ives Gandra, Paulo Rebello de Castro

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4090: 25 fevereiro 2022, 1 p.

quinta-feira, 3 de março de 2022

A atualidade de Roberto Campos: palestra no Movimento SC Livre - Paulo Roberto de Almeida

 A atualidade de Roberto Campos

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor; diretor de publicações no IHG-DF.

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

palestra no Movimento SC Livre, sobre o economista e diplomata; em módulo formativo nomeado “Personagens da História da Liberdade”; dia 8/03; 20:00hs.

Link para a aula: https://youtu.be/L70hyLaBnYQ



 

Livros PRA: O Homem Que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017); A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018).

Conceito chave: ecletismo; liberdade é um conceito genérico e abstrato

Anos 1940: Oswaldo Aranha o considerava comunista

Anos 1950: planejamento econômico, Comissão Mista Brasil-EUA, BNDE, Plano de Metas de JK; renúncia da presidência do BNDE (acordo com FMI; construção de Brasília);

1961-64: embaixador em Washington; de Jânio ao parlamentarismo e ao presidencialismo;

Anos 1964-67: grandes reformas, que só podiam ser feitas pelo Estado: PAEG (redução gradual da inflação, sem metodologia FMI), criação do BC, reformas financeiras (correção monetária, scala mobile italiana; efeitos delongados, inerciais), novo sistema tributário (racionalidade, para investimentos), BNH, uma nova Lei de Terras (tributação sobre terras ociosas), mercado de capitais, investimentos estrangeiros (recusa da limitação de remessa de lucros, garantias aos investidores, Convenção de NY-1959, aceita 30 anos depois)

Revisão de expectativas: anti-estatismo ao sair do governo

1967 em diante: críticas à estatização, intervencionismo exacerbados, três orçamentos: fiscal, monetário, estatais, subsídios anti-Gatt, financiamentos estatais às Xs, dezenas de estatais produtivas

Constituição de 1967: colaboração no capítulo econômico

1974-82: Embaixador em Londres: intelectuais; José Guilherme Merquior;

1982-1998: parlamentar: Senador MS na Constituinte; cavaleiro solitário; deputado pelo RJ;

1989-1991: queda do muro de Berlim; teve razão antes do tempo; Raymond Aron;

1998: ABL: teve vitórias e decepções

2001: morte e legado

2017: 100 anos do nascimento; homenagens, PRA e Ives Gandra, Paulo Rebello de Castro

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4090: 25 fevereiro 2022, 1 p.

 

Site do Movimento SC Livre: https://www.sclivre.com.br

 

Instagram: https://instagram.com/movimentosclivre


 


sábado, 13 de novembro de 2021

Apogeu e demolição da política externa: Itinerários da diplomacia brasileira - Palestra de Paulo Roberto de Almeida (FMU)

 Alguém me lembrou desta palestra que fiz na FMU, poucos meses atrás, que está disponível neste link: 

https://www.youtube.com/watch?v=-5hG5YtS5pE&list=PLO1x3kNEq3Hk5G6buE2OKPrlxyvHVe-au&index=4

Apogeu e demolição da política externa: Itinerários da diplomacia brasileira

1.194 visualizações
Transmitido ao vivo em 15 de set. de 2021
24,8 mil inscritos
INSCRITO
PALESTRA: "Apogeu e demolição da politica externa: itinerários da diplomacia brasileira" com o Embaixador Paulo Roberto de Almeida. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984), mestre em Planejamento Econômico e Economia Internacional pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia (1976), e diplomata de carreira, por concurso direto, desde 1977. Começou sua carreira acadêmica nas Faculdades Metropolitanas Unidas em 1977, antes de ingressar na diplomacia profissional. Defendeu tese de doutorado em temática de Sociologia Histórica, sobre as revoluções burguesas e a modernização capitalista do Brasil; elaborou tese de história diplomática no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores (1997) sobre a diplomacia econômica do Brasil no século XIX. Entre 2004 e 2021 foi professor no Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub); foi professor orientador no Mestrado em Diplomacia do Instituto Rio Branco do Itamaraty. Na carreira diplomática exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado e em postos no exterior, notadamente como ministro-conselheiro na embaixada em Washington. De 2016 a 2018 foi diretor do Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais, vinculado à Fundação Alexandre de Gusmão, do Itamaraty. Possui vários livros de relações internacionais, sobre as relações exteriores e de história diplomática do Brasil, ademais de centenas de publicações em formato de artigos em revistas acadêmicas e de capítulos em obras coletivas."