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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 11 de julho de 2018

Quem são os inimigos da nação? - Paulo Roberto de Almeida

Quem são os inimigos do Brasil?

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: esclarecimento geral; finalidade: indicar os verdadeiros inimigos]


Quem são, quais são os principais inimigos do Brasil e do povo brasileiro? 
Pela minha ordem de prioridades, são os seguintes personagens: 

1) congressistas e políticos em geral, em todos os níveis, de todos os tipos, mas especialmente aqueles em conluio com capitalistas promíscuos e banqueiros amorais

2) partidos e movimentos de esquerda em geral, não por serem de esquerda, longe disso, pois este é um mal menor, mas por serem economicamente ineptos, totalmente incompetentes em matérias econômicas, o que é partilhado com grande número de políticos, obviamente, mas é que os de esquerda são especialmente estúpidos, muitos por ignorância crassa, mas um grande número também por má-fé, por interesse próprio em roubar, desviar, extorquir; 

3) sindicatos de uma forma geral, tanto os de patrões quanto os de trabalhadores, por roubar o conjunto da sociedade, por impedir pleno emprego, inovação tecnológica e melhorias de modo amplo, ao preservar o corporativismo e a rapina oficialmente sancionada; 

4) mandarins da República de uma forma geral, mas especialmente a classe aristocrática dos magistrados e assemelhados, por terem construído um regime de privilégios em tudo e por tudo semelhante, senão absolutamente similar, ao do Ancien Régime; 

5) acadêmicos em geral, mas especialmente os gramscianos da academia, por serem supostamente pessoas de saberes especializados, mas absolutamente incompetentes para resolver os problemas da sociedade, aliás para resolver até mesmo os problemas das próprias universidades públicas, que eles conseguem afundar na inconsciência de seu conhecimento inútil; 

6) capitalistas rapineiros, de uma forma geral, mas especialmente os que vivem de subsídios públicos e cujo esporte principal é correr frequentemente os ministérios de Brasília para pedir uma tarifa protetora, uma desgravação tributária exclusiva, um financiamento generoso, a taxas camaradas, dos bancos públicos, um subsídio direto para os seus negócios, enfim, “espaços para políticas setoriais”, o que nada mais é do que uma forma de achacar toda a sociedade; 

7) banqueiros cartelizados de uma forma geral, mas especialmente os gigolôs da dívida pública, que adoram funcionar em regime de baixíssima competição, num ambiente regulado para justamente permitir ganhos extorsivos de um Estado que necessita continuamente de novos financiamentos do mercado. 

Existem muitos outros inimigos - por exemplo, artistas e “intelequituais”, sempre em busca de financiamento público - mas esses acima são os principais, sem falar de algo intangível e impessoal, que é a indigência intelectual das elites em geral, o atraso mental desses supostos representantes da nação, a incompetência manifesta dos que aspiram a cargos públicos, com muito poucas exceções. 
Sorry, por ser tão negativo com todos esses personagens.
Sim, posso acrescentar que eu também sou um mandarim do Estado, ou seja, um privilegiado.
Sorry por isso...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11 de julho de 2018

terça-feira, 3 de junho de 2014

As relacoes paranoicas entre os EUA e o Brasil - David Rothkopf (Foreign Policy)

Elas já eram paranoicas. Com os companheiros deram um passo à frente... na paranoia...
Paulo Roberto de Almeida

Folha de S.Paulo, 2/06/2014

Brasil e EUA precisam resolver suas "paranoias" recíprocas se quiserem ter uma parceria mais produtiva. "Hoje, quando os dois presidentes se encontram, só falam de ninharias", diz o publisher da revista "Foreign Policy", influente publicação americana sobre assuntos internacionais, David Rothkopf, 58.
Crítico duro do governo Barack Obama, apesar de ser democrata, Rothkopf acha que Brasil e EUA têm visões "caricaturais" um do outro e que a memória da Guerra Fria tem peso excessivo.
"Se a China desacelerar, se houver uma seca de capitais rumo aos emergentes, o que [a presidente Dilma Rousseff] vai fazer?", pergunta.
Seu próximo livro, a ser lançado em outubro, será sobre a política externa de Bush e Obama "na era do medo".
Ele recebeu a Folha em seu escritório em Washington.

David Rothkopf, especialista em relações internacionais, ressalta relação difícil entre Brasil e EUA
*
Folha - O Brasil pode ficar isolado se os dois blocos comerciais estimulados pelos EUA, com a Europa e com os países do Pacífico, saírem do papel?
David Rothkopf - Não parece que ninguém do governo brasileiro esteja preocupado com isso, senão fariam algo.
Dilma vai enfrentar muitos problemas domésticos em relação à economia. Se a China desacelerar, se os estímulos à economia americana forem reduzidos, se houver seca de capitais rumo aos emergentes, o que ela vai fazer?
Ela não mostrou apetite pela arena global. O Brasil tem seguido a política de fazer seus próprios negócios, desde que não sejam negócios com os Estados Unidos.
Por quê?
Todo país é colorido por sua história e tem suas paranoias. O Brasil é paranoico em ser dominado pelos EUA. Tem uma reação negativa anormal a qualquer projeto de cooperação com os EUA.
Como meu irmão é casado com brasileira, minha mulher já trabalhou lá e tenho muitos amigos brasileiros, acho que posso ser franco. Já os EUA são paranoicos com a ascensão brasileira e regularmente suas políticas na região querem deixar o Brasil de fora.
Depois da crise causada pela espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), o sr. vê a possibilidade de reconstruir a confiança?
Se hoje os dois líderes se encontram, vão falar sobre o quê? Só de ninharia. Não conseguimos falar nem de liberar os vistos reciprocamente, nem de facilitar alfândega.
O melhor momento recente foi a relação entre [George W.] Bush e Lula. Veja só. Lula fez algo admirável, construindo em cima das fundações deixadas por Fernando Henrique Cardoso, que estabilizou a economia. Transformou o Brasil em um ator global.
Se eu fosse os EUA, cansado de guerras e querendo ter novos aliados no mundo, priorizaria essa gigante democracia no nosso hemisfério, com quem compartilhamos a diversidade cultural. Mas Dilma não é Lula.
É comum detectar antiamericanismo de um lado e um antiesquerdismo do outro. Vai demorar essa aproximação?
A memória da Guerra Fria tem um papel grande demais nos dois lados. Temos um problema aqui nos EUA: muitos dos nossos latino-americanistas foram educados na Guerra Fria e têm uma atitude automática contra a esquerda. Tratam igual, seja Cristina [Kirchner], [Evo] Morales, [Rafael] Correa, seja quem estiver à frente da Venezuela.
Onde estão hoje os líderes inovadores da América Latina? Na esquerda. Lula foi talvez o mais importante lider latino-americano dos últimos cem anos, e a reação inicial a ele foi negativa. Hoje, há um líder mais inovador do que [José] Mujica?
Do lado americano, é comum a reclamação de que o Brasil não se comporta como aliado, abstendo-se na crise da Ucrânia ou da Síria. O acordo com o Irã é lembrado até hoje.
O Irã foi "nonsense" (absurdo), mas Brasil e Turquia estavam por trás do acordo, e fizemos as pazes com a Turquia rapidinho por termos interesse. E olha que [Recep Tayyip] Erdogan não era tão legal quanto pensávamos.
Mas, se Dilma for reeleita, ela tem de pensar em como será a relação com Hillary Clinton ou com Jeb Bush, os favoritos para a sucessão de Obama. Há oportunidades para cooperação em ciência, energia, mudança climática.
Mas não parece que a América Latina esteja entre as prioridades do governo Obama.
Há 20 crises simultâneas, então só o que é problema vira prioridade. É a política velha, por inércia.
O mundo parece dar um suspiro de alívio quando um presidente americano, como Obama, diz preferir a diplomacia ao uso da força. Por que o sr. acha que não devemos comemorar?
Podemos celebrar o fim do uso exagerado da força dos anos Bush, mas Obama faz um governo minimalista. A menor ação possível, criando a ilusão de fazer muita coisa. Precisamos de uma combinação de diplomacia, pressão política e econômica, cooperação militar, ação legal, ação multilateral.
Obama não está de mãos atadas por uma opinião pública que não quer saber de guerra nem de intervenções no exterior e por um Congresso onde ele não tem maioria?
Não precisava ser binário –ou usamos força ou não fazemos nada. O povo americano não quer mais guerra, mas quer que o país lidere, que o mundo não se torne mais perigoso, que não sejamos cúmplices por inação pelo massacre na Síria. Ou pelo crescimento do terrorismo, ou por encorajar [Vladimir] Putin, ou por a China invadir vizinhos ou ilhas.
Falta liderança, energizar a opinião pública, identificar objetivos, convencer aliados. Obama é cauteloso demais e sem experiência de política externa. Sua equipe se tornou ainda mais fraca, com menos poder, no segundo mandato que no primeiro. Centraliza tudo na Casa Branca.
Quando os EUA falam em contenção de China ou Rússia, não acaba provocando reação de ambos, por se sentirem "cercados" pelos EUA?
A "contenção" é maior que os EUA admitem, mas menor do que os chineses reclamam. Os vizinhos da China não têm uma relação tão boa e não a querem como chefe por lá. É uma questão de avançar nossos interesses, de proteger nossos aliados. A China tem uma estratégia, dá a volta ao mundo com o talão de cheques na mão, cria interdependência. Nós não temos estratégia.
Os EUA perderam a moral para denunciar a pirataria cibernética chinesa?
Ambos espionam e admitem. Os EUA dizem "vocês roubam segredos industriais para dar às suas empresas, nós cuidamos da segurança nacional", mas a China retruca que os EUA querem benefícios comerciais e que espionaram a [empresa] Huawei.
Na Guerra Fria, o preço do conflito ficou tão alto com a possibilidade de guerra nuclear que não lutamos porque seria a destruição. Já os ataques cibernéticos, assim como os drones, sem humanos, são baratos demais. O perigo é não pararem nunca. Em que ponto veremos que fomos longe demais?
A crise da NSA também demonstrou como os governos ainda conhecem pouco a segurança digital?

Não há tanta gente no governo, especialmente em altos cargos, que entenda o mundo cyber. Sete bilhões de pessoas terão celular, e o fluxo de dados já é mais importante que o de capital. Privacidade é uma nova prioridade, e não temos uma doutrina cibernética, nem debate, nem normas globais.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Venezuela: ah, esses estadunidenses, especialistas em provocar paranoias...

O império, inacreditavelmente, é perverso o bastante, para provocar apagões, complotar com a direita, criar paranoias indevidas, enfim, fazer o diabo.
Devem ter espionado também.
Pronto, receberam o que mereciam.
Vivam os companheiros bolivarianos, sempre tão atentos...
PRA


Venezuelan President’s Office, via Agence France-Presse — Getty Images
President Nicolás Maduro during a speech in which he ordered the expulsion of three officials from the United States Embassy.


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CARACAS, Venezuela — Stepping up hostilities with the United States, President Nicolás Maduro of Venezuela expelled the top American diplomat and two other embassy officials from the country on Monday, accusing them of supporting plots to sabotage the country’s electrical grid and the economy.
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“Get out of Venezuela! Yankee go home!” Mr. Maduro shouted as he announced the expulsions at a military event to commemorate the bicentennial of a battle in Venezuela’s war of independence.
“We have detected a group of officials of the United States Embassy in Caracas, in Venezuela, and we have been tracking them for several months,” Mr. Maduro said during a live television broadcast. “These officials spend their time meeting with the Venezuelan extreme right wing, financing them and encouraging them to take actions to sabotage the electrical system, to sabotage the Venezuelan economy.”
The expulsions were the latest diplomatic swipe at Washington by Mr. Maduro since he took over for the country’s longtime president, Hugo Chávez, who died in March. Late last year, as Mr. Chávez grew increasingly ill, the two nations held informal talks aimed at improving the long-strained relations between them, and there was some optimism on the American side that Mr. Maduro, a former foreign minister sometimes described as pragmatic, would be amenable to a thaw.
But it quickly became clear that Mr. Maduro intended to stick closely to Mr. Chávez’s example, painting the United States as an imperialist aggressor out to undermine his government. Early on, he accused the Obama administration of plotting against him, and hours before he announced the death of Mr. Chávez on March 5, he kicked out two American military attachés, saying they had tried to recruit Venezuelan military personnel to conspire against the government.
The diplomats expelled on Monday included Kelly Keiderling, the chargé d’affaires, who runs the embassy in the absence of an ambassador here. The United States has not had an ambassador in Caracas since 2010, when Mr. Chávez refused to accept the new one proposed by Washington because of remarks that Mr. Chávez said were disrespectful.
Mr. Chávez had already expelled the American ambassador, Patrick Duddy, in 2008, saying that his government had discovered an American-supported plot by military officers to topple him. Mr. Duddy was later allowed to return to Caracas.
Another one of the diplomats expelled on Monday was Elizabeth Hoffman, an official in the embassy’s political section, whom Mr. Maduro had publicly accused at least as early as April of meeting with opposition figures to plot sabotage of the electrical system. He said at the time that he had proof but took no action until Monday. The third official being expelled is David Moo, the vice consul.
Foreign Minister Elías Jaua later said on television that the evidence against the American diplomats included meetings held in recent weeks with democracy advocates, union members and elected officials belonging to the political opposition, whom he accused of planning to destabilize the country. 
Mr. Maduro said the officials had 48 hours to leave the country.
“We completely reject the Venezuelan government’s allegations of U.S. government involvement in any type of conspiracy to destabilize the Venezuelan government,” the American Embassy said in a statement. It called the meetings held by the officials “normal diplomatic engagements,” adding, “We maintain regular contacts across the Venezuelan political spectrum.”
Ever since he was elected by a narrow margin in April in a special election to replace Mr. Chávez, Mr. Maduro has struggled with intense economic woes and a deeply divided populace. He has often accused plotters and saboteurs of being responsible for a variety of the nation’s ills, including electrical blackouts and the deadly explosion at the national oil company’s enormous Amuay refinery.
“He needs diversions and distractions,” said Michael Shifter, president of the Inter-American Dialogue, a policy group in Washington. “The situation is so dire in Venezuela that he needs to find a scapegoat, and it’s convenient and politically so tempting to kick out U.S. diplomats.”
But Mr. Shifter said that describing the United States as the source of the country’s problems might not have the same effect it did for Mr. Chávez, who was beloved by many of his supporters. Mr. Maduro does not inspire nearly the same devotion, and the country’s economic woes are getting worse, with inflation over 45 percent a year and shortages of many basic foods and goods, including toilet paper.
“I doubt that it has the resonance it used to have,” Mr. Shifter said of the diplomatic expulsions.

María Eugenia Díaz contributed reporting.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Wikileaks e as paranoias: ironias da politica mundial...

O interessante, e até irônico, dos Wikileaks, é que eles revelam a verdade das coisas, não as hipocrisias que os governos alimentam através de suas declarações oficiais e notas de imprensa.
Geralmente, esses documentos oficiais são o que de mais mentiroso e cínico existe: o Wikileaks expõe a falsidade das posturas diplomáticas dos Estados, com suas notas que contém puro bullshit.
Viva o Wikileaks: no meio de toda a tragédia que eles criam para os EUA, por revelar o lado obscuro da ação diplomática americana, não deixa de ser um elemento interessante esse desvendar de hipocrisias oficiais.
Por sinal, dentre as paranoias efetivas, a do presidente do Irã é uma das mais interessantes...
Paulo Roberto de Almeida

Wikileaks Exposes Truth: Arab States Fear Iran, Not Israel 

Netanyahu: Time for Arab world to speak openly about Iran threat Iranian missiles could strike European capitals Iran also backing Terrorist Groups in Yemen

Washington, Nov 27 – Publication of some 250,000 classified diplomatic cables by the Wikileaks website has exposed the fact that Arab states see Iran and its nuclear weapons program and not Israel as the real threat to Middle East stability and their own security.

Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu said the documents reinforced what Israel has been saying for years about the Iranian nuclear program.

“More and more countries, governments and leaders in the Middle East and the wider world understand that this is the fundamental threat,” Netanyahu said at a news conference in Tel Aviv. “I hope the leaders will have the courage to say to their nations publicly what they’ve said about Iran.”

Iranian President Mahmoud Ahmadinejad responded that the leaks were deliberately released as part of a psychological warfare campaign against his country.

But an analysis from Reuters puts the truth in stark terms: “The revelation confirm the depth of suspicion and hatred of the Shi'ites among Sunni Arab leaders, especially in Saudi Arabia, the leading Sunni power and which regards Iran as an existential threat.”

"Iran should take note of the distress that its nuclear program is causing in the region -- this is not something that should be ignored," said Salman Shaikh, director of the Brookings Doha Center.

In one key document King Hamad of Bahrain “argued forcefully for taking action to terminate the Iranian nuclear program, by whatever means necessary. "That program must be stopped," he said. "The danger of letting it go on is greater than the danger of stopping it," he said.

“The cables reveal how Iran’s ascent has unified Israel and many longtime Arab adversaries — notably the Saudis — in a common cause,” The New York Times said. “The United States had put together a largely silent front of Arab states whose positions on sanctions and a potential attack looked much like Israel’s.”

Among the important revelations in the documents, as published by The New York Times, The Guardian and Der Spiegel are the following:

Saudi King Abdullah repeatedly urged the United States to destroy the Iranian program. “He told you [Americans] to “cut off the head of the snake,” the Saudi ambassador to Washington, Adel al-Jubeir said, according to a report on Abdullah's meeting with the U.S. general David Petraeus in April 2008. Abdullah told a US diplomat: "The bottom line is that they (the Iranians) cannot be trusted."
Officials from Jordan also called for the Iranian program to be stopped by any means necessary while leaders of the United Arab Emirates and Egypt referred to Iran as “evil,” and an “existential threat.”
Iran has obtained advanced missiles from North Korea that could let it strike at Western European capitals and Moscow.
Crown Prince bin Zayed of Abu Dhabi said in one cable: “Any culture that is patient and focused enough to spend years working on a single carpet is capable of waiting years and even decades to achieve even greater goals.” His greatest worry, he said, “is not how much we know about Iran, but how much we don’t.”
Kuwait's military intelligence chief told Petraeus Iran was supporting Shi’ite groups in the Gulf and extremists in Yemen. The United States failed to stop Syria from supplying arms to Iranian-backed Hezbollah terrorists in Lebanon, who have amassed tens of thousands of rockets aimed at Israel. One week after Syrian President Bashar al-Assad promised a top State Department official that he would not send new arms to Hezbollah, the United States it had information that Syria was providing increasingly sophisticated weapons to the group.
Iran smuggled weapons to Hezballah in ambulances and medical vehicles in violation of international conventions. Hamas also used such vehicles for military and arms-smuggling operations. Iran withheld from the International AtomicEnergy Agency the original design documents for a secret nuclear reactor.

Here are some sources for the raw materials:
http://www.guardian.co.uk/world/us-embassy-cables-documents/240364
http://www.msnbc.msn.com/id/40405218/ns/world_news-the_new_york_times/
http://www.guardian.co.uk/world/us-embassy-cables-documents/209599
http://cablegate.wikileaks.org/