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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Evasao fiscal: o Brasil entre os paises com mais milionarios "suicos" - Jamil Chade (OESP)

Bem, parece que o esporte é universal: todo milionário adora ter uma conta secreta na Suíça. O problema é que agora elas não são mais tão secretas assim: seja pelo SwissLeaks, seja por cooperação fiscal e criminal, seja ainda por processos conduzidos nos países de origem, muito do dinheiro detido por estrangeiros nos bancos suiços está sendo monitorado, em alguns casos devolvidos.
Vamos ver o que vai ser feito com os milionários brasileiros...
Paulo Roberto de Almeida

Banco suíço manteve US$ 7 bilhões de brasileiros em contas secretas

Jamil Chade
Economia & Negócios
O Estado de S. Paulo, 08 fevereiro 2015 | 21:18

Documento revela que o HSBC de Genebra facilitou a abertura de contas sem perguntar a origem do dinheiro de 8,7 mil clientes do Brasil

Documento mostra irregularidades nos depósitos do banco (Reuters)
Documento mostra irregularidades nos depósitos do banco (Reuters)

GENEBRA – O banco HSBC ajudou a mais de 8,7 mil brasileiros a depositar US$ 7 bilhões em contas secretas na Suíça. Os dados fazem parte de documentos bancários que revelam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro e que, em muitos casos, ajudou a evadir impostos.
No mundo, o banco auxiliou a mais de 100 mil clientes a levar para a Suíça suas fortunas, nem sempre declaradas em seus países. A lista desses clientes é um exemplo de como o sistema bancário do país alpino lucrou ao manter contas de criminosos, traficantes, ditadores e milionários que optaram por não pagar impostos ou pilharam seus países. Na semana passada, delatores do caso da Petrobras indicaram que abriram 19 contas em nove bancos suíços para receber a propina.
No caso do HSBC, o Brasil aparece com destaque na lista, sendo o quarto país com maior número de clientes no ranking das nacionalidades que mais usaram o banco e as contas secretas. No total, foram mais de 6,6 mil contas. Entre as personalidades brasileiras estava Edmond Safra. No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie, Tina Turner ou o Rei Abdallah, da Jordânia.
A lista incluí desde traficantes de drogas, de armas, ditadores até nomes famosos do mundo da música e do esporte, num total de US$ 100 bilhões. Os documentos são apenas uma parte do que seria o sistema bancário suíço, duramente criticado por autoridades de todo o mundo por permitir a existência de contas secretas e ser uma espécie de “buraco negro” no sistema financeiro internacional.
Os documentos foram colhidos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo e revelam a frequência pela qual personalidades viajavam para a Genebra para consultar suas contas e administrar suas fortunas.
No caso do Brasil, as contas registradas existem desde os anos 70 e o período avaliado perdura até o ano de 2006. Na maior das contas, os documentos apontam para mais de US$ 300 milhões em apenas um nome.
Pelos documentos, porém, o que se revela é que o crime organizado sul-americano usou as contas do HSBC para lavar dinheiro da droga e não se exclui que parte das contas tinham relações com organizações criminosas.
Os papeis foram obtidos a partir de uma lista roubada dos escritórios do banco em Genebra por um ex-funcionário, Hervé Falciani, em 2008 e entregue para as autoridades francesas.
Atingindo todas as partes do mundo, a lista das contas traz pessoas como Gennady Timchenko, um bilionário russo associado ao presidente Vladimir Putin e que hoje é alvo de sanções da UE pela guerra na Ucrânia.
A lista também aponta contas em nome de assistentes do ex-presidente do Haiti, Jean Claude “Baby Doc” Duvalier, e de Rami Makhlouf, um primo e aliado do presidente da Síria, Bashar al Assad.
Outro nome é a de Li Xiaolin, filha do ex-primeiro ministro chinês Li Peng, responsável pela repressão na Praça Tiananmen, além de príncipes e de membros da monarquia de toda a Europa.
Em uma resposta oficial, o HSBC indica que reconhece que os controles sobre a origem do dinheiro no passado nem sempre foram corretos. Mas garante que, desde 2007, o banco “tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC”.
Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.

Commanding Heights: a historia economica do seculo 20 - Daniel Yergin, Josef Stanislaw (PBS)

Já usei muito esta série para minhas aulas de economia política, pois o livro e o vídeo ilustram perfeitamente a evolução da economia mundial, das teorias e das políticas, ao longo de um século terrível em destruições, mas também magnífico em termos de criação de riquezas.

Episódios da série “Commanding Heights”, produzida pela PBS. 
Os produtores fizeram um excelente trabalho em mostrar como as ideias econômicas oscilaram entre Keynes e Hayek ao longo do séc. XX, ou seja, entre o dirigismo estatal e a orientação a mercado. A própria história do século passado é descrita à luz do pensamento desses dois economistas.

Parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=zC1ivoTUZBk

Parte 2
https://www.youtube.com/watch?v=wR374PJFcBE

Parte 3
https://www.youtube.com/watch?v=dItaqpgG4y4

Evasao fiscal: a Franca buscando punir os seus milionarios que colocam dinheiro na Suica

A edição do Le Monde desta segunda-feira 9 de Fevereiro, tem um dossiê completo sobre os SwissLeaks sobre os "evadidos fiscais", ou seja, o pessoal de alta renda que pretende fugir do "leão" tributário, para não pagar mais impostos sobre sua riqueza ou patrimônio do que já pagam normalmente.
Os cidadãos contribuintes, que somos todos nós, geralmente aplaudimos esse tipo de "punição" contra ricos evadidos fiscais, mas uma questão permanece subjacente ao problema, e ele vale inteiramente para o Brasil igualmente.
Haveria tantos evadidos se as pessoas não tivessem a sensação de que pagam impostos demais, e que o Estado continua a avançar sobre um dinheiro que custou muito a ser adquirido pelo trabalho honesto. Não estou falando dos bandidos, dos que desviam dinheiro e que o colocam justamente nos paraísos fiscais, mas de empresários, artistas, cidadãos que fizeram fortunas com atividades honestas e que, de repente, descobrem que o Estado quer avançar sobre pelo menos um terço do patrimônio e da riqueza acumulados. Com que direito? Apenas porque é justo fiscalmente, ou socialmente distributivista?
Acho que os Estados, em geral, já recolhem bastante dinheiro, direta e indiretamente, dos cidadãos.
Será que esse é o bom caminho para a criação de riqueza?
Paulo Roberto de Almeida
    
« SwissLeaks » : artistes, avocats, hommes d’affaires, ces clients français chez HSBC
Gad Elmaleh, Christophe Dugarry, la famille Mentzelopoulos... Du show-biz au milieu des affaires, le compte en Suisse se révèle une stratégie financière partagée par les professions les plus rémunératrices.

Qui sont les Français de la liste HSBC ?
Sur l'ensemble des fichiers, quelque 3 000 noms de Français suspectés de fraude ont pu être exploités par le fisc et la justice.  
      
« SwissLeaks » : des patrons allergiques aux taxes
Le consentement à l’impôt n’est pas le principe le mieux partagé dans le milieu des affaires.
             
Les 1001 visages des évadés fiscaux
Personnalités, médecins, avocats, dirigeants d’entreprise, mais aussi femmes au foyer se côtoient dans la liste HSBC.
             
« SwissLeaks » : révélations sur un système international de fraude fiscale
« Le Monde » a eu accès aux données bancaires de plus de 100 000 clients de la filiale suisse d’HSBC. Elles révèlent l’étendue d’un système de fraude fiscale encouragé par la banque. Des personnalités étrangères et françaises sont impliquées.
       
« SwissLeaks » : la réponse de la banque HSBC
La banque, contactée par « Le Monde », a assuré « coopérer et continuer de coopérer dans la mesure du possible pour répondre aux demandes d’information des gouvernements concernant les titulaires de comptes ».

A fatalidade da lideranca americana e a exportacao da democracia - Robert Kaplan (National Interest)

Retiro uma passagem, do artigo abaixo apresentado, que recomendo leitura, do conhecido jornalista Robert Kaplan, sobre a "fatalidade" da liderança americana. Interessa-me menos esse projeto geopolítico do que as considerações históricas que ele faz ao longo do texto, inclusive no que respeita os imponderáveis da história, ou seja, os famosos "what ifs?", que poderiam ter determinado outro curso a determinados eventos, alguns very big (Hitler e a Segunda Guerra, por exemplo), outros de consequências incomensuráveis para a toda a humanidade (o sucesso do putsch de Lênin, e a criação da União Soviética).
Mas, interessou-me esta passagem sobre a futilidade da "exportação" da democracia, o que nos deixa um pouco pessimistas sobre a evolução da nossa, no momento presente:

" Just consider the case of promoting democracy abroad: it took England nearly half a century to hold the first meeting of a parliament after the signing of the Magna Carta, and more than seven hundred years to achieve women’s suffrage. What we in the West define as a healthy democracy took England the better part of a millennium to achieve. A functioning democracy is not a toolkit that can be easily exported, but an expression of culture and historical development. Great Britain’s democracy did not come from civil-society programs taught by aid workers: it was the offshoot of bloody dynastic politics and uprisings in the medieval and early modern eras. In a similar spirit, whatever indigenous cultural elements India possessed for the establishment of democracy, the experience of almost two hundred years of British imperial rule under the colonial civil service was crucial. Certain other countries in Asia had many years of economic and social development under enlightened authoritarians to prepare them for democracy. In Latin America, the record of democracy remains spotty, with virtual one-man rule in some places, and near chaos and social and economic upheaval in others. African democracies are often that in name only, with few or no governing authorities outside of the capital cities. Holding elections is easy; it is building institutions that counts. Given this evidence, and with the Arab world having suffered the most benighted forms of despotism anywhere in the world, how can one expect to export democracy overnight to the Middle East? "

O texto completo do artigo de Robert Kaplan está aqui, e reproduzo só a parte inicial:


America is Fated to Lead
Robert Kaplan

The National Interest, january-february 2015




Culture and geography really do matter. Great statesmen may attempt to rebel against these limits, but their skillful diplomacy constitutes an implicit acceptance that they exist.


(December 22, 2014)


THE SLEEP of any president, prime minister or statesman is haunted by what ifs.
What if I had only fired that defense secretary sooner, or replaced that general in Iraq with the other one before it was too late? What if I had not wholly believed the air force when they told me that the war in southern Lebanon could be won from the skies? What if I had more troops on the ground in Iraq from the start? What if I had called off those fruitless negotiations between the Israelis and Palestinians a few months—or even a few weeks—earlier than I did? What if I had asked more questions at that meeting, and listened sooner to the pleas of my assistant secretary or whoever it was that said something could be done about Rwanda? The whole world, and my reputation, would be different.
Counterfactuals haunt us all in the policy community. We all want to be right, and assign failure to someone else. We all want to deny fate, even as we recognize that it exists. For example, we know that despite Isaiah Berlin’s admonition against the very idea of vast impersonal forces, such as geography and culture, these forces really do matter, and they affect the tasks ahead: whatever the intervention strategy, Iraqis will never behave like Swedes, and Afghans or Libyans will never behave like Canadians. And sometimes it is that simple. While individuals are more real and concrete than the national groups to which they belong, group characteristics actually do exist and must play a role in the foresight of any analyst. For group characteristics are merely the sum total of a people’s experience on a given landscape throughout hundreds or thousands of years of history.
But that is only the half of it. We also know that grand historical events can turn on a hair’s breadth, on this or that contingency. While the destiny of Afghanistan or Libya might never be that of Canada, better or worse outcomes in such places are possible depending upon the choices of individual policy makers, so that all of us, as Berlin rightly suggests, must take moral responsibility for our actions. And because wrong choices and unfortunate opinions are part and parcel of weighing in on foreign policy, we go on torturing ourselves with counterfactuals.
WHAT IS fate—what the Greeks called moira, “the dealer-out of portions”? Does it exist? If it does, Herodotus best captures its complexities: from his geographical determinism regarding the landmasses of Greece and Asia Minor and the cultures they raise up to his receptivity to the salience of human intrigues, he skillfully conveys how self-interest is often calculated within a disfiguring whirlwind of passion, so that the most epic events emerge from the oddest of incidents and personal dramas. With such a plethora of factors, fate is inscrutable. In Jorge Luis Borges’s short tale “The Lottery in Babylon,” fate means utter randomness: a person can get rich, be executed or tortured, provided with a beautiful woman or be thrown into prison solely because of a roll of the dice. Nothing appears to be predetermined, but neither is there moral responsibility. I find this both unsatisfying and unacceptable, despite the story’s allegorical power.
How can a great episode in history be determined in advance? It seems impossible. The older I get, with the experience of three decades as a foreign correspondent behind me, the more I realize that outside of a class of brilliantly intuitive minds—including the late Samuel Huntington, Zbigniew Brzezinski and Henry Kissinger—political science is still mainly an aspiration, and that Shakespeare’s tragedies and histories offer a much better guide to the bizarre palace maneuverings of the last Romanov czar and czarina of Russia, of Nicolae and Elena Ceausescu of Romania, of Slobodan Milosevic and Mirjana Markovic of Yugoslavia, or of Zviad and Manana Gamsakhurdia of Georgia. In short, there is no scientific formula to understanding international relations. There is primarily insight, which by definition is Shakespearean.
Yes, geography and culture matter. Tropical abundance produces disease, just as temperate climates with good natural harbors produce wealth. But these are merely the backdrops to the immense and humming beehive of human calculation, the details of which can never be known in advance. And yet, over the course of my life I have known people who are abrasive and confrontational, and generate one crisis after another to the detriment of themselves and their relations, even as I have known others who are unfailingly considerate and modest, who go from one seemingly easy success to another. Character, which itself is partly physiological, can indeed be destiny, and that is fate.
It is this very contradiction concerning fate that produces our finest historians: men and women who discern grand determinative patterns, but only within an impossible-to-predict chaos of human interactions, themselves driven by the force of vivid personalities acting according to their own agency, for better and for worse. A classic work that comes to mind is University of London historian Orlando Figes’s A People’s Tragedy: The Russian Revolution, 1891–1924. “It was by no means inevitable that the [Russian] revolution should have ended in the Bolshevik dictatorship,” he writes.
“There were a number of decisive moments, both before and during 1917, when Russia might have followed a more democratic course.”
Nevertheless, Figes adds, Russia’s democratic failure was deeply rooted in its political culture and social history
. . . [for example, in] the absence of a state-based counterbalance to the despotism of the Tsar; the isolation and fragility of liberal civil society; the backwardness and violence of the Russian village that drove so many peasants to go and seek a better life in the industrial towns; and the strange fanaticism of the Russian radical intelligentsia.
Figes gives us the determinative forces, but then, like a good novelist, he provides in capacious detail the other factors, without any one of which such seemingly determinative forces might have been stayed. Had only Czar Alexander III not died of kidney disease at the age of forty-nine, long before his son Nicholas II was temperamentally ready to rule. Had only Nicholas truly supported Prime Minister Pyotr Stolypin and recognized the talent of another bureaucrat, Prince Lvov, early on. Had only the Czarevitch Alexei not had hemophilia, forcing the royal family to rely for treatment on the mystic Grigory Rasputin, whose baleful influence fatally weakened the regime. Had only Alexander Kerensky been better grounded emotionally and less in love with his own rhetoric, and had only his provisional government not bet its fortunes so completely on the spring 1917 offensive against the Germans. Had only Lenin’s past as a member of the nobility not awarded him such a “dogmatic” and “domineering manner,” and had Lenin only been arrested or even temporarily detained by a nighttime patrol while he walked in disguise to the Smolny Institute in Petrograd, to take control of the squabbling Bolsheviks and declare an insurrection in October 1917. And so on. Again, we are in the realm of geography and culture, until we are in the realm of Shakespeare, and finally in the realm of sheer chance. Although Figes says that “historians should not really concern themselves with hypothetical questions,” his textured rendition of history allows the reader to ponder other outcomes.
 (...)
Leia o artigo inteiro aqui: 

Impeachment: uma especulacao teorica ou uma possibilidade concreta?

Não mais tarde do que ontem e hoje, deparei-me com um debate numa plataforma muito usada, sobre a questão do impeachment, uma vez que o iniciador (talvez involuntário) da discussão havia se posicionado contra os "apóstolos do apocalipse" e os "pregadores do impeachment", como se o apocalipse fosse causado pelos que se opõem ao governo celerado atual que levou o Brasil a tantos resultados catastróficos no plano econômico, e a tantas vergonhas morais no plano político e ético, ou como se defender impeachment significasse dar golpe, quando ele está previsto expressamente em nossa Constituição e existe uma lei para regulá-lo.
A esse respeito, permiti-me lembrar que a lei do impeachment, que é de 1951, foi usada pela primeira vez contra Getúlio Vargas, em seu governo constitucional (1951-54), depois de denúncias feitas por seu ex-ministro das relações exteriores, João Neves da Fontoura, a propósito de dinheiro peronista que tinha entrado pela fronteira, sob os cuidados de João Goulart, para financiar a campanha presidencial de 1950 (pois é, já naquela época). Levado o processo à Câmara, no início de 1954, ele foi votado e recusado (creio que em abril desse ano), e portanto nem chegou a ir para o Senado. Se tivesse ido, talvez o presidente tivesse sido impedido, mas o fato é que, ante a avalanche de denúncias, contra seu irmão e contra seu guarda-costas (aparentemente envolvidos na tentativa de assassinato de Carlos Lacerda, poucos meses antes, quando morreu um tenente da Aeronáutica), o presidente resolveu se suicidar, ai virando o jogo contra seus adversários políticos, que perderam as duas eleições presidenciais seguintes, na base do emocionalismo popular em favor do "presidente do povo", contra as "elites anti-povo".

Hoje temos um quadro de descalabro econômico impressionante, o que pode ocorrer com qualquer governo, digamos assim, mas o fato é que, ao lado disso, temos um festival de denúncias que tendem a comprovar crimes de responsabilidade da presidente da república, aliás antes mesmo que ela se tornasse presidente, ou seja, como presidente do conselho de administração da Petrobras, onde e quando ajudou a encobrir fatos escabrosos que estão ligados à tremenda corrupção ali cometida.
Não tenho nenhuma dúvida de que ela não só sabia, como colaborou ativamente para dar cobertura e continuidade aos atos delituosos, embora tudo isso precise ser provado e comprovado por elementos testemunhais e provas documentais (mas se o impeachment é político, nada disso precisaria bastaria a convicção dos parlamentares; foi o que ocorreu, por exemplo, com Fernando Lugo: os senadores nem precisaram examinar todas as provas contra ele, bastou a convicção de que não tinha agido no caso de policiais assassinados por guerrilheiros).
Eu já postei aqui alguns elementos do enredo deste carnaval, entre eles estes:

Documento do jurista Ives Gandra Martins sobre a possibilidade teórica do impeachment:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/02/impeachment-o-assunto-entra-na-pauta-da.html

Integra do parecer de Ives Gandra Martins:
http://www.gandramartins.adv.br/parecer/detalhe/id/0ed01f9c48ff7e2a4ba993c9dc3b9e98

Alinhamento de fatos (um tanto desconexos) por Felipe Moura Brasil:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/02/petrolao-lava-jato-mensalao.html

Existe um telegrama confidencial da Embaixada americana em Brasília, de 2006, liberado pelo Wikileaks, confirmando que a então ministra sabia das tratativas em torno de Pasadena, e as aprovava inteiramente:
https://cablegatesearch.wikileaks.org/search.php?q=dilma+pasadena+refining+systems

Agora, recebo do Eduardo, do Rio de Janeiro, mais alguns elementos que listo abaixo a esse respeito. Só resta esperar que as oposições se organizem, pois pior que haver derrota num eventual processo de impeachment, é essa sensação de passividade ante o descalabro.
Paulo Roberto de Almeida

Transcrevendo, apenas:
“[...] a presidente da República, em seu discurso oficial de diplomação no TSE, em 19 de dezembro, negou a vigência do Estado de Direito, declarando que não vai aplicar a Lei Anticorrupção às empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, sob o pretexto de manutenção do nível de emprego (?). E reafirmou essa vontade prevaricadora expressamente na primeira reunião ministerial do segundo mandato, anteontem.
“Além de cometer explicitamente crime de responsabilidade ao assim agir contra a aplicação de lei federal (artigo 85, VII, da Constituição), a presidente demonstra mais uma vez o desastre que é o seu governo, agora acrescentado pela total ignorância dos efeitos benéficos da aplicação da Lei Anticorrupção no caso da Petrobrás e das empreiteiras e fornecedoras nacionais e multinacionais que, em concurso criminoso, levaram à destruição de valor da estatal e agora, gradativamente, delas próprias.” (Modesto Carvalhosa, jurista)
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-virgindade-da-lei-anticorrupcao-imp-,1626377

"Wikileaks: Casa Branca consultou Dilma antes de autorizar aquisição de refinaria por Petrobrás” (2014)
http://internacional.estadao.com.br/blogs/jamil-chade/wikileaks-casa-branca-consultou-dilma-antes-de-autorizar-aquisicao-de-refinaria-por-petrobras/

“Como Dilma ajudou a impedir que se investigasse a Petrobras e concorreu para o naufrágio da empresa; pior: ignorou crimes reais e apontou os que não existiam. Ou: O vídeo da impostura”, por Reinaldo Azevedo.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/como-dilma-ajudou-a-impedir-que-se-investigasse-a-petrobras-e-concorreu-para-o-naufragio-da-empresa-pior-ignorou-crimes-reais-e-apontou-os-que-nao-existiam-ou-o-video-da-impostura/

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Petrolao: apenas relembrando certos FATOS, não boatos, ou acusacoes: SAO DECLARACOES dos bandidos...

Petistas são mais desconfiados que certos mineiros muito religiosos, ou melho, adeptos de São Tomé.
Eles estão sempre colocando em dúvida FATOS publicados na MIDIA GOLPISTA (a deles não publica nada), e chamam isso de boatos, ou acusações caluniosas, como acaba de fazer o chefe da quadrilha ainda recentemente.
Para não deixá-los sem nenhuma informação, posto abaixo alguns elementos do caso, que constituem declarações, não ilações ou suposições. Declarações em justiça, que servirão para instruir os processos.
Estou esperando o chefe da quadrilha ser chamado para depor, como o principal organizador do esquema mais corrupto de extorsão deliberada due já ocorreu neste país.
Paulo Roberto de Almeida

Lava Jato

Costa diz que ganhou R$ 1,5 mi para facilitar compra de Pasadena

Em depoimento, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras admitiu corrupção em compra de refinaria nos Estados Unidos e disse que Nestor Cerveró e o PMDB podem ter embolsado até 30 milhões de dólares em propina

Gabriel Castro e Laryssa Borges, de Brasília
Agentes da Polícia Legislativa do Senado e da Polícia Federal fazem a escolta do ex- diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que chega ao Senado Federal, em Brasília, por uma entrada privativa
Agentes da Polícia Legislativa do Senado e da Polícia Federal fazem a escolta do ex- diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que chega ao Senado Federal, em Brasília, por uma entrada privativa (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu ter recebido 1,5 milhão de dólares em propina de Fernando Soares, o Fernando Baiano, para não criar entraves à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela estatal petroleira. “Por ser um negócio ruim, era previsível que em uma análise técnica [Costa] fosse apresentar objeções à provação desta compra”, disse. A confissão está em depoimento que a Justiça Federal do Paraná tornou público nesta quinta-feira.
Na oitiva, Costa ainda indica que o ex-diretor da Área Internacional da petroleira, Nestor Cerveró, autoridades ligadas ao PMDB e o operador do partido no escândalo do petrolão, Fernando Baiano, podem ter embolsado até 30 milhões de dólares em propina na compra de Pasadena. "Havia boatos na empresa de que o grupo de Nestor Cerveró, incluindo o PMDB e Fernando Baiano, teria dividido algo entre 20 milhões de dólares e 30 milhões de dólares, recebidos provavelmente da Astra", disse o ex-diretor ao juiz Sergio Moro, responsável pelo processo daOperação Lava Jato.

Leia também: Justiça decreta prisão preventiva de Cerveró
No depoimento à Justiça, Paulo Roberto Costa ainda afirma ter conhecido Fernando Baiano no início de 2006 por meio de Nestor Cerveró, que era diretor da Área Internacional da estatal. Apontado como um dos principais delatores do escândalo do petrolão, Costa confirmou que Baiano operava como lobista do PMDB na companhia e teria operado para garantir a compra de Pasadena. Mais: deu detalhes da triangulação para que ele próprio recebesse a propina daquela obra. Ele contou ter feito uma viagem "por volta de 2007 ou 2008" a Liechenstein na companhia de Fernando Baiano. Lá, eles foram até o Vilartes Bank, que teria sido usado para movimentar o montante de 1,5 milhão de dólares.
O papel de Nestor Cerveró na consolidação da compra da unidade de refino nos Estados Unidos foi crucial já que ele foi responsável por elaborar o resumo executivo levado ao Conselho de Administração da Petrobras, na época presidido pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, apontado pela petista como um “parecer falho” que levou a empresa a autorizar erroneamente a compra da refinaria de Pasadena. Em depoimentos no Congresso Nacional, Cerveró se eximiu de culpa ao informar que não era de sua alçada encaminhar ao conselho da estatal a existência das cláusulas Marlim Put Option na transação e disse que as duas cláusulas não eram “importantes” do ponto de vista negocial.
No depoimento à Justiça Federal, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras admitiu o que o governo tinha dificuldade em afirmar – que a compra da refinaria de Pasadena “não foi um bom negócio” porque a unidade de refino precisaria passar por um processo de readequação para processar petróleo pesado, o que poderia custar até 2 bilhões de dólares. “Pasadena era uma refinaria muito velha e a Petrobras poderia ter adquirido mais novas e com capacidade para refinar o tipo de petróleo que a Petrobras exportava. O principal problema de Pasadena era que não era adequada para o refino de petróleo do tipo que a Petrobras exportava, era velha e tinha por dono uma trading pequena e que não era da área de refino", relatou.
Apesar do iminente mau negócio na época, Paulo Roberto Costa deu indicativos de que o chamado Clube do Bilhão, um cartel de grandes empreiteiras formado para controlar as principais obras da petroleira, já estava a postos para assumir a refirnaria de Pasadena. Segundo ele, caso fosse adiante o processo de reforma e ampliação das instalações, já havia um acordo para que a Odebrecht e a UTC fizessem a obra.
Em janeiro de 2005, o grupo belga Astra comprou 100% da refinaria de Pasadena pelo valor de 42,5 milhões de dólares. No ano seguinte, vendeu 50% do negócio para a Petrobras por 431,7 milhões de dólares. Após mais de três anos de litígio, a Petrobras se viu forçada a adquirir todas as ações da refinaria e da trading associada à empresa por 1,24 bilhão de dólares. A conta até o início deste ano já ultrapassava 1,9 bilhão de dólares se contabilizados os investimentos feitos na planta ao longo do período. De acordo com cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU), a Petrobras teve prejuízo de 792 milhões de dólares na operação de compra da refinaria nos Estados Unidos. A chamada operação Pasadena é considerada um dos piores negócios da história da empresa.

Leia também: Dinheiro do petrolão comprou base aliada, diz executivo

Bumlai - Costa também afirma que José Carlos Bumlai "era um contato muito próximo de Fernando Baiano", e que o lobista do PMDB tinha muitos contatos no mundo político e empresarial. Como VEJA havia revelado em 2011, o pecuarista Bumlai era um amigo próximo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Favorecido por financiamentos do BNDES, ele tinha livre acesso ao Palácio do Planalto. Um recado na portaria determinava: "O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria Principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer circunstância”

Petrolao e Petralhabras: entao nao era tudo a favor do povo!?

Gostaria de ouvir uma explicação dos que se ainda consideram petistas por aqui. 
Paulo Roberto de Almeida

Lava Jato

A boa vida dos operadores do petrolão

Operação Lava Jato revelou que ex-funcionários da Petrobras desfrutavam de apartamentos luxuosos, casas de veraneio milionárias e até uma aeronave com capacidade para nove pessoas. Tudo com dinheiro desviado do assalto à Petrobras

Daniel Haidar
Beechcraft Super King Air 200

Fortuna: Ex-gerente de Serviços da Petrobras comprou avião Beechcraft Super King Air 200 por R$ 1,1 milhão (Divulgação)

As cifras do maior escândalo de corrupção já descoberto no Brasil ainda causam perplexidade aos investigadores da força-tarefa montada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. O patrimônio – não declarado -- dos superfuncionários que operavam a sangria nos cofres da Petrobras permitiu uma vida cercada de luxo, comparável à de pessoas afortunadas no Brasil. Mas um trio de ex-diretores da estatal acabou fisgado pela mais bem sucedida operação da Polícia Federal da história, batizada de Lava Jato. E a riqueza da elite de dirigentes da Petrobras revelou-se ainda mais grandiosa: estimativas preliminares da Polícia Federal apontam que o pagamento de propina em troca de contratos na petrolífera rendeu mais de 40 milhões de reais a cada um dos ex-diretores na mira da Polícia Federal e do Ministério Público. E esse dinheiro acabou convertido em apartamentos milionários, casas de veraneio de luxo e em uma aeronave com capacidade de até nove pessoas.

Desde que a Lava Jato ganhou contornos jamais vistos nos relatos de assalto aos cofres públicos do país, um personagem chama a atenção: Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da petroleira, subordinado a Renato Duque, este indicado ao cargo pelo ex-ministro mensaleiro José Dirceu. Barusco, um personagem inicialmente considerado secundário no propinoduto, admitiu ter enviado para o exterior 97 milhões de dólares, que aceitou devolver aos cofres públicos como exigência de um acordo de delação premiada – a colaboração com as investigações lhe renderá uma punição mais branda. Antes disso, Paulo Roberto Costa, outro importante ex-dirigente da empresa, que ficou preso por seis meses, também fez um acordo e teve de devolver quase 27 milhões de dólares escondidos no exterior, embora os investigadores até hoje duvidem que ele omitiu das autoridades a posse de mais recursos. 

Leia também: As manobras de Paulo Roberto Costa para enganar a Receita Federal

Família de ex-diretor da Petrobras comprou 13 imóveis nos últimos cinco anos
Negociata permitiu que Cerveró morasse em imóvel de R$ 7,5 milhões
Advogado 'entrega' Cerveró para a PF

Morador de uma mansão em São Conrado, na Zona Sul do Rio, Barusco abusou a tal ponto da roubalheira que participou da compra de um avião avaliado em 1,4 milhão de reais. Os gastos foram divididos com o operador Mário Góes, que segundo as investigações pagava propina para fechar contratos da Petrobras a mando de grandes empreiteiras, como UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Schahin, Carioca Engenharia e Bueno Engenharia. Registrada em nome da empresa de Góes, a aeronave Beech Aircraft, modelo 200, foi sequestrada pela Justiça para ressarcir os cofres públicos.
 
Barusco revelou às autoridades que escondia parte da propina de Renato Duque, o homem do PT no propinoduto da Petrobras. Mas mesmo o patrimônio oficial do ex-diretor de Serviços mostra uma vida luxuosa. Ex-morador de um apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Jnaneiro, Renato Duque chegou a ser preso no dia 14 de novembro com executivos e sócios de empreiteiras do chamado Clube do Bilhão. Conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade. Continua a desfrutar de uma cobertura, adquirida por 1,2 milhão de reais, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, do Rio.
 
Duque utilizava sua consultoria, a D3TM, na qual os filhos também eram sócios, para registrar parte dos imóveis que desfrutava. Só de empreiteiras acusadas de participar do esquema de corrupção a consultoria de Duque faturou 4,8 milhões de reais em 2013: 4,3 milhões de UTC, 300.000 da OAS e 130.000 reais da Iesa Óleo e Gás. O lobista Milton Pascowitch, operador da Engevix, também pagou 600.000 reais para o ex-diretor. Para os investigadores, os pagamentos foram recompensas por facilidades garantidas na Petrobras. Esse dinheiro não ficou parado. A empresa registrou a compra de quatro imóveis por 1,5 milhão de reais nos últimos dois anos. Como revelou VEJA, foram compradas duas salas comerciais, no Centro do Rio, de uma empresa chamada Hayley, que os investigadores suspeitam que pertencia ao lobista Fernando Soares, o Baiano – ou o operador do PMDB na roubalheira. Há suspeita de que a transferência de Baiano para Duque, concretizada em novembro de 2013, tenha sido uma operação de lavagem de dinheiro. O ex-diretor já estava instalado no local desde janeiro daquele ano. Pela empresa, Duque também adquiriu dois apartamento em Ubatuba, no litoral paulista, por 720.000 reais.
 
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró não ficou atrás em cifras. Comprou nove imóveis em nove anos na capital fluminense e em Petrópolis, na região Serrana. As transações foram registradas em cartórios por 1,7 milhões de reais. Mas uma negociata revelada por VEJA mostra que ele também tentou esconder das autoridades um duplex de 300 metros quadrados com piscina. Ele é suspeito de ter montado uma offshore para comprar o apartamento, hoje avaliado em 7,5 milhões de reais, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Morou no local por cinco anos. A operação é investigada pela Polícia Federal. Para driblar a Receita Federal, Cerveró declarava pagamentos de alugueis mensais para a offshore, como se não fosse ele o verdadeiro dono do apartamento.
 
Como revelou o site de VEJA, a família do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também montou um pequeno império imobiliário na Barra da Tijuca, bairro nobre da Zona Oeste do Rio. De 2009 a 2013, o ex-diretor, a esposa Marici, as filhas Arianna e Shanni e os genros Humberto Mesquita e Márcio Lewkowicz compraram 13 imóveis na capital fluminense. Por uma empresa de consultoria utilizada para receber propina, Costa ainda adquiriu uma casa de veraneio em Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, por 3,2 milhões de reais, e uma lancha Intermarine 42 pés por 999.618,25 reais. A casa de praia e a lancha tiveram de ser devolvidos com a fortuna escondida no exterior, como exigência do acordo de delação premiada.
 
Se for descoberto que Costa e Barusco esconderam bens das autoridades, os dois perdem os benefícios do acordo de delação e provavelmente passarão décadas na cadeia. Porém, as revelações feitas em depoimentos permanecem válidas. Mas, como a Lava Jato ainda rastreia o caminho percorrido pela propina para os beneficiados do maior esquema de corrupção da história contemporânea do país, não é exagero afirmar que essa turma não foi a única a enriquecer e desfrutar de uma boa vida custeada pelo dinheiro roubado da Petrobras.

 

Petrolao e outros causos: multiplique sempre por 15 os valores - O Antagonista

Eu realmente achava que não podia ser só essa merreca de US$200 milhões, quando os contratos eram bem maiores, e com tantas outras possibilidades abertas ao engenho e arte da associação mafiosa que responde pelo nome de PT. Ai tem um critério. Multiplicar por 15. Na verdade, já superamos essa questão secundária de saber quanto exatamente. O fato singular e simplérrimo é apenas este: o PT é uma entidade criminosa da pior espécie. Ponto. 
Paulo Roberto de Almeida 

Multiplique por quinze

Entre 2003 e 2013, o PT roubou 455,1 milhões de reais da Petrobras, segundo a planilha que Pedro Barusco entregou aos procuradores da Lava Jato. 

A Folha de S. Paulo fez as contas e calculou que, pelo câmbio de hoje, isso equivale a 164 milhões de dólares. Mas o número é muito maior. Na verdade, é superior aos 200 milhões de dólares citados pelo próprio Pedro Barusco. 

A planilha indica, por exemplo, que o ano em que o PT mais roubou foi 2010, quando houve a campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Foram 120 milhões de reais, que correspondem a 44 milhões de dólares. Só que 120 milhões de reais, em 2010, valiam 68 milhões de dólares - 24 milhões de dólares do que atualmente.

Outro fator tem de ser permanentemente lembrado: os 455,1 milhões de reais roubados pelo PT referem-se apenas à área de Renato Duque e Pedro Barusco. Mas nós já sabemos que o esquema funcionou em outras áreas. E em outras estatais.

Nosso conselho é o seguinte: ao avaliar os números do PT, multiplique sempre por quinze. O resultado ficará mais próximo da realidade.

Quanto foi para o PT?

Grecia: como o Syriza vai perder - Jose Carlos Diez (El Pais)

‘El Dilema’ de Syriza

Como era previsible, la torpe estrategia de Syriza, solo al alcance de un adolescente político como Tsipras, complicaría la crisis griega. Recomiendo el libro El Dilema del expresidente Zapatero, donde explica, desde la experiencia propia, la dinámica del rescate griego en 2010 y cómo funciona Europa. Es una pena que Alexis Tsipras y Pablo Iglesias no lo hayan leído. La tesis de Alemania es que si ellos reducen la exigencia de los rescates, los países no harán las medidas necesarias para salir de la crisis.

Lamentablemente, Syriza y Podemos son un buen ejemplo de esa tesis. La tibia respuesta de Hollande y Renzi esta semana con Tsipras refuerza a Alemania. Por tanto, preparémonos para una nueva exhibición de Merkel la próxima semana en la cumbre europea. Sin duda, una pésima noticia para los que desde hace cinco años luchamos para cambiar la política económica impuesta por Alemania.

Syriza se niega a asumir la condicionalidad del rescate y el BCE se ha visto obligado a cortar el acceso a la liquidez de los bancos griegos. Tanto el Estado como los bancos son bono basura y su acceso solo es posible bajo rescate y aval del fondo europeo. En enero se filtró que Grecia sufrió una fuga de capitales del 15% de su PIB y una fuga de depósitos del 8%. Sin acceso al BCE los bancos no podrán atender la fuga de depósitos. El Gobierno tampoco podrá atender sus vencimientos de deuda y el pago de intereses y el país volverá a entrar en impago tres años después del anterior. Los ingresos fiscales caerán y tendrá que incumplir sus promesas y aplicar recortes. Argentina, no pidió rescate al FMI y no anunció un ajuste fiscal. El tipo de cambio se depreció un 75% y el PIB se desplomó un 11%. Hubo corralito, 14 monedas en circulación y 20% de la población vivía del trueque ante la incapacidad para tener dinero para comprar alimentos, medicinas y productos de primera necesidad. Y lo más grave, la tasa de pobreza se dobló hasta máximos históricos del 55% de la población en 2002.

¿Qué se puede hacer? Los españoles podemos enseñarles a los griegos un plan alternativo. Cuando Felipe González llegó al poder en 1982 lo hizo en medio de una depresión, con elevada tasa de paro, una grave crisis bancaria y fuga de capitales. El nuevo Gobierno presentó un duro plan de estabilización y de reformas que modernizaron España sobre la base de la educación y el capital humano. Desde entonces nuestras exportaciones se han multiplicado por nueve, mientras, en Grecia solo por dos.

Tsipras debe rectificar. Dijo que pactaba con un partido ultraconservador y antieuropeo por compartir la quita de deuda y el fin de la austeridad. Debe romper el pacto y negociar con Potami o el Pasok. Debe presentar un plan de reformas creíbles y explicar a los griegos que su programa era el del País de Nunca Jamás. Si lo hace, los socios europeos deberían permitirle aprobar medidas razonables de atención humanitaria a los griegos en pobreza severa.

El plan debe asumir tres nuevas realidades que no existían en 1982: el Muro de Berlín cayó, y hay Globalización y Revolución Tecnológica. Nuestra querida España también necesita un nuevo plan que genere ilusión a los jóvenes y desempleados de larga duración que han caído en la desesperanza.

Ánimo, no solo podemos, sabemos y debemos hacerlo.

Itamaraty: dando calote no exterior? Que vergonha! - Alexandre Vidal Porto (FSP)

Igual, pero no mucho
Alexandre Vidal Porto
Folha de S. Paulo, 07/02/2015

Na Esplanada, em Brasília, todos os Ministérios ocupam edifícios idênticos. O que muda são os nomes nas fachadas. Apenas dois Ministérios têm edifícios distintos: o da Justiça e o das Relações Exteriores.
A distinção feita pelo arquiteto não é aleatória: traduz uma singularidade real.
O Ministério da Justiça foi o primeiro a ser criado e, na República, é o que tem a precedência mais alta depois da Casa Civil.
No caso do Ministério das Relações Exteriores, a peculiaridade é que sua atuação transcende as fronteiras nacionais e se realiza, ao mesmo tempo, em 150 países. Para efeitos de comparação, o McDonald's mantém operações em 118.
Essa atuação global do Itamaraty engendra outras singularidades de ordem política e administrativa, que devem ser levadas em conta pelo governo.
Do ponto de vista administrativo, a principal peculiaridade é que seu orçamento é previsto em reais, mas executado em dólares. Cerca de 90% das despesas são empenhadas no exterior.
Isso faz com que, em tempos de crise, o Itamaraty fique duplamente vulnerável: pelas restrições orçamentárias do governo e pelo impacto da desvalorização do real.
Do ponto de vista político, a peculiaridade é que o trabalho do Ministério das Relações Exteriores tem impacto direto junto a autoridades e opinião pública de uma centena e meia de países. É o único órgão do Estado brasileiro com esse tipo de alcance e exposição.
Esse é um capital que, bem gerenciado, produz imensos benefícios –sociais, políticos, econômicos, culturais– ao desenvolvimento do país. Mal administrado, tem o mesmo potencial, só que negativo.
Um país pode conferir à sua política externa o ritmo que quiser, mas deve sempre preservar suas instituições no exterior. Embaixador parece pessoa física, mas não é. O que ele e sua equipe fazem –de bem ou mal– é creditado ao Brasil.
Não tem problema um país ser pobre ou estar em crise, mas tem de ser honrado.
O mínimo que se espera de uma Embaixada estrangeira é que pague suas contas.
Ninguém recebe diplomatas para que deem calote em seus cidadãos. Você gosta quando alguém lhe deve e não paga? Pois é, nem eles.
"Quem está em dificuldades tem de cortar custos", dirá o bom senso financeiro, e é elogiável tratar todo o Executivo com o mesmo rigor orçamentário. Mas, às vezes, o que parece economia é só catalisador de mais prejuízo.
O atual nível de contenção orçamentária inviabiliza as operações da rede de postos do Itamaraty no exterior. O que poderia ser benefício transforma-se em perda.
Ao ignorar as peculiaridades do Ministério das Relações Exteriores, o governo se comporta como quem abandona seus soldados à própria sorte. Em um mundo de cão comendo cão –que é a ordem internacional–, roupa suja deve se lavar em casa.
Querer economizar menos de um quinto de 1% do orçamento nacional às custas do nome do país no exterior não faz sentido nenhum.
É importante que as autoridades econômicas se deem conta disso.

Alexandre Vidal Porto é escritor e ex-diplomata. Mestre em direito por Harvard, trabalhou nas embaixadas no Chile, Estados Unidos, México e Japão e na missão junto à ONU, em Nova York. É autor dos romances 'Matias na cidade' e 'Sergio Y. vai à América'. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Corrupcao companheira: num pais serio haveria impeachment e o partido totalitario seria extinto

Mas não é isso quevai acontecer obviamente, e infelizmente.
Paulo Roberto de Almeida

Em VEJA desta semana

O homem da mochila

O PT desviou meio bilhão de reais dos cofres da Petrobras ao longo de dez anos. O dinheiro foi usado, entre outras coisas, para financiar as campanhas eleitorais do partido de 2010 e 2014

Daniel Pereira e Robson Bonin
Veja.com, 7/02/2015
CODINOME MOCH - João Vaccari: homem de confiança do ex-presidente Lula, o tesoureiro era o elo financeiro entre os corruptos e os corruptores que atuavam na Petrobras
CODINOME MOCH - João Vaccari: homem de confiança do ex-presidente Lula, o tesoureiro era o elo financeiro entre os corruptos e os corruptores que atuavam na Petrobras      (VEJA)
Em outubro passado, os investigadores da Operação Lava-Jato, reunidos no quartel-general dos trabalhos em Curitiba, olhavam fixamente para uma fotografia pregada na parede. A investigação do maior esquema de corrupção da história do país se aproximava de um momento decisivo. Delator do petrolão, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já havia admitido que contratos da Petrobras eram superfaturados para enriquecer servidores corruptos e abastecer o cofre dos principais partidos da base governista. Na foto afixada na parede, Paulo Roberto aparecia de pé, na cabeceira de uma mesa de reunião, com um alvo desenhado a caneta sobre sua cabeça. Acima dela, uma anotação: “dead” (morto, em inglês). Àquela altura, a atenção dos investigadores estava voltada para os outros personagens da imagem. Era necessário pegá-los para fechar o enredo criminoso. Em novembro, exatamente um ano depois de a antiga cúpula do PT condenada no mensalão ter sido levada à cadeia, o juiz Sergio Moro decretou a prisão de executivos das maiores empreiteiras brasileiras, muitos dos quais aparecem abraçados a Paulinho, sorridentes, na fotografia estampada no Q.G. da Lava-Jato. A primeira etapa da missão estava quase cumprida.
Entre os alvos listados na foto, apenas um ainda escapava aos investigadores. Justamente o elo da roubalheira com o partido do governo, o personagem que, sabe-se agora, comprova com cifras astronômicas como o PT — depois de posar como vestal nos tempos de oposição — assimilou, aprimorou e elevou a níveis inimagináveis o que há de mais repugnante na política ao conquistar o poder. Na quinta-feira passada, agentes da Polícia Federal chegaram à casa do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, com uma ordem judicial para levá-lo à delegacia a fim de prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento no petrolão. Vaccari recusou-se a abrir o portão. Os agentes pularam o muro para conduzi-lo à sede da PF em São Paulo. Eles também apreenderam documentos, aparelhos de telefone celular e arquivos eletrônicos. Esse material não tinha nada de relevante. Vaccari, concluíram os agentes, já limpara o terreno. Num depoimento de cerca de três horas, o tesoureiro negou as acusações e jurou inocência. Nada que abalasse o ânimo dos investigadores. No Q.G. da Lava-Jato, um “dead” já podia ser escrito sobre a cara carrancuda do grão-petista.
A nova fase da operação foi um desdobramento de depoimentos prestados pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, em novembro, como parte de um acordo de delação premiada. Barusco conquistou um lugar de destaque no panteão da corrupção ao prometer a devolução de 97 milhões de dólares embolsados como propina, uma quantia espantosa para um servidor de terceiro escalão. Ao falar às autoridades, ele disse que o PT arrecadou, entre 2003 e 2013, de 150 milhões a 200 milhões de dólares em dinheiro roubado de noventa contratos da Petrobras. Segundo Barusco, o principal operador do PT no esquema nos últimos anos era Vaccari, chamado por ele de “Mochila”, por andar sempre com uma mochila a tiracolo. Barusco contou que o tesoureiro — identificado como “Moch” nas planilhas que registravam o rateio do butim surrupiado — participou pessoalmente das negociações, por exemplo, para a cobrança de propina de estaleiros contratados pela Petrobras. Descendo a detalhes, Barusco narrou ainda uma história que, apesar de envolver um valor bem mais modesto, tem um potencial político igualmente explosivo.
O ex-gerente declarou que, em 2010, o então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, solicitou ao representante da empresa holandesa SBM no Brasil, Júlio Faerman, 300 000 dólares para a campanha petista daquele ano, “provavelmente atendendo a pedido de João Vaccari Neto, o que foi contabilizado pelo declarante à época como pagamento destinado ao Partido dos Trabalhadores”. Em 2010, Dilma Rousseff disputou e conquistou o primeiro de seus dois mandatos presidenciais. A situação do tesoureiro do PT deve se agravar nos próximos dias com o avanço das negociações para o acordo de delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC. Pessoa coordenava “o clube do bilhão”, o grupo das empreiteiras que desfalcava a Petrobras. Vaccari recorria a ele com frequência para resolver os problemas de caixa do PT. Os dois conversaram várias vezes no ano eleitoral de 2014. Num desses encontros, segundo integrantes da investigação que já ouviram uma prévia das histórias pouco edificantes prometidas por Pessoa, Vaccari negociou com a UTC o recebimento de 30 milhões de reais em doações eleitorais. Cerca de 10 milhões de reais seriam destinados à campanha à reeleição de Dilma Rousseff. Os 20 milhões restantes, distribuídos por Vaccari ao PT e aos partidos da base aliada.     
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Outros destaques de VEJA desta semana

Petrolao e Projeto Monopolico de Poder: o maior crime economico do lulo-petismo

O maior crime econômico do lulo-petismo não é simplesmente ter destruído a Petrobras, é ter destruido o país, desmantelado suas instituições, por meio de um projeto totalitário de monopólio do poder, pela promiscuidade criada em todas as agências das quais se apropriaram os companheiros mafiosos, pela sem cerimônia com desviaram todas as políticas públicas de seus objetivos fundamentais, desde que colocavam suas patas sujas em cada uma delas.
'Duvido que tenha havido uma única instituição, da mais modesta escola em zona rural recuado, à mais alta corte do país, que tenha escapado da sanha destruidora da tropa de bárbaros políticos, guiados por uma Nomenklatura sedenta de riqueza e de poder, e que corromperam tudo e a todos.
O Petrolão é talvez o aspecto mais visível desse terremoto destrutivo, mas isso porque as agências ainda não totalmente dominadas pelos bárbaros ainda não investigaram todas as outras possibilidades de corrupção e desmandos.
Muito mais vai se descobrir.
Eu, por enquanto, vou catalogando todos os crimes econômicos cometidos pelos hunos do século 21.
Paulo Roberto de Almeida

O escândalo lulopetista

Editorial O Estado de S.Paulo
06 Fevereiro 2015 | 02h 06 

Seria considerado lunático ou alarmista mal-intencionado quem tivesse afirmado, dois ou três anos atrás, que o espírito do mensalão baixaria novamente, ampliado a ponto de colocar em risco o futuro da maior estatal brasileira e complicar gravemente a situação político-institucional do País. Pois o escândalo da Petrobrás está aí para comprovar que, na espantosa surrealidade fomentada pelo lulopetismo, nada é impossível.
O assalto à Petrobrás não é o resultado da associação casual de eventos de geração espontânea. Tampouco é apenas o produto da cumplicidade de funcionários corruptos com empresários inescrupulosos. O escândalo da Petrobrás é o efeito de uma fria e ousadamente elaborada estratégia de consolidação de hegemonia política. Uma armação urdida à sombra do poder, com muitos protagonistas - os mais importantes ainda ocultos. É, enfim, a obra do lulopetismo na ocupação do aparelho estatal por uma nomenklatura a serviço de si mesma.
A Petrobrás, que antes de ter seu valor de mercado reduzido a menos da metade ostentava o porte de uma das maiores corporações do planeta, sempre teve uma enorme importância estratégica não apenas no campo vital da energia, mas para o desenvolvimento econômico do País. Como empresa de economia mista e capital aberto de grande prestígio internacional, a petroleira propiciava ao País, além de tecnologia de ponta criada por seu quadro técnico, importantes investimentos privados, nacionais e estrangeiros, provenientes das mais variadas fontes.
Ao assumirem o poder com planos de não mais largar o osso, Lula e o PT rapidamente se deram conta de que a riqueza da Petrobrás teria um importante papel a desempenhar nesse ambicioso projeto. E trataram logo de aumentar o poder de fogo da empresa, trocando o sistema de concessão para a exploração de petróleo - até então vigente - pelo controvertido sistema de partilha, que aumentou o controle estatal sobre a extração e assim a perspectiva de lucros mirabolantes provenientes dos campos do pré-sal.
O pré-sal, aliás, foi politicamente apropriado e explorado por Lula. O então presidente da República vestiu um macacão da Petrobrás, sujou as mãos de óleo e saiu a anunciar a nova era de prosperidade como resultado da autossuficiência energética do país que se tornaria grande exportador de petróleo, e da cornucópia que a partir daí se abriria para realizar todos os sonhos dos brasileiros. Prognósticos que também a incompetência de gestão, no governo e na empresa, se encarregou de frustrar.
Além da falta de cerimônia com que a Petrobrás foi colocada a serviço da promoção da imagem do lulopetismo, a empresa, já no primeiro mandato de Dilma Rousseff, foi descaradamente usada como instrumento de apoio ao controle da inflação, mediante a contenção artificial do preço dos derivados de petróleo. Esse desrespeito às regras do mercado - mas, principalmente, às leis das sociedades anônimas e de criação da Petrobrás - resultou, obviamente, em prejuízos bilionários para a companhia, para seus acionistas e para o Tesouro Nacional.
Mas nada se compara à sangria a que a Petrobrás foi submetida pelo esquema de propinas implantado para captar recursos destinados a financiar as atividades político-eleitorais do PT e de seus aliados, de acordo com a estratégia de perpetuação no poder da qual o mensalão tinha sido a primeira experiência. Depois de um curto período de aparente recuo em que Lula chegou a se declarar traído pelos mensaleiros, a reeleição de 2006 surgiu como que um sinal verde para a continuidade do projeto e os petistas se adonaram completamente da Petrobrás, contando com a muito bem recompensada colaboração de diretores da empresa e de um bando de empreiteiros desonestos.
Os envolvidos no escândalo - todos, enfim, que urdiram e deram aval à trama criminosa - brevemente estarão enfrentando as consequências de seus atos. Um a um, eles vão aparecendo. Sua identificação é fácil: no histórico da corrupção e dos desmandos administrativos que ameaçam o futuro da Petrobrás ficaram, indeléveis, as impressões digitais do lulopetismo.