O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Universidades brasileiras: atras, muuuuito atras do aceitavel...

A universidade de Leiden, na Holanda, elaborou um ranking das melhores universidades do mundo.
Invariavelmente, ou totalmente sem surpresa, as americanas chegam nos primeiros lugares.
As brasileiras não fazem boa figura. Aliás, fazem péssima figura.
Basta ver: http://www.leidenranking.com/ranking.aspx
As universidades brasileiras são medíocres.
Estou dizendo uma grande mentira, uma barbaridade?
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Avisam-me que a UFSC vem antes da UFMG; é verdade, mas se formos ver pelo número de pontos, ela é a última do grupo brasileiro, como acrescento ao final.
PS2.: Desculpo-me pela desformatação, mas é sempre difícil inserir tabelas nos blogs... (e eu não sou um expert nessas ferramentas).

1MIT1046525.2%


2Princeton Univ576322.6%


3Harvard Univ3351122.5%


4Rice Univ263522.2%


5Stanford Univ1503221.9%


6Caltech656921.7%


7Univ Calif - Santa Barbara526521.6%


8Univ Calif - Berkeley1171321.0%


9Carnegie Mellon Univ357719.7%


10Univ Calif - San Francisco1116619.3%


11Yale Univ1114718.9%


12Ecole Polytech Fédérale Lausan479018.8%

(...: americanas)

18ETH Zurich850717.6%

(...: americanas)

25Weizmann Inst Sci315517.2%

(...: americanas)

31Univ Cambridge1404616.7%


Depois, bem depois, muito depois, vem apenas três universidades brasileiras

461Univ Fed Minas Gerais30505.7%

(...)

463State Univ Campinas56325.6%

(...)

468Univ São Paulo154865.4%

The Leiden Ranking 2011/2012 is based on publications in Thomson Reuters’ Web of Science database in the period 2005-2009. Only publications in the sciences and the social sciences are included. Publications in the arts and humanities are excluded because in these domains the bibliometric indicators of the Leiden Ranking do not have sufficient accuracy. Furthermore, only publications of the Web of Science document types articleletter, and review are considered in the Leiden Ranking.
Impact indicators

The Leiden Ranking offers the following indicators of the scientific impact of a university:
  • Mean citation score (MCS). The average number of citations of the publications of a university.
  • Mean normalized citation score (MNCS). The average number of citations of the publications of a university, normalized for field differences, publication year, and document type. An MNCS value of two for instance means that the publications of a university have been cited twice above world average.
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Universidades brasileiras: 
RankUniversityCountryPMCSMNCSPPtop 10%
1Univ São Paulo154863.810.705.4%
2State Univ Campinas56323.570.725.6%
3Fed Univ Rio de Janeiro45603.520.654.7%
4Univ Estadual Paulista43622.770.634.6%
5Fed Univ Rio Grande Sul37963.830.694.9%
6Univ Fed Minas Gerais30503.710.745.7%
7Fed Univ São Paulo26323.960.603.9%
8Univ Fed Santa Catarina17313.820.816.8%

Fraude no Brasil ainda tem sucesso, gracas aos companheiros

Este livro é uma fraude. Baseado em fatos reais, ou seja, o processo de privatização das estatais brasileiras, um jornalista mentiroso monta um dossiê fraudulento, destinado a acusar o processo como eivado de irregularidades.
Se eram crimes, por que os companheiros, que estão no poder desde 2003, não denunciaram os crimes, perseguiram os "criminosos" e atuaram para desfazer as privatizações?
Eles são os criminosos... eles são os corruptos...
Paulo Roberto de Almeida


Pedido de CPI e discursos quebram silêncio sobre Privataria Tucana

Deputado Protógenes Queiroz (PCdoB) tenta criar CPI com foco nas privatizações. Cúpula do PT ainda analisa como se posicionar, mas, diante de 'fatos gravíssimos', líderes na Câmara e Senado mostram disposição para guerra com PSDB. Deputado-delegado tucano acha livro 'importante' mas, para líderes, denúncia é 'requentada'. Serrista, presidente do PPS exalta-se ao ser questionado.

BRASÍLIA – A Privataria Tucana, livro recém lançado com denúncia de corrupção na venda de estatais de telefonia no governo Fernando Henrique e de lavagem de dinheiro pela família do ex-ministro José Serra, motivou um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados. 

E, no Congresso, opôs os dois principais partidos envolvidos e interessados, PT e PSDB. Enquanto líderes petistas defenderam investigar o conteúdo do livro - embora com cautela, já que a cúpula do partido ainda busca uma forma de lidar com o assunto -, tucanos classificaram-no como “requentado” e de autor sem credibilidade.

A abertura de uma CPI foi solicitada pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), delegado da Polícia Federal (PF). Às 18 horas desta terça-feira (13), ele disse à reportagem que já havia coletado 27 assinaturas – precisa de ao menos 177. Por volta das 20h, em discurso na tribuna da Câmara, afirmou que já teria mais de 100. 

"Qual o foco do requerimento da CPI, deputado?" “O foco são as privatizações. Elas prejudicaram o país e proporcionaram desvio de dinheiro público”, afirmou.

Um dos signatários da CPI foi um deputado que também é delegado da PF como Protógenes, mas filiado ao PSDB. “É um livro tão importante quanto todos os outros, independentemente do partido, se é PSDB ou PT”, disse Fernando Francischini.

O tucano elegeu-se pelo Paraná, estado por meio do qual saíram para o exterior, de forma ilegal, bilhões em recursos que, segundo o livro, teriam origem ilícita na “privataria”. O duto era o banco do estado do Paraná, o Banestado. “Ali foi um descontrole total de um banco usado para roubar dinheiro público. Foi o maior roubo de dinheiro público que eu já vi”, afirmou Francischini que, como delegado da PF, acompanhou o caso.

O duto do Banestado foi objeto de uma CPI logo no início do governo Lula, em 2003. A comissão revelou-se uma das fontes de informação mais importantes para o autor do livro, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. 

Acusado no livro de ter participado de uma CPI de faz-de-conta, resultante de um “acordão” entre tucanos e petistas para aliviar nas investigações que afetariam os dois lados, o relator, deputado José Mentor (PT-SP), disse que assinaria o pedido de CPI da Privataria. “Não houve acordão. O que houve foi uma ação do PSDB para acabar logo com a CPI”, afirmou Mentor. “O relatório final fala no Ricardo Sérgio, inclusive.”

Ricardo Sérgio de Oliveira foi arrecadador de fundos para campanhas de FHC e José Serra e é um personagens mais importantes do livro. 

PT e aliados
Nesta terça-feira (13), membros da executiva nacional do PT reuniram-se para discutir como o partido vai lidar com o caso, mas os líderes na Câmara e no Senado mostraram-se, ainda que com cautela, dispostos a partir para a guerra contra o PSDB.

A reunião e a cautela se explicam porque o livro traz pelo menos duas indigestões para os petistas. O presidente do PT, Rui Falcão, processa Amaury Ribeiro Jr., por conta de revelações do jornalista sobre uma briga interna na campanha presidencial de Dilma Rousseff no ano passado. Outra indigestão seria o “acordão” na CPI do Banestado.

“É um livro muito interessante que recebeu um silêncio sepulcral da mídia”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). “São fatos gravíssimos, e já há um movimento no Ministério Público para reabrir investigações.” 

"E há condições de o PT ajudar a criar clima para que as investigações sejam reabertas, senador?" 

“Há.” 

O posicionamento do líder na Câmara, Paulo Teixeira (SP), foi parecido. “O livro traz informações consistentes sobre fatos gravíssimos, que exigem investigação das instituições, do parlamento, do Ministério Público.” 

"Como o partido vai agir agora?" 

“Vai analisar o livro para ver o que cabe. Mas o foco é a roubalheira nas privatizações.”

Aliado do governo e um dos vice-presidentes do PDT, o deputado Brizola Neto (RJ) contou que iria procurar o PT para saber qual é o limite de atuação dos petistas. Ele defende a instalação de uma comissão parlamentar. “A história começa lá atrás, mas a triangulação continua até hoje. É necessária uma CPI”, afirmou.

Adversário do governo, mas à esquerda, o PSOL acha que no mínimo o autor do livro, Amaury Ribeiro Jr., deveria ser chamado ao Congresso para falar sobre o assunto, até para ajudar a formar convicção em torno de uma CPI. 

Em discurso na tribuna da Câmara, o líder do partido, Chico Alencar (RJ), disse que o Brasil precisa “analisar profundamente o passado”. “O livro comprova com farta documentação que [a privatização] foi um processo que escondeu enriquecimento ilícito e financiamento de campanhas milionárias”, disse. 

Serristas
Já os tucanos e seus aliados optaram por minimizar a denúncia e desqualificar o autor do livro.

“É café requentado da campanha”, disse o líder do bloco de oposição ao governo na Câmara, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).

“Mas autor do livro diz que os elementos que ele traz agora não eram conhecidos ainda, e inclusive há um pedido de CPI por causa disso.”

“Nós apoiamos investigar tudo. O que não dá é para ficar só nesse assunto depois de tantos escândalos no governo.”

Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), “o livro é material requentado de um indivíduo investigado por uma tramóia contra nosso candidato [na eleição de 2010]”.

“Mas o ministro do Esporte não caiu por uma acusação de uma pessoa que é ré num processo criminal?”

“Não, o ministro caiu por um conjunto de situações, a denúncia do policial foi só a gota d'água”, disse Nogueira.

Um dos aliados mais próximos de Serra, mesmo sem ser do PSDB, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), cujo partido apoiou o tucano na eleição do ano passado, exaltou-se quando perguntado sobre o livro.

“Deputado, qual a sua opinião sobre o livro A Privataria Tucana?” 

“Eu não gosto da literatura lulo-petista, particularmente do estilo dossiê. Mas por que essa pergunta?”

“Porque é notícia, foi o livro mais vendido do fim de semana.”

“Que notícia! Isso é para desviar a atenção da corrupção do governo Dilma!”

Andre Urani: homenagem a um amigo intelectual

Tomei conhecimento hoje, 14/12/2011, do falecimento, por câncer, do meu amigo, economista e intelectual André Urani (1960-2011), diretor do IETS, Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, italiano de nascimento, brasileiro de coração, grande figura humana, otimista incansável pela melhoria do Brasil.

Tive o privilégio de colaborar em livro por ele coordenado, junto com meu amigo Fabio Giambiagi, argentino de nascimento, brasileiro naturalizado e outro otimista incurável quanto às possibilidades de se melhorar o Brasil.

Reformas no Brasil: Balanço e Agenda

Prefácio (Fernando Henrique Cardoso)
Apresentação
Parte I: Introdução 
1. Uma visão abrangente das transformações recentes no Brasil (José Guilherme Reis/André Urani)
Parte II: O desafio do crescimento
2. Por que o Brasil cresce pouco? (Armando Castelar Pinheiro)
3. Abertura e crescimento: passado e futuro (Mauricio Mesquita Moreira)
Parte III: Os fundamentos macroeconômicos
4. Metas de inflação: imperfeitas para um mundo imperfeito (Alexandre Schwartsman)
5. As razões do ajuste fiscal (Eduardo Refinetti Guardia)
6. O regime cambial e o ajuste externo (Octavio de Barros/Fernando Honorato Barbosa/Fabio Giambiagi)
Parte IV: A inserção internacional do Brasil
7. O Brasil e as negociações comerciais (Pedro da Motta Veiga)
8. Mercosul: após a “paciência estratégica”, o quê? (Fabio Giambiagi/Mário Marconini)
9. A relação do Brasil com os EUA: de FHC-Clinton a Lula-Bush (Paulo Roberto Almeida)
Parte V: As reformas
10. A agenda fiscal (Fabio Giambiagi)
11. Reforma da Previdência: uma perspectiva comparada (Vinícius Carvalho Pinheiro)
12. Reforma tributária: sonhos e frustrações (José Roberto Rodrigues Afonso/Ricardo Varsano)
13. Política monetária e autonomia do Banco Central (Sérgio Ribeiro da Costa Werlang/Pricila Maziero)
14. O investimento como proteção: a lógica da reforma trabalhista (José Márcio Camargo)
15. A defesa da concorrência no Brasil: retrospecto e perspectivas (Lúcia Helena Salgado e Silva)
16. O setor elétrico: a reforma inacabada (José Cláudio Linhares Pires/José Guilherme Reis)
17. A abertura do setor petróleo e gás natural: retrospectiva e desafios futuros (Adriano Pires Rodrigues/Leonardo Campos Filho)
Parte VI: A agenda social
18. Desafios para a política social brasileira (Ricardo Paes de Barros/Mirela de Carvalho) 
19. A universalização da saúde e a construção do SUS (Geraldo Biasoto Junior)
20. Educação: a nova geração de reformas (Simon Schwartzman)
21. Construção de mercados e combate à desigualdade (André Urani)
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Do Blog de José Roberto Afonso:

15/12/2011 - André Urani
Nossa modesta homenagem ao economista, amigo, guerreiro e santista André Urani

O Maraca é nosso? artigo de André Urani publicado no jornal O Dia. "O Maracanã é um dos símbolos mais queridos da nossa cidade. Quase todos temos lembranças importantes daquele que já foi o maior do mundo. No meu caso, foi lá que virei Flamengo, me deliciando com o time de Zico, Júnior, Adílio e tantos outros. Que vibrei, com outros mais de 100.000 flamenguistas, com a conquista histórica do Brasileiro de 1981. Que assisti jogos da seleção da geral...Mas o Maraca foi ficando velho, e praticamente ninguém chiou quando se decidiu reformá-lo...Se chiadeira houve - e não foi tanta assim - foi em relação ao custo destas reformas (mais de meio bilhão de Reais em valores atualizados, mais do que se gastou para construir o estádio mais caro da Copa na Alemanha) e à falta de transparência do processo como um todo." http://bit.ly/ukL4UT

Dez anos depois: como vai você, Rio de Janeiro? artigo de André Urani publicado no Boletim "Rio de Janeiro: Trabalho e Sociedade" do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade." Diferentes esferas de governo, setor e sociedade civil se mobilizaram em torno de múltiplas iniciativas para procurar reverter aquilo que parecia ser um círculo vicioso de decadência econômica, política, crescente violência e deterioração da qualidade de vida, ampla geral e irrestrita." http://bit.ly/rYydmd

Desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro por André Urani, Adriana Fontes, Ivo Chermont e Rudi Rocha. "O conceito de desenvolvimento muitas vezes é confundido com o de crescimento econômico. A proposta aqui é analisar o desenvolvimento da RMRJ definido de forma ampla como crescimento econômico com melhor distribuição de renda e qualidade de vida da população." http://bit.ly/tbTztC

A agenda incompleta: reinvenção do futuro das grandes cidades e redesenho do espaço público video com palestra de André Urani apresentado na TV Cultura. "As grandes cidades brasileiras incharam porque acreditaram no conto do vigário de que nelas haveria oportunidades para todos de se inserir na modernidade. Estas oportunidades, na prática, aconteceram apenas para alguns: as cidades cresceram e se esquartejaram; elas hoje concentram não apenas a maior parte da população do país, mas também de nossos pobres. São a ilustração vivida de nossa desigualdade: décadas de desenvolvimento humano separam bairros contíguos; atravessando uma rua, a renda familiar per capita é multiplicado ou dividida dezenas de vezes."  http://bit.ly/baN4z4

Posicionamento social e a hipótese da distribuição de renda desconhecida. Brasil: quão pobres, quãos ricos e quão desiguais nos percebemos? por Rudi Rocha e André Urani publicado na Revista de Economia Política. "O presente artigo consiste em um relato descritivo e empírico sobre o modo como os brasileiros se situam na escala social e de como percebem a distribuição de renda no país em que vivem. Ao longo deste relato, a hipótese central que sustentamos refere-se ao fato de que há um paradoxo entre o discurso popular aparentemente consciente sobre a desigualdade no Brasil e a realidade de desconhecimento acerca de como a renda é efetivamente distribuída no país." http://bit.ly/vkqeBM

Um modelo multissetorial de consistência para a Região Nordeste por Ajax R. B. Moreira e André Urani texto de discussão publicado pelo IPEA. "Este texto tem por objetivo a elaboração de um instrumento, o modelo de Equilíbrio Geral Computável (EGC) - elaborado a partir de uma Matriz de Contabilidade Social Regional do Nordeste - que avalia os impactos macroeconômicos e sociais de ações de fomento da atividade econômica regional. Faz, também, projeções sobre o comportamento futuro da economia nordestina (e brasileira) a partir do acompanhamento da política econômica e da economia internacional."  http://bit.ly/vD4jXv

Construção de uma matriz de contabilidade social para o Brasil por André Urani, Ajax Moreira, Marco A. R. Ferreira e Helena Gottshalk texto de discussão publicado pelo IPEA. "Informa, consoante a finalidade da Matriz de Contabilidade Social (MCS) sobre um modelo de análise da inter-relação entre crescimento econômico, composição do produto e do emprego e desigualdade da distribuição de renda. Descreve o requerimento de insumos e de fatores de produção de cada setor de atividade econômica, especialmente o requerimento de capital humano, que é aproximar pelo nível de escolaridade dos trabalhadores e as diferenças da cesta de consumo das famílias em função do seu nível de renda."  http://bit.ly/ueaxgQ

Rio - a hora da virada, livro organizado por Fabio Giambiagi e André Urani, editado pela Campus/Elsevier, foi lançado na Livraria Travessa do Leblon no dia 10/05/2011. "Esta coletânea pretende captar e retratar o momento positivo que o Rio de Janeiro vive hoje bem como analisar seus determinantes e dimensões." PDF Anexado.
Fabio Giambiagi/José Guilherme Reis/André Urani (orgs.)
(Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004; ISBN: 85-2091-609-0)
Este livro merece ainda ser consultado, pois permanece uma obra importante, de diagnóstico do Brasil ao final do governo FHC, mostrando como o Brasil avançou, enormemente, durante os dois governos FHC, e colocando uma agenda de reformas que deveriam continuar e ser empreendidas, para torná-lo ainda mais desenvolvido. Infelizmente, essas reformas foram interrompidas durante os dois governos Lula, e sequer foram empreendidas, o que realmente é uma pena.

Mercosul suicidario?: parece...

Os três pretendem enterrar o Mercosul de vez?



Colegio Loyola de BH: uma experiencia internacionalista

Tive o prazer, e o privilégio, de participar, na sexta-feira 9/12/2011, da abertura do quinto exercício de simulações de negociações internacionais mantido pelo Colégio Loyola de Belo Horizonte, um dos mais prestigiosos, senão o melhor, dos estabelecimentos de ensino da capital mineira, mais conhecido sob o diminutivo de LoyolaMun.
Na ocasião, pronunciei uma palestra de abertura dessa simulação -- inclusive no terreno histórico -- e depois mantive um diálogo com os estudantes, na biblioteca do Colégio, quando também lancei dois dos meus mais recentes livros: Relações Internacionais e Política Externa do Brasil e Globalizando.
Foi uma excelente oportunidade para conversar com jovens, e tentar responder algumas de suas perguntas sobre temas internacionais e da carreira diplomática.

Gostaria, neste momento, de agradecer ao organizador do evento, aluno de último ano Bruno Vaz, bem como à Juliana Senna e Ana Carolina, e ao professor Cícero Silva, pela gentileza da acolhida com que fui brindado.
No diálogo com os estudantes pude, parcialmente ao menos, responder perguntas do João Pedro, Pedro Nogueira, Isabela, Gabriel, Ana Flávia, Gabriel (outro Gabriel) e Lorena, e espero ter podido satisfazer parte de sua curiosidade.
Em todo caso, continuo à disposição dos alunos, e outros curiosos também, no que se refere a essas questões que possam ter relação com minhas competências intelectuais.
O agradecimento a todos,
Paulo Roberto de Almeida

Protegendo os fortes e os ricos, alem de exploradores...

Um pequeno retrato de nossa política que enriquece os já ricos, protege os companheiros de um Natal incerto e condena todos os brasileiros a serem otários do lobby automotivo, sem motivo algum, a não ser continuar práticas esquizofrênicas de isolamento do Brasil dos mercados mundiais, além de penalizar todos os contribuintes.
O governo faz é um assalto pornográfico, escandoloso, criminoso, contra os nossos bolsos.
Paulo Roberto de Almeida 

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1020919-tributo-em-carro-importado-supera-56-do-preco-no-brasil.shtml

O esforço do governo para proteger as montadoras com fábrica no país aumentará o peso dos tributos nos veículos importados para mais da metade do preço de venda, informa reportagem de Gabriel Baldocchi publicada na Folha desta quarta-feira.

íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
A nova alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os modelos estrangeiros passa a valer na sexta-feira e eleva a carga tributária de 48,72% para 56,12% do valor final dos estrangeiros, segundo cálculo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), feito a pedido da Folha.
O percentual para os nacionais permanece em 41,12%.
Significa dizer que cerca de R$ 52 mil do coreano Kia Sportage gasolina 2.0 vendido a R$ 93 mil seriam desembolsados para cobrir o custo tributário. O preço considera o aumento de 6,57% anunciado pela marca após a medida, em outubro.
A conta engloba tributos diluídos por toda a cadeia e repassados ao preço final de venda. O instituto utiliza a metodologia desde 2005 para o cálculo em diversos produtos.
O reajuste de 30 pontos percentuais no IPI será aplicado às marcas importadas com índice de nacionalização inferior a 65%. A redução do tributo está atrelada a contrapartidas de investimento em inovação.
Estão livres da tributação maior as unidades vindas de países com os quais o Brasil tem acordo, como a Argentina e o México.
O link tem quadros interessantes.
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Na verdade, é o governo o principal financiador das empresas automotivas estrangeiras: 



Tarifas de importacao fazem todos ficarem mais pobres...


Tarifas de Importação


O economista Robert P. Murphy fala sobre os efeitos das tarifas de importações e outras restrições ao comércio entre países. Ao contrário do que senso comum que acha que tarifas de importação fazem a indústria nacional crescer e tornar todos mais ricos, elas acabam fazendo com que todos fiquem mais pobres do que antes.
http://www.youtube.com/watch?v=6e34Z1r-0os
Transcrição e tradução de Thomás Corbisier Louet.
Uploaded by on Dec 8, 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ditadura brasileira sustentou ditadura chilena


Brazilian newspaper reports Brazil protected Chilean interests during Pinochet era

By Associated Press, The Washington Post, December 12, 2011

RIO DE JANEIRO — Telegrams exchanged between the Brazilian and Chilean governments in the early 1970s show Brazil’s military leaders supported Augusto Pinochet financially and diplomatically during the dictator’s first years in power.
An analysis of the contents of 266 telegrams was published Monday by the Folha de S. Paulo newspaper.
The newspaper looked at correspondence sent between 1973, when Pinochet took power, and 1976.
During this time, Brazil extended a loan of $50 million to Chile’s Central Bank, stepped up purchases of Chilean exports such as copper, and gave the country a line of credit to purchase Brazilian goods.
The correspondence also says Brazil looked after Chilean interests in countries such as Mexico and Yugoslavia, which had condemned the coup.
Copyright 2011 The Associated Press. All rights reserved. This material may not be published, broadcast, rewritten or redistributed.

Euro: cronica da falencia anunciada - Martin Feldstein


The man who predicted the European debt crisis

By 

The Washington Post, December 12, 2011

Europe’s financial crisis is rapidly metastasizing into a political one, and the coherence of the European Union is more doubtful than at any previous time in recent memory.
That’s the meaning of last week’s European summit, in which 26 leaders either accepted a German-French plan for tight fiscal discipline or agreed to consider it — while British Prime Minister David Cameron said no, amid nationalistic finger-pointing across the continent.
Europe’s politicians are making a hash out of the once-proud project of United Europe, and, in the process, making a prophet out of Martin Feldstein.
In 1997, before the first euro note had rolled off the presses, the Harvard economist surveyed Europe’s plans for a single currency and, in a lengthy essay in Foreign Affairs, predicted that they would come to grief.
Like many of his colleagues, Feldstein doubted the single currency’s economic viability absent political and fiscal union.
What Feldstein saw with special clarity, though, was the disaster that would ensue even — or perhaps especially — if Europe tried to increase political and fiscal union for the sake of monetary union.
As Feldstein wrote: “A political union of European nations is conceived of as a way of reducing the risk of another intra-European war among the individual nation-states. But the attempt to manage a monetary union and the subsequent development of a political union are more likely to have the opposite effect. Instead of increasing intra-European harmony and global peace, the shift to [monetary union] and the political integration that would follow it would be more likely to lead to increased conflicts within Europe and between Europe and the United States.”
Feldstein foresaw that the trigger for political tension would be a sharp economic downturn, imposing different levels of unemployment on different members of the monetary union, because high-unemployment countries could not recover their competitiveness through currency devaluation.
The ensuing “conflicts over economic policies and interference with national sovereignty could reinforce long-standing animosities based on history, nationality, and religion,” Feldstein warned. “Germany’s assertion that it needs to be contained in a larger European political entity is itself a warning. Would such a structure contain Germany, or tempt it to exercise hegemonic leadership?”
Sounds like a summary of Europe’s current predicament.
Britain is divided between euro-skeptics who think Cameron is a national hero and europhiles who think he has severed their ties to the huge continental market. In France, meanwhile, President Nicolas Sarkozy responds to criticism of his alleged subservience to Germany by claiming a compensatory victory over the financiers of perfidious Albion.
German Chancellor Angela Merkel pursues her long-term plan for a European budget-balancing rule, untroubled, it seems, by the fact that this is a recipe for ruinous austerity in the short run.
Merkel, like many of her countrymen, cannot or will not see that southern Europe’s debt crisis is the mirror image of Germany’s immense trade surpluses, and that Germany, too, must adjust if the euro is to be saved.
A recent PricewaterhouseCoopers report lays out four possible endgames. In the most benign, the European Central Bank takes mass quantities of bad debt onto its balance sheet and Europe avoids a depression at the expense of higher inflation and slower long-run growth.
The only difference among the other choices — organized default by the euro zone’s biggest debtors; a Greek exit from the euro; and the rise of a new, smaller euro zone led by France and Germany — is the depth of the recession each would trigger.
In 1997, Feldstein thought that a failed currency union could lead to war. That seems far-fetched, even now.
But today’s blame game among Europe’s politicians may soon seem mild indeed. A full-scale backlash against the EU, and its Franco-German leadership, can hardly be ruled out.
Europe could become a much more troubled and self-absorbed region — less able either to counter the United States in world affairs or to support it. The collateral damage to the U.S. economy from a European slump may exacerbate transatlantic tensions.
Postwar Europe was right to forge a single market and common international stance. But the single currency was a bridge too far. Instead of creating a Europe wealthier and more diplomatically potent than the sum of its parts, the euro is impoverishing much of the continent and reducing it, once again, to a squabbling gaggle of nation-states. They should have listened to Feldstein.


lanec@washpost.com

Itamaraty: sob intensa concorrencia burocratica

Um estudo sobre a atuação internacional das demais agências públicas brasileiras (ou seja, concorrentes do Itamaraty): 


França, Cássio Luiz de; Sanchez Badin, Michelle Ratton:
A inserção internacional do poder executivo federal brasileiro / Cassio Luiz de França ; Michelle Ratton Sanchez Badin. - [Electronic ed.]. - São Paulo : Friedrich-Ebert-Stiftung, 2010. - 36 S. = 4 MB PDF-File. - (Análises e propostas ; 40)
Electronic ed.: São Paulo ; Bonn : FES, 2011
ISBN 978-85-99138-13-7
Druckausgabe
Die Publikation im PDF-Format
Behandelte Themen: Staatsgewalt Außenpolitische Beziehungen 
Behandelte Regionen: Brasilien


Neste link: http://library.fes.de/cgi-bin/populo/fespac.pl?t_dirlink=x&modus=&f_IDR=I+07917

Imprensa versus ... (vocês sabem quem...): o que fazer?, perguntaria um companheiro...

A imprensa vai ter de usar bazuca, lança-chamas, granadas, para evacuar os acusados, ou eles vão ficar incrustados feitos caranguejos na pedra?
Eles se apegam ao posto onde estão porque são protegidos pelo alto, ou o alto não os tira porque eles teriam coisas muito ruins a dizer sobre os do alto?
Todos são larápios desavergonhados ou reincidentes experientes?

Visão estrategica; ops, tudo o que falta...


Visão estratégica da América do Sul

Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp
O Estado de S.Paulo, 13 de dezembro de 2011 

Com a paralisia das negociações para a ampliação do intercâmbio comercial no Mercosul e na América do Sul, a integração física torna-se uma prioridade para os interesses estratégicos do Brasil na região. Trata-se de setor-chave para a consolidação do projeto geopolítico de integração, que não se deveria restringir apenas às políticas comerciais com vista à eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias.
Desde o princípio do processo de integração regional e, mais recentemente, com a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a infraestrutura foi compreendida como elemento essencial ao desenvolvimento socioeconômico do espaço sul-americano. A disponibilidade de uma rede de infraestrutura moderna propiciará aos países da região desenvolvimento socioeconômico e favorecerá o incremento do comércio intrarregional, gerando empregos e riqueza. Além do efeito multiplicador do comércio, a integração física permite a consolidação de nossa soberania - em virtude do maior acesso a áreas territoriais isoladas -, o controle mais eficaz das fronteiras e o combate aos crimes transnacionais.
O Brasil - que tem interesse estratégico não só em ampliar as comunicações e o transporte entre os seus vizinhos, mas também em abrir os portos do Pacífico para o escoamento de seus produtos para o mercado asiático, em especial para a China, nosso primeiro parceiro comercial - deve exercer uma liderança construtiva nessa área. Essa ação deve ser clara não apenas na esfera política, orquestrando o diálogo entre os países sul-americanos, mas também no âmbito financeiro, de forma a oferecer financiamentos para obras nos setores de transporte, energia e saneamento nesses mesmos países.
As linhas oficiais de crédito à exportação do BNDES e do Programa de Financiamento às Exportações (Proex) têm sido instrumentos relevantes para a viabilização de projetos nessas áreas. Desde 2003 o governo brasileiro aprovou garantia de crédito para mais de cem operações de financiamento por meio do Proex e do BNDES, aprovadas ou em fase de aprovação, destinadas a países da América do Sul, e também da América Central e do Caribe, num total de quase US$ 16 bilhões. Nesse expressivo número estão compreendidos não apenas projetos da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (Iirsa), mas também iniciativas bilaterais e multilaterais, definidas segundo as prioridades dos vizinhos. Esses projetos correspondem, na prática, à promoção das exportações de empresas brasileiras de serviços e de bens de maior valor agregado e à geração de empregos e renda no Brasil, assim como nos países receptores dos investimentos.
No plano multilateral, a integração física regional tem sido tratada pelo Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan). O conselho, criado pela Unasul em agosto de 2009 com o objetivo de conferir suporte político de alto nível à discussão política e estratégica sobre a integração regional sul-americana, é composto pelos ministros responsáveis pela matéria em cada país.
Em reunião do Cosiplan no último dia 30, em Brasília, ministros dos 12 países-membros aprovaram uma carteira de 30 projetos de infraestrutura, com investimentos de mais de US$ 17 bilhões, e a implantação de um mega-anel de fibra ótica na América do Sul, além de focalizar a questão do financiamento dessas obras. Pelo menos dez projetos envolvem território brasileiro.
O Brasil exerce a presidência pro tempore do conselho em 2011e uma das principais contribuições do nosso país é a elaboração, em conjunto com todos os países-membros, do Plano de Ação Estratégico para o horizonte 2012-2022 e da Agenda de Projetos Prioritários.
O processo de definição dessa agenda foi iniciado com a revisão dos Eixos de Integração e Desenvolvimento da Iirsa, agora incorporada ao conselho como "foro técnico". Nela constarão os projetos de infraestrutura que, na visão dos países contemplados, sejam emblemáticos para a integração no continente e tenham forte potencial de impulsionar o desenvolvimento econômico e social da região. A agenda terá em conta, igualmente, a conservação histórico-cultural e ambiental das regiões, a proteção das populações indígenas e o equilíbrio dos ecossistemas por onde passarão as obras. Essa nova perspectiva - eixos de desenvolvimento global - altera a concepção, antes predominante na Iirsa, de constituir meros "corredores de exportação" dos produtos da América do Sul para outras regiões.
Um dos grandes desafios que os países da região enfrentam é o de como assegurar o financiamento para a execução dos projetos identificados e como oferecer efetivas garantias. Na Iirsa, o papel de agente financiador coube ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para a nova carteira, tratando-se de projetos de interesse de vários países, vai ser explorada a possibilidade de cofinanciamento dessas obras, por meio de estruturas que combinem financiamento oficial brasileiro com outras fontes, entidades multilaterais ou agências de financiamento estrangeiras, como o BID, o Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e a Corporación Andina de Fomento, o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) e mesmo instituições nacionais, como o banco venezuelano Bandes, os argentinos Bice e La Nación e o BNDES.
O Brasil apoiou a inclusão de dois projetos na agenda prioritária: o Corredor Ferroviário Interoceânico, que liga o porto brasileiro de Paranaguá ao porto chileno de Antofagasta, passando pelo Paraguai e pela Argentina, e a construção de uma matriz rodoviária, portuária e energética que una a Guiana e o Suriname ao restante da América do Sul e fortaleça a integração na parte norte do continente.
Caso essas decisões sejam executadas, a integração física regional ganhará nova dimensão política e econômica.

A diplomacia generosa y los hermanos abusados

Não preciso sequer comentar...
Enfim, só um: responsável por tudo isso aquela que disse que a Argentina não deve importar um prego sequer.
Inacreditável capacidade de afundar um país pensando estar fazendo o bem...
Paulo Roberto de Almeida 

Mais protecionismo argentino

 Editorial O Estado de S.Paulo, 13 de dezembro de 2011
O protecionismo comercial, especialmente contra a indústria brasileira, deverá ser uma das marcas do segundo mandato da presidente Cristina Kirchner, como foi no primeiro e como tem sido há muitos anos, especialmente a partir de 2008, quando se agravou a crise mundial. Em seu discurso de posse, a presidente reeleita anunciou a criação de uma Secretaria de Comércio Exterior subordinada ao Ministério da Economia. A nova secretaria será dirigida pela economista Beatriz Paglieri, até então subordinada ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, responsável nos últimos anos pela ampliação de barreiras contra produtos brasileiros. Conhecido por seu destempero verbal e por suas ações autoritárias, Moreno forçou empresários, por meio de ameaças, a reduzir as compras de produtos estrangeiros. Também tratou de impor a política do "um por um", condicionando as importações a exportações de igual valor.
Beatriz Paglieri tornou-se conhecida por suas afinidades com o secretário Moreno e por sua disposição de usar os mesmos métodos. Dirigiu o Indec, o instituto oficial de estatísticas, hoje famoso internacionalmente por seus índices de inflação desacreditados dentro e fora do país. Enquanto a inflação oficial da Argentina não passa de 9,3% ao ano, pesquisas e cálculos produzidos por especialistas do setor privado apontam uma alta de preços na faixa de 24% a 30%. Por causa do controle político dos números divulgados pelo Indec, estatísticas oficiais da Argentina vêm sendo há anos publicadas com ressalvas em relatórios do FMI. Nenhum outro país é distinguido dessa forma nas publicações do Fundo.
Anunciada a criação da Secretaria de Comércio Exterior, os mais importantes jornais argentinos logo interpretaram a decisão como mais um lance da política protecionista e evocaram a figura de Guillermo Moreno. Oficialmente, no entanto, ele permanecerá como secretário do Comércio Interior, sem autoridade para comandar o novo departamento.
A recém-nomeada Beatriz Paglieri confirmou numa entrevista os extensos poderes conferidos à nova Secretaria: será sua responsabilidade cuidar de todas as questões vinculadas a importações e exportações. Mas não se trata, segundo ela, de uma supersecretaria, embora deva absorver funções antes atribuídas ao Ministério de Relações Exteriores e à Secretaria de Indústria e Comércio. Não será subordinada a Moreno, mas os dois setores - de Comércio Interior e Comércio Exterior - deverão "estar absolutamente coordenados".
Disso não parece haver dúvida, tantas são as afinidades entre Moreno e sua ex-funcionária. Além disso, a presidente Cristina Kirchner nunca fez segredo de suas inclinações protecionistas, manifestadas claramente em contatos com empresários. Na melhor hipótese, portanto, a tendência é a continuidade das políticas atuais.
Essas políticas incluem a suspensão de licenças automáticas de importação mesmo de produtos originários do Mercosul. A emissão de licenças tem com frequência demorado mais que os 60 dias permitidos pela OMC. Além disso, o governo argentino tem conseguido há anos, até com o apoio de Brasília, impor a indústrias brasileiras cotas e acordos de restrição de exportações. Uma das prioridades é a renovação de um desses acordos com os fabricantes brasileiros de calçados.
Neste ano, houve alguma reação do governo brasileiro aos abusos comerciais praticados pelas autoridades argentinas. Foram impostas, como retaliação, barreiras burocráticas à entrada de veículos argentinos, mas a medida foi logo suspensa, em troca do compromisso - nunca respeitado integralmente - de redução dos prazos de licenciamento de importações. Graças à complacência cúmplice das autoridades brasileiras, o governo argentino tem conseguido impor seu jogo no comércio bilateral. Isso dispensa o empresariado argentino de investir para se tornar competitivo. A anunciada criação de uma Subsecretaria de Competitividade na Argentina será um ato sem grande consequência, se os empresários continuarem confortavelmente protegidos por barreiras.

O governo é ridiculo...

...além de diversas outras coisas mais, claro, que me eximo de mencionar neste momento (mas que registrarei, no momento oportuno, com todas as letras que a indignação, e a vergonha alheia, me permitirão escrever).

O governo é ridículo, em primeiro lugar, pela improvisação absoluta nas políticas públicas, TODAS as políticas públicas, especialmente as setoriais.
Como ele tem uma tribo enorme de cupinchas, de adoradores do capital alheio, de lobistas e de promíscuos e corruptos de todos os tipos, ele se sente, ou se vê, obrigado a atender a essa horda de bárbaros que invadem o Estado, corroem suas instituições e roubam, literalmente, nossos recursos, por vias legais -- influência sobre as políticas -- e, cada vez mais, por vias ilegais e diretamente criminosas.

A defesa que o governo faz de notórios corruptos é patética, se não fosse criminosa.
O apoio que ele empresta a políticas RIDÍCULAS é inacreditável. Já nem menciono, por irrelevante, a tal de "lei da palmada", uma lei que não vai pegar, e que se pegar vai apenas gerar mais gastos ridículos para o contribuinte para causas absolutamente ridículas.

Mas tem também uma série de outras políticas ridículas e altamente custosas para os cidadãos brasileiros, e para o próprio país, derivadas dessa sanha de proteger seus apaniguados, as diversas máfias sindicais que assaltam o Estado, sejam elas de "trabalhadores", sejam elas patronais (as mais custosas, reconheço, já que o governo se vendeu alegremente a capitalistas corporativos, a banqueiros e toda sorte de donos do dinheiro e do poder).

O governo é ridículo por pretender se defender de qualquer coisa externa -- preços do petróleo, "concorrência predatória" de gregos e goianos, ou seja, de chineses e outros concorrentes perfeitamente legais -- mediante medidas protecionistas e outras medidas defensivas, todas não apenas ridículas, mas propriamente criminosas, por obrigar a todos nós, consumidores, a transferir renda para o lobby dos mafiosos organizados, a pagar mais caro por produtos que poderíamos perfeitamente pagar mais barato, que seriam fornecidos pela concorrência não predatória de produtores mais eficientes.

Não preciso dizer que estamos importante álcool (subsidiado) dos EUA, gasolina e diversos outros produtos que poderíamos proteger, se o Brasil fosse um país normal, e só não é, porque o governo escalpela cidadãos e empresas com seus impostos extorsivos, escorchantes, pornográficos.

O governo é ridículo porque, justamente, não ataca os problemas que deve atacar, as razões de base, as causas do problema, e acaba atuando sobre seus efeitos, por expedientes de eficácia duvidosa (e de alto custo para nós, volto a dizer), acaba aprovando paliativos ridículos do tipo exceção para isso e aquilo, para desabonados de forma geral, seus pobres de carteirinha, os idosos (que têm renda mais alta que outros), negros e outros assimilados a minorias ridículas (algumas das quais são maioria).

O governo não é só ridículo, mas é nefasto para o país, em formas que me eximo de mencionar aqui, por serem, como já mencionei, criminosas, não só do ponto de vista da legalidade formal -- basta ver os casos que são levados a julgamento último do STF -- mas sobretudo do ponto de vista da moralidade cidadã.

Enfim, o governo é ridículo, e isso basta ver como falam seus representantes, dispensando-me de agregar qualquer outra coisa.
Basta olhar...
Paulo Roberto de Almeida