Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Brasil: fascismo penal em construcao - Miguel Reale Jr.
Argentina: progressos do fascismo economico
Argentina: el Fisco dispone cargo extra por uso de tarjeta de débito en exterior
Buenos Aires, 2 de septiembre de 2012
A queda nas exportacoes brasileiras - IEDI
A queda nas exportações brasileiras no segundo trimestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011 não pode ser atribuída somente à crise internacional. Em números, essa redução significou quase US$ 5 bilhões a menos. Nem a desvalorização do Real no ano ajudou a recuperar as exportações, que apresentam tendência de arrefecimento desde 2011, em contraposição ao forte crescimento observado ao longo da década anterior.
É preciso ressaltar, em primeiro lugar, que em todas as categorias de uso (bens de capital, bens intermediários, bens duráveis e não duráveis, e combustíveis) houve variação negativa. Em segundo lugar, que as perdas mais agudas ocorreram em setores industriais, mais especificamente, em bens de capital (-13,7%) e bens de consumo duráveis (-12,2%). Finalmente, em terceiro lugar, os destinos das exportações que mais deixaram de importar os produtos brasileiros foram o MERCOSUL (-21,9%), América Latina e Caribe (-15,9%), e União Europeia (-11,0%).
Estes resultados estão bastante correlacionados, pois a União Europeia e o MERCOSUL - particularmente a Argentina, são os principais destinos de bens de capital e bens de consumo duráveis dos produtos exportados pelo Brasil. No caso de bens de capital, o MERCOSUL no final dos anos noventa chegou a adquirir 32% das exportações do Brasil. Em 2011, mantinha percentuais de participação entre 21 e 28%, o que vem caindo nos últimos três trimestres até atingir 15,6% no período abril/junho de 2012. Essa queda se deve basicamente à menor demanda da Argentina.
Por sua vez, no caso de bens de consumo duráveis, em que a importância da Argentina e do MERCOSUL nas exportações é muito acentuada (participação na pauta acima de 60%), o crescimento das exportações para a região retraiu consistentemente até se tornar negativa no segundo trimestre deste ano (-14,6% em relação ao mesmo período do ano passado). A União Europeia chegou a representar 35% das exportações brasileiras de duráveis ao final dos anos noventa. A parcela foi reduzida para cerca de 10% em 2010 e finalmente 4,3% no segundo trimestre de 2012. As perdas de 2012 continuam sendo dramáticas: a variação das exportações brasileiras destes bens para a Europa foi de -40% nos dois primeiros trimestres desse ano.
Mas a redução das exportações europeias está quase que totalmente relacionada à crise econômica que o continente atravessa, pois a participação do Brasil nas importações da União Europeia vem se mantendo estável, tendo logrado um ligeiro aumento em 2011, para depois voltar aos patamares de 2010. No segundo trimestre de 2012, 2,34% das importações totais da união Europeia foram de origem brasileira. Contudo a participação do país nas compras bens de capital e bens de consumo do bloco não chega a 1,5%. Isto reflete a séria problemática que diz respeito à perda de competitividade dos bens industriais brasileiros, como fica mais evidente no caso do MERCOSUL.
No MERCOSUL a redução nas importações de origem brasileira é mais do que proporcional à total. O principal problema está na economia argentina (importadora de cerca de 80% do que é exportado para o MERCOSUL pelo Brasil), que no trimestre abril-julho de 2012 importou 24% a menos em valor do que no mesmo período de 2011. Em termos de participação, o Brasil mantém a posição de principal origem das importações argentinas, apesar de pequena queda no primeiro trimestre de 2012 (27,5%) em benefício da União Europeia.
A tendência de queda das exportações brasileiras de bens de capital para a Argentina é mais pronunciada do que a própria queda das importações totais argentinas desses bens, o que indica perda de mercado do produto brasileiro. No primeiro semestre de 2012, a Argentina importou -21% em relação ao mesmo período de 2011 em bens de capital, enquanto as exportações brasileiras para lá se reduziu –30,5%. Em bens de consumo duráveis, a importância da Argentina e do MERCOSUL nas exportações é muito acentuada, com participação na pauta acima de 60%. A variação das exportações para a região, e para a Argentina notadamente, retraiu consistentemente – como em bens de capital – até se tornar negativa no segundo trimestre deste ano (-14,6% em relação ao mesmo período do ano passado).
Portanto, as perdas no Mercosul mostram que as quedas das exportações brasileiras não se devem tão somente à crise econômica – como no caso da União Europeia. De um lado, há questões estruturais relacionadas à perda de competitividade, seja fatores sistêmicos, como Custo Brasil e câmbio, ou fatores internos das firmas relacionados ao baixo investimento, estancamento da produtividade, defasagem tecnológica, ineficiências de escala, etc. De outro, as barreiras informais impostas pela Argentina, com retenções dos produtos na alfândega, atingindo por exemplo os setores de máquinas e equipamentos e de componentes da indústria automobilística.
Um "atentado veemente, desabrido e escancarado" ao direito no Brasil - presidente do STF
O STF aperta o cerco
Editorial O Estado de S.Paulo, 1/09/2012
Tragedia educacional brasileira: desvio de dinheiro, roubo, desleixo... (ePublica)
Paulo Roberto de Almeida
Argentina: progressos do fascismo economico (governo vai atras de quem comprou dolares)
Parece que CK, instruída por conselheiros malucos, derivou para o exagero. Governos começam a cair quando se posicionam contra a classe média. Parece que já é o caso na Argentina.
Paulo Roberto de Almeida
Receita Federal argentina aperta cerco sobre quem comprou dólares
Fisco exigirá a 6.800 argentinos que devolvam seus dólares
domingo, 2 de setembro de 2012
Heranca maldita? - Fernando Henrique Cardoso
Mas tem uma herança verdadeiramente maldita que FHC não menciona e que foi ele quem começou: as ações afirmativas de cunho racialista. A despeito dele ter sido bastante modesto em sua implementação, seu sucessor escancarou as portas e ultrapassou todos os limites, criando várias medidas legais de natureza racista, abrindo as portas para um verdadeiro Apartheid no Brasil. Essa herança, pelo menos essa, começou com FHC.
Paulo Roberto de Almeida
Herança pesada
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Addendum em 4/09/2012
Pela primeira vez na imprensa brasileira, vejo uma nota presidencial respondendo a um simples artigo de jornal, o que é pelo menos esdrúxulo, bizarro, estranho, inédito. Nunca vi presidentes se metendo em artigos de imprensa.
Que seja, vejamos agora quais podem ser as explicações.
Pode ser simples demanda do principal interessado, ou seja, o que deixou a herança pesada, mas não quer que se fale dele assim. Ou seja, se trata de uma pequena-grande obsessão pessoal, uma necessidade psicológica, no limite da esquizofrenia.
Também pode ser tarefa partidária, ou seja, a disciplina orgânica.
Enfim, quaisquer que sejam as explicações, aqui está a nota presidencial:
Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.
Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil”
Bancos centrais a servico de governos: missao impossivel
Por isso que eles estão contribuindo para agravar a crise, ou aprofundar a recessão, em lugar de simplesmente preservar a moeda.
O Federal Reserve, por exemplo, recebeu a incumbência -- claramente demagógica e despropositada -- de defender o pleno emprego, o que nunca deveria ser sua função. Vai dar errado...
Paulo Roberto de Almeida
O Copom se transformou em instrumento do governo
Tintin: pirates, bachibozouks, ectoplasmes thailandais...
Le "Tintin" de Chiang Mai
Par Bruno Philip
Le Monde, 02.09.2012
Saviezvous que le capitaine Haddock boit du whisky thaï en reluquant les strip teaseuses dans les bars des quartiers chauds de Bangkok ? Que les Dupond(t) sont des accros des nuits de la capitale thaïlandaise ? je dirai même plus : ils en redemandent ! Quant à Tintin, toujours intimidé par les choses du sexe, il se risque dans les bars gays de Bangkok tandis que Milou, resté à Moulinsart, en profite pour faire subir les derniers outrages au chat du château... Depuis quelques années circule à Bangkok, sous le manteau et pour rire , un album avatar de Tintin qui s'intitule, comme de juste, Tintin en Thaïlande.
Cette parodie corsée, qui ne fait pas toujours dans la dentelle même si elle évite la vulgarité de certains pastiches du petit reporter , raconte une aventure des héros que nous connaissons bien dans l'ancien royaume de Siam. Un voyage provoqué par la disparition mystérieuse de l'ineffable Séraphin Lampion, l'éternel assureur cassepieds qui ne cesse de poursuivre le long des vrais albums d'Hergé le capitaine Haddock pour lui vendre des polices d'assurance.
Alertée par l'épouse de Lampion, qui craint que son mari n'ait succombé aux charmes sulfureux d'une gourgandine thaïe, toute l'équipe se rend à Bangkok. Puis à Chiang Mai , la grande ville du nord du pays, où le Séraphin est retrouvé. Mais il est tombé aux mains d'un travesti violent et avide qui vit à ses crochets. Pendant ce temps, pour se consoler , M Lampion, que l'on n'imaginait pas portée sur la bagatelle, prend du bon temps à Moulinsart avec le brave majordome Nestor, qui a déjà fort à faire pour calmer les ardeurs de Milou et du chat...
Ce Tintin en Thaïlande iconoclaste a une histoire. Moins drôle. Son auteur, un Anversois nommé Baudouin de Duve , de longue date résident à Chiang Mai, a en effet connu bien des déboires à cause de son oeuvre. Ce qui avait commencé comme une blague innocente, "pour faire rire les copains ", comme nous le raconte aujourd'hui Baudouin dans sa maisonnette de Chiang Mai, a fini par tourner au vinaigre. Au début des années 2000, la société Moulinsart, qui s'occupe de l'exploitation commerciale des oeuvres d'Hergé et traque impitoyablement toute création non autorisée d'un Tintin, avait eu vent qu'il circulait en Thaïlande une édition non homologuée. Alors que l'auteur est en vacances à Anvers, la police belge débarque chez lui. Sans mandat de perquisition mais avec la ferme intention de faire main basse sur les quelques centaines d'exemplaires de Tintin en Thaïlande stockés par Baudouin.
Les pandores d'Anvers, dont l'efficacité est proche de celle des Dupond(t), trouveront à peine quelques centaines d'exemplaires, mais leur descente vaudra à Baudouin de Duve une convocation au commissariat. "Je leur ai dit que mon livre n'était aucunement une contrefaçon et que je n'avais ni signé Hergé ni prétendu qu'il s'agissait d'un vrai Tintin", se souvientil. C'est vrai : Baudouin, qui aime la bière, a utilisé le pseudonyme transparent de "Bud. E. Weizer" pour signer son album.
Toute cette affaire va être vécue par Baudouin comme un drame personnel : s'il peut constater que, au parquet de Bruxelles, les flics dévorent son album, il se retrouve quand même à la "une" des journaux télévisés au côté de Dutroux, le pédophile belge ! Pas facile d'être ainsi traité comme une sorte de faussaire pour cet aventurier, alors âgé d'une cinquantaine d'années, issu d'une bonne famille francophone et neveu d'un Prix Nobel de médecine ...
L'affaire finira par en rester là, la société Moulinsart renonçant finalement à poursuivre Baudouin de Duve, qui n'a jamais cessé d'insister sur le fait que "parodier" n'est pas "plagier". La ligne rouge avait cependant été franchie en
Thaïlande par d'autres qui avaient "piraté" l'album de Baudouin. Des mercenaires étrangers, qui avaient grenouillé en Birmanie , au Laos, ou même en Bosnie, avaient fait scanner Tintin en Thaïlande : des centaines d'exemplaires pirates ont été ainsi mis en vente dans des bars de Bangkok. Certains étaient même distribués par un diplomate belge en poste en Thaïlande qui les offrait gratis à ses invités !
Que d'imbroglios pour cette histoire imaginée lors d'une soirée de Chiang Mai, "juste pour rigoler" !
Ne comptez pas, en tout cas, trouver facilement des exemplaires de Tintin en Thaïlande si vous allez à Bangkok : l'album n'y est disponible que pour de rares initiés...
philip@lemonde.fr
Os mitos e os fatos sobre o sucesso da Suecia - Nima Sanandaji
Este estudo desmantela os primeiros e expõe os segundos.
The surprising ingredients of Swedish success – free markets and social cohesion
Nima Sanandaji
Institute of Economic Affairs, August 2012
neste link: http://www.iea.org.uk/sites/default/files/publications/files/Sweden%20Paper%20August%202012.pdf
Executive Summary:
• Sweden did not become wealthy through social democracy, big government and a large welfare state. It developed economically by adopting free-market policies in the late 19th century and early 20th century. It also benefited from positive cultural norms, including a
strong work ethic and high levels of trust.
• As late as 1950, Swedish tax revenues were still only around 21 per cent of GDP. The policy shift towards a big state and higher taxes occurred mainly during the next thirty years, as taxes increased by almost one per cent of GDP annually.
• The rapid growth of the state in the late 1960s and 1970s led to a large decline in Sweden’s relative economic performance. In 1975, Sweden was the 4th richest industrialised country in terms of GDP per head. By 1993, it had fallen to 14th.
• Big government had a devastating impact on entrepreneurship. After 1970, the of new firms dropped significantly. Among the 100 firms with the highest revenues in Sweden in 2004, only two were entrepreneurial Swedish firms founded after 1970, compared with 21 founded before 1913.
• High levels of equality and favourable social outcomes were evident before the creation of an extensive welfare state. Moreover, generous welfare policies have created numerous social problems, including high levels of dependency among certain groups.
• Descendants of Swedes who migrated to the USA in the 19th century are characterised by favourable social outcomes, such as a low poverty rate and high employment, despite the less extensive welfare state in the USA. The average income of Americans with Swedish ancestry is over 50 per cent higher than Swedes in their native country.
• Third World immigrants have been particularly badly affected by a combination of high welfare benefits and restrictive labour market regulations. In 2004, when the Swedish economy was performing strongly, the employment rate among immigrants from nonWestern nations in Sweden was only 48 per cent.
• Since the economic crisis of the early 1990s, Swedish governments have rolled back the state and introduced market reforms in sectors such as education, health and pensions. Economic freedom has increased in Sweden while it has declined in the UK and USA. Sweden’s relative economic performance has improved accordingly.
Nima Sanandaji is a Swedish author with a Kurdish Iranian background. He has a Master’s Degree from the Chalmers University of Technology in Gothenburg, an Advanced Master’s Degree from The Royal Institute of Technology in Stockholm, and has previously conducted research studies at both Chalmers and the University of Cambridge.
Nima has previously published seven books, covering subjects such as entrepreneurship, tax policy, women’s career opportunities, integration and innovation within the IT sector. He is also the author of several reports, dealing with various public policy subjects in Sweden, as well as articles in international publications such as The Wall Street Journal, Human Events and The Guardian.