Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Renato Mendonça: um intelectual na diplomacia - Paulo Roberto de Almeida
The Economist demite Mantega e sua tropa: so falta assinar a demissao...
Desculpem estar sendo claro, mas vou ser mais claro ainda: se o governo quiser escapar da mediocridade econômica de ter baixo crescimento com inflação alta, e trapalhadas sobre trapalhadas nas medidas econômicas -- que diga-se de passagem são feitas por vezes bem mais acima do que a equipe econômica -- seus mais altos responsáveis (na verdade, só tem um, o mesmo que está na fotografia irônica da Economist) deveriam demitir os keynesianos de botequim que hoje deslustram a política econômica (e não me refiro apenas à área fazendária apenas, mas o lado comercial e monetário, também).
Mas, sendo ainda mais claríssimo, sabem quando isso vai ocorrer: não antes de novas trapalhadas acontecerem, e aproveitando alguma desculpa esfarrapada (como doença em família, essas coisas sempre salvadoras)...
Muito claro, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida
Brazils economy
A breakdown of trust
If she wants a second term, Dilma Rousseff should get a new economic team
Brazils economy
Stalled
A long-awaited recovery still fails to materialise
Argentinizacao do setor eletrico brasileiro: legado da atual administracao?
Estão construindo, a partir da capital isolada, e com base em péssima análise técnica dos problemas, "soluções" que vão pesar de maneira terrível sobre o futuro do crescimento brasileiro, um país condenado a conviver com taxas ridículas, medíocres de crescimento econômico, com alta incompetência gerencial (se este adjetivo se aplica, o que não parece ser o caso), e com poucas chances de criar um processo dinâmico de expansão econômica.
Isso porque os keynesianos de botequim que nos governam têm pretensões e interpretar o momento histórico brasileiro a partir de uma visão do mundo não só ultrapassada como singularmente carente de maior consistência intrínseca.
Não precisa apertar o cinto, pois a mediocridade dominante garante uma velocidade de cruzeiro equivalente a um jegue carregado de areia...
Paulo Roberto de Almeida
Choque de incompetência
A Fazenda paulista detém 94,08% das ações ordinárias da Cesp e, juntamente com outras entidades ligadas ao governo do Estado, 40,6% do capital. A maior parte está distribuída entre vários acionistas, incluída a Eletrobrás (2,05%). Os papéis são negociados na Bovespa e no mercado de balcão americano. As ações do Grupo Cemig, controlado pelo governo de Minas Gerais, estão espalhadas entre 114 mil investidores em 44 países e são negociadas em São Paulo, Nova York e Madri.
O secretário executivo do Ministério teria encontrado ideias esclarecedoras se tivesse visitado o portal eletrônico da Cemig. A declaração sobre "missão, visão e valores" inclui referências a "dividendos, juros sobre capital próprio, agregação de valor, capacidade de geração de caixa e retorno sobre investimento". Sua responsabilidade social cobre a oferta de energia à sociedade, o respeito ao meio ambiente e também aos "clientes, colaboradores, acionistas, governos e comunidades". Rentabilidade, geração de caixa e respeito aos acionistas são condições para o bom atendimento de todos os princípios e valores enunciados.
O governo federal, no entanto, segue ideias diferentes ao decidir o destino das empresas sob seu controle, sem levar na devida conta os interesses dos demais acionistas. A adesão da Eletrobrás ao esquema proposto pelo Ministério de Minas e Energia foi decidida contra a opinião de minoritários. Apesar de seus protestos indiscutivelmente legítimos, esse grupo foi desconsiderado e o governo impôs sua vontade. O alerta para o mercado é inequívoco: investir em estatais controladas pela União é assumir riscos muito sérios de perda de patrimônio. Perdas já ocorreram com a redução do valor de mercado da Eletrobrás, iniciada há meses e acelerada a partir de setembro, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou a proposta de renovação das concessões. A adesão da empresa ao esquema oficial justifica mais preocupações. Mas ninguém deveria surpreender-se. Quantos danos foram impostos à Petrobrás, com o controle de preços de combustíveis e com a interferência desastrosa em seus planos de investimento?
Bons propósitos, como o barateamento da energia, são insuficientes para a produção de bons resultados. Competência ainda é um requisito importante, mas esse artigo continua muito escasso em Brasília. O governo tenta compensar essa deficiência apelando cada vez mais para o voluntarismo e o autoritarismo. Todos querem contribuir para a redução das tarifas de energia, "mas é um risco, uma imprudência, quase um desatino", fazer isso à custa da insolvência do setor, disse o senador Aécio Neves.
Especialistas conhecidos também se manifestaram contra a maneira de agir do governo. A proposta oficial não levou em conta o valor necessário para as empresas manterem a qualidade do sistema, disse o professor Luiz Pinguelli Rosa, do Coppe-UFRJ. O professor Ildo Sauer, da USP, atribui à presidente Dilma Rousseff uma política de argentinização do setor elétrico. É uma descrição tão apropriada quanto assustadora. Os industriais deveriam levá-la em conta, antes de reafirmar seu apoio ao novo desatino federal.
Fellow Center for Hemispheric Policy at the University of Miami: candidaturas
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The Center for Hemispheric Policy receives financial support from the Bureau of Educational and Cultural Affairs
of the United States Department of State.
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Mercado Comum da Criminalidade?: Noruega sai da Venezuela...
Norway closes diplomatic mission in Venezuela, citing rampant violent crime
Associated Press, December 5, 2012
Norwegian ambassador Lars Vaagen said the decision to move the embassy to Bogota next year was made after analyzing the problem of widespread violent crime in Venezuela.
Norway’s embassy in Caracas has been operating for almost 45 years.
In polls, Venezuelans consistently rate violent crime as their top concern.
The government of President Hugo Chavez estimates that more than 14,000 people were killed in Venezuela last year. That gave the country a homicide rate of 50 per 100,000 people and made it one of the most violent countries in Latin America and the world.
Kidnappings for ransom have grown rapidly over the past decade, with abductions reported to police rising from 52 in 1998, when Chavez was first elected, to 618 in 2009. Security experts say the real number of kidnappings is much higher because most cases aren’t reported to authorities.
Over the last year, diplomats from Mexico and Chile were kidnapped, and all were eventually freed after ordeals lasting from two hours to more than a day. The abductions of diplomats influenced Norway’s decision to move its embassy, Vaagen said. Thieves have also broken into several diplomatic missions in recent years.
Experts say violent crime has increased in Venezuela due to easy, cheap access to guns, a culture of violence among young men in the slums, and severe shortages of police officers and prosecutors.
Copyright 2012 The Associated Press. All rights reserved. This material may not be published, broadcast, rewritten or redistributed.
Paises corruptos sao instaveis economicamente...
Helas, na republiqueta dos companheiros estamos condenados a continuar altamente instaveis economicamente.
Paulo Roberto de Almeida
Greece and Italy are Listed Among Corrupt in Europe
By MELISSA EDDY
The New York Times, December 5, 2012
John Kolesidis/Reuters
A version of this article appeared in print on December 6, 2012, on page B2 of the New York edition with the headline: Greece and Italy Are Listed Among Corrupt in Europe.
Fortes e fracos: Portugal e Brasil - uma reflexao a partir de um blog irmao
E penso cá comigo: Portugal foi uma nação fraca que construiu dezenas, provavelmente centenas de fortes ao redor do mundo. O Brasil é uma nação forte que vem sendo sistematicamente enfraquecida por um governo sem rumo. Assim pelo menos é o que parece...
Paulo Roberto de Almeida
Fortes
Internet: ditaduras e mentalidades autoritarias querem controle...
Futuro da internet nas mãos dos governos em Dubai
O Estado de S.Paulo, 30/11/2012
O problema da (i)legalidade das drogas - The City Journal
E os que causarem danos à sociedade vão ser multados e podem ir para a cadeia, como os criminosos do trânsito?
Seria preciso debater todas essas questões.
Paulo Roberto de Almeida
Theodore Dalrymple is a contributing editor of City Journal and the Dietrich Weismann Fellow at the Manhattan Institute.
So' energia sem planejamento? Provavelmente, o resto tambem...
A Nomenklatura mafiosa da nossa Republica Sindical
Claro, so podia ser o capo di tutti i capi...
Paulo Roberto de Almeida
A esbórnia da elite sindical
O estratagema usado pela ditadura Vargas para financiar os sindicatos operários e patronais foi cobrar o salário de um dia de trabalho de todos os trabalhadores formalizados, ou seja, com seus direitos garantidos pela nova legislação trabalhista vigente, fossem eles sindicalizados ou não. A fórmula é engenhosa: mesmo não se filiando a um sindicato, o que lhe permitiria recorrer à assistência social e jurídica da estrutura de representação, o trabalhador paga a conta de seu funcionamento. O Estado, ao qual os dirigentes sindicais passaram a servir como massa de manobra política, recolhe o dinheiro. E também se aproveita de parte do total arrecadado para financiar o funcionamento da máquina burocrática, o Ministério do Trabalho, ao qual cabe regular e normatizar o sistema. O braço político desta organização foi outra obra de Vargas: o Partido Trabalhista Brasileiro, que, depois da sua morte, chegou à Presidência com o vice João Goulart, após a renúncia do presidente eleito, Jânio Quadros, em 1961.
Os sindicalistas que cumpriam esse papel de intermediação entre o chão de fábrica e os corredores dos palácios foram desde então chamados de "pelegos", metáfora que adotava a denominação das peles de carneiro usadas pelos cavaleiros para tornarem longas cavalgadas menos desconfortáveis. Quando tomou posse na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (hoje do ABC), em 1975, Luiz Inácio da Silva, conhecido então como Lula, o Metalúrgico, propôs-se a combater a "pelegada" e o "peleguismo", que tinha sob controle as grandes organizações de trabalhadores da época, a exemplo do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o maior da América Latina.
Como sucessor de Paulo Vidal, fundador do chamado "sindicalismo autêntico", que se contrapunha aos "pelegos" e também aos comunistas, Lula pregava a extinção da contribuição sindical, definida por ele e seus seguidores como "herança maldita de Vargas". E lembrava que ela tinha sobrevivido incólume à ditadura militar, que tinha apeado Jango do poder. Na condição de constituinte, Lula viu a Constituição dita cidadã incorporar no artigo 149 a ideia original de Vargas mantendo a obrigatoriedade do pagamento por todos os trabalhadores formais de um dia de salário para sustentar a estrutura sindical, mesmo que não tivesse acesso a seus benefícios. O Estado Democrático de Direito instituído em 1988 manteve ipsis litteris o entulho autoritário do Estado Novo de Vargas no qual o trabalhador era obrigado a pagar e os dirigentes de seus sindicatos não eram obrigados a prestar contas das verbas que lhes eram repassadas de mão beijada.
Com maioria no Congresso e muitos dos antigos companheiros da época do sindicalismo autêntico em cargos do poder executivo em seu governo, Lula não moveu um dedo para remover da estrutura tributária essa injustiça gritante: todos pagam e só a zelite sindical se refestela. Em 2008, portanto na segunda metade de seu segundo mandato, o ex-presidente sancionou a Lei n.º11.648/08 que repassou 10% do imposto sindical para as cinco centrais, entre as quais a maior delas, a CUT, que reúne sindicatos da corrente política do PT. E só vetou um artigo, não por acaso o que dava poderes ao Tribunal de Contas da União (TCU) para fiscalizar a contabilidade das entidades beneficiadas. No primeiro ano, elas receberam R$ 65,7 milhões. Entre janeiro e outubro deste ano, repartiram R$ 138 milhões e esta quantia deverá chegar a R$ 160 milhões no fim do ano.
Este esbulho que obriga o trabalhador a sustentar a esbórnia da elite sindical precisa acabar.