Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 23 de agosto de 2014
Eleicoes 2014: a natureza do escorpiao e o partido totalitario
PT corrupto: a mafia em acao
Num depoimento prestado à Polícia Federal, um dos integrantes do esquema investigado na Operação Lava Jato afirmou que o secretário nacional de finanças do PT, João Vaccari Neto, ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era um dos contatos de fundos de pensão com a CSA Project Finance Consultoria e Intermediação de Negócios Empresariais, empresa que o doleiro Alberto Youssef usou para lavar R$ 1,16 milhão do Mensalão, segundo a PF.
“João Vaccari esteve várias vezes na sede da CSA, possivelmente a fim de tratar de operações com fundos de pensão com Cláudio Mente”, relatou o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, apontado como laranja de Youssef e do ex-deputado José Janene (moto em 2010).
Preso desde março pela Lava Jato, ex-sócio da CSA Project, situada em São Paulo, decidiu colaborar espontaneamente com as investigações em troca de eventual benefício judicial. Ele é réu em duas ações penais, uma sobre supostas remessas fraudulentas do laboratório Labogen para o exterior, outra de lavagem de dinheiro de Janene por investimentos em uma empresa paranaense.
Carlos Alberto foi ouvido no dia 15 na Superintendência Regional da PF no Paraná. A PF, em outro documento, diz haver indício de que Vaccari estaria intermediando negócios de fundos de pensão com a CSA e uma outra empresa ligada ao doleiro, a GFD Investimentos.
Vaccari é réu em ação criminal sobre suposto desvio de R$ 70 milhões da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). O Ministério Público o denunciou por formação de quadrilha, estelionato e lavagem de dinheiro. O colaborador disse que dirigentes da Petros, fundo de pensão da Petrobrás, receberam propina para que o fundo fizesse um investimento de interesse do grupo de Youssef, acusado de chefiar esquema bilionário de lavagem de dinheiro.
Segundo ele, o ex-gerente de Novos Negócios do Petros Humberto Pires Grault foi um dos beneficiários de R$ 500 mil, que teriam sido pagos como “comissão” para que o fundo de pensão adquirisse, entre 2005 e 2006, uma cédula de crédito bancário de R$ 13 milhões. Grault é ligado ao PT, partido que o teria indicado ao cargo.
A CSA Project, segundo disse, foi responsável pelo contrato com a Petros. A cédula adquirida pelo fundo de pensão referia-se a créditos que a Indústria Metais do Vale (IMV) teria a receber de outra empresa, a Siderúrgica de Barra Mansa (SBM), por um projeto de ferro-gusa. Carlos Alberto disse que um saque de R$ 500 mil da IMV foi usado para fazer pagamentos em espécie aos que participaram do negócio. Além de Grault, teriam recebido parte desse dinheiro Cláudio Mente, da CSA, além de funcionários da Petros.
Ele contou ter sido informado por Mente que, no fundo de pensão, “seriam beneficiados Humberto Grault e o diretor que estaria acima dele na estrutura da empresa”. Disse que não se recorda do nome do outro suposto beneficiário.
Escandalo Petrobras: acumulacao primitiva de capital pelos companheiros
As doações de Graça
Editorial O Estado de S.Paulo, 22/08/2014
Em 20 de março passado, um dia depois de o Estado divulgar a nota de próprio punho que lhe encaminhou a presidente Dilma Rousseff, sobre o seu papel na compra da primeira metade da Refinaria de Pasadena em 2006, a atual presidente da Petrobrás, Graça Foster, à época diretora de Gás e Energia, doou aos filhos Flávia e Colin, com cláusula de usufruto, uma casa na Ilha do Governador e um apartamento no centro do Rio de Janeiro. Dilma alegou que, na chefia do Conselho de Administração da empresa, aprovara o fechamento do negócio com base, apenas, em um resumo executivo "técnica e juridicamente falho".
Três semanas depois, em 9 de abril, Graça pôs no nome do filho um terceiro imóvel, em Búzios. Em 10 de junho, por sua vez, o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró - o autor do parecer verberado por Dilma - cedeu aos herdeiros três propriedades no bairro de Ipanema. Ele tinha sido demitido de uma diretoria da BR Distribuidora dois dias depois da divulgação da nota da presidente da República. A revelação das transferências no site do jornal O Globo, na tarde de terça-feira, produziu um efeito imediato: travou mais uma vez a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que então estava para ser tomada sobre a eventual inclusão de ambos entre os 11 executivos e ex-diretores da Petrobrás cujos bens foram bloqueados em julho último por iniciativa do relator da matéria, ministro José Jorge.
A intenção foi assegurar à empresa a recuperação de pelo menos parte do rombo de US$ 792 milhões que sofreu em Pasadena, caso se comprove a responsabilidade dos envolvidos. Graça é citada por ter prejudicado a Petrobrás, ao retardar o cumprimento da decisão arbitral nos Estados Unidos favorável ao grupo belga a que se associara. O adiamento custou à petroleira US$ 92,3 milhões. Estranho participante das sessões do TCU - como se entre as suas atribuições estivesse a de defender funcionários de uma companhia controlada pelo governo -, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, parecia seguro de que a maioria do colegiado rejeitaria o pedido do relator no caso de Graça. Tanto que insistiu no prosseguimento dos trabalhos mesmo depois do impacto provocado pela notícia das doações, que levou o relator a suspender a votação de seu parecer até a averiguação dos fatos.
Segundo Jorge, confirmadas as transferências, terá ocorrido uma "burla gravíssima do processo de apuração de irregularidade". A rigor, o que há a averiguar, em relação a Graça, não são as doações - que ela reconhece -, mas quando e por que tomou a decisão de fazê-las. Ou imediatamente em seguida à confissão de Dilma, em março último, ou ainda em junho do ano passado, conforme nota da Petrobrás. Na primeira hipótese, pode-se supor que ela tenha pressentido que a manifestação da presidente aceleraria as investigações do TCU, iniciadas em março de 2013, com riscos até então não vislumbrados para si e, quem sabe, para o seu patrimônio.
Na segunda hipótese, a motivação de Graça poderia ser atribuída à abertura do processo no TCU - cerca de três meses antes que ela começasse a providenciar, de acordo com a empresa, "a documentação necessária", por sinal descrita na nota, para formalizar em cartório as doações. O texto nega "veementemente" que Graça "tenha feito qualquer movimentação patrimonial com intuito de burlar a decisão do TCU" do bloqueio de bens e assinala que "doações de bens são atos legítimos, previstos em lei e objetivam evitar futuros conflitos entre herdeiros". De todo modo, o fato é que a sua revelação devolve o escândalo de Pasadena ao centro das atenções - desta vez com a campanha eleitoral em andamento.
Ecoando o ministro José Jorge, o senador petebista Gim Argello, que preside a CPI mista da Petrobrás, considerou o caso "gravíssimo". A oposição quer verificar se as doações foram aquelas mesmas e se configuram fraude. Já para o advogado-geral Adams, não houve "fuga patrimonial" porque Graça não pôs os seus bens em nome de laranjas, para impedir que venham a ser recuperados. Mas não deixou de admitir que, se ficasse provado que a presidente da Petrobrás tentou se desfazer de bens por motivos escusos, as doações poderiam ser revertidas.
Ruptura de padroes e deterioracao institucional na era do Nunca Antes - Paulo Roberto de Almeida
Os dois casos violaram profundamente nossas tradições diplomáticas e representaram, precisamente, exemplos totalmente negativos de tratamento não diplomático a duas questões de política externa, no primeiro caso, aliás, nem era um problema bilateral, e acabou sendo devido ao envolvimento de militantes brasileiros com seus amigos bolivarianos de outros países. Um dia esses episódios mereceriam um esclarecimento completo, se, por acaso, existirem documentos a respeito. Pode ser que os arquivos do Itamaraty estejam incompletos nos dois casos, tendo em vista comunicações que provavelmente foram feitas por outros canais, não oficiais, ou seja pela partidarização indevida da política externa.
Os estragos da diplomacia amadora sobre a politica externa - Paulo Roberto de Almeida
Existiria uma diplomacia liberal e outra menos liberal? - Paulo Roberto de Almeida
A diplomacia profissional e a engajada - Paulo Roberto de Almeida
Nunca Antes na Diplomacia...: ideias boas e menos boas na politica externa - Paulo Roberto de Almeida
Diplomacia e Política Externa: quão diferentes? - Paulo Roberto de Almeida
Duas distinções são necessárias aqui: a primeira, entre a diplomacia estrito senso, por um lado, e a política externa, em seu sentido mais lato, por outro lado; a segunda distinção importante a ser feita, seria entre uma diplomacia que seria mais liberal, de uma parte, e uma outra que seria menos liberal, de outra, cada caso a depender do governo ou de alguma necessidade circunstancial. Existem aqui dois pequenos problemas, que são muitas vezes do público em geral, sobre o que se entende que seja a diplomacia, e sobre o que é política externa de um país.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Decreto bolivariano dos sovietes petistas - Hermes Rodrigues Nery
O Estado (ou califado) Islamico, um problema maior do que a Al Qaeda - Gordon Lubold (Foreign Policy)
By Gordon Lubold with Nathaniel Sobel
The killing of American journalist Jim Foley has created a new momentum for tackling the Islamic State in Iraq - and Syria - in a more effective and comprehensive way, even if the White House is still grappling with what form that effort would take. Gen. Marty Dempsey, Chairman of the Joint Chiefs of Staff, along with Defense Secretary Chuck Hagel, seemed to agree yesterday that the Islamic State represents a far more dangerous threat than al-Qaeda ever did - a sentiment long held by analysts and military experts, and an argument made by a number of prominent people recently. But even as President the administration's rhetoric seems to be setting the stage for a long haul in Iraq, it's not yet clear what President Barack Obama will agree to do to meet the threat. And now that Obama has said repeatedly that he won't put American "combat boots on the ground," he and his advisers will have to determine how to deepen a U.S. and coalition effort in Iraq and Syria that will mean doing just that without reversing himself on that point.
Many believe a focused effort doesn't have to mean putting several thousands of troops onto the battlefield, but it does mean inserting more specialized forces to ensure an expanded airstrike campaign is effective. But while that is happening in limited form now, the call to expand the effort is awaiting a presidential nod.
Also yesterday, Dempsey made clear that only attacks inside Syria - the origin of the Islamic State - can defeat the militants. "Can they be defeated without addressing that part of their organization which resides in Syria? The answer is no. That will have to be addressed on both sides of what is essentially at this point a nonexistent border," Dempsey said yesterday.
FP's Kate Brannen: "U.S. military operations in Iraq may be limited for now, but the rhetoric in Washington is heating up. On Thursday, it boiled over at the Pentagon, where Defense Secretary Chuck Hagel painted a new and more dangerous picture of the threat that the Islamic State poses to Americans and U.S. interests.
"The group 'is as sophisticated and well-funded as any group that we have seen. They're beyond just a terrorist group,' Hagel said in response to a question about whether the Islamic State posed a similar threat to the United States as al Qaeda did before Sept. 11, 2001.
"'They marry ideology, a sophistication of strategic and tactical military prowess. They're tremendously well-funded. This is beyond anything that we've seen,' Hagel said, adding that 'the sophistication of terrorism and ideology married with resources now poses a whole new dynamic and a new paradigm of threats to this country.'
"Hagel's comments added to the mismatch between the Obama administration's increasingly aggressive rhetoric and its current game plan for how to take on the group in Iraq and Syria, which so far involves limited airstrikes and some military assistance to the Kurdish and Iraqi forces fighting the militants. It has also requested from Congress $500 million to arm moderate rebel factions in Syria. But for now, the United States is not interested in an Iraqi offer to let U.S. fighter jets operate out of Iraqi air bases."
ICYMI: John Allen backs Obama's airstrikes against ISIS but calls for an urgent American and international response and uses capital letters to do it. Allen for Defense One, his BLUF: "...The president deserves great credit in attacking IS. It was the gravest of decisions for him. But a comprehensive American and international response now - NOW - is vital to the destruction of this threat. The execution of James Foley is an act we should not forgive nor should we forget, it embodies and brings home to us all what this group represents. The Islamic State is an entity beyond the pale of humanity and it must be eradicated. If we delay now, we will pay later."
The Islamic State has conquered much of Iraq with the help of Saddam's cronies. Now the men America once discarded could help win the country back. FP's Shane Harris: "The Islamic State has conquered broad swaths of Iraq thanks to a surprising alliance with secular veterans of Saddam Hussein's military. But now that partnership is fraying -- giving Washington its first real opportunity to blunt the terrorist group's advance without relying solely on American airstrikes or ground troops.
"The group of ex-Hussein loyalists, known alternatively as the Naqshbandi Army or by the acronym JRTN -- the initials of its Arabic name -- helped the Islamic State, formerly known as ISIS, win some of its most important military victories, including its conquest of Mosul, Iraq's second-largest city. It has also given the terrorist army, which is composed largely of foreign fighters, a valuable dose of local political credibility in Iraq. JRTN, which was formed as a resistance group in 2006, is made up of former Baathist officials and retired military generals, and is led by the former vice president of Hussein's revolutionary council, Izzat Ibrahim al-Douri, who was once one of the most-wanted men in the country during the U.S. occupation."