Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Uma pequena Escocia seria viavel? Parece que sim - Peter St. Onge (Mises)
An independent Scotland, or Vermont, is unlikely to invade Iraq. It takes a big country to do truly insane things.
O Brasil como é grande também se arrisca a fazer muitas bobagens, aliás já faz; não contra os seus vizinhos, invadindo outros países; ele faz mal a si próprio, ou melhor, seus dirigentes fazem mal aos brasileiros, com toda essa mania de grandeza, esse ufanismo idiota, essa arrogância dos ignorantes verdadeiros e inconscientes de sê-lo.
Será que eu sou contra as pátrias, só gostando das comunidades integradas?
Paulo Roberto de Almeida
Is Scotland Big Enough To Go it Alone?
by Peter St. Onge
Mises Daily, September 12, 2014
Back when Quebec was weighing secession from Canada, I was a lowly American undergrad living in Montreal. It was an exciting time, since in America we have our railroads torn up and population starved when we secede. Now that Scotland is going through the motions, I figured I’d stir the pot, economically.
The question in 1995 was whether Quebec should secede from the Canadian Confederation. Passions were high; one secessionist leader unwisely argued that a "Yes" win would lock voters into secession like "lobsters thrown into boiling water." Fueling the drum-beat were federalist of impending economic, political, and currency chaos. At the end, the vote was incredibly close: 49.4 percent voting for secession, 50.6 percent voting no.
As Scotland goes to the polls to decide on its own separation from the United Kingdom, the tone of the campaign is, again, high on passion and, again, secessionists are inching toward the magical 50 percent line. But don’t uncork the single malt quite yet: as of today (September 2, 2014), bookies in London still put the odds at 4-to-1 against the non-binding referendum. But it remains a real possibility.
One core debate is whether Scotland is too small and too insignificant to go it alone. During the Quebec referendum there was a nearly-identical debate, with secessionists arguing that Quebec has more people than Switzerland and more land than France, while federalists preferred to compare Quebec to the US or the “rest-of-Canada” (ROC, in a term from the day).
In a curious coincidence, 2014 Scotland and 1994 Quebec have nearly the same population: about 5–6 million. About the same as Denmark or Norway, and half-a-million more than Ireland. Even on physical area Scotland’s no slouch: about the size of Holland or Ireland, and three times the size of Jamaica. The fact that Ireland, Norway, and Jamaica are all considered sustainably-sized countries argues for the separatists here.
So small is possible. But is it a good idea?
The answer, perhaps surprisingly, is resoundingly “Yes!” Statistically speaking, at least. Why? Because according to numbers from the World Bank Development Indicators, among the 45 sovereign countries in Europe, small countries are nearly twice as wealthy as large countries. The gap between biggest-10 and smallest-10 ranges between 84 percent (for all of Europe) to 79 percent (for only Western Europe).
This is a huge difference: To put it in perspective, even a 79 percent change in wealth is about the gap between Russia and Denmark. That’s massive considering the historical and cultural similarities especially within Western Europe.
Even among linguistic siblings the differences are stark: Germany is poorer than the small German-speaking states (Switzerland, Austria, Luxembourg, and Liechtenstein), France is poorer than the small French-speaking states (Belgium, Andorra, Luxembourg, and Switzerland again and, of course, Monaco). Even Ireland, for centuries ravaged by the warmongering English, is today richer than their former masters in the United Kingdom, a country 15 times larger.
Why would this be? There are two reasons. First, smaller countries are often more responsive to their people. The smaller the country the stronger the policy feedback loop. Meaning truly awful ideas tend to get corrected earlier. Had Mao Tse Tung been working with an apartment complex instead of a country of nearly a billion-people, his wacky ideas wouldn’t have killed millions.
Second, small countries just don’t have the money to engage in truly crazy ideas. Like Wars on Terror or world-wide daisy-chains of military bases. An independent Scotland, or Vermont, is unlikely to invade Iraq. It takes a big country to do truly insane things.
Of course there are many short-term issues for the Scots to consider, from tax and subsidy splits, to defense contractors relocating to England. And, of course, the deep historico-cultural issues that an America of Franco-British descent should best sit out.
Still, as an economist, what we can say is that Scotland’s big enough to “survive” on its own, and indeed is very likely to become richer out of the secession. Nearer to the small-is-rich Ireland than the big-but-poor Britain left behind.
Note: The views expressed in Daily Articles on Mises.org are not necessarily those of the Mises Institute.
Uma outra Escocia e' possivel! Sim! Mais pobre, e mais confusa... - Mark Blyth
Os escoceses vivem hoje de mensalão britânico, isto é, recebem mais do Reino Unido do que contribuem. Também pudera: não elegem respresentantes conservadores para o parlamento da Grã-Bretanha, só trabalhistas, que são distribucionistas por excelência (com o dinheiro dos outros, claro).
Em síntese, o Reino Unido vai deixar de ser o Reino Unido, e vai virar uma potência de terceira classe, quase na companhia da Etiópia (estou exagerando, claro...). Enfim, vão voltar a ser o que eram até o século XV, ou seja, dois séculos antes da absorção da Escócia por aqueles ingleses arrogantes.
Os escoceses vão estar melhor?
Duvido. Mas vão ficar orgulhosos de seu cantinho, vendendo uisque e salmão para todo o mundo. O difícil vai ser dividir o petróleo do mar do Norte, pois nessas horas todos os políticos são rentistas.
Quem sabe uma nova guerra resolve os problemas?
O que diria Adam Smith disso tudo?, ele que não ligava para as fronteiras e apenas queria comércio livre e sobretudo nenhuma colônia para sustentar...
Paulo Roberto de Almeida
It's Not About the Money
Why Scotland Might Just Say Yes to Independence
Three hundred years is a decent run for any political project.
Kissinger, o velho realista cinico, publica "World Order" - Michiko Kakutani
WORLD ORDER
Given the multiplying foreign policy emergencies in the headlines, from the advance of the Islamic State in Iraq and Syria (ISIS) to the face-off between Russia and Ukraine, the subject of Henry Kissinger’s new book, “World Order,” could not be more timely. However the reader may regard the author’s own historical baggage, the book puts the problems of today’s world and America’s role in that increasingly interconnected and increasingly riven world into useful — and often illuminating — context.
Pensando no novo governo - Carlos Pio e Paulo Roberto de Almeida
Fez um projeto tão bom, que acho difícil ser aplicado, pois para isso seria preciso ter a cooperação do Congresso, que veria com maus olhos -- não o Congresso, mas os partidos e os políticos que o compõem -- a redução de cargos e o enxugamento de despesas inúteis.
Em todo caso, reproduzo aqui o organograma que ele elaborou para um novo governo, decente, responsável, e mais abaixo os seus comentários iniciais sobre algumas reformas necessárias.
Por fim, como eu já tinha pensado também nessa mesma questão, o que fiz foi elaborar uma primeira mensagem do novo presidente ao Congresso, tratando das mesmas medidas, só que não em forma de organograma e sim como proposta de redução da máquina ministerial, trazendo-o ao que considero estritamente necessário, com extinção de vários órgãos, absorção de outros, e assemblagem do que nunca deveria ter sido fragmentado (para o esquartejamento partidário, o que os italianos chamam de lotizzazione, mas que tem o mesmo sentido, de prebendas partidárias oportunistas).
O esquema do Carlos Pio é muito mais completo do que o meu, e eu o cumprimento por isso, mas também acho, como já disse, que será mais difícil de ser implementado, pois isso obrigaria o novo governo a passar pelo menos seis meses (senão mais), negociando com o Congresso, entre projetos de lei e medidas provisórias, toda essa reformulação complexa, e depois mais seis meses na acomodação interna de ministros, funcionários, locais, aspones, gastos de adaptação, etc.
Nossas duas propostas talvez pudessem ser combinadas, para evitar que o governo perca um ano inteiro de burocracia administrativa, quando ele terá imensos ajustes econômicos a fazer.
O debate está lançado.
Paulo Roberto de Almeida
Vancouver, 11/09/2014
Projeto de organograma do novo governo, por Carlos Pio:
Propostas de reforma administrativa e medidas econômicas de Carlos Pio:
UMA AGENDA DE REFORMAS ECONÔMICAS.
A primeira mensagem ao Congresso: Paulo Roberto de Almeida
A Mafia em acao, e alguns dos mafiosos...
Planalto
Responsável por alterar perfil de jornalistas na Wikipedia é 'petista de carteirinha'
Perfis de Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg foram alterados por Luiz Alberto Marques Vieira Filho quando ele trabalhava para o ministro Ricardo Berzoini, na Secretaria de Relações Institucionais
Veja.com, 11/09/2014
Planalto pode ser impedido de editar Wikipédia
Servidor do Planalto inseriu elogios a Padilha na Wikipédia
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Across the Empire, 2014 (14): Flanando em Vancouver
Mas a lojinha do museu era muito boa, e como sempre eu fui direto na seção de livros. Lá encontrei a nova (talvez definitiva) biografia (crítica) de Walter Benjamin por Howard Eiland e Michael W. Jennings, da qual já tinha ouvido falar por notas ou mini-resenhas nos jornais, mas sem prestar muita atenção pois ainda não saiu uma daquelas grandes, na NYRBooks ou outros pasquins literários. A biografia é, em si, impressionante, tanto pelo volume (mais de 700 páginas), como pelas fontes utilizadas, as mais variadas possíveis, primárias, secundárias, depoimentos, correspondência, etc.. Encontrei na bibliografia o título que primeiro me introduziu à obra de Benjamin, a correspondência de Gershom Sholem com ele, que li numa edição francesa, no começo dos anos 1980: Histoire d’une Amitié. Mesmo sendo um judeu engajado, e religioso, Scholem foi um dos melhores amigos, senão o melhor, de Benjamin, um judeu ateu, ou agnóstico, e totalmente imerso na alta cultura germânica, mas grande admirador da modernidade, que vinha em grande medida da França (pelo lado literário) e da Grã-Bretanha (pelo lado prático). Em sua época, primeira metade do século 20 (na verdade só até 1940, pois ele morreu na fronteira da França com a Espanha, em Port Bou, tentando escapar dos nazistas), a Alemanha já tinha ascendido à condição de primeira potência europeia, tanto no domínio das técnicas, como no das artes, onde os vanguardistas se destacavam justamente na modernidade artística e arquitetural (mas também na música, nos musicais, no teatro, enfim, em tudo).