Hoje, isto é, ontem, sexta-feira 12, foi um dia só de estradas, quase sem novidades, salvo as da viagem mesmo. Saímos tarde de Vancouver, em torno das 11hs, e ainda ficamos quarenta minutos na fila da Alfândega americana, para os controles de entrada no Império. Só nos nos libertamos em torno de 12:30hs e daí foi só estradas, com direito a mais um engarrafamento, na conversão da I-5 para a I-90, perto de Seattle.
No total, foram 610 milhas, ou mais exatamente 976 km, até Missoula, depois de atravessar uma província e dois estados, sendo que entre o segundo e o terceiro, Idaho e Montana, foram dois passos de montanha. Quase 12hs de viagem no total, com um adiantamento de horário, devido à mudança do fuso horário, da zona do Pacífio para a hora de montanha.
Missoula fica a 170 milhas de nosso objetivo para amanhã (ou melhor para hoje, sábado), Great Falls, no coração de Montana, onde vamos visitar o centro de memória histórica dedicado a Lewis e Clark, os dois descobridores das quedas do Missouri, em missão atribuída a eles pelo presidente Thomas Jefferson, em 1804, na tentativa de descobrir uma passagem entre o Atlântico e o Pacífico pelo noroeste. Não descobriram a passagem, mas descobriram muitas outras coisas da natureza e dos habitantes locais, os indígenas da região, hoje todos capitalistas donos de cassinos e exploradores de alguns parques naturais.
Não fiz nenhuma foto, mas Carmen Lícia fez algumas dezenas da viagem, paisagens naturais e humanas.
Como sempre acontece nas etapas de estrada, preferimos ficar num Quality Inn & Suites (desta vez neste endereço: 4545 N. Reserve St., Missoula, MT, US, 59808).
Nada mais tendo a declarar (senão o cansaço da estrada), peço deferimento para ir ler o Wall Street Journal da sexta-feira na cama.
Atenciosamente,
Paulo Roberto de Almeida
Missoula, MT, 13 de setembro de 2014
Addendum: Para não dizer que não postei nenhuma ilustração, coloco uma foto minha que Carmen Licia tirou, num centro de exposições do Oregon Trail, que também se estendeu até esta região.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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sábado, 13 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Across the Empire (15): Adieu Vancouver (mas prometemos voltar)
Across the Empire (15): Adieu Vancouver
(mas prometemos voltar)
(mas prometemos voltar)
Paulo Roberto de Almeida
Hoje (ou melhor, ontem) foi um dia de passeios aos extremos (não do
Canadá, mas nas cercanias). De manhã saímos do West End de Vancouver, exatamente
da English Bay Beach, atravessamos a ponte em direção ao norte, e fomos pela
Marine Drive até North Vancouver, e daí a West Vancouver, num ancoradouro
chamado Horseshoe Bay, onde almoçamos.
Carmen Lícia me fez uma foto e eu
uma dela, mas valeu mesmo pelo lugar aprazível de veraneio dos canadenses
(inclusive quebecois, e vários americanos) e pelo patê de lagosta que comprei
nessa lojinha em frente à qual Carmen Lícia está fotografada.
Tomei um
expresso, e comprei um Lobster Paté (paté de homard, como explicam os
politicamente corretos canadenses da Sea Change Seafoods), que degustei
inteiramente sozinho (Carmen Lícia não quis, a despeito de meus oferecimentos),
noite adentro, com torradas e a meia garrafa de Valpolicella que tinha sobrado
de ontem (ainda estou acordado apesar disso).
De tarde, invertemos o itinerário, e fomos até o ponto extremo mais a
oeste que nos foi dado chegar nesta viagem, onde está a Universidade de British
Columbia, um lugar aprazível, entre os bosques. Diferente das universidades
americanas, onde o álcool e tabaco são banidos, lá pudemos tomar vinho e
cerveja, acompanhando um prato de queijos (um que não soubemos identificar, mas
que parecia um dos vidros do Dale Chihuly).
Antes tínhamos passado no Stanley
Park (aliás, o nome da cerveja tipo belga, amber, que escolhi tomar), onde fomos visitar os totens indígenas feitos especialmente para sua
inauguração, algumas décadas atrás. Não sou muito de fetichismos (em todo caso
não no sentido marxiano), mas conheço a minha antropologia, e logo me lembrei
dos escritos de Marcel Mauss sobre o potlacht dos índios canadenses, um
oferecimento ritual que os marxistas adoram, pois vai no sentido
anticapitalista da coisa, se é que vocês me entendem. Enfim, não vou explicar
agora (pois o vinho está fazendo efeito: quem não sabe, procure ler Marcel
Mauss).
Antes de voltar ao hotel, ainda passamos em vários outros lugares, como
um pequeno promontório onde havia um museu (já fechado), um planetário, e umas
tendas sendo preparadas para o Festival Shakespeare da cidade (não estaremos
mais aqui para degustar o bardo, que eu acho genial, mesmo se nunca o li no
original, apenas resumos e transcrições curtas, mas eu sempre o considerei o
Maquiavel da dramaturgia).
Vancouver foi o ponto alto desta viagem (so far), e certamente uma das
melhores cidades do mundo para se viver, mas é verdade que só estivemos aqui no
final do verão (mas dizem que tem um microclima especial, o que a torna menos
inclemente do que as outras cidades canadenses, com menos 40, na média). A
cidade é excelente, em todos os aspectos, para todos os gostos, mas não vi
muitas livrarias, e nem frequentei bibliotecas, que para mim são dois critérios
absolutos de civilização (junto com duchas decentes, não esquecendo). O hotel
em que ficamos, English Bay Hotel, é modesto para os padrões a que estamos
habituados, mas foi excelente sob todos os aspectos: na verdade, devia ser um
antigo edifício de apartamentos (e estamos em um, de quatro peças, como disse),
que foi transformado em hotel pelos chineses (ou seja lá quem for, mas é
administrado por chineses). Tudo quase perfeito, com ampla cozinha e dois
quartos, bem numa esquina de comércio, e garagem segura. Com a praia do lado.
Eu que não sou de praia, nem de natureza, apreciei, ainda assim, a
natureza do Canadá: bem comportada, bem recortada, entretida, pintada de verde
e sem mosquitos. Carmen Lícia aparece nesta foto do Rose Garden da British
Columbia University, onde fomos em busca do Museu de Antropologia.
Na verdade,
ficamos no Wine Bar, Sage, da Universidade, tomando vinho, cerveja, e comendo
um pequeno prato de queijos.
Despedimo-nos do Canadá já com certa nostalgia: eles são simpáticos os
canadenses, e sobretudos de tamanho normal: agora voltamos aos XX large size do
outro lado da fronteira, e o jeito americano de ser. Enfim, ninguém é perfeito,
mas o Canadá se aproxima muito do modelo de país que eu pretenderia para o
Brasil, sob vários aspectos (menos o frio, claro). Acho que vamos demorar mais
uns 150 anos para nos aproximarmos do modelo canadense, mas se eu posso fazer
um conselho eleitoral aos nossos candidatos, eu diria: estudem o modelo
canadense, e tentem fazer igual. Não custa nada, ou melhor, só deve custar
vergonha na cara e mais 150 anos de civilização.
O meu blog funcionou, o tempo todo, com o .cn ao final, mas amanhã deve
voltar ao imperialismo americano, onde não existe um único .us que eu tenha
encontrado (deve existir, mas eles não usam; para quê: para eles existe só os
USA, ou America, como eles dizem, e o resto do mundo é the rest of the world,
ou seja, não existe; e precisa?). Os estadounidenses, como diriam os
companheiros, são simpaticamente arrogantes, não porque desprezem o mundo, mas
porque não precisam dele, embora vivam de mensalão chinês e adorem um foie
gras...
Já os canadenses são modestos, e essencialmente bons, para si mesmos e
para o mundo. Acho que o mundo seria melhor se o império universal fosse mais
canadense e menos americano, mas acho que não daria certo. A Suíça, por
exemplo, é muito agradável para se viajar, para se visitar, mas seria ainda
mais agradável se tivesse menos suíços alemânicos e mais italianos (mas acho
que também não daria certo; ela não seria a Suíça, pois teria menos eficiência
helvética e mais organização italiana, que às vezes é pior que a brasileira,
sem exageros).
Adieu Vancouver; prometemos voltar,
Carmen Lícia e eu, de alguma forma.
Paulo
Roberto de Almeida
Vancouver,
12/09/2014
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Across the Empire, 2014 (14): Flanando em Vancouver
Across the Empire, 2014 (14): Flanando em Vancouver
Paulo Roberto de Almeida
A palavra do título é um tremendo
galicismo, mas ela se aplica à ocasião: Walter Benjamin, um autor que
reencontrei na loja do museu de arte de Vancouver, que visitamos pela manhã,
era um adepto das flanêries em Paris.
O museu em si não é nenhuma maravilha de nenhuma arte: tem coisas modernas e
contemporâneas, horríveis e não visitáveis (no terceiro andar), e coisas
razoáveis e amplamente visitáveis, no segundo andar: arte regional canadense,
inclusive uma “escola flamenga” em pleno Canadá. O artista mais importante é Emily
Carr, presente com muitos quadros tanto de sua fase parisiense, quanto do
retorno ao Canadá, cem anos atrás.
Mas a lojinha do museu era muito boa, e como sempre eu fui direto na seção de livros. Lá encontrei a nova (talvez definitiva) biografia (crítica) de Walter Benjamin por Howard Eiland e Michael W. Jennings, da qual já tinha ouvido falar por notas ou mini-resenhas nos jornais, mas sem prestar muita atenção pois ainda não saiu uma daquelas grandes, na NYRBooks ou outros pasquins literários. A biografia é, em si, impressionante, tanto pelo volume (mais de 700 páginas), como pelas fontes utilizadas, as mais variadas possíveis, primárias, secundárias, depoimentos, correspondência, etc.. Encontrei na bibliografia o título que primeiro me introduziu à obra de Benjamin, a correspondência de Gershom Sholem com ele, que li numa edição francesa, no começo dos anos 1980: Histoire d’une Amitié. Mesmo sendo um judeu engajado, e religioso, Scholem foi um dos melhores amigos, senão o melhor, de Benjamin, um judeu ateu, ou agnóstico, e totalmente imerso na alta cultura germânica, mas grande admirador da modernidade, que vinha em grande medida da França (pelo lado literário) e da Grã-Bretanha (pelo lado prático). Em sua época, primeira metade do século 20 (na verdade só até 1940, pois ele morreu na fronteira da França com a Espanha, em Port Bou, tentando escapar dos nazistas), a Alemanha já tinha ascendido à condição de primeira potência europeia, tanto no domínio das técnicas, como no das artes, onde os vanguardistas se destacavam justamente na modernidade artística e arquitetural (mas também na música, nos musicais, no teatro, enfim, em tudo).
Benjamin teve de sair da Alemanha no
momento da ascensão de Hitler ao poder, em 1933, e foi para a sua cidade
preferida, Paris, ao passo que Gershom Scholem já tinha ido para a Palestina
britânica, como bom sionista que era. No Brasil se conhece pouco da obra de
Benjamin, basicamente o “panfleto” sobre a obra de arte na época de sua
reprodutibilidade técnica (estou citando de cabeça, e posso me enganar no
título), e seria recomendável que essa biografia fosse traduzida e publicada,
pois ela apresenta o essencial, numa perspectiva crítica, como diz o subtítulo.
Não comprei o livro, não tanto pelo seu volume, ou pelo seu preço (bastante
modesto para um livro dessas dimensões e ilustrado, mas talvez porque seja de
uma editora universitária), mas pelo fato de que ainda não terminei um outro
grosso volume, a biografia de Albert Hirschman (outro alemão que fugiu do
nazismo no mesmo momento da ascensão de Hitler) por Jeremy Adelman, que é
também espetacular.
Pela tarde, fomos ao Canadá Place,
um imenso embarcadouro projetado sobre um canal do mar, com imensos painéis da
história canadense. Carmen Lícia me fotografou em frente de um, sobre as
guerras sustentadas pelos súditos de Sua Majestade no dominion da América do
Norte, contra os vizinhos irriquietos do sul, sempre imperialistas, como diriam
alguns mais ao sul. Ao largo da costa, heliporto e embarcadouro de hidroaviões
de passeio por Vancouver, Vitória e imediações. Os navios vão passando ao
largo, carregados de conteiners. Isso ao norte do West End, que é a ponta mais
ocidental na qual estamos (sem contar a grande ilha Vancouver, mais a oeste),
mas plenamente urbana, aliás em pleno centro da cidade.
Depois fomos do outro lado, mar
aberto, justamente na English Bay beach, onde fica nosso hotel. Passeio a pé,
portanto, com direito a esculturas gigantes, gaivotas que parecem desprezar a
presença humana, e uma foca do Pacífico nadando tranquilamente a 20 metros da
praia. Desta vez não entrei no mar, pois estava muito frio, e de toda forma não
teria entrado mesmo; ficamos ali contemplando o por-do-sol, e Carmen Lícia fez
mais algumas de suas fotos profissionais.
Amanhã, ou melhor, hoje, 11 de
setembro (dia fatídico para dois países do continente), temos mais visitas:
museu de antropologia, talvez o mercado da ilha de Granville, e o que sobrar...
Vancouver é provavelmente uma das melhores cidades do Canadá, junto com
Montreal, sem desprezar Toronto (onde também vamos voltar desta vez) e Ottawa,
que é bonitinha, com seu parlamento estilo inglês, e seu museu cultural
excepcional e espetacular.
Mas é hora de ler mais notícias e
dormir quando o sono cerrar os olhos.
Paulo
Roberto de Almeida
Vancouver,
11 de setembro de 2014
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Across the Empire, 2014 (13): em Vancouver, fazendo o balanço da primeira metade da viagem
Across the Empire, 2014 (13): em Vancouver
Fazendo o balanço da primeira metade da viagem
Paulo Roberto de Almeida
Postado no blog Diplomatizzando
Acabamos de jantar salmão com ervas
e azeite trufado, arroz integral com ervilhas, amêndoas fatiadas e torradas,
comprados no Whole Foods de Vancouver SW, tudo acompanhado por um Valpolicella
2013, que compramos numa loja de vinhos ao lado do hotel, West End Liquor
Store, tudo isso numa “modesta pensão” de chineses (ou pelo menos administrados
por eles), que se chama English Bay Hotel, pela simples razão de que fica a 200
passos da English Bay (que seria uma praia se os habitantes locais tivessem a
sorte de ter praias como as nossas). O salmão temperado e o arroz com ervilhas
ficaram por conta de Carmen Lícia; eu só tive de abrir o vinho (e carregar as
compras, claro). Mas estamos num apartamento de hotel de 4 peças, numa esquina
simpática de um pedacinho de Vancouver (e quem quiser localize no Google maps:
Denman Street, n. 1150), com o carro na garagem, e amplo espaço para espalharmos
coisas e ideias.
Como diria um radialista belga, cujo
nome esqueci, mas cujo mote de programa eu nunca esqueci – desde os primeiros
tempos em que me refugiei voluntariamente na Bélgica, fugindo de uma ditadura
no Brasil e saindo de um socialismo real, na então Tchecoslováquia – “la
culture c’est comme de la confiture: moins on a, plus on l’étend” (a cultura é
como um resto de geleia: quanto menos se tem, mais a espalhamos).
Pois viemos estendendo e aumentando
nossa cultura desde Hartford, quase nas margens do Atlântico norte, até
Vancouver, no Pacífico norte, um trajeto de 4.091 milhas até entrar no hotel,
ou cerca de 6.545 km. Isso faz cerca de 340 milhas por dia, ou 545 kms em cada
um dos doze dias que levamos para chegar até o outro lado dos EUA e agora no
Canadá extremo-ocidental. Aliás, no meio do caminho entre Seattle e Vancouver,
o carro sinalizou exatamente 33.333 milhas, ou 53,3 mil km no total. Em 18
meses de posse desse carro, fizemos o equivalente a 3 mil km por mês, ou 100
por dia. Como eu moro a duas quadras do trabalho, praticamente não existem
percursos urbanos e o essencial foi feito mesmo nas estradas americanas.
Justamente, em toda a presente viagem, não
tivemos nenhum problema de estrada, nenhum buraco, não fosse por um pedregulho
arremessado por um caminhão de passagem, que deixou um impacto no para-brisa, e
vai me obrigar a trocá-lo, uma vez de volta a Hartford. Quando digo nenhum
problema, é nenhum problema mesmo, pois que viajamos tranquilamente, em toda
segurança, com alguns pontos de lentidão por trabalhos de manutenção (mas muito
bem sinalizados), e paradas sempre satisfatórias, tanto para comer, quanto para
dormir (geralmente em Quality Inn, ou Holiday Inn). Banheiros limpos em todas
as paradas, com raríssimas exceções, comida boa e barata (entre fast food e
saladas), e sobretudo quase nenhum pedágio (salvo nos estados mais capitalistas
da costa leste). Gasolina a preços razoáveis, mas os americanos gostariam que
ela baixasse ainda mais, com o desenvolvimento de novas fontes de energia no
próprio país. Tempo ótimo na quase totalidade do tempo: sol, mas bastante
ameno.
Vejamos agora os custos obrigatórios
dessa viagem e uma comparação com o que seria gasto no Brasil. Não considero
hotel ou comida, pois são gastos arbitrários, ou seja, dependem de escolhas:
pode-se viajar em hotéis cinco estrelas, comendo em restaurantes sofisticados
toda vez, ou pode-se fazer, como estamos fazendo mais por imposição do perfil
americano de viagens do que por opção, ficar em hotéis três estrelas e fazer
lanche durante os percursos, o que reduz bastante os valores efetivamente
gastos.
Pois bem: pelos meus registros,
abasteci o carro com 130 galões de gasolina regular, a um custo médio de 3,64
dólares o galão, o que perfaz US$ 475,74 (ou, cerca de R$ 1.084,00, a um câmbio
de 2,28). Se fossemos traduzir isso para o Brasil, a um preço de 3,15 reais por
litro de gasolina, eu teria gasto R$ 1.500,00, ou praticamente 50% a mais.
Imagino que estando os preços defasados, por decisão política do governo,
poderia ser mais, mas mesmo nesse montante, estamos falando de um custo 50%
maior para viajar no Brasil do que nos EUA (sem mencionar os problemas nas
estradas, pedágios mais agressivos em certos lugares, bem como o exagero dos
preços nos chamados serviços non
tradables, que são justamente hotéis e restaurantes).
Falando agora da viagem, o que
poderia sintetizar: como sempre acontece, acabamos fazendo mais do que o
planejado, e em menor espaço de tempo: pelo meu planejamento inicial estaríamos
ainda, nesta terça-feira 9 de setembro, viajando de Portland a Tacoma, e isso
fizemos no domingo, tendo depois feito Seattle em um dia, em lugar dos dois
programados. Em conclusão, estamos adiantados três dias, pois só estaríamos
chegando a Vancouver na sexta-feira, dia 12 de setembro. Vamos ficar os três
dias programados nesta cidade, pois tem muita coisa para ver, e vamos também
descansar um pouco, e cuidar dos trabalhos. Eu preciso revisar um capítulo
inteiro de um livro em inglês, até o dia 15 próximo, para mandar ao meu amigo
Ted Goertzel, que quer publicar um livro coletivo sobre o Brasil e pediu uma
colaboração minha. Tenho também outros trabalhos na cabeça, em parte vinculados
ao processo político-eleitoral em curso no Brasil.
Agora é hora de começar a pensar na
volta: daqui não há mais marcha para oeste, a não ser que fôssemos para o
Alaska, de barco ou pelas estradas da Columbia Britânica, o que não é o caso.
Agora não vou ter mais o sol pela frente nos finais de tarde, apenas numa
pequena parte da manhã (e isso se sairmos cedo do hotel, o que quase nunca é o
caso, pois sempre ficamos trabalhando até tarde, pois também viajamos até quase
22hs em grandes etapas). Preciso retirar meu Guia Michelin Canadá do carro,
pois ele tem muitas páginas dedicadas a Vancouver.
Amanhã começam verdadeiramente as
visitas, que antecipamos bastante agradáveis, tanto pela ordem britânica,
simpatia canadense, limpeza suíça e povo muito alegre e colorido (com todo
aquele pessoal pintado, grafitado, perfurado que anda por aí...). Abaixo, mais
uma vez, os links das postagens anteriores...
Paulo
Roberto de Almeida
Portland,
9 de setembro de 2014
0) Crossing the Empire (0): segunda viagem
através dos EUA: 12,6 mil km em 30 dias: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/crossing-empire-segunda-viagem-atraves.html
1) Across the Empire (1) First day: boring roads, sempre mais do que o
planejado...: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/across-empire-1-first-day-boring-roads.html
2) Across the Empire (2) Second day: only the road, no more than the
road...: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/across-empire-2-second-day-only-road-no.html
3) Across the Empire (3): Des Moines, Omaha e o caminho dos pioneiros...: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-3-des-moines-omaha-e-o.html
4) Across the Empire (4): de North Platte, Nebraska, a Denver, Colorado: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-4-de-north-platte.html
5) Across the Empire (5): em Denver, num jardim botânico de vidro (Chihuly):
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-5-em-denver-num-jardim.html).
6) Across the Empire (6): Leituras no Colorado: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-6-leituras-no-colorado.html
7) Across the Empire (7): de Denver a Cody, leituras no velho Oeste: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-7-leituras-no-velho-oeste.html
8) Across the Empire (8): tinha um Yellowstone no caminho: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-8-tinha-um-yellowstone-no.html
9) Across the Empire (9): de Twin Falls a Portland, pelo Oregon Trail: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-9-de-twin-falls-portland.html
10) Across the Empire (10): em Portland, buscando cultura: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-10-em-portland-buscando.html
11) Across the Empire (11): de Portland, OR, a Tacoma, WA: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/09/across-empire-11-de-portland-or-tacoma.html
12) Across the Empire (12): de novo com Chihuly, desta vez em
Seattle: http://diplomatizzando.blogspot.ca/2014/09/across-empire-12-de-novo-com-chihuly.html
13) Across the Empire (13): em Vancouver, fazendo o balanço da metade
do caminho: http://diplomatizzando.blogspot.ca/2014/09/across-empire-2014-13-em-vancouver.html
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