Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Revista Brasileira de Política Internacional: um projeto pedagogico - Antonio Carlos Lessa
Antônio Carlos Lessa
Mundorama, 9/12/2014
A equipe da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI vem investindo ao longo dos últimos anos no desenvolvimento de novas formas de comunicação e de divulgação das suas edições, mas também de eventos e de notícias relacionadas com os ciclos editoriais do veículo. Nesse sentido, tanto o site do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais – IBRI (que publica a Revista desde 1958) quanto os seus perfis nas redes sociais tem repercutido intensamente os artigos veiculados, press releases, chamadas para contribuições, perfis, e também entrevistas realizadas com os autores de alguns dos trabalhos publicados.
Na preparação do lançamento da edição especial “China rising – strategies and tactics of China’s growing presence in the world”, o Editor da RBPI apresentou ao time de estudantes que compõe o Programa de Educação Tutorial do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília o desafio da produção da série de entrevistas que foi publicada entre outubro e novembro do corrente ano.
O PET-REL funciona desde o final dos anos noventa e foi o primeiro programa dessa natureza na área de Relações Internacionais no Brasil. O Programa de Educação Tutorial é uma iniciativa do Ministério da Educação que tem por objetivo propiciar a uma seleção de alunos, em geral com rendimento acadêmico destacado e com potencial para o desenvolvimento de estudos avançados, formação complementar que levem ao seu aperfeiçoamento acadêmico, na forma de atividades extracurriculares coordenadas por um professor tutor. Funciona no PET-REL já há alguns anos o Laboratório de Análise de Relações Internacionais, no qual os participantes são levados a construir análises de conjuntura sobre temas da agenda internacional contemporânea.
O exercício proposto pela Editoria da RBPI não era trivial: pressupunha a leitura crítica dos artigos selecionados, a eventual consulta a fontes e recursos de informação adicionais, o estudo dos perfis dos autores, a contextualização do trabalho escrito na literatura da área, a elaboração de roteiros e de perguntas originais, bem redigidas e sequenciadas e, finalmente, a realização das entrevistas.
Sob a orientação do tutor do PET-REL, Alcides Costa Vaz, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, a equipe de estudantes se entregou a esse trabalho com dedicação. Foram produzidas doze entrevistas, cobrindo boa parte dos trabalhos publicados na edição especial da RBPI (que publicou quinze artigos inéditos – a edição especial pode ser lida aqui). As entrevistas foram publicadas no site do IBRI (seção Foco no Autor), no Boletim Mundorama e no Blog Scielo em Perspectiva – Humanas.
Os resultados desse esforço, podem ser acessados abaixo:
The international implications of the Chinese model of development in the Global South: Asian Consensus as a network power`an interview with the authors – Veja a entrevista concedida a Gabriela Araújo;
“China’s Proposing Behavior in Global Governance: the Cases of the WTO Doha Round Negotiation and G-20 Process”, an interview with Hongsong Liu – Veja aentrevista concedida a Bruno Basílio Rissi;
“Chinese and Brazilian Ideas and Involvement in Sub-Saharan Africa”, interview with the authors – Veja a entrevista concedida a Mariana Barros Nóbrega Gomes;
“The role of China in the Greater Mekong Sub-region”, an interview with Truong-Minh Vu – Veja a entrevista concedida a Banvasten Araújo;
“The tale of a Trojan horse or the quest for market access? China and the WTO”, an interview with Sven Van Kerckhoven – Veja a entrevista concedida a Laís Bueno Sachs;
“Chinese energy policy progress and challenges, 2006 – 2013”, an interview with Larissa Basso – Veja a entrevista concedida a André Vicente Pintor;
“Macau in China’s relations with the lusophone world”, an interview with Carmen Mendes – Veja a entrevista concedida a Vanbasten Noronha;
“Peaceful Rise and the Limits of Chinese Exceptionalism”, an interview with Raquel Vaz-Pinto – Veja a entrevista concedida a Joana Soares;
“The role of rhetoric in constructing China-Africa relations”, an interview with Lucy J. Corkin – Veja a entrevista concedida a Isabela Ottoni Penna do Nascimento;
Interview about the article “Chinese engagement for Global Governance: aiming for a better room at the table”, with Henrique Altemani – Veja aentrevista concedida a Pedro Simão Mendes;
Interview about “Japan and India: soft balancing as a reaction to China’s rise?”, with Wellington Amorim & Antonio Lucena – Veja a entrevista concedida a Rafael Monteiro Manechini;
Interview about “Swords into Ploughshares? China’s Soft Power Strategy in Southeast Asia and Its Challenges”, an interview with Tung-Chieh Tsai – Veja aentrevista concedida a Mila Pereira Campbell.
Antônio Carlos Lessa é professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília - iREL-UnB e editor da Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI
Ah, esse capitalismo financeiro predatorio: de olho nos nossos pobres...
Mas, como os companheiros no poder estão sempre alertas, e detestam os estadunidenses, sobre o fato de que eles pretendem manter o mercado fechado, para um pequeno grupo de monopolistas nacionais -- que os financiam generosamente -- eles não vão permitir a entrada no país de concorrência predatória, que de resto não pagaria pedágio para eles como fazem os nossos bons capitalistas nacionais.
A matéria foi publicada no principal órgão do capitalismo financeiro monopolista internacional, o boletim diário de American Banker.
Paulo Roberto de Almeida
Brazil Is the Country to Watch for Mobile Payments
The fact that the uptake of mobile financial services is finally experiencing a global surge is no longer under debate, however some regions are more equipped to rollout widespread engagement initiatives than others.
Enter Latin America, where countries like Peru, Costa Rica, Mexico and Brazil are all taking measures to ensure the interoperability of their payments systems by leveraging the mobile device as a means of reducing the heavy reliance on cash.
As a BRIC country, Brazil is one of the fastest growing payments markets in the world, with the most developed card market in Latin America and boasting 70% of the total ecommerce transactions in the region.
While the government has been actively involved in financial inclusion initiatives, there is still a high population of unbanked consumers at 65 million adults. According to Mercator Advisory Group, more than 40% of the country's population is currently under the age of 24 and it has the sixth largest population in the world. Though still technically falling under the developing country status, this combination of factors, twinned with a growing economy and relatively new technology infrastructure, makes Brazil an exciting contender in the payments market.
There are more mobile phones in Brazil than people, with 272.4 million subscriptions amongst a population of 199 million (Anatel/Teleco) making it the fourth largest mobile market in the world (GSMA). Despite the extensive mobile device penetration and substantial unbanked population, mobile payments have been relatively slow to catch on.
This is all set to change in the next couple of years. While the payments landscape has been likened to that of Kenya pre-MPesa, Brazil has a set of unique qualities that could lead to it taking the mantle in leading the mobile banking space.
Aside from a young, tech savvy population and increasingly favorable economic conditions, Brazil also boasts new regulations that encourage competition within the mobile payments space (for both mobile providers and payment services providers); creating a system of interoperability with the fees and commissions carefully overseen by the Central Bank. Add to the equation that smartphones outsold feature phones for the first time in 2013, and that Visa is pushing contactless technology for the 2016 Olympic games, and Brazil is looking set to take a very different route into the widespread adoption of mobile payments than Kenya.
The smartphone route into mobile adoption will undoubtedly see a slower penetration rate than the path of feature phones, as it is a much more costly initiative and will rely on merchant uptake. However, there has been a heavy emphasis on NFC and contactless in the region, with the rollout of numerous pilot projects and this is set to continue.
This ongoing concerted effort between different players in the mobile payments space to make the infrastructure primed for large scale consumer acceptance means that the future of payments in Brazil could be much more weighted towards the mobile than any other payment method. When it comes to mobile, it is not a question of if, but when, and Brazil is undoubtedly the country to watch.
Bethan Cowper is head of international marketing for Compass Plus. This article is online at paymentssource.com.
Meridiano 47: relacao de artigos publicados por Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Livros sobre Politica Externa brasileira: Matias Spektor e Oliver Stuenkel
18 Dias: Quando Lula e FHC se uniram para conquistar o apoio de Bush
Matias Spektor
288 páginas | 16cm x 23cm | Brochura
Livro físico | ISBN 978-85-3900-581-9| R$36,90
EBook | ISBN 978-85-3900-601-4 | R$23,66
18 dias é a história por trás da ofensiva diplomática de Lula e FHC para quebrar a resistência do governo norte-americano ao PT nas eleições de 2002. O livro revela uma faceta desconhecida dos bastidores do poder: o papel da política externa durante uma troca de comando no Palácio do Planalto.
India-Brazil-South Africa Dialogue Forum (IBSA): The Rise of the Global South
Oliver Stuenkel
198 páginas | 5in x 8 in | Brochura
Capa dura | ISBN 978-11-3878-908-1|$128,25
Um volume da série Global Institutions
Este livro oferece a mais completa síntese das origens e trajetória do foro que veio a marcar uma década de coalizões Sul-Sul. Em linguagem clara, analisa criticamente o impacto do grupo no ordenamento global.
Book review: a historia documental do Comintern, 1933-1943
O Comintern, ou Internacional Comunista, também chamado de Terceira Internacional -- para distingui-lo da Internacional dos Trabalhadores, de cuja fundação Marx participou, e da Segunda Internacional, de partidos social-democratas, que sempre foi considerada reformista e renegada pelos comunistas da era leninista e stalinista -- foi fundado por Lênin, para promover a causa revolucionário em todo o mundo e não deixar a Rússia isolada, como ela de fato ficou, depois da derrota de tentativas revolucioárias em países da Europa ou mesmo em outros continentes.
Houve -- talvez ainda exista -- uma Quarta Internacional, uma tentativa trotsquista de manter os princípios revolucionários, quando já estava claro que Stalin usava o Comintern, e todos os partidos comunistas -- cujo segundo título era "seção (nacional) da Internacional Comunista" -- para os seus próprios objetivos, os da diplomacia soviética e os interesses nacionais da URSS dirigida com mão de ferro por ele.
O Comintern, como dito neste livro, cometeu muitos erros, tanto por incompetência dos dirigentes e agentes, quanto por que os objetivos de Moscou tinham pouco a ver com as realdiades locais.
No caso do Brasil, foi patético, e tem um livro de William Waack dedicado ao tema do comando moscovita sobre o Partido Comunista do Brasil (sim, até 1961-2, quando ele adota o Brasileiro, gerando já a dissidência maoista), assim como vários outros sobre a intentona comunista de novembro de 1935, inteiramente devida ao Comintern e à estupidez de Luiz Carlos Prestes.
A seleção operada no livro deve tratar pouco desses outros casos, extra-europeus, do trabalho da IC, mas vou buscar o livro para ver.
Paulo Roberto de Almeida