O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Incompetencia gerencial como motivo de impeachment: o Paraguai ganha do Brasil

Pois é, os paraguaios são mais felizes do que os brasileiros: eles podem afastar os dirigentes por simples incompetência, nem precisa de provas documentais, bastando que dois terços dos Senadores estejam disso convencidos. Foi o que aconteceu com certo bispo prolífico (não por isso).
Acredito que no domingo 15 de março haverá muitos brasileiros convencidos dessa incompetência, e outros infelizes por razões econômicas e horrorizados com o festival de bandalheiras patrocinadas pelos mafiosos do poder.
Vamos ver.
Paulo Roberto de Almeida
Brasil corre risco de um confronto popular
Pela primeira vez os analistas começam a se preocupar com a possibilidade de que o país entre num círculo de confronto popular, que pode deixá-lo mais parecido com o que acontece na Venezuela e na Argentina. Basta que o lulopetismo prossiga na sua tentativa de dividir o país e amordaçar a imprensa. A propósito, leiam o interessante artigo do jornalista espanhol Juan Arias, do jornal El País, reproduzida abaixo. Melhor, diz ele, um impeachment do que a "tentação antidemocrática":

O Brasil, em vez de se dividir, sempre se uniu no passado para defender as grandes batalhas democráticas. Foi assim nas manifestações de massa das “Diretas Já”, para pedir a volta do direito ao voto popular, e quando, juntos, os brasileiros saíram às ruas, vestidos de preto, para exigir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. O país nunca teve comichão pelo confronto popular.
Carnaval deste ano está sendo outra prova desse gosto dos brasileiros pela aglomeração na rua, tanto nos momentos de dor quanto nos de alegria e prazer. Milhões de pessoas de todas as classes sociais, de Norte a Sul do país, desfilaram pacificamente em milhares de blocos de todas as idades e ideias políticas para se divertir em paz.
Mas pela primeira vez os analistas começam a se preocupar com a possibilidade de que o país entre, por motivos políticos e para reagir à corrupção e à crise econômica e de desencanto com a política, num círculo de confronto popular que pode deixá-lo mais parecido com a Argentina ou com a Venezuela que com sua própria história.
No Brasil começam a ressoar dois gritos preocupantes: o de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, recém-eleita nas urnas, e o de uma possível guerra civil, não sangrenta, mas de consequências difíceis de medir, em que os cidadãos poderiam acabar se enfrentando nas ruas, pela primeira vez não unidos em defesa de uma causa comum, mas com ruídos de “guerra”.
Já foi explicado pelos especialistas em direito que o pedido de impeachment não é nenhum golpe contra a democracia, já que está previsto na Constituição e pode ser solicitado por qualquer cidadão que acredite que haja motivos para isso.
Difícil saber o eco popular que poderão ter as manifestações convocadas em caráter nacional para 15 de março, para pedir a saída do Governo da presidenta Dilma Rousseff. O que é indiscutível é que, diante da corrupção e da crise econômica, cresce o descontentamento popular, até nas pessoas menos favorecidas, as da classe C, que até ontem eram o fiel baluarte do governo do PT e hoje começam a se distanciar dele, como se depreende da última pesquisa do Datafolha.
Depor de seu cargo um presidente, ainda que isso carregue sempre um certo drama, supõe passar pelos procedimentos jurídicos previstos na Constituição, com severo controle pelo Congresso: o impeachment precisa ter dois terços dos votos na Câmara e no Senado.
Tal pedido, inclusive bradado nas ruas pelos brasileiros descontentes com o governo, como um dia fez o PT ao pedir, na oposição, a saída do então presidente Fernando Henrique Cardoso, não deveria ser motivo de preocupação em termos democráticos.
O que hoje começa a dar medo é que algumas forças políticas, tentadas pelo demônio da perpetuação no poder a qualquer preço, em vez de buscar meios de sair da crise, possam acabar dividindo o país, como já acontece na Argentina e na Venezuela, com impulsos, como naqueles países, de amordaçar a informação livre.
Um pedido de impeachment pressupõe um exercício democrático, no qual os eleitores acreditem que o governante vitorioso e democraticamente eleito nas urnas tenha se tornado indigno de continuar no poder. Nada mais.
Ao contrário, um confronto que dividisse o país em dois grupos irreconciliáveis, já sem distinguir quem fosse governo ou oposição, poderia criar a tentação à violência, que não se sabe ao que poderia levar.
Esse tipo de confronto civil, que torna irreconciliáveis as duas partes em conflito e acaba dividindo salomonicamente um país, dificulta desde seu nascimento qualquer solução democrática, porque em vez de diálogo e racionalidade, reina a paixão, cultivada mais com o fígado que com o cérebro.
Nada pior neste momento, por exemplo, que uma parte do partido do Governo querer empurrar as ruas usando seus sindicatos e movimento sociais contra as medidas de austeridades defendidas por seu próprio Governo para tirar o país da crise.
A reação do Governo frente a um pedido de impeachment da presidenta Rousseff deve ser apresentar fatos que mostrem que não há motivo para isso. Tudo, é claro, à luz do Sol, aceitando os resultados das legítimas investigações, sem tentar domesticá-las nem manipulá-las.
Sempre se disse que é a verdade que nos torna livres. E são os fatos, revelados por meio das instituições livres do Estado, nesse caso das forças policiais e dos tribunais de Justiça, os melhores defensores da legalidade.
Todo o resto, como os fatos “tenebrosos” insinuados pelo juiz Sergio Moro na operação Lava Jato, praticados com a expectativa de impunidade nas sombras dos esgotos do submundo do poder, são o melhor caldo de cultura para que se forme no país um clima de dissimulada violência e divisão dos cidadãos.
Seria o pior dos remédios para que o Brasil saísse da crise econômica e política que vive.
A força do Brasil, invejada em vários continentes pelos países que sofrem com a tentação de rasgos nacionalistas ou ideológicos, sempre foi sua unidade nacional, apesar de suas imensas diferenças geográficas e culturais.
Querer hoje ignorar os novos ventos da busca por formas mais participativas do poder para perpetuar a velha política patrimonialista poderia acabar esgarçando um país que sempre se orgulhou de sua união.
Melhor, em caso extremo, um impeachment, se necessário e constitucional, que qualquer outra tentação antidemocrática, mesmo que possa ser disfarçada como defesa dos direitos dos mais pobres.
A verdadeira democracia exige que até aos mais necessitados e indefesos seja dada a liberdade de escolher como e por quem querem ser defendidos, porque a História ensina o quão perigosa é a força desses excluídos quando descobrem que estão sendo enganados ou manipulados pelos malabarismos do poder.

MegaHiperSuperCorrupcao Petralha: O Antagonista destampa a Caixa Preta Companheira

Duas postagens, sobre o mesmo assunto, que têm ambas a ver com fantasmas, mas estes são de carne e osso, e com contas secretas, e fedorentas.
Quando se constatam coisas assim, a gente descobre que certas associações para delinquir tupiniquins superaram amplamente a máfia siciliana e todas as outras organizações italianas juntas.
Acho que daria um belo filme de um Francesco Rosi nacional. Pena que não exista...
Paulo Roberto de Almeida

A caixa-preta (I)

A empreiteira Schahin está enrolada na Lava Jato.
Segundo Pedro Barusco, ela deu aproximadamente 2,5 milhões de reais ao PT, através de seu operador, Mario Goes, que está preso.
Na semana passada, a Istoé publicou que o banco Schahin, que pertence ao mesmo grupo da empreiteira, emprestou 12 milhões de reais a José Carlos Bumlai, o pecuarista amigo de Lula. O empréstimo suspeito constava de um documento do Banco Central e confirmava a denúncia de Marcos Valério de que Bumlai intermediara um pagamento a Ronan Maria Pinto, o empresário de Santo André que chantageava Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho.
O Antagonista teve acesso àquele mesmo documento do Banco Central e, cruzando uma série de dados, descobriu dois fatos que podem ajudar a esclarecer alguns dos maiores mistérios dos esquemas de financiamento clandestino do petismo.
O primeiro é mais simples e pode ser imediatamente investigado pelos procuradores da Lava Jato. O segundo é muito mais intricado e perigoso, porque envolve a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e fica para o texto sucessivo.
Vamos lá.
O banco Schahin fez dois empréstimos - questionados pelo Banco Central - a uma certa Florida S.A. O primeiro, em 27/3/2003, de 12,8 milhões de reais, e o segundo, em 27/4/2004, de 8,3 milhões de reais.
A Florida S.A. foi acusada de fazer parte da rede da doleira Nelma Kodama, que se associou a Alberto Youssef. E fazia negócios com a corretora Planner, usada pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para administrar o dinheiro da Bancoop.
O banco Schahin é a caixa-preta do PT? Leia o próximo texto.

A caixa-preta (II)
Brasil 17.02.2015 

O depoimento de Pedro Barusco aos investigadores da Lava Jato tinha uma frase sobre o tesoureiro do PT que não fazia muito sentido. A partir de agora, isso deve mudar.
Pedro Barusco disse que procurou João Vaccari Neto porque sabia de sua boa relação com o grupo Schahin. Qual relação? Por que? Desde quando?
O documento do Banco Central que questiona os empréstimos suspeitos do banco Schahin pode fornecer uma resposta a essas perguntas.
Entre 2002 e 2005, o banco Schahin fez dez empréstimos irregulares às empresas Cliba e Dados Empreendimentos, num total de 48,8 milhões de reais. O dono dessas empresas era Romero Teixeira Niquini, que se tornou sócio do concunhado de Ronan Maria Pinto, de Santo André, e faturou uma fortuna em contratos com as prefeituras do PT.
A Folha de S. Paulo, em 2002, publicou a seguinte reportagem sobre ele, já então desconfiando que se tratasse da principal fonte pagadora do petismo:
"O empresário de transportes Romero Teixeira Niquini herdou, em seis meses, quase R$ 70 milhões em contratos para serviços de limpeza em duas capitais administradas pelo PT. O presidente de empresas de seu grupo é Willian Ali Chaim, ex-tesoureiro da campanha a deputado federal de Rui Falcão, secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, e ex-assessor do presidente nacional do PT, deputado José Dirceu. Os contratos de Niquini com as prefeituras petistas estão sob a mira do Ministério Público e de vereadores, que desconfiam de um suposto beneficiamento a empresas de lixo e de transporte. O promotor Fernando Capez acredita que "há claramente um esquema para beneficiar essas empresas nos municípios administrados pelo partido".
A Folha de S. Paulo publicou também, no mesmo período, uma reportagem sobre o crescimento de suas empresas de ônibus nas prefeituras petistas de Santo André e São Paulo:
"Romero Teixeira Niquini substituiu Baltazar José de Souza, de quem comprou a Viação Iguatemi - cujo nome foi alterado para Expresso Urbano São Judas Tadeu. A empresa tinha como sócios o próprio Baltazar, concunhado de Ronan Maria Pinto, e Ozias Vaz, sócio de Ronan. Em agosto de 1999, Niquini comprou outra empresa de Baltazar, a Viação Santo Expedito, por R$ 1,8 milhão. Com as aquisições, ele passou a ser o segundo maior empresário de ônibus na cidade, com 900 veículos - cerca de 10% da frota paulistana".
As suspeitas de pagamento de propina ao PT por parte de empresas de transporte e limpeza - e que dizem respeito tanto à campanha de Lula, em 2002, quanto ao assassinato de Celso Daniel - nunca foram provadas judicialmente porque ninguém conhecia o caminho do dinheiro. Agora a Lava Jato pode resolver o enigma, a partir do documento do Banco Central.
As relações entre o grupo Schahin e o PT não são apenas boas - elas são uma chave para abrir a caixa-preta do partido.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O comercio do acucar: livro de Daniel Strum - Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica (disponivel ebook)

O livro resulta de iniciativa da Odebrecht de preservação da memória histórica de nosso país, e está disponível em formato ebook.
Parabéns ao autor.
Paulo Roberto de Almeida

Ebooks do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica

O primeiro livro disponível é O Comércio do Açúcar, de Daniel Strum, disponível nas versões inglês e português. O eBook está em formato ePub, que é compatível com quase todos os leitores e tablets disponíveis no mercado. Caso queira ler em seu próprio computador ou converter para um formato diferente, sugerimos o programa Calibre.

 

O Comércio do Açúcar: Brasil, Portugal e Países Baixos (1595 - 1630)

The Sugar Trade: Brazil, Portugal, and the Netherlands (1595-1630)

 O livro oferece uma visão panorâmica do comércio do açúcar entre Amsterdã, o Porto, Pernambuco e Bahia na sua época áurea, entre 1595 e 1630, mostrando como se dava o funcionamento internacional desse comércio naquela época, bem como os desafios e riscos que navegadores e comerciantes enfrentavam. Com riquíssima iconografia, mapas e imagens inéditas no Brasil, o livro mostra como a produção do açúcar transformou o espaço brasileiro, nos séculos XV e XVI, de modo dramático e indelével.

Versão em Português

English version

21/01/2015
Elogios ao Açúcar

O já premiado livro de Daniel Strum, “O Comércio do Açúcar”, lançado em 2012 com patrocínio do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica, recebeu mais uma resenha elogiosa, desta vez do conceituado periódico The American Historical Review, membro da Oxford Journals.
Thomas D. Rogers, o pesquisador a quem coube a tarefa de destrinchar o livro de Strum, elogia não só a estrutura e o detalhamento da obra, mas também a qualidade de suas imagens, enfatizando que o livro recompensa o leitor com seu primor visual, fazendo valer seus mais de quatro quilos de peso.
Rogers comenta ainda a astúcia de Strum em focar mais na história do comércio e das inter-relações entre os mercadores do que na história específica dos países envolvidos no comércio. É possível ler um trecho da resenha no site do periódico.

O Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica e o Prêmio Jabuti
Foi anunciado no último dia 17 de outubro de 2014 o resultado do 55º Prêmio Jabuti de Literatura, e é o nosso prazer informar que o livro O Comércio do Açúcar – Brasil, Portugal e Países Baixos (1595-1630), de Daniel Strum, com design gráfico de Eduardo Vilas Boas, ficou em 2º lugar na categoria Projeto Gráfico. O láureo reafirma a vocação artística dos livros realizados pelo Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica que, ao longo de 10 anos, já receberam cinco Jabutis.
O primeiro veio em 2009, quando o livro A História do Brazil de Frei Vicente do Salvador, registro do projeto da professora Maria Leda Oliveira, com design gráfico de Karyn Mathuiy, foi laureado com o 2º lugar na categoria projeto gráfico. Apenas um ano depois, o livro Igreja e convento de São Francisco da Bahia, com design de Carina Flexor e Renata Kalid, ficou com o 1º lugar na mesma categoria. Já em 2011, foi o livro que consolidou a pesquisa de Ademir Pereira dos Santos, Theodoro Sampaio – nos sertões e na cidade, também com design de Karyn Mathuiy, que fico em 1º lugar na categoria projeto gráfico e em 3º lugar na categoria arquitetura e urbanismo.
Todo esse reconhecimento é reflexo não apenas do excelente trabalho realizado pelos designers gráficos, mas também da dedicação de uma grande e coesa equipe que trabalha durante o ano todo na coordenação do Prêmio. Ao lado é possível apreciar um pouco do trabalho que rendeu esses Jabutis.

Quer acabar com a pobreza? Educacao, emprego e casamento - Brookings

Sem educação, sem qualificação para o mercado de trabalho (e portanto sem emprego),  filhos de mãe solteira, ou famílias fragmentadas são as receitas inversas para a perpetuação (intergeracional) da pobreza. Simples assim.
Ou se pretende manter um exército de assistidos por mais de uma geração, como já está ocorrendo no Brasil, em que jovens que já estavam no Bolsa Família começam a ter filhos também dependentes da assistência pública.
Paulo Roberto de Almeida

Challenges Facing Low-Income Individuals and Families
Thanks for inviting me to testify on the important topic of challenges facing low-income families. It is an honor to testify before the Human Resources Subcommittee. I applaud your purposes and hope that I can help the Subcommittee members understand our current circumstances regarding work, benefits, and poverty by single mothers a little better.
For well over a decade, my Brookings colleague Isabel Sawhill, a Democrat and former member of the Clinton administration, and I have been analyzing data and writing about the factors that influence both poverty rates and economic mobility.[i] We long ago concluded that education, work, and marriage are major keys to reducing poverty and increasing economic opportunity. We also emphasize the role of personal responsibility in all three of these vital components of building a path to the American Dream. But government programs to help low-income American parents escape poverty and build opportunity for themselves and their children are also important.
In today’s hearing, the Subcommittee is taking testimony about marriage and work, two of these three keys to reducing poverty and increasing opportunity. Brad Wilcox from the University of Virginia will discuss the decline of married-couple families, the explosion of births outside marriage, and the consequent increase in the number of the nation’s children being reared by single (and often never-married) mothers. The increase in the proportion of children in female-headed families contributes to substantial increases in poverty by virtue of the fact that poverty rates in female-headed families are four to five times as great as poverty rates in married-couple families.[ii] If the share of the nation’s children in female-headed families continues to increase as it has been doing for four decades, policies to reduce poverty will be fighting an uphill battle because the rising rates of single-parent families will exert strong upward pressure on the poverty rate.[iii] But perhaps of even greater consequence, children reared in single-parent families are more likely to drop out of school, more likely to be arrested, less likely to go to college, more likely to be involved in a nonmarital birth, and more likely to be idle (not in school, not employed) than children from married-couple families.[iv] In this way, a disproportionate number of children from single-parent families carry poverty into the next generation and thereby minimize intergenerational mobility.
So far public and nongovernmental programs have not been able to reverse falling marriage rates or rising nonmarital birth rates, but there is a lot we have done and can do to increase work rates, especially the work rates of low-income mothers. The goal of my testimony today is to explain the government policies that have been adopted in recent decades to increase work rates and subsidize earnings, which in turn have led to substantial declines in poverty.
I make two points and a small number of recommendations. The first point is that the employment of low-income single mothers has increased over the two decades, in large part because of work requirements in federal programs, especially Temporary Assistance for Needy Families (TANF). The recessions of 2001 and 2007-2009 caused the employment rate of single mothers to fall (as well as nearly every other demographic group), but after both recessions work rates began to rise again.
The second point is that the work-based safety net is an effective way to boost the income of working families with children that would be poor without the work supports. In my view, this combination of work requirements and work supports is the most successful approach the nation has yet developed to fight poverty in single-parent families with children. Here’s the essence of the policy approach: first, encourage or cajole single mothers to work by establishing work requirements in federal welfare programs; second, subsidize the earnings of low-income workers, both to increase their work incentive and to help them escape poverty. The primary work-based safety-net programs are the Earned Income Tax Credit (EITC), the Additional Child Tax Credit, the Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP), child care, and Medicaid.


[i] Ron Haskins and Isabel Sawhill, Work and Marriage: The Way to End Poverty and Welfare (Washington: Brookings Institution, 2003); Haskins and Sawhill, Creating an Opportunity Society (Washington: Brookings Institution Press, 2009)
[ii] Ron Haskins, “The Family is Here to Stay,” Future of Children 25, no. 2 (forthcoming); Kaye Hymowitz, Jason S. Carroll, W. Bradford Wilcox, and Kelleen Kaye, Knot Yet: The Benefits and Costs of Delayed Marriage in America (Charlottesville, VA: The National Marriage Project at the University of Virginia, The National Campaign to Prevent Teen and Unplanned Pregnancy, and The Relate Institute, 2013). For an explanation of the central role of family structure in the continuing black-white income gap, see Deirdra Bloome, “Racial Inequality Trends and the Intergenerational Persistence of Income and Family Structure,” American Sociological Review 79 (December 2014): 1196-1225.
[iii] Maria Cancian and Ron Haskins, “Changes in Family Composition: Implications for Income, Poverty, and Public Policy,” ANNALS of the American Academy of Political and Social Science 654 (2014): 31-47.
[iv] Sara McLanahan, Laura Tach, and Daniel Schneider, “The Causal Effect of Father Absence,” Annual Review of Sociology 29 (2013): 399-427.

Venezuela: outra piada chavista, mas sem qualquer graca, desta vez

E o ditador ainda quer que as empresas espanholas, que devem estar perdendo dinheiro na Venezuela, ainda paguem por uma exposição, certamente sem nenhuma graça, sobre os (in)sucessos chavistas.
Paulo Roberto de Almeida
Maduro anuncia una exposición en Madrid de los “logros” chavistas

El presidente venezolano, Nicolás Maduro, anunció su intención de celebrar en Madrid, del 1 al 3 de marzo próximos, lo que llamó Expo Venezuela, una exhibición de “los logros sociales” del chavismo pensada para el público español con el fin de “demoler en vivo y en directo las mentiras allá de la derecha franquista”. Maduro ordenó el pasado sábado por la noche la realización del evento durante una transmisión radiotelevisiva por cadena nacional (en todas las emisoras).

El plan está concebido como una refutación a la “campaña”, dijo, que la prensa española estaría desplegando, a su entender, para atacar al chavismo. Convocó a participar a “nuestros mejores artistas para cantar, a nuestros dramaturgos, a mostrar nuestro cine”, en el evento, al que ve como una réplica mejorada de Fitven, el festival turístico que anualmente organiza el Estado venezolano. “Que [los españoles] vean que aquí editamos más de 5.000 títulos y casi 20 millones de libros por año que se entregan gratis, que construimos 700.000 viviendas en apenas tres años y que este año vamos a entregar otras 400.000”.

Maduro no concretó dónde se celebraría la exposición, ni cuán adelantados están los preparativos. En cambio, sí reveló de dónde espera obtener la financiación: instruyó a su canciller, Delcy Rodríguez, a reunirse con los ejecutivos de las empresas españolas que hacen negocios en Venezuela para “obtener su apoyo”.

Venezuela: mejor reirse, que huir de la realidad: humor antichavista, rancor chavista

Depois do fascismo islâmico, também o fascismo bolivariano ataca os cartunistas.
Fascistas e autoritários em geral (petistas inclusive) são mal-humorados, além de detestarem charges, caricaturas e humoristas. Riso não é com eles. Nicolás Maduro, o tiranete que desgraça a Venezuela, ficou indignado com uma caricatura publicada pela revista Semana, da Colômbia, de autoria de Vladdo (acima reproduzida). A notícia é da CNN em espanhol:


Una caricatura publicada en la revista Semana de Colombia desató la indignación del presidente de Venezuela, Nicolás Maduro.

Un dibujo del escudo de ese país realizado por el caricaturista Vladimir Flórez, Vladdo, para criticar la situación política y económica de Venezuela fue calificado por Maduro como una “campaña mediática de manipulación, odio y mentiras contra Venezuela”.

Maduro mostró el sábado en cadena nacional el ejemplar de Semana de hace tres semanas, con la caricatura de Vladdo en la que el escudo aparece con los símbolos lánguidos: un caballo desnutrido, cornucopias vacías, armas menguadas y ramilletes secos.

“Aquí está el escudo de Venezuela en la campaña que desde Bogotá se desarrolla en todos los medios”, dijo Maduro.

“Repudio la campaña que hay en Colombia contra Venezuela, y contra Nicolás Maduro, presidente constitucional”, concluyó el mandatario.

Para Vladdo, Maduro solo busca distraer la atención sobre los problemas políticos y económicos de su país.“Lo que dijo son una serie de cosas que no dejan de ser graciosas y que serían muy divertidas sino fuera porque el presidente, en vez de estar resolviendo los problemas, que tiene Venezuela se dedique 10 minutos a hablar de una caricatura y a protestar por una supuesta conspiración de los medios colombianos en contra de él y de Venezuela, lo cual es un producto de su ficción y de ese síndrome de persecución que sufre”, dijo el caricaturista.

Durante su alocución, Maduro se dirigió al presidente colombiano Juan Manuel Santos, asegurando que no permitiría que medios de comunicación en Venezuela hablaran mal de Colombia o de su gobierno.

El Gobierno de Colombia no ha realizado ningún comentario sobre la polémica.

El director de Semana, Alejandro Santos, negó a CNN que exista un complot desde ese medio contra Maduro ni Venezuela.

Serei eu, algum dia, um bom quadro do Partido Comunista Chines? Ou do governo companheiro?

Carmen Lícia retirou este livro da biblioteca pública de West Hartford, onde vamos regularmente para ver as novidades  que aparecem no mercado editorial -- o que permite de economizar algo em torno de 35 dólares cada vez que aparece um lançamento importante -- e também para pegar material de interesse para leitura e pesquisa (estou com seis livros, atualmente, de duas bibliotecas locais).

O livro é o que a capa indica: um breviário sobre a China, de Animals, até Zhong Guo (não me perguntem o que é, ou quem é, pois ainda não cheguei lá.
Seus autores? Pai e filha: Winberg Chai, nascido em Shanghai, mas com PhD da New York University, editor de Asian Affairs; May-Lee Chai, estudou em Yale, etc.; mais sobre ele em seu blog: mayleechai.wordpress.com.

Não li todo o livro, mas dei uma olhada na entrada sobre o PCC, e fui ver se passaria no teste para ser um bom quadro, podendo até ser dirigente do PCC e da China (o primeiro é mais importante do que o segundo, pois o PCC está inclusive acima da Constituição, mas abaixo da corrupção...).

Chinese Communist Party (p. 41-44) (mas pode ser do governo companheiro também...)

Como ser um bom comunista e dirigente do partido, e aspirar a ser um  líder potencial?

1) os candidatos precisam ter educação superior
     Oba! Eu tenho.

2) Os candidatos precisam ter uma experiência variada de liderança, como ter trabalho em diversas regiões do país e em diferentes funções
     Também passo nessa: não só no país, como em várias partes do mundo, desde lavador de pratos até chefe de alguma coisa num desses ministérios vistosos; acho que dá...

3) Os candidatos precisam estar firmemente enfronhados e inseridos na ideologia corrente do partido,  devem ter se graduado numa das escolas de formação de quadros do partido.
     Bem, eu li o meu Marx, o Lênin (até o Stalin eu li), o Trotsky (mas acho que esse não serve), Ché Guevara, Fidel Castro, e outros por aí, até o Hobsbawm, que nunca abandonou a fé, mesmo depois que russos e chineses se converteram ao capitalismo, para todos os efeitos práticos. Só não fiz escola do partido, porque sempre achei uma coisa muito chata. Aliás, desde que entrei no colegial (antes da universidade), já não assistia mais aula nenhuma; arranjava um jeito de ter frequência e passava o tempo nas bibliotecas, lendo aquelas inutilidades justamente.
    Mas não sei se posso me considerar inserido na ideologia corrente do partido: eles são capitalistas, e isso eu acho que sou, ainda que da vertente anarco-capitalista, ou libertária (mas eles ainda vão chegar lá); mas eles também são totalitários, ainda que se digam democratas; pois eu fico com a democracia e rejeito o totalitarismo, mas isso é um detalhe que não convem mencionar para eles agora.

4) Os candidatos precisam ter passado com sucesso a avaliação do Comité de Disciplina do partido, uma instância separada e independente do partido (não acredito nesta última parte).
    Não, isso eu não fiz, embora eu tenha sido disciplinado algumas vezes pelo comitê de conformidade com os estatutos da Santa Casa, por escrever e publicar várias vezes coisas heterodoxas, digamos assim. Acho que melhorando um pouco o boletim, daria para passar...

5) Os candidatos precisam pertencer a uma das principais facções dentro do partido, como a Liga da Juventude do Partido, ou aos militares, por exemplo.
    Ah, aqui já fica difícil: como sou anarco-libertário, nunca pertenci a facção nenhuma, nem mesmo a dos leitores compulsivos, à qual eu pertenço automaticamente. Vou ter me inscrever na Liga da Juventude, talvez...

6) Os candidatos precisam ter menos de 65 anos de idade.
    Acho que conseguirei passar raspando se for rapidamente, e com um pouco de Biotônico Fontoura.

Finalmente, termina esse verbete edificante, "uma vez que o partido é autoritário, ele sim impede pessoas não educadas de se tornarem líderes, por mais populares que sejam." (p. 44)
    Taí, gostei dessa regra. Quer se líder do Partido, e dirigente do país?: estude, negão. Não pense que vai subir só fazendo discurso e enganando as pessoas.

Topei, acho que eu faria um bom quadro partidário na China (se eles me deixassem, claro), trabalhando diligentemente na construção do capitalismo e de uma sociedade próspera, e aproveitaria também para minar o partido como organização totalitária (uma parada), e para acabar com a corrupção (uma parada ainda maior).
Acho que o PCC pode até acabar, mas o que não vai acabar é a corrupção, na China, ou em outro partido que conhecemos bem, que tem a desvantagem de ter gente inepta, deseducada, sem experiência, e só corruptas.
Não está bem assim?
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 17/02/2015

PS: Zhong Guo é o nome da China em mandarim, fui ler agora...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Literatura de viagem - Henri Peyre (Encylopedia Britannica)


Travel and epistolary literature

Henri M. Peyre 

Encyclopedia Britannica

The literature of travel has declined in quality in the age when travel has become most common—the present. In this nonfictional prose form, the traveller himself has always counted for more than the places he visited, and in the past, he tended to be an adventurer or a connoisseur of art, of landscapes, or of strange customs who was also, occasionally, a writer of merit. The few travel books by ancient Greek geographers, such as Strabo and Pausanias of the 1st and 2nd centuries ad, are valuable as a storehouse of remarks on ancient people, places, and creeds. Travel writing of some literary significance appears in the late-13th-century writings of Marco Polo. Works of a similar vein appeared in the 17th century in the observations of Persia two French Huguenots, Jean-Baptiste Tavernier and Jean Chardin, whose writings were lauded by Goethe. Many books of documentary value were later written by English gentlemen on their grand tour of the Continent. The 18th-century Italian egotist Casanova and his more reliable and sharper compatriot Giuseppe Baretti (1719–89) also produced significant travel writings.
The form comprises many of the finest writings in prose during the Romantic age. Not only were the Romantics more alive to picturesqueness and quaintness but also they were in love with nature. They were eager to study local colours and climates and to depict them in the settings for their imaginative stories. Also, travel gave the Romantic writer the illusion of flight from his wearied self. The leisurely record of Goethe’s journey to Italy in 1786–88 counts more readers than most of his novels.Pismo russkogu puteshestvennika (1791–92; Eng. trans., Letters of a Russian Traveler, 1789–1790, 1957) by Nikolay Karamzin is one of the earliest documents in the development of Russian Romanticism. Ivan Goncharov (1812–91), the Russian novelist who stubbornly limited his fiction to his own geographical province, recorded in Frigate Pallas his experience of a tour around the world. Nowhere else in the whole range of literature is there anything comparable to Peterburg (1913–14), by a virtuoso of poetic style, Andrey Bely; it is a travel fantasy within a city that is both real and transfigured into a myth. Neither James Joyce’s Dublin nor Balzac’s Paris is as vividly recreated as the former Russian capital in Bely’s book. Other travel writers of note include the multinational Lafcadio Hearn (1850–1904), who interpreted Japan with sensitivity and insight. Earlier, two other Westerners wrote on Asia, the English historian Alexander W. Kinglake (1809–91), in Eothen (1844), and, more incisively, the French diplomat Joseph-Arthur, comte de Gobineau (1816–82); both blended a sense of the picturesqueness of the East with shrewdness in the interpretation of the people. One of the most thoughtful and, in spite of the author’s excessive self-assurance, most profound books on Asia is Das Reisetagebuch eines Philosophen (1919; Travel Diary of a Philosopher), by the German thinker Hermann Keyserling (1880–1946). With an insatiable interest in countries, Keyserling also interpreted the soul of South America and, less perceptively, analyzed the whole spectrum of European nations. Among the thousands of travel books on Italy, there are a few masterpieces of rapturous or humorous prose: in English, the writings ofD.H. Lawrence on Sardinia, on Etruscan Italy, and on the Italian character are more lucid and less strained than other of his prose cogitations. Venice, “man’s most beautiful artifact,” as Bernard Berenson called it, inspired Rousseau, Chateaubriand, Maurice Barrès, Anatole France, and hundreds of other Frenchmen to write some of their finest pages of prose. After World War I, there was a distinct yearning for new possibilities of salvation among war-ridden Europeans, dimly descried in Asia, in Russia, or in America, and travel literature assumed a metaphysical and semireligious significance. The mood of the writers who expressed this urge was somewhat Byronic; they were expert at poetizing the flight from their own selves.Blaise Cendrars (1887–1961) in his novel Emmène-moi au bout du monde (1956; “Take Me Away to the End of the World”), epitomizes the urge to seek adventures and a rediscovery of oneself through strange travels. The very theme of travel, of the protagonist being but a traveller on this earth, has been, from Homer’s Odysseyonward, one of the most laden with magical, and symbolical, associations in literature. Countless authors have played moving and delicate variations on it.
Of all the branches of nonfictional prose, none is less amenable to critical definition and categorization than letter writing. The instructions of the ancient grammarians, which were repeated a thousand times afterward in manuals purporting to teach how to write a letter, can be reduced to a few very general platitudes: be natural and appear spontaneous but not garrulous and verbose; avoid dryness and declamatory pomp; appear neither unconcerned nor effusive; express emotion without lapsing into sentimentality; avoid pedantry on the one hand and banter and levity on the other. Letters vary too much in content, however, for generalizations to be valid to all types. What is moving in a love letter might sound indiscreet in a letter of friendship; an analysis of the self may fascinate some readers, while others prefer anecdotes and scandal. La Bruyère, at the end of the 17th century, remarked that women succeed better than men in the epistolary form. It has also been claimed that a feminine sensibility can be seen in the letters of the most highly acclaimed male masters of this form, such as Voltaire, Mirabeau, Keats, and Baudelaire. Advice to practitioners of the art of letter writing usually can be expressed in the often-quoted line in Shakespeare’s Hamlet: “To thine own self be true.” The English biographerLytton Strachey (1880–1932), a copious and versatile letter writer himself, wrote: “No good letter was ever written to convey information, or to please its recipient: it may achieve both those results incidentally; but its fundamental purpose is to express the personality of the writer.” There are, however, numerous and even contradictory ways of expressing that personality.
Although critics have issued endless disquisitions on the craft of fiction and other genres, they have generally remained silent on the epistolary genre, though it has sometimes been the form of prose that outlives all others. Ever since the expression of the writer’s personality became one of the implicit purposes of writing in the 18th century, the letters of such eminent authors as Diderot, Rousseau, Byron, and Flaubert have probably offered at least as much delight as any of their other writings. Impressive monuments of scholarship have been erected on the presentation of the complete letters of Thackeray, George Eliot, Swinburne, and Henry James. The literatures of France and England are notably richer in letter writing of the highest order than are the literatures of the United States and Germany. Contrary to many pessimistic predictions regarding the effect on letter writing of modern means of communication, such as the telephone, together with an apparently increasing penchant for haste, some of the richest, most revealing, and most thoughtful letters of all times were written in the 20th century; those of the English writers Katherine Mansfield and D.H. Lawrence are paramount among them.

A ONU me escreve, para me oferecer dinheiro (contra uma pequena taxa)

Recebo a seguinte mensagem da ONU, sim, da ONU, embora vinda da África do Sul, num português que poderia ser aquele ensinado nas escolas do Brasil, com a pequena diferença do sotaque (mas isso não dá para notar...).
Acho que vou dispensar: dois milhões de dólares, depois do que os companheiros conseguiram na Petrobras é muito pouco.
Vou ver se tem alguma correspondência da Petralhabras para mim...
Paulo Roberto de Almeida

Escritório do Diretor
Liquidação Internacional de Crédito
Organização das Nações Unidas


Beneficiário atenção,

Isso é para informá-lo oficialmente que o seu endereço de e-mail está registrado em nosso banco de dados como uma pessoa de ser compensado pela Organização das Nações Unidas.

Os funcionários da Organização das Nações Unidas aprovou a manipular e liberar um pagamento valorizado 2,2 milhões (2,2 milhões de dólares) para você.

A soma acima foi recuperado de scammers em todo o mundo para compensar as vítimas para que possam satisfazer as suas necessidades. A ONU decide dar esta ordem aprovação irrevogável com este código de liberação: 06,654 em seu favor e-mail para o seu direito contratual, a sua herança, fundo Lotto que você não recebeu ainda das instituições anteriores foi aprovado por esta comissão, que o seu fundo será lançado através das Nações Unidas.

Nota: Agora, como indicado pelo nosso secretário-geral Ban Ki-Moon, estamos trabalhando em colaboração com a Câmara de Comércio África do Sul quanto à matéria decidiram renunciar fora todas as suas taxas de desembaraço / Encargos e autorizar o Governo da África do Sul para efetuar o pagamento da sua remuneração de um montante de 2,2 milhões (2,2 milhões de dólares), aprovado tanto pelo governo britânico e as Nações Unidas em sua conta bancária, sem mais delongas.

A única taxa que você vai pagar para confirmar o seu fundo em sua conta bancária é a sua taxa de Cartório aprovado pela ONU, que é 425,00 dólares apenas.

Além disso, você é o conselho para apresentar alguma de sua escolha de como você deseja receber o seu fundo, Em relação ao banco para transferência bancária, você é obrigado a fornecer as informações abaixo.

Volte para nós com os seus dados bancários:

Nome Completo: .......................
País: .........................
Telefone: ...........................
Nome do banco: .......................
Endereço do banco: ....................
Conta Bancária: ....................
Profissão: ......................

Uma cópia da carteira de motorista ou passaporte internacional (se houver)

Também para sua informação que você está conselhos para parar qualquer outra comunicação com todos os outros escritórios e instituições; isso é para evitar qualquer problemas em finalizar seu pagamento por esse serviço.

Você pode contactar-me para mais informações através do número de telefone abaixo + 27 630 291 635

Atenciosamente,
Escritório das Nações Unidas, a África do Sul,
(Em nome da comissão)


=========

Vou pedir para algum companheiro ligar para o número acima indicado, depois que ele confirmar com o Ban Ki Moon que é isso mesmo...
Sou um cara de sorte, como vocês podem perceber, mas menos do que aqueles que apostaram na Petralhabras...
Paulo Roberto de Almeida

Comedia desumana da politica brasileira - Dora Kramer (artigo de outubro de 2014)

Recebido de correspondente conectado, como eu, nas coisas da política brasileira (que nos envergonham, como cabe a quem é digno e pretende um Brasil melhor.
Paulo Roberto de Almeida

O herói sem caráter
Dora Kramer
O Estado de São Paulo, 22/10/2014
 
Remexendo na gaveta de recortes de jornais - valorosos e não raro mais úteis que o Google - encontro um texto escrito em 7 de setembro de 2010. Apenas coincidência a data da independência. O título, “Macunaíma - O herói sem nenhum caráter” de Mário de Andrade.
Faltava pouco menos de um mês para o primeiro turno da eleição em que o então presidente Luiz Inácio da Silva fazia o "diabo" e conseguiria na etapa final realizada em 31 de outubro eleger uma incógnita como sua sucessora. Deu todas as garantias de que a chefe de sua Casa Civil, Dilma Rousseff, seria uma administradora de escol para o Brasil. Não foi, conforme comprovam os indicadores de um governo que se sustenta no índice positivo do emprego formal, cuja durabilidade depende do rumo da economia.
Como ex-presidente, Lula agora pede que se renove a aposta. Sem uma justa causa, apenas baseado na ficção por ele criada de que a alternância de poder faz mal à democracia brasileira. A propósito de reflexão a respeito da nossa história recente, convido a prezada leitora e o caro leitor ao reexame daquele texto.

"Só porque é popular uma pessoa pode escarnecer de todos, ignorar a lei, zombar da Justiça, enaltecer notórios ditadores, tomar para si a realização alheia, mentir e nunca dar um passo que não seja em proveito próprio?
Um artista não poderia fazer, sequer ousaria fazer isso, pois a condenação da sociedade seria o começo do seu fim. Um político tampouco ousaria abrir tanto a guarda. A menos que tivesse respaldo, que só revelasse sua verdadeira face lentamente e ao mesmo tempo cooptasse os que poderiam repreendê-lo tornando-os dependentes de seus projetos dos quais aos poucos se alijariam os críticos por intimidação ou cansaço.
A base de tudo seria a condescendência dos setores pensantes e falantes; oponentes tíbios, erráticos, excessivamente confiantes diante do adversário atrevido, eivado por ambições pessoais e sem direito a contar com aquele consenso benevolente que é de uso exclusivo dos representantes dos fracos, oprimidos e assim nominados ignorantes.
O ambiente em que o presidente Luiz Inácio da Silva criou o personagem sem freios que faz o que bem entende e a quem tudo é permitido - abusar do poder, usar indevidamente a máquina pública, insultar, desmoralizar - sem que ninguém consiga lhe impor paradeiro, não foi criado da noite para o dia. Não é fruto de ato discricionário, não nasceu por geração espontânea nem se desenvolveu por obra da fragilidade da oposição.
Esse ambiente é fruto de uma criação coletiva. Produto da tolerância dos informados que puseram seus atributos e respectivos instrumentos à disposição do deslumbramento, da bajulação e da opção pela indulgência. Gente que tem vergonha de tudo, até de exigir que o presidente da República fale direito o idioma do País, mas não parece se importar de lidar com quem não tem pudor algum.
Da esperteza dos arautos do atraso e dos trapaceiros da política que viram nessa aliança uma janela de oportunidade. A salvação que os tiraria do aperto em que estavam já caminhando para o ostracismo. Foram ressuscitados e por isso estão gratos.
Da ambição dos que vendem suas convicções (quando as têm) em troca de verbas do Estado
Da covardia dos que se calam com medo das patrulhas.
Do despeito dos ressentidos.
Do complexo de culpa dos mal resolvidos.
Da torpeza dos oportunistas.
Da superioridade dos cínicos.
Da falsa isenção dos preguiçosos.
Da preguiça dos irresponsáveis.
Lula não teria ido tão longe com a construção desse personagem que hoje assombra e indigna muitos dos que lhe faziam a corte não fosse a permissividade geral. Se não conseguir eleger a sucessora não deixará o próximo governo governar. Importante pontuar que só fará isso se o País deixar que faça; assim como deixou que se tornasse esse ser que extrapola.