Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Incompetencia gerencial como motivo de impeachment: o Paraguai ganha do Brasil
MegaHiperSuperCorrupcao Petralha: O Antagonista destampa a Caixa Preta Companheira
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
O comercio do acucar: livro de Daniel Strum - Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica (disponivel ebook)
Parabéns ao autor.
Paulo Roberto de Almeida
Ebooks do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica
O primeiro livro disponível é O Comércio do Açúcar, de Daniel Strum, disponível nas versões inglês e português. O eBook está em formato ePub, que é compatível com quase todos os leitores e tablets disponíveis no mercado. Caso queira ler em seu próprio computador ou converter para um formato diferente, sugerimos o programa Calibre.
O Comércio do Açúcar: Brasil, Portugal e Países Baixos (1595 - 1630)
The Sugar Trade: Brazil, Portugal, and the Netherlands (1595-1630)
O livro oferece uma visão panorâmica do comércio do açúcar entre Amsterdã, o Porto, Pernambuco e Bahia na sua época áurea, entre 1595 e 1630, mostrando como se dava o funcionamento internacional desse comércio naquela época, bem como os desafios e riscos que navegadores e comerciantes enfrentavam. Com riquíssima iconografia, mapas e imagens inéditas no Brasil, o livro mostra como a produção do açúcar transformou o espaço brasileiro, nos séculos XV e XVI, de modo dramático e indelével.Versão em Português
English version
21/01/2015
Elogios ao Açúcar
Quer acabar com a pobreza? Educacao, emprego e casamento - Brookings
Ou se pretende manter um exército de assistidos por mais de uma geração, como já está ocorrendo no Brasil, em que jovens que já estavam no Bolsa Família começam a ter filhos também dependentes da assistência pública.
Paulo Roberto de Almeida
In today’s hearing, the Subcommittee is taking testimony about marriage and work, two of these three keys to reducing poverty and increasing opportunity. Brad Wilcox from the University of Virginia will discuss the decline of married-couple families, the explosion of births outside marriage, and the consequent increase in the number of the nation’s children being reared by single (and often never-married) mothers. The increase in the proportion of children in female-headed families contributes to substantial increases in poverty by virtue of the fact that poverty rates in female-headed families are four to five times as great as poverty rates in married-couple families.[ii] If the share of the nation’s children in female-headed families continues to increase as it has been doing for four decades, policies to reduce poverty will be fighting an uphill battle because the rising rates of single-parent families will exert strong upward pressure on the poverty rate.[iii] But perhaps of even greater consequence, children reared in single-parent families are more likely to drop out of school, more likely to be arrested, less likely to go to college, more likely to be involved in a nonmarital birth, and more likely to be idle (not in school, not employed) than children from married-couple families.[iv] In this way, a disproportionate number of children from single-parent families carry poverty into the next generation and thereby minimize intergenerational mobility.
So far public and nongovernmental programs have not been able to reverse falling marriage rates or rising nonmarital birth rates, but there is a lot we have done and can do to increase work rates, especially the work rates of low-income mothers. The goal of my testimony today is to explain the government policies that have been adopted in recent decades to increase work rates and subsidize earnings, which in turn have led to substantial declines in poverty.
I make two points and a small number of recommendations. The first point is that the employment of low-income single mothers has increased over the two decades, in large part because of work requirements in federal programs, especially Temporary Assistance for Needy Families (TANF). The recessions of 2001 and 2007-2009 caused the employment rate of single mothers to fall (as well as nearly every other demographic group), but after both recessions work rates began to rise again.
The second point is that the work-based safety net is an effective way to boost the income of working families with children that would be poor without the work supports. In my view, this combination of work requirements and work supports is the most successful approach the nation has yet developed to fight poverty in single-parent families with children. Here’s the essence of the policy approach: first, encourage or cajole single mothers to work by establishing work requirements in federal welfare programs; second, subsidize the earnings of low-income workers, both to increase their work incentive and to help them escape poverty. The primary work-based safety-net programs are the Earned Income Tax Credit (EITC), the Additional Child Tax Credit, the Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP), child care, and Medicaid.
Venezuela: outra piada chavista, mas sem qualquer graca, desta vez
El presidente venezolano, Nicolás Maduro, anunció su intención de celebrar en Madrid, del 1 al 3 de marzo próximos, lo que llamó Expo Venezuela, una exhibición de “los logros sociales” del chavismo pensada para el público español con el fin de “demoler en vivo y en directo las mentiras allá de la derecha franquista”. Maduro ordenó el pasado sábado por la noche la realización del evento durante una transmisión radiotelevisiva por cadena nacional (en todas las emisoras).
El plan está concebido como una refutación a la “campaña”, dijo, que la prensa española estaría desplegando, a su entender, para atacar al chavismo. Convocó a participar a “nuestros mejores artistas para cantar, a nuestros dramaturgos, a mostrar nuestro cine”, en el evento, al que ve como una réplica mejorada de Fitven, el festival turístico que anualmente organiza el Estado venezolano. “Que [los españoles] vean que aquí editamos más de 5.000 títulos y casi 20 millones de libros por año que se entregan gratis, que construimos 700.000 viviendas en apenas tres años y que este año vamos a entregar otras 400.000”.
Maduro no concretó dónde se celebraría la exposición, ni cuán adelantados están los preparativos. En cambio, sí reveló de dónde espera obtener la financiación: instruyó a su canciller, Delcy Rodríguez, a reunirse con los ejecutivos de las empresas españolas que hacen negocios en Venezuela para “obtener su apoyo”.
Venezuela: mejor reirse, que huir de la realidad: humor antichavista, rancor chavista
Serei eu, algum dia, um bom quadro do Partido Comunista Chines? Ou do governo companheiro?
O livro é o que a capa indica: um breviário sobre a China, de Animals, até Zhong Guo (não me perguntem o que é, ou quem é, pois ainda não cheguei lá.
Seus autores? Pai e filha: Winberg Chai, nascido em Shanghai, mas com PhD da New York University, editor de Asian Affairs; May-Lee Chai, estudou em Yale, etc.; mais sobre ele em seu blog: mayleechai.wordpress.com.
Não li todo o livro, mas dei uma olhada na entrada sobre o PCC, e fui ver se passaria no teste para ser um bom quadro, podendo até ser dirigente do PCC e da China (o primeiro é mais importante do que o segundo, pois o PCC está inclusive acima da Constituição, mas abaixo da corrupção...).
Chinese Communist Party (p. 41-44) (mas pode ser do governo companheiro também...)
Como ser um bom comunista e dirigente do partido, e aspirar a ser um líder potencial?
1) os candidatos precisam ter educação superior
Oba! Eu tenho.
2) Os candidatos precisam ter uma experiência variada de liderança, como ter trabalho em diversas regiões do país e em diferentes funções
Também passo nessa: não só no país, como em várias partes do mundo, desde lavador de pratos até chefe de alguma coisa num desses ministérios vistosos; acho que dá...
3) Os candidatos precisam estar firmemente enfronhados e inseridos na ideologia corrente do partido, devem ter se graduado numa das escolas de formação de quadros do partido.
Bem, eu li o meu Marx, o Lênin (até o Stalin eu li), o Trotsky (mas acho que esse não serve), Ché Guevara, Fidel Castro, e outros por aí, até o Hobsbawm, que nunca abandonou a fé, mesmo depois que russos e chineses se converteram ao capitalismo, para todos os efeitos práticos. Só não fiz escola do partido, porque sempre achei uma coisa muito chata. Aliás, desde que entrei no colegial (antes da universidade), já não assistia mais aula nenhuma; arranjava um jeito de ter frequência e passava o tempo nas bibliotecas, lendo aquelas inutilidades justamente.
Mas não sei se posso me considerar inserido na ideologia corrente do partido: eles são capitalistas, e isso eu acho que sou, ainda que da vertente anarco-capitalista, ou libertária (mas eles ainda vão chegar lá); mas eles também são totalitários, ainda que se digam democratas; pois eu fico com a democracia e rejeito o totalitarismo, mas isso é um detalhe que não convem mencionar para eles agora.
4) Os candidatos precisam ter passado com sucesso a avaliação do Comité de Disciplina do partido, uma instância separada e independente do partido (não acredito nesta última parte).
Não, isso eu não fiz, embora eu tenha sido disciplinado algumas vezes pelo comitê de conformidade com os estatutos da Santa Casa, por escrever e publicar várias vezes coisas heterodoxas, digamos assim. Acho que melhorando um pouco o boletim, daria para passar...
5) Os candidatos precisam pertencer a uma das principais facções dentro do partido, como a Liga da Juventude do Partido, ou aos militares, por exemplo.
Ah, aqui já fica difícil: como sou anarco-libertário, nunca pertenci a facção nenhuma, nem mesmo a dos leitores compulsivos, à qual eu pertenço automaticamente. Vou ter me inscrever na Liga da Juventude, talvez...
6) Os candidatos precisam ter menos de 65 anos de idade.
Acho que conseguirei passar raspando se for rapidamente, e com um pouco de Biotônico Fontoura.
Finalmente, termina esse verbete edificante, "uma vez que o partido é autoritário, ele sim impede pessoas não educadas de se tornarem líderes, por mais populares que sejam." (p. 44)
Taí, gostei dessa regra. Quer se líder do Partido, e dirigente do país?: estude, negão. Não pense que vai subir só fazendo discurso e enganando as pessoas.
Topei, acho que eu faria um bom quadro partidário na China (se eles me deixassem, claro), trabalhando diligentemente na construção do capitalismo e de uma sociedade próspera, e aproveitaria também para minar o partido como organização totalitária (uma parada), e para acabar com a corrupção (uma parada ainda maior).
Acho que o PCC pode até acabar, mas o que não vai acabar é a corrupção, na China, ou em outro partido que conhecemos bem, que tem a desvantagem de ter gente inepta, deseducada, sem experiência, e só corruptas.
Não está bem assim?
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 17/02/2015
PS: Zhong Guo é o nome da China em mandarim, fui ler agora...
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Literatura de viagem - Henri Peyre (Encylopedia Britannica)
Travel and epistolary literature
Henri M. Peyre
Encyclopedia Britannica
A ONU me escreve, para me oferecer dinheiro (contra uma pequena taxa)
Acho que vou dispensar: dois milhões de dólares, depois do que os companheiros conseguiram na Petrobras é muito pouco.
Vou ver se tem alguma correspondência da Petralhabras para mim...
Paulo Roberto de Almeida
Escritório do Diretor
Liquidação Internacional de Crédito
Organização das Nações Unidas
Beneficiário atenção,
Isso é para informá-lo oficialmente que o seu endereço de e-mail está registrado em nosso banco de dados como uma pessoa de ser compensado pela Organização das Nações Unidas.
Os funcionários da Organização das Nações Unidas aprovou a manipular e liberar um pagamento valorizado 2,2 milhões (2,2 milhões de dólares) para você.
A soma acima foi recuperado de scammers em todo o mundo para compensar as vítimas para que possam satisfazer as suas necessidades. A ONU decide dar esta ordem aprovação irrevogável com este código de liberação: 06,654 em seu favor e-mail para o seu direito contratual, a sua herança, fundo Lotto que você não recebeu ainda das instituições anteriores foi aprovado por esta comissão, que o seu fundo será lançado através das Nações Unidas.
Nota: Agora, como indicado pelo nosso secretário-geral Ban Ki-Moon, estamos trabalhando em colaboração com a Câmara de Comércio África do Sul quanto à matéria decidiram renunciar fora todas as suas taxas de desembaraço / Encargos e autorizar o Governo da África do Sul para efetuar o pagamento da sua remuneração de um montante de 2,2 milhões (2,2 milhões de dólares), aprovado tanto pelo governo britânico e as Nações Unidas em sua conta bancária, sem mais delongas.
A única taxa que você vai pagar para confirmar o seu fundo em sua conta bancária é a sua taxa de Cartório aprovado pela ONU, que é 425,00 dólares apenas.
Além disso, você é o conselho para apresentar alguma de sua escolha de como você deseja receber o seu fundo, Em relação ao banco para transferência bancária, você é obrigado a fornecer as informações abaixo.
Volte para nós com os seus dados bancários:
Nome Completo: .......................
País: .........................
Telefone: ...........................
Nome do banco: .......................
Endereço do banco: ....................
Conta Bancária: ....................
Profissão: ......................
Uma cópia da carteira de motorista ou passaporte internacional (se houver)
Também para sua informação que você está conselhos para parar qualquer outra comunicação com todos os outros escritórios e instituições; isso é para evitar qualquer problemas em finalizar seu pagamento por esse serviço.
Você pode contactar-me para mais informações através do número de telefone abaixo + 27 630 291 635
Atenciosamente,
Escritório das Nações Unidas, a África do Sul,
(Em nome da comissão)
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Vou pedir para algum companheiro ligar para o número acima indicado, depois que ele confirmar com o Ban Ki Moon que é isso mesmo...
Sou um cara de sorte, como vocês podem perceber, mas menos do que aqueles que apostaram na Petralhabras...
Paulo Roberto de Almeida
Comedia desumana da politica brasileira - Dora Kramer (artigo de outubro de 2014)
Paulo Roberto de Almeida
O herói sem caráter
Dora Kramer
O Estado de São Paulo, 22/10/2014
Remexendo na gaveta de recortes de jornais - valorosos e não raro mais úteis que o Google - encontro um texto escrito em 7 de setembro de 2010. Apenas coincidência a data da independência. O título, “Macunaíma - O herói sem nenhum caráter” de Mário de Andrade.
Faltava pouco menos de um mês para o primeiro turno da eleição em que o então presidente Luiz Inácio da Silva fazia o "diabo" e conseguiria na etapa final realizada em 31 de outubro eleger uma incógnita como sua sucessora. Deu todas as garantias de que a chefe de sua Casa Civil, Dilma Rousseff, seria uma administradora de escol para o Brasil. Não foi, conforme comprovam os indicadores de um governo que se sustenta no índice positivo do emprego formal, cuja durabilidade depende do rumo da economia.
Como ex-presidente, Lula agora pede que se renove a aposta. Sem uma justa causa, apenas baseado na ficção por ele criada de que a alternância de poder faz mal à democracia brasileira. A propósito de reflexão a respeito da nossa história recente, convido a prezada leitora e o caro leitor ao reexame daquele texto.
"Só porque é popular uma pessoa pode escarnecer de todos, ignorar a lei, zombar da Justiça, enaltecer notórios ditadores, tomar para si a realização alheia, mentir e nunca dar um passo que não seja em proveito próprio?
Um artista não poderia fazer, sequer ousaria fazer isso, pois a condenação da sociedade seria o começo do seu fim. Um político tampouco ousaria abrir tanto a guarda. A menos que tivesse respaldo, que só revelasse sua verdadeira face lentamente e ao mesmo tempo cooptasse os que poderiam repreendê-lo tornando-os dependentes de seus projetos dos quais aos poucos se alijariam os críticos por intimidação ou cansaço.
A base de tudo seria a condescendência dos setores pensantes e falantes; oponentes tíbios, erráticos, excessivamente confiantes diante do adversário atrevido, eivado por ambições pessoais e sem direito a contar com aquele consenso benevolente que é de uso exclusivo dos representantes dos fracos, oprimidos e assim nominados ignorantes.
O ambiente em que o presidente Luiz Inácio da Silva criou o personagem sem freios que faz o que bem entende e a quem tudo é permitido - abusar do poder, usar indevidamente a máquina pública, insultar, desmoralizar - sem que ninguém consiga lhe impor paradeiro, não foi criado da noite para o dia. Não é fruto de ato discricionário, não nasceu por geração espontânea nem se desenvolveu por obra da fragilidade da oposição.
Esse ambiente é fruto de uma criação coletiva. Produto da tolerância dos informados que puseram seus atributos e respectivos instrumentos à disposição do deslumbramento, da bajulação e da opção pela indulgência. Gente que tem vergonha de tudo, até de exigir que o presidente da República fale direito o idioma do País, mas não parece se importar de lidar com quem não tem pudor algum.
Da esperteza dos arautos do atraso e dos trapaceiros da política que viram nessa aliança uma janela de oportunidade. A salvação que os tiraria do aperto em que estavam já caminhando para o ostracismo. Foram ressuscitados e por isso estão gratos.
Da ambição dos que vendem suas convicções (quando as têm) em troca de verbas do Estado
Da covardia dos que se calam com medo das patrulhas.
Do despeito dos ressentidos.
Do complexo de culpa dos mal resolvidos.
Da torpeza dos oportunistas.
Da superioridade dos cínicos.
Da falsa isenção dos preguiçosos.
Da preguiça dos irresponsáveis.
Lula não teria ido tão longe com a construção desse personagem que hoje assombra e indigna muitos dos que lhe faziam a corte não fosse a permissividade geral. Se não conseguir eleger a sucessora não deixará o próximo governo governar. Importante pontuar que só fará isso se o País deixar que faça; assim como deixou que se tornasse esse ser que extrapola.