Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 14 de novembro de 2015
Nao existem falhas de mercado; se falhas existem, elas sao de governo - Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Comedia de erros (na verdade uma tragedia): a base de Alcantara sabotada pelos petistas - Rubens Barbosa
RUBENS BARBOSA
O Estado de S. Paulo, 10/11/2015
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado Federal está organizando uma série de audiências públicas sobre defesa nacional e a situação da indústria brasileira no setor. Nesse contexto, juntamente com Eduardo Bonini, presidente da empresa Visiona, participei na semana passada de audiência sobre o programa espacial, com ênfase na construção de satélites e na operacionalização da Base de Lançamento de Satélites de Alcântara, no Maranhão.
O programa espacial, corretamente, é uma das prioridades da Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo atual governo brasileiro.
Os esforços da Aeronáutica para desenvolver um veículo lançador de satélites nacional não dispõem de recursos suficientes para as pesquisas e construção de equipamento simples para cargas de baixo peso. A indústria nacional, com os cortes orçamentários, está perdendo técnicos que poderiam construir satélites com porcentual importante de participação da indústria no produto final. A Base de Alcântara, localizada em posição privilegiada, próxima da linha do Equador, tem competitividade para concorrer no mercado global de lançamento de satélites comerciais de meteorologia e de comunicações. Há interesse de empresas europeias, norte-americanas, chinesas e russas em participar com empresas brasileiras desse significativo mercado internacional. A Visiona, empresa formada pela Embraer e pela Telebrás, seria a coordenadora da integração de todos os interessados.
Nos últimos 13 anos, contudo, por um viés ideológico, o programa registra um atraso considerável.
A razão dessa lamentável situação foi a decisão do PT, então oposição e depois governo, de se opor ao Acordo de Salvaguarda Tecnológica assinado com os Estados Unidos em 2001. A negociação com esse país é importante pelo fato de as empresas norte-americanas serem responsáveis por cerca de 85%-90% dos lançamentos desse tipo de satélite no mundo e porque permitiria que todos os países que lançam satélites de pequeno porte pudessem utilizar a base de forma mais econômica. A Rússia e a China assinaram acordos desse tipo com os Estados Unidos.
O Brasil preferiu assinar um acordo com a Ucrânia para desenvolver o projeto Cyclone, que previa a construção de um veículo lançador para pôr em órbita o satélite brasileiro. O irônico em todo esse episódio é que para lançar o satélite da Base de Alcântara seria necessário que o Brasil assinasse o acordo de salvaguarda com os Estados Unidos, porque o veículo lançador ucraniano tem componentes norte-americanos. Segundo telegrama da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, de 2009, revelado pelo WikiLeaks, até uma gestão diplomática foi feita pelos ucranianos para os norte-americanos concluírem o acordo com o Brasil. O desfecho de todo o imbróglio foi o cancelamento do acordo com a Ucrânia, depois de um custo declarado de R$ 500 milhões, sem nenhum resultado.
A descoordenação e a incompetência não terminam aí. Em 2003, o então ministro das Relações Exteriores anunciou na Câmara dos Deputados, onde o acordo estava sendo examinado, que, juntamente com os ministros da Defesa e da Ciência e Tecnologia, tinha sido decidido que o acordo de salvaguarda tecnológica ia ser retirado oficialmente por não ser de interesse do governo brasileiro. Em 2013, em audiência pública conjunta das Comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado, essa decisão foi confirmada por outro chanceler brasileiro.
Para surpresa geral, ao examinar a documentação atual dessa matéria no Congresso Nacional, verifiquei que o governo brasileiro não havia retirado o acordo e ele ainda está em tramitação.
O acordo, que poderá tornar viável o uso da Base da Alcântara, gerar recursos (cada lançamento de satélite custa cerca de US$ 50 milhões, que iriam para o Tesouro Nacional) e criar empregos altamente qualificados, há 14 anos segue sua via-crúcis pelas comissões do Congresso; 13 anos na Comissão de Constituição e Justiça, controlada pelo partido do governo, com a perspectiva de ser declarado inconstitucional. Enquanto isso, o acordo com a Ucrânia, cópia do negociado com os Estados Unidos e finalizado a toque de caixa, teve tramitação rapidíssima e foi aprovado pelo Congresso sob a liderança do PT.
O que fazer para resolver essa situação, em que o interesse nacional é posto num distante segundo plano por considerações político-partidárias?
A renegociação do acordo com os Estados Unidos, se o atual governo se dispuser a fazê-la, encontrará forte resistência da burocracia norte-americana, visto que a decisão de 2001 foi política, graças a entendimentos diretos entre os presidentes dos dois países.
A solução mais pragmática, em vista de toda essa comédia de erros, seria o Congresso Nacional superar o viés ideológico e aprovar o acordo com as ressalvas que decidir recomendar ao governo brasileiro. Os entendimentos poderiam ser retomados com o governo de Washington, como previa o comunicado final da visita do presidente Barack Obama ao Brasil, em março de 2011. Estranhamente (ou não seria de estranhar), na recente visita da presidente Dilma aos Estados Unidos, em julho passado, o assunto deixou de ser incluído entre as prioridades do governo brasileiro e não há registro de que o tema tenha sido tratado com as autoridades norte-americanas em qualquer nível.
Caso o assunto não seja reaberto pelo governo brasileiro de maneira positiva e pragmática, o programa espacial, tanto o desenvolvimento do veículo lançador quanto a utilização comercial da Base de Alcântara, continuará em ponto morto. Será mais uma política de Estado vítima da plataforma partidária sobreposta aos reais interesses do País.
Nunca antes na História deste país se sacrificaram tanto as prioridades nacionais no altar da ideologia.
* RUBENS BARBOSA É PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP
Revista Brasileira de Estudos de Defesa: chamada para numero especial
Está no ar a chamada para a Edição Especial da Revista Brasileira de Estudos de Defesa (RBED): A Dimensão Epistêmica dos Estudos de Defesa.
A edição especial será organizada pelos professores Dr. Samuel Soares (UNESP) e Dr. Lucas Rezende (RBED/UFSC) e busca discutir abordagens científicas e epistemológicas para a defesa.
Convidamos os autores a trazerem múltiplas visões sobre como a defesa pode/deve ser estudada. Abordagens multidisciplinares e multinacionais são especialmente encorajadas. Os editores incentivam o intercâmbio internacional em abordagens epistêmicas para os estudos de defesa. Os autores podem tanto descrever como os estudos de defesa são cientificamente abordados em seu país de origem ou sugerir novas formas sobre como a defesa deve ser epistemologicamente tratada.
As submissões serão aceitas em português, espanhol ou em inglês e devem ser originais. Ao menos um dos autores deve ter o título de mestre. Os trabalhos devem estar de acordo com as Diretrizes para Autores disponíveis no site da RBED:
1. Os artigos e ensaios devem conter entre 20 mil e 25 mil caracteres (sem espaços) e as resenhas de livros devem conter cerca de 6 mil caracteres (sem espaços) e se referir a obras publicadas há, pelo menos, quatro anos. São aceitas publicações em português, espanhol e inglês. Ao menos um dos autores deve ter a titulação mínima de mestre.
2. Os textos submetidos à RBED devem estar formatados em espaço simples, fonte de 12 pontos, com uso do itálico para ênfases e aspas apenas para citações. As notas de rodapé restringem-se a esclarecimentos adicionais ao texto e devem sersintéticas. URLs para referências devem ser informadas com as datas de acesso, e sempre ao final do texto, nas referências completas.
3. A bibliografia deve ser citada de acordo com o sistema Chicago (Autor, data), referenciando a literatura citada ao final do texto; no caso de resenhas de livros, devem ser informados os dados completos e o ISBN da obra analisada. Exemplos:
- Livros: Mearsheimer, John J. (2001) The Tragedy of Great Power Politics. New York, London: W. W. Norton.
- Artigos: Fuccille, Alexandre. (2014) “O Brasil e a América do Sul: (re)pensando a segurança e a defesa na região”. Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v.1, n.1, jul./dez, pp: 112-146.
- Capítulos: Battaglino, Jorge. (2010) “La política militar de Alfonsín: la implementación del control civil en un contexto desfavorable”. In: Gargarella, Roberto; Murillo, Maria Victoria; Pecheny, Mario (Eds.). Discutir Alfonsín. Buenos Aires: Siglo XXI, pp. 161-184.
4. Os textos submetidos à RBED devem dispor de títulos concisos (máximo de 80 caracteres, com espaço) em português/espanhol e inglês.
5. Os textos submetidos à RBED devem vir acompanhados de 4 palavras-chave e de resumo com até 50 palavras em português/espanhol e inglês.
6. As submissões não devem conter o nome do autor ou quaisquer referências a este, a fim de possibilitar a avaliação cega pelos pares.
7. Os autores que tiverem sua proposição aprovada devem declarar que cedem os direitos autorais à Associação Brasileira de Estudos da Defesa, podendo esta incluir o trabalho publicado em bases de dados públicas e privadas, no Brasil e no exterior. Devem ainda declarar que são o os únicos responsáveis pelo conteúdo do texto e que o mesmo não contem nada que possa ser considerado ilegal ou difamatório de terceiros.
8. As submissões em desacordo com as Instruções aos Autores não serão admitidas para avaliação e seus propositores serão devidamente comunicados.
A RBED recebe artigos em fluxo contínuo, mas apenas os trabalhos recebidos até 20 de janeiro de 2016 serão considerados para a próxima edição. Trabalhos sobre outros temas ligados à defesa são também bem-vindas e serão consideradas para publicação no próximo número, na seção regular da revista.
As submissões deverão ser feitas através da plataforma da RBED, na seção Submissões Online no endereço http://seer.ufrgs.br/index.php/rbed/about/submissions#onlineSubmissions.
Dúvidas sobre a RBED podem ser feitas diretamente ao editor, no endereço lucas.rezende@ufsc.br.
A chamada completa em inglês pode ser acessada no endereço http://www.abedef.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=936.
Comitê Editorial
Prof. Dr. Lucas Pereira Rezende – Editor-Chefe - (RBED/UFSC)
Prof. Dr. Alexandre Fuccille - ex officio - (UNESP/ABED)
Prof. Dr. Eduardo Svartman (UFRGS)
Prof. Dr. Kai Michael Kenkel (PUC Rio)
Prof. Dr. Paulo Fagundes Visentini (UFRGS)
Organizadores da Edição Especial
Prof. Dr. Lucas Pereira Rezende – (RBED/UFSC-Brazil)
Prof. Dr. Samuel Alves Soares - (UNESP-Brazil)
http://www.abedef.org/informativo/view?ID_INFORMATIVO=51&redirectOptions=view
Associação Brasileira de Estudos de Defesa - Notícias - Chamada edição especial da RBED
www.abedef.org
Sistema neomercantilista de comercio multilateral: a Rodada Kennedy do GATT (1963-1967) - book review
Lucia Coppolaro, The Making of a World Trading Power: The European Economic Community (EEC) in the GATT Kennedy Round Negotiations (1963-67). Farnham, UK: Ashgate, 2013. xvii + 237 pp. $135 (hardcover), ISBN: 978-1-4094-3375-0.
Reviewed for EH.Net by Andrea Maneschi, Department of Economics, Vanderbilt University.
This book is a valuable addition to the economic, political and historical literature on the evolution of the European Economic Community (EEC), and how it affected — and was affected by — the contentious Kennedy Round of negotiations that took place in Geneva under the aegis of the General Agreement on Tariffs and Trade (GATT) between 1963 and 1967. Lucia Coppolaro wrote it as part of a postdoctoral program at the Institute of Social Sciences of the University of Lisbon. Her painstaking research into an important episode of European economic history is based partly on the archives of GATT; the European Union and its institutions, particularly the Council of Ministers and the European Commission; American, British, French and German archives; and interviews with officials and politicians who participated in the Kennedy Round.
As Coppolaro notes, President John Kennedy proposed this GATT Round, later named after him, partly in response to the creation of the EEC. Its member countries were still learning how to interact with each other, and the world at large, in their decade-old customs union. The EEC then consisted of France, the Federal Republic of Germany, Italy, Belgium, Luxembourg, and the Netherlands, known as “the Six.” In addition to eliminating tariffs on each other and creating a Common External Tariff, their attention was focused on the difficult task of devising a Common Agricultural Policy (CAP), a vital component of their union. Hence two sets of negotiations took place concurrently: among the EEC member countries, and within the GATT itself. The other members of the GATT viewed the EEC with some suspicion because of the opportunities for trade diversion that their customs union might engender, when EEC countries shifted their import purchases from cheaper world suppliers to their EEC partner countries. The CAP gave the EEC a great bargaining advantage in the GATT, since its proposals (once reached after much arduous intra-EEC bargaining) could not be modified, and the U.S. did not wish to challenge the CAP.
Kennedy’s initiative forced the EEC to take the important steps of formulating a common commercial policy, and anticipating the creation of the CAP in order to participate from a position of strength in a possible liberalization of agricultural trade in the GATT. While learning to organize trade among themselves, the Six were under pressure to limit trade diversion from their trade partners in America, the Commonwealth countries, the European Free Trade Association, their former colonies, and other less developed countries (LDCs). In addition, they were faced with the United Kingdom’s application to join the EEC, which again complicated their task.
Coppolaro focuses on three main issues: the thorny bargaining among the Six, as they sought to establish a common position in the Geneva negotiations; the roles of the six member states and of the EEC institutions (primarily the European Commission and the Council of Ministers of the EEC) in formulating a common position in Brussels and conducting negotiations in Geneva with other GATT countries; and the impact that the evolving EEC played in the GATT negotiations and their final outcome.
The European Commission achieved an increasingly important role in the EEC’s trade policymaking. Coppolaro describes how the policies of the EEC member states interwove with those of the EEC’s Council of Ministers, which was subject to the interests of its member states, and of the supranational European Commission. Social scientists have debated whether the Council or the Commission was the more powerful of the two. The Commission was subject to a strict oversight by the six member states from 1963 to early 1967. Coppolaro convincingly argues that, in the concluding phase of the Kennedy Round, the Commission gained new capacities and much greater discretion, and ended up as a strong and independent agency.
The creation and evolution of the EEC and its CAP played important roles in the GATT negotiations and their final outcome. The dramatic events in the history of the EEC’s trade policy that Coppolaro describes include the “Chicken War,” a commercial war that broke out in 1962 between the EEC and the United States over American chicken exports. It was concluded in 1963 just as the Kennedy Round talks were starting, with the U.S. imposing retaliatory duties on EEC exports. This first test of the acceptability of the CAP by the EEC’s trade partners showed how seriously the EEC intended to defend its CAP. Another crisis became known as the “Empty Chair Crisis,” when France in 1965 withdrew from the Council of Ministers, causing the Kennedy Round negotiations to grind temporarily to a halt.
International trade economists have long debated whether preferential trade agreements such as the European Union or NAFTA are stepping stones or stumbling blocks toward the multilateral liberalization of global trade achieved in successive GATT negotiating rounds. Coppolaro argues that the EEC acted as a stepping stone to liberalization with regard to industrial products, where its industries could compete advantageously with those of its GATT partners. With regard to agriculture the EEC was instead a stumbling block, since it was so busy setting up its own CAP that it did not wish to explore the possibility of trade gains for its own farm exports in the GATT round, and instead favored protection.
Negotiations among GATT members, and among the EEC member states, during the Kennedy Round were motivated by neomercantilism, not by a free trade ideology based on the advantages of mutual specialization. Coppolaro repeatedly points out that the GATT, including the Six EEC countries, worked “like a bazaar.” To obtain trade concessions from other countries, member countries needed to grant them reciprocal favors on a pragmatic basis. An important exception to this self-serving behavior was that of the United States until the conclusion of the Kennedy Round. After the success of the Marshall Plan, the U.S. strongly supported the creation and further development of the EEC, first under the Eisenhower administration and then under Kennedy’s, despite the fact that the CAP ran counter to the interests of American farm exporters. As Coppolaro puts it, “The CAP was considered the price the United States had to pay for European integration.” She argues that the U.S. was the only true leader in promoting GATT rounds and upholding worldwide integration, a role that the EEC never wished to claim. However, the GATT acted like a “rich-man’s club” vis-a-vis the LDCs, since it failed to liberalize trade in the commodities (such as textiles and farm products) of greatest interest to them. To the LDCs’ dismay, the EEC became a major exporter of agricultural products thanks to its CAP.
The EEC turned out to be a primary beneficiary of the Kennedy Round, since the GATT negotiations forced it to make the compromises necessary to become a trading bloc with common commercial and agricultural policies, which converted it (as the “European Union”) into a trading power comparable to the United States in international economic clout and geopolitical importance.
Andrea Maneschi is the author of Comparative Advantage in International Trade: A Historical Perspective (1998) and of articles on David Ricardo’s trade theory.
Copyright (c) 2015 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net). Published by EH.Net (November 2015). All EH.Net reviews are archived at http://eh.net/book-reviews/
Ortega y Gasset: UnB faz Seminario internacional, 30/11, 1 e 2/12/2015
Contando com pesquisadores de instituições como Universidad Complutense de Madri e Fundación Ortega y Gasset - Gregório Maraõn (Espanha), Universidad Católica de Argentina, Fundación Ortega y Gasset (Argentina), Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB) e Centro Universitário de Brasília (Uniceub), o seminário relacionará a literatura e a arte com a filosofia e outros campos do conhecimento. A intenção é mostrar o pluralismo e o raciovitalismo, pleno de perspectivas, de José Ortega y Gasset (1883-1955), no qual a metáfora, o ensaio e a "poesia do pensar" são caminhos para um pensamento complexo, de filosofia de razão e vida, plasticidade e elegância expositiva. O seminário internacional é uma realização do Grupo de Pesquisa "Traduções das obras estéticas de Ortega y Gasset", da Universidade de Brasília (UnB) e é coordenado pelo professor Ricardo Araújo (UnB). O seminário tem apio da Capes-Ministério da Educação (MEC).
Madrid (Espanha) Prof. Universidad Complutense de Madrid
Enrique Huelva – Diretor do Instituto de Letras (UnB)
Ricardo Araújo – Prof. Departamento de Teoria Literária (UnB)
DIA 1/12
10:00 (Primeiro Ciclo)
Mesa 1 José Ortega y Gasset: estética e conhecimento
Inocêncio Mártires Coelho – Prof. Faculdade de Direito - Uniceub
Elga Laborde – Profa. Departamento de Teoria Literária (UnB)
Jefferson Carús Guedes (Mediador) – Prof. Faculdade de Direito - Uniceub
14:30 (Segundo Ciclo)
Mesa 2 Ortega y Gasset: estética, arte e ciência
Mercedes Replinger – Profa. da Faculdade de Belas Artes, Universidade
Complutense
Sidney Barbosa – Departamento de Teoria Literária (UnB)
Ana Claudia Silva (mediadora) – Departamento de Teoria Literária (UnB)
17:30 (Terceiro Ciclo)
Mesa 3 Ortega y Gasset - ideias sobre o romance
Roberto Eduardo Aras – Prof. da Universidad Católica Argentina e diretor
do Centro de Estudios Orteguianos da Fundación Ortega y Gasset (Argentina)
Jéferson Assumção – Pós- doutorando Póslit, Departamento de Teoria
Literária (UnB)
Igor Graciano (mediador) – Pós-doutorando Póslit,
Departamento de Teoria Literária (UnB)
The Economist: FHC visto como lider da oposição
Revista britânica diz que ex-presidente é 'líder não oficial da oposição' e que papel como pensador é 'mais importante do que nunca'
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vive o renascimento de sua reputação, na avaliação da revista britânica The Economistem reportagem divulgada pelas redes sociais da publicação nesta terça-feira, 10. Segundo a revista, no momento em que o País vive "o que pode ser sua pior crise desde a recessão de 1930", o papel do tucano como pensador é "mais importante do que nunca".
Em conversa com a publicação na sede de seu instituto em São Paulo, a propósito do lançamento do primeiro volume de Diários da Presidência e do livro A Miséria da Política - Crônicas do Lulopetismo e outros Escritos, FHC admitiu desfrutar atualmente de uma "grande influência política e intelectual", mas descartou qualquer ambição política. Ainda assim, o tucano é classificado pela reportagem como o "líder não oficial da oposição".
A revista cita ainda as investigações da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção na Petrobrás. Segundo a reportagem, "enquanto a força-tarefa está cada vez mais perto de Lula, FHC é visto com respeito como um "velho estadista". Apesar disso, a Economist diz que o PSDB não soube tirar proveito da queda de popularidade do governo Dilma Rousseff e que, para os críticos do ex-presidente, ele teria falhado em estimular uma renovação no partido. Para FHC, o ponto fundamental é que o Brasil precisaria de "um novo foco e um novo líder".
...
Bello
The politician as thinker
Fernando Henrique Cardoso dissects Brazil’s problems
Nov 7th 2015 | From the print edition
AS BRAZIL’S finance minister and then its president from 1995 to 2003, Fernando Henrique Cardoso slew inflation and modernised his country’s economy by privatising state enterprises and opening up to foreign trade and investment. He also began some of the social programmes that would be massively expanded by his successor, Luiz Inácio Lula da Silva. It was Mr Cardoso’s misfortune that in his second term Brazil was buffeted by instability that swept through emerging markets, from Asia to Argentina. He waited too long to allow the real, his new inflation-busting currency, to float, and left office bereft of the popularity he had once enjoyed. Though unfair, Lula’s remorseless attacks on the “cursed inheritance” bequeathed by his “neoliberal” predecessor—in fact a moderate social democrat—had an effect.
At the age of 84 Mr Cardoso is enjoying a renaissance of his reputation. Speaking to Bello at his institute in downtown São Paulo, he seems relaxed and says he no longer has political ambitions, but admits to enjoying “a lot of political and intellectual influence”. He is the unofficial leader of the opposition to a weak and unpopular government, that of Lula’s chosen successor, Dilma Rousseff. While investigations into a vast web of corruption based on Petrobras, the state oil giant, lap ever closer to Lula, Mr Cardoso enjoys respect as an elder statesman. And as Brazil sinks into what threatens to be its worst recession since the 1930s, his government’s economic record looks much better.
He has two new books out. One is a collection of articles and speeches, many criticising Lula’s second government and that of Ms Rousseff. The other, published on October 29th, is the first of four projected volumes of transcriptions of tape recordings he made every two or three days during his presidency. These reveal his frustrations, often with friends more than foes, and his thoughts on government. He had originally intended these tapes to be made public only after his death. Why did he change his mind? The chance to highlight the contrast between Brazil’s current plight and the progress and lack of big scandals in his government was clearly too tempting to miss. “People are starting to re-evaluate what we did,” he says. “The book reflects that [contrast]. You have to have values and to show them.”
He thinks that, for the sake of maintaining its hold on power, the governments of the left-of-centre Workers’ Party (PT) to which Lula and Ms Rousseff belong lost sight of a clear policy agenda. That led party officials to use bribes to strike alliances with smaller, retrograde parties. Mr Cardoso concedes that Brazil’s failure to curb the proliferation of parties in Congress (there are now 28) has created a “model of ungovernability”. Even so, “everyone still looks to the president”, he adds. “If you have the capacity to talk to the country and an agenda, Congress falls into line. When you have neither, it doesn’t.” That is Brazil’s current drama: Ms Rousseff is jeered whenever she talks, and is half-hearted in backing the fiscal reforms the country needs.
Unlike much of the opposition, Mr Cardoso does not support Ms Rousseff’s impeachment (“You have to have legal cause as well as society pressing”). Instead, he thinks she should resign. This could be an act of “grandeur” if it is a means to “a new consensus” on a minimum agenda of three or four points, including political reform and limits to public spending and debt. She shows no sign of agreeing.
As president, Mr Cardoso persuaded Congress to approve no fewer than 35 constitutional amendments, most rolling back the corporatist state established in the mid-20th century. His aim, he has often written, was to equip Brazil to flourish in an era of globalisation, through innovation, technology and competitiveness. Lula at first followed this path. But after 2007, laments Mr Cardoso, Brazil reverted to a “regressive Utopia” of statist protectionism. It missed an opportunity that may not come again soon.
He thinks the political conditions and leadership are not yet there for a fresh drive to carry out the fundamental reforms the country needs, of pensions, labour markets and public finances. For that, Brazil needs a “new focal point and a new leader”, he argues. It is striking that, according to the polls, the opposition has failed to profit from the weakness of the government and the PT. He thinks his own Party of Brazilian Social Democracy (PSDB), informally known as the tucanos (toucans), should take bolder positions. His critics argue that he failed to encourage the PSDB’s renewal, through primary elections for example. But his role as a thinker is more important than ever.
Democracia e Politica Externa: consideracoes sobre o caso brasileiro - Paulo Roberto de Almeida
Mais Brics: nem mortos, nem performantes, sobrevivendo -- Marcos Troyjo (FSP)
Que os países sejam grandes, tenham perspectivas de crescimento -- desde que apliquem as boas políticas -- que eles tenham certo peso na política e na economia mundial, tudo isso fala por si.
Mas eles o são individualmente, por mérito (ou demérito) próprio, não em virtude do amálgama, da assemblagem política, que só foi feita por ambição e narcisismo dos seus dirigentes, que estão buscando oportunidades de marketing, para darem uma impressão de que juntos podem mais do que sozinhos.
Pode até ser, mas aí vira um denominador comum pelo mínimo, e geralmente por causas negativas. Eles podem, atuando conjuntuamente, impedir que certas coisas propostas pelo G7, por exemplo, sejam feitas, mas não creio que tenham força para produzir "bondades" para o mundo.
Concordo totalmente em que a chave para os Brics, COMO para qualquer OUTRO PAÍS, seja colocar a casa em ordem. Para isso não precisa de Brics nenhum, aliás até atrapalha...
Em que, por exemplo, o NDB, o novo banco de desenvolvimento, vai modificar a oferta de capital no mundo? Vai aumentar? Apenas marginalmente. Vai melhorar a qualidade dos empréstimos? Dificilmente. Pode ser que seja uma boa coisa, pois competição -- entre bancos financiadores -- sempre é uma boa coisa para qualquer setor. Mas não creio que isso altera as condições de funcionamento dos mercados financeiros ou o acesso a fontes de recursos por países pobres.
O Brics era um exercício intelectual para investidores que virou um grupo de pressão. Foi uma boa coisa para cada um deles e para o mundo. Muitos responderão que sim. Eu respondo que não.
Paulo Roberto de Almeida
A suposta ascensão e queda dos Brics
Sócios querem mais Brics; mercados financeiros, menos
MARCOS TROYJO
Folha de S.Paulo, 11/11/2015
É radicalmente díspare a maneira com que diferentes atores e grupos de interesse abordam o papel dos Brics no cenário global.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul querem mais Brics. Os mercados financeiros, aparentemente, menos.
Tais diferenças de perspectiva revelam uma curiosa combinação de, por um lado, fantasias irrealizáveis com, por outro, análises "binárias". Na maioria dos casos, tais abordagens são bastante superficiais.
Num extremo, a noção de que o grupo está revolucionando a ordem econômica internacional por meio do estabelecimento de novas instituições, como o NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), com capital de US$ 100 bilhões, ou o Arranjo Contingente de Reservas, de igual montante, que permite aos países assistência mútua no advento de crises de liquidez.
A partir dessa plataforma, outras obras conjuntas seriam erguidas –ou ações táticas empreendidas– em palcos como as Nações Unidas.
A abstenção por parte dos Brics em votação na ONU que visava à condenação da Rússia por haver aproveitado o tumulto na Ucrânia para anexar a Crimeia seria exemplo de tal força de coordenação dos Brics.
Os cinco países-membros partiriam para coordenação macroeconômica mais sofisticada, e até mesmo a conclusão de transações comerciais entre si em outra moeda que não o dólar norte-americano. Ou seja, os Brics como polo, se não antiocidental, ao menos "alternativo" ao Ocidente.
Noutro, a decretação do "fim" dos Brics. O mau desempenho econômico de Brasil, Rússia e África do Sul –e a redução dos percentuais de crescimento da China– apontariam que a validade do conceito "expirou".
O último lance nessa tese declinista vem da interpretação, por parte do mercado financeiro, de uma recente decisão do banco de investimento Goldman Sachs.
A instituição há pouco anunciou que estava encerrando seu fundo específico sobre Brics, realocando ativos para outros veículos de investimento rotulados sob o conceito mais amplo de "mercados emergentes" (de que os Brics também fazem parte).
Tal decisão parece ainda mais simbólica, pois foi a partir de um estudo conduzido por Jim O' Neill no próprio banco que o termo "Brics" ganhou grande notoriedade.
Quando, há cinco anos, Christian Déséglise e eu fundamos o BRICLab (um centro para o estudo dos Brics) na Universidade Columbia, em Nova York, nosso intuito não era alardear um futuro da economia global dominado pelos Brics.
Tampouco tratava-se de sugerir, pelas muitas diferenças internas que marcam o grupo, que suas iniciativas conjuntas e mesmo seu potencial econômico rumavam inexoravelmente para o fracasso.
Achamos que a ideia de Brics era (e continuará) válida como fórmula para comparar as estratégias (ou a falta delas) em projetos de poder, prosperidade e prestígio de quatro (China, Índia, Rússia e Brasil) das sete maiores economias do mundo (medidas pelo poder de paridade de compra) tanto pelos cálculos do FMI como do Banco Mundial em 2014.
Além de seu papel relativo na economia global, esses países são superlativos em território, população e influência regional, além de acomodar importante estoque do fluxo globaI de investimento estrangeiro direto (IED).
Obviamente, o desalento de operadores financeiros com os Brics não é apenas questão de modismo. Com exceção da Índia, todos subperformam –porque estão errando muito.
A China superestimou a velocidade com que a mudança de seu modelo econômico migraria da ênfase em poupança, investimento e exportações para o foco no consumo interno.
A Rússia pagou para ver na disposição do Ocidente em aceitar passivamente a irradiação de seu vulto de poder sobre a vizinhança na Europa Oriental. Além do que, economicamente fez pouco para diminuir sua dependência na exportação de commodities. E as agruras brasileiras são bem conhecidas.
Ainda assim, os Brics continuarão. Nos vários níveis de governo, academia e empresariado a cooperação no âmbito dos Brics aumenta.
A construção institucional vai se expandir e com isso aumentar o peso específico dos Brics em áreas como o financiamento do desenvolvimento ou o comércio e investimento intragrupo.
Não vale, contudo, acreditar ingenuamente que esses movimentos redesenharão em definitivo a ordem internacional.
Bem como a notícia da morte de Mark Twain, rumores sobre o fim prematuro dos Brics são "amplamente exagerados". Não há nada de automático ou definitivo em torno da potencial queda ou ascensão do grupo ou de seus membros.
Neste momento, a melhor coisa que os Brics poderiam fazer para melhorar sua projeção global seria colocar a casa econômica em ordem. E, claro, tal tarefa se impõe na presente conjuntura menos a Índia e China –e muito mais a Rússia e Brasil.
O caderninho do Senhor Embaixador: sem conversa, nao tem futuro... - Thiago Aragao
Começou dizendo que sua primeira impressão era de que o governo brasileiro não representava um dos principais traços do caráter do nosso povo: o gosto pela conversa. Ele me disse que uma das coisas que mais o impactaram em sua chegada fora a capacidade de o brasileiro de conversar e se mostrar interessante e agradável, mesmo quando o interlocutor não tem um grau razoável de formação intelectual.
Além disso, o fato de os brasileiros puxarem conversa em filas, aeroportos ou em qualquer ambiente coletivo soa como um grande abraço de boas-vindas ao estrangeiro. Muito conectado, ele conversava com dezenas de oficiais do governo, parlamentares da base e da oposição e jornalistas de todas orientações ideológicas.
“A presidente Dilma não dará certo, pois não gosta de fazer o que o brasileiro faz melhor: conversar”, disse-me o embaixador. “Isso é verdade, mas ela está indo muito bem. Promoveu uma limpeza em alguns ministérios e sua popularidade está beirando os 70%. O país está voando no piloto automático”, retruquei.“No meu relatório”, disse ele, “coloquei que ela não sabe conversar e que não tem o menor interesse nisso. Escrevi também que ela tem um sentimento de superioridade por conta do seu passado. Isso é até compreensível, pois ela se mostrou muito guerreira. Acredito que pela falta de um diálogo bem feito entre ela e Lula, quando ela aceitou ser sua candidata, os dois não entenderam o que um esperava do outro. Ele achava que ela seria apenas seu anexo e ela achava que ele seria seu Yoda”, continuou o embaixador.
Concordei com seu argumento e pedi mais detalhes sobre o primeiro relatório que enviou para o presidente de seu país. Depois de saborear um cafezinho, ele prosseguiu: “Acho que ela sente o complexo de ter sido colocada em situação de poder, enquanto seu padrinho político ambiciona o mesmo poder. Isto não dará certo, e a estimulará a cercar-se apenas daqueles que reconhecem o poder nela. Não daqueles que de fato a assessoram para tomar boas decisões”. Finalmente, o embaixador decretou: “Cedo ou tarde, a falta do diálogo vai prejudicá-la. Ela e Lula não combinaram bem o que cada um é de fato”.
Essa conversa ocorreu no fim de 2011. Lembro-me de ter anotado as passagens do embaixador, pois sua confiança era tanta, que me surpreendeu. Encontrei recentemente as anotações e com elas o e-mail pessoal dele. Mandei-lhe mensagem e lembrei-o dessa nossa conversa. Ele respondeu-me dizendo que, sim, lembrava de suas confidências de recém-chegado ao Brasil. Estava viva em sua memória aquela nossa conversa e também havia lembrado dela há poucas semanas, enquanto lia sobre o Brasil em um jornal do país onde serve no momento.
Entre lembranças dos bons anos no Brasil, ele disse: “Quem não conversa, não escuta o som da própria voz e tende a perder a noção da consciência. Tudo vira fantasia”. Ainda não lhe respondi com comentários e novas perguntas, pois tenho receio das respostas que receberei. Ele não errou em 2011 e, com a frase recente, parece que não errará agora.
*Thiago é sociólogo e pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas da França.
Morte de um homem decente: André Glucksmann - Guy Sorman
Eye on the News
This essential moment in French intellectual history, and in European public life—inspired by Glucksmann—came to represent the end of extreme ideological conflicts and recognition of their absurdity when immediate and real evils confronted the conscience. Symbolically, it marked the end of Marxism, a worldview that had helped forge the young Glucksmann, and which Sartre had supported his entire life. Glucksmann was a leading voice of an emerging generation of thinkers, the New Philosophers. His writings not only renounced Marxism but also accused it of providing a theoretical foundation for some of the large-scale massacres of the twentieth century. Aron had always made this charge, though less forcefully. French classical liberals, alongside Aron, tended to be pessimistic, worried about the likelihood of the USSR’s eventual victory over democracy. But Glucksmann—similar to neoconservative Americans in this regard—believed Communism could be beaten with human rights, pitting morals against suffering.
Glucksmann was a historical exemplar of public morality—and also of the relative inefficiency of this morality. A quote from French poet Charles Péguy comes to mind: Moralists, he said, “have clean hands but, in a manner of speaking, actually no hands.” Glucksmann kept his hands clean until the end, yet without indulging in self-deception. He was a righteous, pure man—a rare man.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
E por falar em narcisismo...: este blog acaba de superar 4 milhoes de visualizacoes
Em todo caso, vejo esta nota na coluna da direita (ou da esquerda, da perspectiva do blog):
Total de visualizações de página:
4,044,897
Champagne?
Estou sem, no momento, mas vou providenciar...
Paulo Roberto de Almeida
Anápolis, 10/11/2015
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Brics: mais uma ideia que fez chabu? Provavelmente nao, mas as perspectivas sao pessimistas
Trata-se, como já afirmei diversas vezes, de uma construção totalmente artificial, provavelmente o primeiro grupo de natureza diplomática formado por indução externa, não por uma análise serena e ponderada de suas possibilidades intrínsecas, mas decidido a partir das sugestões de investimento financeiro de um banco privado.
Em outros termos, os dirigentes políticos do Bric -- seu acrônimo original -- atuaram de forma narcisística, e por impulsos totalmente de marketing político, não a partir de uma decisão ponderada de natureza técnica.
Desde 2008, ainda antes de sua constituição formal como grupo diplomático, eu já me manifestava a esse respeito.
Apesar de que algumas realidades mudaram desde então, creio que minha análise permanece válida em seus contornos essenciais.
Paulo Roberto de Almeida
Anápolis, 10/11/2015