Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 5 de março de 2016
Mini-maxi reflexao sobre a decadencia de certos povos - Paulo Robertode Almeida
sexta-feira, 4 de março de 2016
A Queda da Bastilha, ops, da Matilha - Gilberto Simoes Pires
A QUEDA DA MATILHA
Gilberto Simões Pires
Ponto Crítico, XIV - 330/15 - 04/ 03/ 2016
PAIS DAS FACÇÕES CRIMINOSAS
Os leitores que acompanham os noticiários e as novelas da televisão brasileira certamente devem estar achando interessante a semelhança que existe entre Gibson Stewart, o Pai da Facção criminosa de -A Regra do Jogo-, e o ex-presidente Lula, o Pai da Facção criminosa que assaltou o nosso pobre país.
SEMELHANÇA INCRÍVEL
A semelhança não está só nas atitudes e no comportamento dos atores/personagens. Gibson Stewart, o Pai da Facção de -A Regra do Jogo-, novela que passa na TV Globo, deverá ser preso até a próxima semana, quando o seriado chega ao fim. Da mesma forma como é esperado que aconteça com Lula, o Pai da Facção Petista que assaltou o Brasil, que também está cercado por todos os lados por depoimentos escabrosos.
COINCIDÊNCIA
O curioso, ou irônico, é que o ator que interpreta o bandido Gibson Stewart, de A Regra do Jogo, é José Abreu, conhecido no país todo como petista de carteirinha. O que, por si só, nos leva a crer que em muitas situações a vida imita a arte e/ou a arte imita a vida, como queiram. Interessante esta coincidência, não?
POSTE
Mesmo que possa não ter sido esta a vontade do autor da trama -A Regra do Jogo-, o fato é que as prisões dos dois PAIS DE FACÇÕES, pode acontecer no mesmo momento. Mais: vejam que na novela, a estrutura da Facção conta com uma mulher na vice-liderança e a mesma se parece com um Poste. E na administração do nosso país, a líder é o Poste do Lula.
BASTILHA POR MATILHA
Mas, mesmo deixando de lado as inúmeras coincidências que envolvem a trama, o ator e vários personagens da novela da Globo e a administração do nosso pobre país, o fato é que nesta semana o Brasil passou a viver a possibilidade de ver algo parecido com a QUEDA DA BASTILHA, que é festejada no dia 14 de julho pelo franceses. Aqui, ainda sem data definida, estamos próximos da QUEDA DA MATILHA, ou QUEDA DA QUADRILHA.
13 DE MARÇO
Como se vê, o mês de março iniciou cheio de novidades e cheio de esperanças. Como o 13 de março está próximo, tudo que o país viu, ouviu e leu durante os últimos dias e continuará vendo, ouvindo e lendo nos próximos dias, as manifestações de rua vão ganhar um entusiasmo jamais visto no nosso país. Mais, inclusive, do que representa a queda do PIB e a alta da inflação.
quinta-feira, 3 de março de 2016
Nossa novela mexicana: delacoes nao delatadas e declaracoes desmentidas
Delcídio não confirma conteúdo de reportagem; "IstoÉ" reafirma publicação
Do UOL, em Brasília
- Pedro Ladeira - 20.out.2015/Folhapress
Segundo a reportagem, Delcídio teria feito um acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato no qual ele apontava Lula como o mandante dos pagamentos feitos ao ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e no qual a presidente Dilma teria interferido ao menos três vezes nos processos contra executivos de empreiteiras presos pela Lava Jato.
A nota divulgada por Delcídio diz que nem ele e "nem sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco".
Não conhecemos a origem, tão pouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto
Delcídio Amaral e Antônio Figueiredo Basto, advogado do petista
A diretora da sucursal da revista "IstoÉ" em Brasília e autora da reportagem que cita a suposta delação de Delcídio, Débora Bergamasco, reafirmou a autenticidade das informações divulgadas pela revista e disse que a publicação iria divulgar uma nota sobre o assunto ainda nesta quinta-feira. "A gente reafirma, sim, o que publicamos. Temos a comprovação de que esse acordo tramitou pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Está tudo registrado", afirmou.
A nota prossegue dizendo que, "em momento algum, nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida jornalista para nos manifestarmos sobre a fidedignidade dos fatos relatados".
A nota, enviada pela assessoria de Delcídio, é assinada por Delcídio e um de advogados do senador, Antônio Augusto Figueiredo Basto.
Apesar de não confirmar o conteúdo da reportagem, a nota também não contesta o teor do que foi relatado.
Veja quais são os pontos mais explosivos da delação de Delcídio, segundo revista
Delcídio teria contado aos procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada. Ainda segundo a reportagem, Delcídio ficaria responsável por conversar com Navarro para que ele confirmasse o compromisso de soltar o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo.
"Por fim, o senador Delcídio Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República", encerra a nota oficial enviada pelo senador.
Mais cedo, um dos advogados do senador já havia demonstrado surpresa com o conteúdo da reportagem. O advogado responsável pela defesa no seu processo de cassação no Senado, Gilson Dipp, afirmou não saber da existência de uma delação e se demonstrou incomodado com a notícia. "É novidade para mim, senão eu não estaria brigando tanto na defesa. Como que eu ia perder tempo assim no Senado?", indagou.
Outro lado dos citados e das instituições responsáveis
Os políticos citados na suposta delação de Delcídio também desmentiram as informações divulgadas pela revista.O ministro José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) disse que Delcídio "não tem credibilidade" nem "prima por dizer a verdade" e, caso tenha feito uma delação premiada para colaborar com a Operação Lava Jato, é possível que seja uma "retaliação" ao governo Dilma por não tê-lo ajudado a sair da prisão.
O ex-presidente Lula também disse, em nota, que nunca cometeu irregularidades. "O ex-presidente Lula jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, seja nos fatos investigados pela operação Lava Jato, ou em qualquer outro, antes, durante ou depois de seu governo", diz o texto divulgado pelo Instituto Lula na tarde desta quinta-feira (3).
Segundo a "Folha de S.Paulo", o presidente do STJ, Francisco Falcão, disse que "não existiu" articulação entre a corte e o governo para libertar réus presos na Operação Lava Jato.
De acordo com o blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, a presidente Dilma Rousseff disse que rebaterá os conteúdos "ponto a ponto".
A reportagem do UOL entrou em contato por telefone com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, que informou que a instituição "não comenta delações". A assessoria de imprensa da PGR (Procuradoria-Geral da República) não confirmou a existência do suposto acordo feito por Delcídio e a Lava Jato e disse que o órgão também "não se manifesta sobre delações".
A assessoria de imprensa do STF disse, por telefone, que o tribunal não iria se manifestar sobre o caso. A resposta foi semelhante à dada pela assessoria do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Por telefone, a assessoria informou que o ministro não se manifestaria sobre o assunto.
Impactos da delação
As informações sobre a suposta delação de Delcídio causaram reações no Congresso Nacional. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que se os dados citados pela reportagem forem confirmados, o governo Dilma terá atingido o "fundo do poço". "Se confirmadas, (as acusações) merecerão por parte dos brasileiros indignação e repúdio. E teremos chegado ao fundo do poço", disse Aécio por meio de redes sociais.Enquanto oposicionistas pediam a renúncia da presidente Dilma, o deputado petista Wadih Damous (RJ), por sua vez, desqualificou a reportagem que cita a delação de Delcídio e a classificou como um "panfleto" para atrair manifestantes para os protestos antigoverno convocados para o dia 13 de março. "É um panfleto para convocação de uma manifestação fascista e golpista em 13 de março", disse.
Cardozo contesta Delcídio do Amaral: "mentiras que não param em pé"
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- "Vamos responder ponto a ponto. Isso não vai parar em pé", diz Dilma sobre Delcídio
Depoimento de Delcidio incrimina Lula e Dilma - Revista IstoÉ
Paulo Roberto de Almeida
http://www.diariodopoder.com.br/noticia.php?i=50365478456
O senador Delcídio também afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu direta e pessoalmente para barrar as investigações - inclusive sendo o mandante do pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas. O relato de Delcídio é devastador e complica de vez Dilma e Lula, pois trata-se de uma narrativa de quem não só testemunhou e esteve presente nas reuniões em que decisões nada republicanas foram tomadas, como participou ativamente de ilegalidades ali combinadas –a mando de Dilma e Lula, segundo ele.
Nos próximos dias, o ministro Teori Zavascki decidirá se homologa ou não a delação. O acordo só não foi sacramentado até agora por conta de uma cláusula de confidencialidade de seis meses exigida por Delcídio. Apesar de avalizada por procuradores da Lava Jato, a condição imposta pelo petista não foi aceita por Zavascki, que devolveu o processo à Procuradoria-Geral da República e concedeu um prazo até a próxima semana para exclusão da exigência. Para o senador, os seis meses eram o tempo necessário para ele conseguir escapar de um processo de cassação no Conselho de Ética do Senado. Agora, seus planos parecem comprometidos. As preocupações de Delcídio fazem sentido. Sobretudo porque suas revelações implicaram colegas de Senado, deputados, até da oposição, e têm potencial para apressar o processo de impeachment de Dilma no Congresso. O que ele revelou sobre a presidente é gravíssimo. Segundo Delcídio, Dilma tentou por três ocasiões interferir na Lava Jato, com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação.
A terceira investida da presidente contou com o envolvimento pessoal do senador petista. No primeiro anexo da delação, Delcídio disse que, diante do fracasso das duas manobras anteriores, uma das quais a famosa reunião em Portugal com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, “a solução” passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o STJ. “Tal nomeação seria relevante para o governo”, pois o nomeado cuidaria dos “habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ”. Na semana da definição da estratégia, Delcídio contou que esteve com Dilma no Palácio da Alvorada para uma conversa privada. Os dois conversavam enquanto caminhavam pelos jardins do Alvorada, quando Dilma solicitou que Delcídio, na condição de líder do governo, “conversasse como o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”, da Andrade Gutierrez. Conforme acertado com a presidente, Delcídio se encontrou com Navarro “no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera”, o que, segundo o senador, pode ser atestado pelas câmeras de segurança. Na reunião, de acordo com Delcídio, Navarro “ratificou seu compromisso, alegando inclusive que o dr. Falcão (presidente do STJ, Francisco Falcão) já o havia alertado sobre o assunto”.
O acerto foi cumprido à risca. Em recente julgamento dos habeas corpus impetrados no STJ, Navarro, na condição de relator, votou pela soltura dos dois executivos. O problema, para o governo, é que o relator foi voto vencido. No placar: 4x1 pela manutenção da prisão.
A ação de uma presidente da República no sentido de nomear de um ministro para um tribunal superior em troca do seu compromisso de votar pela soltura de presos envolvidos num esquema de corrupção é inacreditável pela ousadia e presunção da impunidade. E joga por terra todo seu discurso de “liberdade de atuação da Lava Jato”, repetido como um mantra na campanha eleitoral. Só essa atitude tem potencial para ensejar um novo processo de impeachment contra ela por crime de responsabilidade.
Segundo juristas ouvidos por ISTOÉ, a lei 1.079 que define os crimes de responsabilidade diz no artigo nono, itens 6 e 7, que atenta contra a probidade administrativa – e é passível de perda de mandato – usar de suborno ou qualquer outra forma de corrupção para levar um funcionário público a proceder ilegalmente ou agir de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro. O que também poderá trazer problemas para Dilma é o trecho da delação de Delcídio a respeito da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, considerada um dos negócios mais desastrosos da Petrobras e que foi firmado em 2006 com um superfaturamento de US$ 792 milhões, quando Dilma presidia o Conselho de Administração da estatal.
A versão da presidente era de que ela e os conselheiros do colegiado não tinham conhecimento de cláusulas desfavoráveis a Petrobras, mas Delcídio no anexo 17 da delação é taxativo: “Dilma tinha pleno conhecimento de todo o processo de aquisição da refinaria”. “A aquisição foi feita com conhecimento de todos. Sem exceção”, reforçou o senador. Não seria a primeira vez que Delcídio desmentiria Dilma na delação. No anexo 03, o senador garante que ela teve participação efetiva na nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria da BR Distribuidora, contrariando o que ela havia afirmado anteriormente.
No relato aos procuradores, Delcídio disse que “tem conhecimento desta ingerência (de Dilma), tendo em vista que, no dia da aprovação pelo Conselho, estava na Bahia e recebeu ligações de Dilma”. Ex-diretor internacional da Petrobras, Cerveró foi preso em janeiro de 2015, acusado de receber propina em contratos da estatal com empreiteiras. Até então, a indicação de Cerveró era atribuída a Lula e José Eduardo Dutra, ex-presidente da BR Distribuidora, falecido no ano passado. Mas segundo Delcídio, a atuação de Dilma foi “decisiva”. A presidente ligou para ele duas vezes.
Na primeira, a presidente telefonou “perguntando se o Nestor já havia sido convidado para ocupar a diretoria financeira da BR Distribuidora”. “Depois, ligou novamente, confirmando a nomeação de Nestor para o referido cargo”, o que se concretizou no dia 3 de março de 2008. Cerveró foi o pivô da prisão de Delcídio. Em 25 de novembro do ano passado, pela primeira vez desde 1985, o Supremo mandava prender um senador no exercício do mandato. Um dos motivos apontados pelo ministro Teori Zavascki foi a oferta de uma mesada de R$ 50 mil para que Cerveró não celebrasse um acordo de delação premiada.
Na delação, Delcídio não só forneceu detalhes do pagamento como fez uma revelação bombástica: disse que o mandante dos pagamentos à família Cerveró foi o ex-presidente Lula. O senador petista trata do tema no anexo 02 da delação. Segundo Delcídio, Lula pediu “expressamente” para que ele ajudasse o amigo e pecuarista José Carlos Bumlai, porque ele estaria implicado nas delações de Fernando Baiano e Nestor Cerveró. Bumlai, segundo o senador, gozava de “total intimidade” e exercia o papel de “consigliere” da família Lula – expressão usada pela máfia italiana e consagrada no filme “O Poderoso Chefão” para designar o conselheiro que detinha uma posição de liderança e representava o chefe em reuniões importantes.
A transcrição da delação pelos procuradores diz no que consistia a ajuda exigida por Lula a Bumlai: “No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró”. Na conversa com o ex-presidente, de acordo com outro trecho da delação, Delcídio diz que “aceitou intermediar a operação”, mas lhe explicou que “com José Carlos Bumlai seria difícil falar, mas que conversaria com o filho, Maurício Bumlai, com quem mantinha boa relação”. O acerto foi sacramentado. Depois de receber a quantia de Maurício Bumlai, a primeira remessa de R$ 50 mil foi entregue em mãos pelo próprio Delcídio ao advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, também preso pela Lava Jato.
Os repasses de dinheiro se repetiram em outras oportunidades, de acordo com Delcídio, por meio do assessor Diogo Ferreira. O total recebido foi de R$ 250 mil. Para os procuradores que tomaram o depoimento de Delcídio, a revelação é de extrema gravidade e pode justificar a prisão do ex-presidente Lula. Integrantes da Lava Jato elaboram o seguinte raciocínio: se o que embasou a detenção de Delcídio, preventivamente, foi a tentativa do senador de obstruir as investigações, atestada pela descoberta do pagamento a Cerveró, o mesmo se aplicaria a Lula, o mandante de toda a artimanha.
Não seria a primeira vez que, durante a delação aos integrantes da Lava Jato, Delcídio envolveria Lula na compra do silêncio de testemunhas. De acordo com o senador, Lula e o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci, em meados de 2006, articularam o pagamento a Marcos Valério para que ele se calasse sobre o mensalão. O dinheiro, um total de R$ 220 milhões destinados a sanar uma dívida, segundo Delcídio, foi prometido por Paulo Okamotto. Aos procuradores, o senador relatou uma conversa com Lula em que ele o alerta: “Acabei de sair do gabinete daquele que o senhor enviou a Belo Horizonte (Okamotto). Corra, Presidente, senão as coisas ficarão piores do que já estão”.
Na sequência, Palocci ligou para Delcídio dizendo que o Lula estava “injuriado” em razão do teor da conversa, mas que ele (Palocci), a partir daquele momento, “estaria assumindo a responsabilidade pelo pagamento da dívida”. Valério, de acordo com o senador petista, não recebeu a quantia integral pretendida. De todo o modo, diz o trecho da delação, “a história mostrou a contrapartida: Marcos Valério silenciou”. Ainda sobre o mensalão, Delcídio – ex-presidente da CPI dos Correios – disse ter testemunhado na madrugada do dia 5 de abril de 2006 as “tratativas ilícitas para retirada do relatório (final da CPI) dos nomes de Lula e do filho Fábio Luís Lula da Silva em um acordão com a oposição”. Assim, segundo o anexo 21 da delação, Lula se salvou do impeachment.
O senador ainda lembrou aos procuradores uma frase do ex-ministro José Dirceu: “Pode checar quem ia à Granja do Torto aos domingos. Te garanto que não era eu”. Sem dúvida, afirmou Delcídio, tratava-se de uma referência a Delúbio Soares e Marcos Valério. Hoje, de acordo com Delcídio, um dos temas que “mais aflige” o ex-presidente Lula é a CPI do Carf. O colegiado apura a compra de MPs durante o governo do petista para favorecer montadoras e o envolvimento do seu filho, Luis Claudio, no esquema. Segundo o senador petista, “por várias vezes Lula solicitou a ele que agisse para evitar a convocação do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni para depor”.
O consultor Mauro Marcondes, amigo de Lula desde os tempos do ABC, e sua mulher foram presos na Operação Zelotes, da PF, acusado de intermediar a compra de MPs. Documentos integrantes da Operação mostram que a LFT, uma empresa de marketing esportivo pertencente a Luis Claudio Lula da Silva, recebeu R$ 1,5 milhão na mesma época em que lobistas foram remunerados por empresas interessadas na renovação da medida provisória. Afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato: “Lula estava preocupado com as implicações à sua própria família, especialmente os filhos Fábio Luís e Luis Cláudio”, fato confirmado a ele por Maurício Bumlai.
Outra CPI, desta vez a dos Bingos (encerrada em 2006), segundo Delcídio, teria agido para proteger a presidente Dilma. A declaração vem no bojo de uma revelação que compromete a campanha da presidente em 2010. No anexo 29 da delação, o senador petista afirmou que “uma das maiores operações de caixa 2 para a campanha de Dilma em 2010 foi feita através do empresário Adir Assad”, condenado no fim de 2015 por ser um dos operadores do esquema do Petrolão.
“Orientados pelo tesoureiro de campanha de Dilma, José Di Filippi, os empresários faziam contratos de serviços com as empresas de Assad, que repassava recursos para as campanhas eleitorais”. De acordo com Delcídio, o encerramento prematuro e sem relatório final da CPI dos Bingos deveu-se exclusivamente a esse fato. “Quando o governo percebeu que as várias quebras de sigilo levariam à campanha Dilma 2010, determinaram o encerramento dos trabalhos”, afirmou. Parte dos depoimentos de Delcídio foi tomado dentro do próprio Supremo Tribunal Federal.
Segundo informou à ISTOÉ um dos procuradores responsáveis pelo acordo de delação, para que Delcídio conseguisse deixar a carceragem, em Brasília, sem ser notado, foi montada uma verdadeira operação de guerra envolvendo dezenas de policiais. Desde o início das tratativas a preocupação maior de Delcídio foi justamente com o vazamento prematuro do acordo. Por isso, as insistentes negativas de seus advogados. Até livrar sua pele no Senado, ele preferia o sigilo. Com o novo cenário, de altíssima octanagem, Brasília estremece. Pior para Delcídio. Melhor para os fatos.
Dilma interferiu na lava jato
No anexo 01 da delação, o senador Delcídio do Amaral revela que em três ocasiões a presidente Dilma Rousseff, no exercício do mandato, e o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tentaram interferir na Lava Jato. Nomeação do ministro Marcelo Navarro para o STJ fez parte de acordo para soltura de executivos presos.
“1 – A Primeira Investida do Planalto
A despeito dos discursos do governo com relação à sua isenção nos rumos da operação Lava jato, é indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de tentar promover a soltura de réus presos no curso da referida operação. Faz parte dessa articulação o advogado Sigmaringa Seixas, figura influente quando se trata, no governo, de indicações para os tribunais superiores. Nas conversas com José Eduardo Cardozo, Dilma se refere a Sigmaringa como ‘the old man’.
A primeira investida do Planalto para tentar alterar os rumos da Lava Jato salta aos olhos pela ousadia: o encontro realizado em 07/07/2015 (18 dias após a prisão de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo) entre Dilma, José Eduardo e o presidente do STF, Ricardo Levandowski, numa escala em Porto (Portugal) para supostamente falar sobre o reajuste de verbas do Poder Judiciário. A razão apontada pela Presidência é absolutamente injustificável... ...A razão principal do encontro, em verdade, foi a mudança nos rumos da Lava Jato. Contudo, a reunião foi uma fracasso, em função do posicionamento retilíneo do ministro Lavandowski, ao afirmar que não se envolveria.
2- A Segunda Investida do Planalto
Em virtude da falta de êxito na primeira investida, mudou-se a estratégia, que se voltou, então, para o STJ, José Eduardo esteve em Florianópolis em agenda institucional... ... A ideia era indicar para uma das vagas no STJ o presidente do TJ de Santa Catarina, Nelson Schaefer. Em contrapartida, o ministro convocado, Dr. Trisotto, votaria pela libertação dos acusados Marcelo Odebrecht e Otavio Azevedo. A investida foi em vão porque Trisotto se negou a assumir tal responsabilidade espúria. Mais um fracasso de José Eduardo em conseguir uma nomeação”.
3- Terceira Investida do Planalto
Após os dois fracassos anteriores, rapidamente desenhou-se uma nova solução que passava pela nomeação de Marcelo Navarro, desembargador do TRF da 5ª Região, muito ligado ao ministro e presidente do STJ, Dr. Francisco Falcão. Tal nomeação seria relevante para o governo, pois o nomeado entraria na vaga detentora de prevenção para o julgamento de todos os Habeas Corpus e recursos da Lava Jato no STJ. Na semana da definição da nova estratégia, Delcídio do Amaral esteve com a presidente Dilma no Palácio da Alvorada para uma conversa privada. Conversaram enquanto caminhavam pelos jardins do Palácio e Dilma solicitou que Delcídio conversasse com o desembargador Marcelo Navarro a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo e de Otavio...
... Conforme o combinado, Delcídio do Amaral se encontrou com o desembargador Marcelo Navarrro no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera, o que poderá ser atestado pelas câmeras do Palácio. Nessa reunião, muito rápida pela gravidade do tema, o Dr. Marcelo ratificou seu compromisso, alegando inclusive que o Dr. Falcão já o havia alertado sobre o assunto. Dito e feito. A sabatina do Dr. Marcelo pelo senado e correspondente aprovação ocorreram em tempo recorde. Em recente julgamento dos habeas Corpus impetrados no STJ, confirmando o compromisso assumido, o Dr. Marcelo Navarro, na condição de relator, votou favoravelmente pela soltura dos dois executivos (Marcelo e Otavio). Entretanto, obteve um revés de 4X1 contra seu posicionamento, vez que as prisões foram mantidas pelos outros ministros da 5ª turma do STJ.”
Dilma sabia de tudo do acerto de Pasadena
O senador conta que como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma Rousseff, sabia que por trás da compra da Refinaria de Pasadena havia um esquema de superfaturamento para desviar recursos da estatal. Ela poderia ter barrado as negociações, mas os contratos foram aprovados pelo Conselho de Administração em tempo recorde e a Petrobras teve um prejuízo de US$ 792 milhões, como foi comprovado pela Lava Jato e pelo TCU.
“Dilma Rousseff, como então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, tinha pleno conhecimento de todo o processo de aquisição da Refinaria de Pasadena e de tudo o que esse encerrava. A alegação de Dilma de que ignorava o expediente habitualmente utilizado em contratos desse tipo, alegando desconhecimento de cláusula como put option, absolutamente convencional, é, no mínimo, questionável. Da mesma forma, discutir um revamp de refinaria que nunca ocorreu, é inadmissível. A tramitação do processo de aquisição de Pasadena durou um dia entre a reunião da Diretoria Executiva e o Conselho de Administração. Delcídio esclarece que a aquisição de Pasadena foi feita com o conhecimento de todos. Sem exceção”.
Dilma queria Cerveró na Petrobrás
O senador revela como, em 2008, Dilma Rousseff atuou de forma decisiva para que Nestor Cerveró fosse mantido na direção da Petrobras. Na ocasião, Cerveró perdeu o cargo de diretor Internacional por pressão do PMDB, mas Dilma conseguiu coloca-lo na Diretoria Financeira da BR Distribuidora.
“Diferentemente do que afirmou Dilma Rousseff em outras oportunidades, a indicação de Nestor Cerveró para a Diretoria Financeira da BR Distribuidora contou efetivamente com a sua participação. Delcídio do Amaral tem conhecimento dessa ingerência tendo em vista que, no dia da aprovação pelo Conselho, estava na Bahia e recebeu ligações de Dilma...
...Não é correta a informação de que a Diretoria Financeira da BR Distribuidora tenha sido produto de entendimento exclusivo de Lula e Dutra (José Eduardo). Dilma Rousseff teve atuação decisiva, comprovada através das ligações mencionadas, quando da sua chegada ao Rio de Janeiro para a reunião do Conselho de Administração da Petrobras. Dilma Rousseff ligou para Delcídio perguntando se o Nestor já havia sido convidado para ocupar a Diretoria Financeira da BR Distribuidora. Depois, ligou novamente confirmando a nomeação de Nestor para o referido cargo, o que restou concretizado na segunda-feira, 03/03/2008, quando da posse de Nestor na BR Distribuidora e de Jorge Zelada na área internacional da Petrobras”.
CPI dos bingos protegeu Dilma
No anexo 29 da delação premiada, o senador Delcídio do Amaral descreve aos membros da Lava Jato uma operação de caixa dois na campanha de Dilma em 2010 feita pelo doleiro Adir Assad. Segundo Delcidio, o esquema seria descoberto pela CPI dos Bingos, mas o governo usou a base de apoio no Congresso para barrar a investigação dos parlamentares.
“Uma das maiores operações de caixa dois da campanha de Dilma em 2010 foi feita através de Adir Assad. Orientados pelo tesoureiro da campanha, José Filippi, os empresários faziam contratos de serviços com as empresas de Assad, que repassava os recursos para as campanhas eleitorais. Esse expediente foi largamente utilizado e o encerramento prematuro e sem relatório final da CPI dos Bingos deveu-se exclusivamente a esse fato. Quando o governo percebeu que as várias quebras de sigilo levariam à campanha de Dilma, determinou o encerramento imediato dos trabalhos”.
Lula mandou pagar Cerveró
Um dos relatos mais explosivos feitos pelo senador Delcídio do Amaral à operação Lava Jato está no anexo 2. O senador revela aos procuradores que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou o esquema do pagamento de uma mesada a Cerveró para tentar evitar sua delação premiada. Foi por intermediar esses pagamentos que Delcídio acabou na cadeia. Lula não queria que o ex-diretor da Petrobras mencionasse o esquema do pecuarista José Carlos Bumlai na compra de sondas superfaturadas feitas pela estatal.
“Lula pediu expressamente a Delcídio do Amaral para ajudar o Bumlai porque supostamente ele estaria implicado nas delações de Fernando Soares e Nestor Cerveró. No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró com recursos fornecidos por Bumlai. Delcídio explicou a Lula que com José Carlos Bumlai seria difícil falar, mas que conversaria com o filho, Maurício Bumlai, com quem mantinha uma boa relação. Delcidio, vendo a oportunidade de ajudar a família de Nestor, aceitou intermediar a operação.
A primeira remessa de R$ 50.000,00 foi entregue pelo próprio Delcidio do Amaral em mãos do advogado Edson Ribeiro, após receber a quantia de Mauricio Bumlai, em um almoço na churrascaria Rodeio do Iguatemi, em 22/05/2015 (em anexo existe base documental para isso). As entregas de valores à família de Nestor Cerveró se repetiram em outras oportunidades. Nessas outras oportunidades quem fez a entrega foi o assessor Diogo Ferreira (em anexo existe base documental disso). O total recebido pela família de Nestor foi de R$ 250.000,00. O próprio Bernardo (filho de Nestor Cerveró) recebeu em espécie do Diogo.
Lula comprou o silêncio de Marcos Valério
O ex-presidente cedeu às chantagens do publicitário Marcos Valério que exigiu R$ 220 milhões para se calar na CPI dos Correios sobre os meandros do Mensalão. Em seu depoimento, Delcídio afirma que ele e Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) tentaram negociar o pagamento, mas que foi o ex-ministro Antônio Palocci quem assumiu essa tarefa.
“Em 14/02/2006 foi conversado sobre o pagamento de uma dívida prometida por Paulo Okamotto em Belo Horizonte, a fim de que Marcos Valério silenciasse em relação às questões do mensalão. Nos dois dias seguintes, Delcidio do Amaral se reuniu sucessivamente: primeiro com Paulo Okamoto, a fim de que ele cumprisse com o prometido em Belo Horizonte (de acordo com Marcos Valério o valor seria de R$ 220 milhões); segundo com o ex-presidente Lula, sendo que na conversa Delcidio disse expressamente ao presidente: ‘acabei de sair do gabinete daquele que o senhor enviou à Belo Horizonte. Corra presidente, senão as coisas ficarão piores do que já estão’.
No dia seguinte, Delcidio recebeu uma ligação do então ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, na qual este disse: ‘parece que sua reunião com o Lula foi muito boa, né?’. A resposta de Delcidio foi a seguinte: ‘não sei se foi boa para ele’. Na sequência, o ministro da Fazenda, Palocci, ligou para Delcidio dizendo que Lula estava ‘injuriado’ com ele em razão do teor da conversa. Contudo, Palocci disse que estaria, a partir daquele momento, assumindo a responsabilidade pelo pagamento da dívida. Marcos Valério recebeu, mas não a quantia integral pretendida. De todo modo, a história mostrou a contrapartida: Marcos Valério silenciou.”
“Exclusão de Lula e Lulinha da CPI dos Correios evitou o impeachment”
No anexo 21 da delação, Delcídio relata a forte atuação de Lula e aliados sobre os parlamentares da CPI dos Correios. O senador, que presidiu a CPI, afirma que a votação do relatório que poupou o ex-presidente foi duvidosa.
“Lula se salvou de um impeachment com a exclusão de seu nome e de seu filho Fábio Lula da Silva (o Lulinha) na madrugada do dia 05/04/2006 do relatório final da CPI dos Correios, que foi aprovado em votação polêmica e duvidosa naquele mesmo dia”.
Lula pressiona CPI do CARF para proteger a família
Delcidio afirmou aos procuradores da Lava Jato que, como líder do governo, foi pressionado por Lula para que Mauro Marcondes e Cristina Mautoni não fossem depor na CPI que apura a venda de Medidas Provisórias. Ele revelou que o ex-presidente temia que o casal pudesse implicar seus filhos no escândalo.
“Delcidio do Amaral tem conhecimento de que um dos temas que mais aflige o presidente Lula é a CPI do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). A preocupação do ex- presidente foi elevada especialmente quando da convocação de Mauro Marcondes e sua esposa Cristina Mautoni. Por várias vezes o próprio Lula solicitou a Delcidio que agisse para evitar a convocação do casal para depor perante a CPI. Lula alegava que estava muito preocupado com eles.
Mas, em verdade, Lula estava preocupado com implicações à sua própria família, especialmente com os filhos Fábio Luiz Lula da Silva e Luiz Claudio Lula da Silva. Esse fato foi confirmado a Delcídio por Maurício Bumlai, que conhece muito bem a relação dos familiares de Lula com a casal. Em resposta a insistência de Lula, Delcídio, como líder do governo no Senado, mobilizou a base do governo para derrubar os requerimentos de convocação do casal na reunião ocorrida em 05/11/2015, onde logrou êxito”.
Bumlai é o consigliere da família Lula
No anexo 6 de sua delação premiada, Delcidio descreve as relações de Bumlai com o ex-presidente e sua família. Fala sobre os negócios escusos envolvendo o pecuarista e a Petrobras e cita as obras no sítio de Atibaia.
“Ao contrário do que afirma o ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai goza de total intimidade com ele, representando de certa maneira o papel de ‘consigliere’ da família Lula....
De todas as ações ilícitas de Bumlai, uma das mais relevantes é a aquisição/operação, pela Petrobras, da sonda Vitória 10.000, cujos desdobramentos políticos e financeiros são muito maiores do que os divulgados. O negócio foi feito com a finalidade de quitar uma dívida de Bumlai com o Banco Schahim, divida essa de R$ 12 milhões. O contrato girou em torno de US$ 16 milhões... A realidade é que o contrato não só quitou a dívida de Bumlai como pagou dívidas da campanha presidencial de Lula em 2006...
Bumlai foi o principal responsável pela implementação do Instituto Lula, disponibilizando de todo o aparato logístico e financeiro. Foi também a pessoa que ficou responsável, em um primeiro momento, pelas obras do sítio de Atibaia, do ex-presidente Lula. Delcidio tem conhecimento de que Bumlai já tinha contratado arquiteto e engenheiro para a realização das obras, o que foi abortadopor Léo Pinheiro, outro grande amigo do presidente, que pessoalmente se dispôs a fazer o serviço através da OAS em um curto espaço de tempo”.
Pedágio na CPI da Petrobras
Delcído diz que os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rego (PMDB-PB) e os deputados Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (SD-PR) cobravam de empreiteiros para não serem convocados na CPI da Petrobras.
“Delcidio do Amaral sabe de ilicitudes envolvendo o desfecho da CPI que apurava os crimes no âmbito da Petrobras. A CPI obrigava Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa a jantarem todas as segundas-feiras em Brasília. O objetivo desses jantares era evitar que os empresários fossem convocados para depor na CPI. Os senadores Gim Argello, Vital do Rego e os deputados Marco Maia e Francischini cobravam pedágio para não convocar e evitar maiores investigações contra Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa.”
Créditos das fotos nesta matéria: Gilberto Tadday; Antônio Cruz/Agência Brasil; Ichiro Guerra; Marcos Oliveira/Agência Senado; Rodrigues Pozzebom/Agência Brasilfotos: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo; Juca Varella/Estadão Conteúdo; Márcio Fernandes/ Estadão Conteúdo
Argentina: com voces, um abutre
Funag e Editora da UnB se preparam para relancar os "Classicos IPRI"
Em 15 de fevereiro, o Presidente da FUNAG recebeu a Diretora da Editora UnB, Senhora Ana Maria Fernandes. Trataram da retomada da publicação dos “Clássicos IPRI”, coleção na qual o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) da FUNAG editou obras essenciais para o estudo em profundidade das relações internacionais, em seus aspectos políticos, econômicos e jurídicos.
O próximo título a ser lançado na coleção será “Relectio de indis”, de autoria do teólogo quinhentista espanhol Francisco de Vitoria, organizada por José Carlos Brandi Aleixo e prefaciada por Antônio Augusto Cançado Trindade. Ainda neste semestre, deverá ser publicado o livro "Escritos Políticos" de Immanuel Kant, com prefácio de Carlos Henrique Cardim.
Na reunião foram ainda acordadas as seguintes iniciativas: a) a reedição de obras já publicadas pela FUNAG e pela Editora UnB; b) a disponibilização de pelo menos 30 títulos do acervo da FUNAG para serem vendidos nas livrarias físicas da Editora UnB, localizadas no Campus Universitário Darcy Ribeiro (UnB) e na 406 norte; c) divulgação online do acervo.
Participaram também da reunião o Ministro Alessandro Candeas, Coordenador-Geral de Pesquisa do IPRI, Pércio Romualdo, Coordenador de Produção Editorial da Editora UnB, e Fernanda Siqueira, Técnica em Promoção e Divulgação Cultural da FUNAG.
Foto: Arapuã Brito
FGV & TSA Workshop on Methods and Archival Research in Brazil - curso de pesquisa historica na FGV-Rio
by Alexandre Moreli
FGV & TSA WORKSHOP ON METHODS AND ARCHIVAL RESEARCH IN BRAZIL
- GLOBAL HISTORY AND INTERNATIONAL RELATIONS -
The Center for International Relations at the Getulio Vargas Foundation (FGV), in partnership with the Transatlantic Studies Association (TSA), invites proposals for the FGV-TSA Workshop on Methods and Archival Research in Brazil, to be held from May 9 to May 11 2016 in Rio de Janeiro. The Workshop is a three-day seminar in which graduate students receive training in studying and conducting archival research on Global History and IR from Brazilian experts and world-class faculty and invited policymakers. For more information see here (http://ri.fgv.br/en/events/workshop-methods-and-archival-research-brazil-global-history-an...) and here (http://www.transatlanticstudies.com/FGV-amp-TSA-WORKSHOP-ON-METHODS-AND-ARCHIVAL-RESEA).
The Workshop will focus on the relationship between history and international relations, emphasizing new historiographical debates and theoretical and methodological approaches of the Humanities. Participants will also work with each other, the organizers and invited policymakers in a series of exercises analyzing selected archival material and oral history collections hold by FGV*.
Objectives of the Workshop include: (1) enhance the analytical complexity of on-going research; (2) internationalize FGV by building connections between South Atlantic, North Atlantic, and other international scholars; (3) promote collaborative international and transnational research networks; (4) share knowledge, archival sources, and research techniques in Global History and International Relations.
FGV will cover transportation costs, hostel accommodation and board for participants coming from Brazil. For those coming from abroad, FGV will provide hostel accommodation and board. All sessions will be held in Portuguese at the FGV headquarters in Rio de Janeiro, Brazil. Participants are required to attend all sessions.
Applications may be submitted either in Portuguese or English and should include the following: curriculum vitae (for those affiliated to Brazilian institutions, a Lattes CV), and an abstract of the research project (max.500 words). All application materials should be submitted via e-mail to ri@fgv.br
The deadline for applications is March 7, 2016.
Successful applicants will receive a reading list prior to the workshop.
*FGV holds more than 250 Private Papers collections, including several from former Presidents and Minister of Foreign Relations, and more than 1.000 transcriptions of interviews conducted by the pioneer Oral History Program in Brazil since the early 1970’s.
quarta-feira, 2 de março de 2016
O Estado brasileiro contra os cidadaos: cada vez mais mandarins consumindo recursos da sociedade
Fonte Congresso em Foco, 1/03/2016
Proposta é de autoria do senador Romero Jucá (à esquerda), primeiro governador do estado de Roraima, e pode ser votada nesta quarta. Relator contesta custo extra estimado em R$ 100 milhões ao mês
Jucá e Randolfe articulam proposta a ser levada ao plenário
Vai a voto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado uma proposta que coloca cerca de 10 mil pessoas, de uma só vez, nos quadros da União. O argumento por trás da movimentação, encabeçada pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e amparado em parecer favorável de Randolfe Rodrigues (Rede-AP), é que se trata de um grupo de trabalhadores que realmente prestaram serviços aos antigos territórios federais de Roraima e Amapá – justamente os estados que hoje são representados na Casa por, respectivamente, Jucá e Randolfe. O texto vai ser colocado em votação na CCJ nesta quarta-feira (2).
A versão da proposta que vai a votação é um substitutivo preparado por Randolfe, com alterações pontuais em relação ao texto apresentado por Jucá. Não há, em ambos as redações, qualquer menção ao impacto financeiro extra que a proposição acarretará. Segundo estimativa do Ministério do Planejamento, que é contra a PEC, o custo adicional aos cofres públicos pode variar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões ao mês. O levantamento sobre tal impacto orçamentário, no entanto, ainda está sob análise na pasta.
Os trabalhadores a serem contemplados na proposta de emenda à Constituição (PEC 03/2016) são ex-ocupantes de cargos em comissão (de livre nomeação pelos políticos), trabalhadores em cooperativas contratadas pela administração pública e até quem tem apenas um recibo ou comprovante de depósito para comprovar o vínculo de serviço prestado. Nos termos em que tramita no Senado, a proposta contraria um dos pilares da Constituição de 1988: o concurso público como forma prioritária de ingresso no serviço público e a única que permite ao servidor adquirir estabilidade.
Anos de chumbo
A transposição para os quadros da União é um tema que tem unido políticos de todos os matizes ideológicos nos ex-territórios e remonta aos anos finais do regime militar (1964-1985), quando a ditadura resolveu dar autonomia política ao território de Rondônia. Trabalhadores que prestaram serviços ao território foram incorporados pela União, mesmo sem ter realizado concurso público. Tal possibilidade não era, àquela ocasião, vedada pela Constituição – a restrição foi imposta a partir de 1988, com a promulgação do texto constitucional em vigor.
Relator da matéria, o senador Randolfe considera justo que a PEC garanta o vínculo funcional dos servidores dos ex-territórios, regularizando a situação dos trabalhadores em questão. Ele recorre justamente ao argumento de que a relação trabalhista foi estabelecida antes da vigência da atual Constituição, e que por isso eles deveriam ser mantidos no quadro.
Randolfe contestou, em entrevista ao Congresso em Foco, os números apresentados pelo Ministério do Planejamento sobre o eventual impacto financeiro que a proposta implicaria (R$ 80 milhões a R$ 100 milhões mensais). “Não acredito em impacto deste tamanho. O salário médio dos profissionais não existia acima de R$ 5 mil, R$ 6 mil”, argumentou.
Em sua justificativa, Jucá diz que a proposta de emenda à Constituição é questão de “justiça” e reconhecimento pelo trabalho dos que “contribuíram [...] principalmente, para que Roraima e o Amapá se erguessem como unidade da Federação”. Segundo o peemedebista, o grupo foi importante inclusive para a implantação do “poder público local”.
“[...] é preciso fazer justiça. Reconhecer e declarar que muitas das situações de fato, vividas à época, retratavam importantes vínculos ou relações de trabalho entre o estado e o particular, das quais o interesse público muito se favoreceu. Precisamos, agora, retribuir, ao menos parcialmente, o muito que essas pessoas contribuíram não apenas para que se implantasse o poder público local, mas, principalmente, para que Roraima e o Amapá se erguessem como unidade da Federação. Como esta Emenda, queremos fazer justiça”, defende o peemedebista, primeiro governador nomeado do novo Estado de Roraima (1987-1990), durante o governo José Sarney (1985-1990), e ele mesmo responsável por boa parte das nomeações.
De acordo com dados referentes a 2014 e reunidos nos portais da Transparência da União e do Governo do Estado, Roraima, por exemplo, tem cerca de 85 mil servidores federais, estaduais e municipais, para uma população de apenas 505 mil habitantes – média de um servidor para cada seis pessoas. Roraima e Amapá, somados, respondem por menos 0,5% do PIB nacional – realidade que sinaliza a dependência das finanças estaduais em relação aos recursos federais e é usada como argumento de Randolfe na defesa da proposta.
“O interesse público e social permeia todos os aspectos da proposta, visto o caráter de integração e segurança nacional, desenvolvimento regional e de proteção de fronteiras de que se revestiu o projeto de criação dos territórios federais, bem como pela dependência desses estados de transferência de recursos da União, ainda desprovidos de indústria e comércio desenvolvidos”, diz trecho do parecer.
Reminiscência
A Constituição de 5 de outubro de 1988 transformou em estados os dois últimos territórios: Amapá e Roraima. Foi estabelecido, então, um prazo de cinco anos para a instalação da estrutura dos novos estados, que passaram a funcionar com servidores cedidos pelo governo federal.
Estabelecido o status de governador de estado, superior ao dos então chefes de território federal, deu-se início a uma série de nomeações custeadas pelo erário. Em Roraima, por exemplo, ainda no período de transição, milhares de cargos públicos foram preenchidos por indicação política, por contratação de cooperativas ou mesmo em decorrência de simples pagamento por serviço prestado.
A Emenda Constitucional 19, de 1998 (reforma administrativa implementada no governo Fernando Henrique Cardoso), reconheceu como servidores federais aqueles que, mesmo sem concurso, haviam prestado serviço aos territórios antes da promulgação da Constituição. Muitos dos trabalhadores foram beneficiados e entraram nos quadros dos territórios, com a devida autorização dos respectivos gestores, em 4 de outubro de 1998 – exatamente na véspera da entrada em vigor da nova Constituição.
Mas, ao mesmo tempo em que beneficiou trabalhadores sem concurso público, a Emenda 19 proibiu tal modalidade de nomeação. A partir de então, os novos estados ficaram obrigados a realizar certames caso queiram aumentar o quadro de servidores.
Marcos Troyjo no Roda Viva do dia 29/02/2016: o Brasil e sua (des)insercao global
Paulo R. de Almeida
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O #RodaViva da última segunda-feira (29), que contou com a presença do economista Marcos Troyjo, já está disponível em nosso canal do YouTube:
https://goo.gl/bVRY32
Roda Viva | Marcos Troyjo | 29/02/2016
O economista Marcos Troyjo é diretor do Briclab da Universidade Columbia – um centro de estudos sobre os países emergentes conhecidos como Brics…
https://m.youtube.com/watch?v=DeBjFtLBIyE
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/videos-veja-entrevista/o-entrevistado-do-roda-viva-desta-segunda-feira-e-o-economista-marcos-troyjo/
O entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira foi o cientista político e economista Marcos Troyjo, doutor pela Universidade de São Paulo. Entre várias outras atividades, o colunista da Folha dirige o BRICLab da Universidade Columbia, centro de estudos que idealizou para acompanhar permanentemente a trajetória dos integrantes do BRICS, acrônimo formado com as iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Além de analisar o desempenho dos cinco países, o convidado do programa transmitido ao vivo pela TV Cultura localizou na política econômica adotada ainda no governo Lula o início da sequência de equívocos que empurraram o Brasil para uma das mais longas recessões da história. “Esta já é uma década perdida”, lastimou. Segundo Troyjo, o caminho que leva para longe da crise começa pelo fim do governo Dilma.
A bancada de entrevistadores reuniu Samantha Pearson (correspondente do Financial Times no Brasil), Fernando Schuler (professor do Insper, colunista da Época e articulista do Estadão), João Pedro Garcia Caleiro (editor de economia do site da Exame), Toni Sciarretta (jornalista especializado em finanças) e Márcio Kroehn (editor da Isto É Dinheiro).
The Transformation of Economics - Richard K. Vedder
A lei dos retornos decrescentes provavelmente se aplica a todos os campos de conhecimento, ou melhor, de pesquisa acadêmica, terreno no qual nós -- inclusive eu próprio -- começamos a nos repetir, a fazer muito Lavoisier, a repassar e reutilizar pesquisas antigas com novos argumentos que não acrescentam muito ao já elaborado.
Quanto à ideologização, ela é muito mais disseminada nas ciências sociais, ou nas humanidades em geral, do que propriamente na economia, onde a seriedade precisa ser maior. Os puramente ideológicos, em economia, acabam ficando isolados, e são considerados bichos estranhos, embora ocorra muita matematização da "economics", o que acaba se afastando da "political economy", mas é o padrão das faculdades americanas atualmente.
Não creio que tenha havido uma desconexão entre a pesquisa acadêmica e as políticas públicas, em quaisquer setores que se possa pensar. A academia continua produzindo bons trabalhos, mas são os governos que desprezam as boas pesquisas para decisões catastróficas.
Concordo, no entanto, que pesquisas puramente universitárias podem estar cedendo terreno para pesquisas fora das universidades, nos famosos think tanks, mas este é um fenômeno americano, não brasileiro.
Não sei se o governo está penalizando o trabalho nos EUA. No Brasil certamente, pois diferentes políticas são totalmente anti-empregos, não apenas uma legislação laboral fascista, uma justiça do trabalho anacrônica e coisas absurdas como o salários mínimo, em geral e nacionalmente unifirme.
Paulo Roberto de Almeida
Opinion Commentary
The Transformation of Economics
Five big changes I’ve seen over the past half-century. One is economics as ideology in camouflage.
By Richard K. Vedder
The Wall Street Journal, March 1, 2016 6:30 p.m. ET
Like most economics professors, I have spent my academic lifetime examining the economic and public-policy effects of issues involving the production, distribution and consumption of goods and services—what is known as political economy. There is, however, a “political economy” to the very act of producing and disseminating economic knowledge and examining public policies. And that political economy and my assessment of it has changed over a career spanning more than half a century. Here are five developments I would emphasize:
• Diminishing returns to research. A core economic principle is the Law of Diminishing Returns. If you add more resources, such as labor, to fixed quantities of another resource, such as land, output eventually rises by smaller and smaller amounts. That applies—with a vengeance—to academic research. Teaching loads have fallen dramatically (although the Education Department, which probably can tell you how many Hispanic female anthropologists there are teaching in Arkansas, does not publish regular teaching-load statistics), ostensibly to allow more research. But the 50th paper on a topic seldom adds as much understanding as the first or second. Emory University’s Mark Bauerlein once showed that scholarly papers on Shakespeare averaged about 1,000 a year—three a day. Who reads them? How much does a typical paper add at the margin to the insights that Shakespeare gave us 400 years ago?
• Economics as ideology in camouflage. Economists who achieve fame for genuine intellectual insights, like Paul Krugman, sometimes then morph into ideologues—predominantly although not exclusively on the left. The leftish domination of American academia is partly explained by economics. Federal student-loan programs, state appropriations, special tax preferences and federal research-overhead funds have underwritten academic prosperity, even at so-called private schools. The leftish agenda today is one of big government; academics are rent-seekers who generally don’t bite the hand that feeds them. The problem is even worse in other “social sciences.”
• A disconnect between economic reality and public policy. Three examples come to mind. First, the Keynesian orthodoxy of fiscal stimulus of the 1950s and 1960s, with its Phillips curves and the like, was shown to be spectacularly wrongheaded. The U.S. experience of the 1970s and the Japanese “lost decade” of the 1990s are two demonstrations. Second, centrally planned authoritarian states with no private property or free markets (e.g., the former Soviet Union or North Korea) have been shown to be monumentally inefficient and not permanently sustainable. Third, nations with some free-enterprise capitalism but with growing redistributionist welfare states start stagnating economically—Europe beginning after 1970, the U.S. after 2000. Yet many economists (including at the Federal Reserve) still champion Keynesian policies and welfare-state expansions such as ObamaCare.
• The rise of the nonuniversity research centers. A reaction to the liberal ideological orientation and inefficiencies of colleges has spawned this phenomenon. When I was attending college around 1960, the Brookings Institution, National Bureau of Economic Research and the Hoover Institution were among relatively few major independent think tanks. Today there are many, especially ones funded on the right to provide intellectual diversity, including nationally or regionally oriented centers such as the American Enterprise Institute, Cato Institute, Heritage Foundation, Heartland Institute and the Independent Institute, as well as dozens of state-policy think tanks. Universities have lost market share in social-science research.
• A major cause of America’s economic malaise: the government’s war on work. My own research with Lowell Gallaway has stressed the importance of labor costs in explaining output and employment fluctuations. If the price of something rises, people buy less of it—including labor. Thus governmental interferences such as minimum-wage laws lower the quantity of labor demanded, while high taxes on labor reduces labor supply, as do public payments to people for not working.
One reason living standards in the U.S. have stagnated: There were 12.7 million fewer Americans working in January than there would have been with the 2000 employment-population ratio. Disability insurance claims have roughly tripled in the past generation (despite greater inherent workplace safety because of the declining relative importance of manufacturing and mining); government-subsidized student loans and grants have lured younger Americans away from work; extended unemployment benefits prolonged unemployment; and food stamps now go to nearly 30 million more Americans than 15 years ago. The government has provided much more income that is only available if people do not work. So fewer do. As Charles Murray has noted, this phenomenon has contributed to declining social cohesion and arguably even largely explains Donald Trump’s electoral success.
Modern computer technology and increased econometric sophistication sometimes yield useful information about the way the world works economically. But those gains are at least partially offset by the sharp decline in historical consciousness—today’s scholars sometimes think they know it all, having an arrogance arising from historical ignorance, often wasting time and energy relearning lessons that those with a good sense of economic history already know. It is still satisfying, after half a century, to try to counter that ignorance, and to teach young people the logic of the price system, the importance of private property and other institutions for freedom and prosperity.
Mr. Vedder teaches economics at Ohio University and is an adjunct scholar at the American Enterprise Institute. This op-ed is adapted from an article in the Winter 2016 issue of the Cato Journal [http://object.cato.org/sites/cato.org/files/serials/files/cato-journal/2016/2/cato-journal-v36n1-1.pdf]