Não sei porque, mas acho que o Samuel estava um pouco masoquista quando escreveu isto aqui:
"os professores
universitários, formados em universidades estrangeiras, em teorias
próprias dos países desenvolvidos..."
Se não me engano, ele também estudou economia na Universidade de Boston, quando serviu no Consulado naquea cidade.
Será que está arrependido?
O resto da diatribe é puro samuelismo, da mais fiel extração...
Paulo Roberto de Almeida
Fora Meireles! [sic] O inimigo do Povo!
Por Samuel Pinheiro Guimarães
1. O Senhor Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda,
ex-presidente do Bank of Boston e durante vários anos presidente do Conselho da
J e F (de Joesley), de onde saiu para ocupar o Ministério da Fazenda, procura,
à frente de uma equipe de economistas de linha ultra neoliberal, implantar no
Brasil, na Constituição e na legislação uma série de “reformas” para criar um
ambiente favorável aos investidores, favorável ao que chamam de “Mercado”.
2. O Senhor Henrique Meirelles já declarou, de
público, que se o Presidente Temer “sair” ele continua e todos os jornais
repetem isto, com o apoio de economistas variados e empresários, como o Senhor
Roberto Setúbal, presidente o Itaú.
3. Estas “reformas” são, na realidade, um verdadeiro
retrocesso econômico e político e estão trazendo, e trarão, enorme sofrimento
ao povo brasileiro e grande alegria ao “Mercado”.
4. Enquanto crucificam o povo brasileiro e em especial
os mais pobres, os trabalhadores e os excluídos, o debate político fica
centrado na corrupção, desviando a atenção da classe média e dos moralistas, em
torno de uma verdadeira “novela” com heróis e bandidos.
5. Discute-se se Michel Temer levou ou não
“contribuições pessoais” e se foram 500 mil ou 20 milhões, a prazo; se o
Senador Aécio Neves pediu uma propina ou um empréstimo (informal!!) de 2
milhões de reais; se a JF corrompeu quem e quantos e ficaram livres de pena; se
o Senhor Joesley merecia o perdão; se Sérgio Moro, juiz de primeira instancia,
é ou não a principal autoridade judiciária do país, acima da Lei; se o Ministro
Marco Aurélio é justo; se o Ministro Gilmar Mendes é imparcial etc etc etc.
6. O tema verdadeiramente importante é a tentativa das
classes hegemônicas brasileiras, aqueles que declararam ao Imposto de Renda
ganharem mais de 160 salários mínimos por mês (cerca de 160 mil reais) e que
são cerca de 70 mil pessoas e que constituem, em seu conjunto, aquela entidade
mística que os jornais e analistas chamam de “Mercado”.
7. O “Mercado” contra o Povo.
8. De um lado, o
“Mercado”:
- os empresários,
promotores do Pato e financiadores do MBL; exceto aqueles que já se deram
conta que Meirelles é contra a indústria;
- os rentistas;
- os grandes
proprietários rurais (entre eles o Senador e Ministro Blairo Maggi e o
avião interceptado pela FAB);
- os grandes
proprietários urbanos;
- os banqueiros
(não os bancos) e seus lucros;
- os gestores de
grandes empresas privadas, modestos ex-professores universitários;
- os proprietários
dos meios de comunicação;
- os grandes
executivos brasileiros de megaempresas multinacionais;
- os professores
universitários, formados em universidades estrangeiras, em teorias
próprias dos países desenvolvidos e que, mesmo lá, fracassam;
- os economistas e
os jornalistas econômicos, empregados do Mercado.
9. De outro lado, o Povo:
- os 53 milhões de
brasileiros que recebem o Bolsa Família, isto é, cuja renda mensal é
inferior a 182 reais;
- as dezenas de
milhões que são isentos do imposto de renda por terem renda inferior a
2.500 reais por mês.
- os 61 milhões que
estão inadimplentes, com seus crediários;
- os 14 milhões de
desempregados;
- os 3 milhões de
crianças fora da escola;
- os mais de 11
milhões de habitantes de favelas (hoje chamadas comunidades!!);
- os subempregados;
- os 47 milhões que
ganham menos de um salário mínimo por um mês;
- os milhões sem
remédios e sem hospital.
10. O programa
econômico de Henrique Meirelles é o verdadeiro inimigo do povo! Não é a
corrupção que distrai a atenção da verdadeira catástrofe que está sendo
consolidada na legislação através de um Congresso que representa
principalmente empresários, banqueiros, proprietários rurais, rentistas,
etc.
11. O Mercado
agora deseja colocar um presidente de imagem limpa para que, como disse o
Senhor Roberto Setúbal, na Folha de São Paulo, o importante são as
reformas! Não importa quem as conduza!
12. É preciso
lutar com todas as forças contra este programa de “retrocessos”
disfarçados, cinicamente, de reformas a “favor” do Povo!