Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
O Brasil, ou melhor, certos brasileiros continuam alimentando obsessões equivocadas no plano econômico e das dinâmicas sociais. Uma delas é a tal de "casa própria", que congela e desvia muito capital privado e público, por um atavismo com pouco realismo em relação a um mercado imobiliário flexível e dinâmico.
Outra obsessão, totalmente superada atualmente, é com a famosa "reforma agrária", tema já anacrônico nos anos 1960, quando ela continuou a ser agitada por movimentos bolcheviques como o MST ou outros.
Se existe concentração da propriedade, em poucos proprietários, é muito fácil aos órgãos de fiscalização o controle da utilização dessas terras, a cobrança dos impostos devidos e eventuais demandas para atender a essa outra loucura constitucional que é a "função social da propriedade", uma grande bobagem, pois uma indústria, um comércio, um outro estabelecimento qualquer não precisa cumprir nenhuma "função social". Empresas, agrícolas ou outras, são feitas para produzir, vender, e lucrar, de forma totalmente livre. Se algum proprietário "ecologista" preferir deixar suas propriedades entregues ao mato, aos animais, à cosnervação do bioma original, o Estado não tem nada a ver com isso, pois propriedade é propriedade, não cabendo ao Estado dizer como o seu proprietário deva cumprir esta ou aquela função.
Apenas Estados fascistas pretendem se imiscuir em propriedades privadas.
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil registrou recorde na concentração de áreas rurais nas mãos de grandes produtores:1% das propriedades ocupa quase metade do território agrícola do país, segundo o Censo Agropecuário, divulgado pelo IBGE. Em contrapartida, 50% dos estabelecimentos com até 10 hectares representam apenas 2,3% do campo. De todas as regiões, somente no Nordeste houve redução do índice que afere a desigualdade.
Minha pequena reflexão histórica sobre a assim chamada Política Externa Independente (muito oversold, é verdade, na literatura acadêmica a respeito). Estes comentários foram suscitados pela sucessão inacreditável de 15 twites ofensivos à PEI e a San Tiago Dantas, que transcrevi mais abaixo; ver aqui: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/10/san-tiago-dantas-e-pei-segundo-o-atual.html
A PEI sempre foi a base de TODA a política externa brasileira desde a segunda metade do governo JK, sob a condução básica do Itamaraty, com subsídios eventuais de assessores presidenciais, como Augusto Frederico Schmidt, no caso da OPA, Operação Pan-Americana. Ocorre que ela não tinha essa designação, que foi a grande sacada do Afonso Arinos ao ser convidado por Jânio para ser um chanceler inovador, o que ele foi (leiam seu segundo volume de memórias: Planalto). Foi inteiramente preservada por San Tiago Dantas no primeiro gabinete parlamentarista de Goulart, e invariavelmente desde então, sem grandes mudanças, mas com pequenos ajustes sob Castelo Branco, Medici, Collor e FHC (por necessidades circunstanciais), e mesmo por Lula, que a distorceu bastante, para apoiar execráveis ditaduras de esquerda. A PEI sempre guiou os passos de gerações de diplomatas brasileiros, e não poderia ser de outro modo, dada nossa formação.
A ideologia do Itamaraty, desde os anos 1950, é invariavelmente desenvolvimentista com autonomia nacional, ou seja, defesa intransigente da soberania, nacionalismo, protecionismo, políticas de construção do poder nacional, dentro do multilateralismo onusiano, hoje estupidamente rejeitado por alguns malucos que tomaram conta do Itamaraty, para vergonha da quase totalidade dos diplomatas. Os militares foram defensores entusiastas da PEI, embora sem o reconhecer. Pode-se dizer que a diplomacia da dupla Geisel-Silveirinha foi um “exagero” de PEI, tanto que os EUA denunciavam os “barbudinhos” do Itamaraty. Política externa subserviente em relação aos EUA só tivemos em alguns poucos episódios localizados do governo Dutra e ainda assim combatida por Oswaldo Aranha, representante na ONU. Até mesmo o governo constitucional de Vargas (951-54) assinou um acordo de assistência militar com os EUA, em 1952, combatido pela esquerda. Só Bolsonaro-Araújo nos levaram a essa vergonha de sermos capachos dos EUA, algo que escandaliza 99,99% dos diplomatas.
Mais um pouco de PEI, para curiosos, neófitos e alguns poucos ignorantes, que acham positiva a atual política externa subserviente, míope e destrambelhada do olavo-bolsonarismo inepto:
Passado o governo Castelo Branco, que só foi alinhado na cabeça de acadêmicos e opositores políticos (teve o episódio da República Dominicana, que foi apenas um pequeno “pedágio” numa trajetória basicamente correta, dentro das circunstâncias), mas que se manteve na mesma linha dos governos Vargas (51-54) e JK, a partir do governo Costa e Silva a diplomacia brasileira retomou INTEIRAMENTE e INTEGRALMENTE as bases da PEI, sem o nome e de forma discreta. O chanceler era o Magalhães Pinto, ou seja, um inepto em política externa, e o SG era o embaixador Sergio Corrêa da Costa: imediatamente o governo RECUSOU e denunciou o TNP, como iníquo e discriminatório, denunciou a hipocrisia comercial americana, na questão das sobretaxas ilegais a café solúvel e calçados e voltou totalmente à postura unctadiana da origem.
Moniz Bandeira explica o crescimento das contradições Brasil-EUA no seu livro de história diplomática Rivalidade Emergente. Mesmo o “neoliberal” Collor nunca foi alinhado, como agora está ocorrendo de forma vergonhosa sob o escandaloso governo atual.
FHC abandonou (mas só parcialmente) o contemplativo terceiro-mundismo que vigorava no Itamaraty, mais por inércia do que por decisão refletida, e corajosamente aderiu ao TNP e ao MTCR (busquem na Wikipedia). Depois do alinhamento bolivariano do governo Lula (mais do Palácio do Planalto do que do Itamaraty), a nossa política externa retomou inteiramente as bases da PEI, só rejeitada explicitamente agora, com os aloprados da Bolsodiplomacia, para desgosto da quase totalidade da Casa. Como o Itamaraty é muito disciplinado (tanto porque todos os diplomatas dependem do Gabinete do chanceler acidental, menos eu), ninguém de dentro ousa criticar as loucuras que estão sendo perpetradas em nome do Brasil. Um dia isso acaba.
Paulo Roberto de Almeida Poços de Caldas, 25/10/2019
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Apenas copio e transcrevo, sem comentários (não precisa), a sucessão de twites do atual chanceler sobre um outro chanceler:
San Tiago Dantas e a PEI segundo EA
1/Um colunista disse por aí que eu mandei tirar o busto de San Tiago Dantas da sala que leva esse nome no Itamaraty. É fake news. Não mandei. Mas podia ter mandado.
2/Dantas foi o iniciador da "Política Externa Independente" (PEI) no final dos anos 50 e início dos 60, que virou o fetiche do establishment brasileiro de política externa desde então.
3/Em que consistia a "Política Externa Independente"? Afastar-se dos EUA e da aliança das democracias liberais ocidentais e bajular o bloco comunista sem dar muito na vista.
4/A PEI deu início a décadas de política externa ideológica mais ou menos disfarçada que nunca trouxe nada ao Brasil - exceto elogios de comunistas e globalistas, para quem um Brasil hipnotizado na mediocridade era muito conveniente, ajudando a formar massa de manobra.
5/A política externa brasileira acostumou-se a defender interesses fictícios, do tipo "ordem global", enquanto os principais atores internacionais defendem seus interesses concretos e seus valores constitutivos (bons ou maus).
6/Passamos décadas fazendo política externa não a partir do que somos enquanto nação, mas a partir de como queremos ser vistos pelos analistas bem-pensantes que escrevem na Foreign Affairs.
7/A "independência" de nossa política externa pendia sempre para um lado. Sempre, no final do dia, acabávamos carregando água para o moinho da esquerda.
8/Orwell já mostrou: aquilo que os comunistas chamam de "paz" é a guerra e o que chamam de "amor" é o ódio. Do mesmo modo, chamam de "política externa independente" a política de seguir a manada esquerdista.
9/O que querem hoje os saudosistas da PEI? Que voltemos a bajular os regimes totalitários e mandar-lhes dinheiro, ou pelo menos tolerá-los e não criar-lhes problema, sob o manto da "independência".
10/Querem que façamos vista grossa ao Foro de São Paulo e sua insana aposta de recuperar o poder através da violência, da manipulação, do crime, da corrupção e da fraude.
11/Eles querem o busto de Santiago Dantas. Nós queremos um Brasil grande dentro de uma América do Sul livre e próspera, sem a rede de corrupção lulista-kirchnerista-chavista que jurou de morte as nossas repúblicas.
12/Na mente pobre e raivosa dos saudosistas da PEI há um interesse muito claro: rebaixar o Brasil. Querem tirar o Brasil do caminho para que o Foro de São Paulo possa avançar desimpedido com sua sanha destrutiva.
13/Querem remover o Brasil da coluna das democracias e nos devolver à coluna do meio, o reino da indiferença pusilânime, para daí passar em seguida à coluna dos totalitarismos.
14/O Brasil não nasceu para ser coluna do meio. Nossa política externa, hoje, está aqui para ajudar a defender aquilo em que os brasileiros acreditam, começando pela nossa própria liberdade.
15/O Brasil não nasceu para ser capacho do Foro de São Paulo. O busto de Santiago Dantas pode até voltar, mas a política externa hipnotizada pela ideologia e facilitadora de totalitarismos não voltará.
Slavery's Capitalismby Sven Beckert and Seth Rockman
(excerpts)
In the 1700s, China was the largest economy in the world. However, it was overtaken in the 1800s, first by England, then the United States. Some economic historians suggest that slavery -- tragic and horrifying slavery -- was central to this transformation, first through England's lucrative slave-based colonies in the Caribbean and North America, then, after America's independence, through America's slave-based tobacco and cotton industries. In America, the financial value of slaves alone exceeded the combined financial value of all the nation's railroads and factories:
"During the eighty years between the American Revolution and the Civil War, slavery was indispensable to the economic development of the United States. Such a claim is at once self-evidently true and empirically obscure. ... Only in the past several years hasscholarshipon finance, accounting, management, and technology allowed us to understand American economic development as 'slavery's capitalism.' And only now is there enough momentum to leverage some basic facts -- that slave-grown cotton was the most valuable export made in America, that the capital stored in slaves exceeded the combined value of all the nation's railroads and factories ...
Ledger of sale of 118 slaves, Charleston, South Carolina, c. 1754
"Nineteenth-century Americans had little difficulty grasping slavery's capitalism. Advocates of national economic development presumed the reciprocal relationship of the slaveholding and nonslaveholding states, as well as the mutual interests of the slaveholder, manufacturer, and merchant. 'On the White mountains of New Hampshire we find the sugar of Louisiana, and in the plains beyond the Mississippi the cotton cloths of Rhode Island are domesticated,' explained the famed editor Hezekiah Niles in 1827. Abolitionists such as William Lloyd Garrison recognized the North as a 'partner in iniquity' and credited the Panic of 1837 with delivering a deserved ruin to those New York City mercantile firms engaged in commerce with the South. In turn, southern nationalists lambasted northern sanctimoniousness. 'Many of the abolitionists of the present-day affect to have such tender consciences, and to feel such abhorrence of slavery, that they declare they will not wear the cotton of the South, because it has been cultivated by slaves,' observed the Baltimore minister Alexander McCaine, 'yet, these extremely sensitive, and pre-eminently holy characters, feel no qualms of conscience, to sell Southern planters their boots and shoes, their negro cloth, and all the et cetera that make up a cargo of Yankee notions, and put the money, arising from the labour of slaves, in their pockets.' Indeed, an 1845 manufacturing census found that nearly half the woolens manufacturers in Rhode Island produced textiles for plantation markets. A South Carolina industrialist such as William Gregg might rightfully lament that such thriving northern cities as Bridgeport, Connecticut, had 'been built by the capital of Charleston,' while a compatriot writing inDe Bow's Reviewcould declare slavery the 'nursing mother of the prosperity of the North.'
"The escalation of political tensions in the 1850s generated ever more vivid renderings of the economic relationship between the sections. The New England minister Orpheus Lanphear described slavery as 'a huge serpent' menacing 'Northern Capital, Trade, and Manufactures': its 'hiss was heard in the Stock-market, and in the Counting-house, making the very Ledgers tremble in their cases. It was audible in the whirl of every spindle, and the vibration of every loom, in the muttering of every waterwheel, and in the whistle of every engine; and rang its menace along the edge of the ship-carpenter's adze.' ... 'Every man at the North, who makes a plough, a hoe, a shovel, or a cotton-gin, to aid the production of cotton, should be counted as a hand engaged in that crop,' argued one advocate of reconciliation. It was a familiar refrain that the North was poised to kill the goose that has laid their golden egg.' ...
"As capitalism expanded from within the world market it had created, slavery came to play a central, even decisive, role -- first in the Caribbean and Latin America, and then in North America -- tightly connected to the world-altering Industrial Revolution and the so-called Great Divergence. ...
"More than a century ago, W. E. B. Dubois recognized American slavery as an outgrowth of European colonialism, and scholars such as Stuart Hall, Eric Wolf, Cedric J. Robinson, and Robin Blackburn have long situated the plantation-driven economies of British North America and the subsequent United States within an international history of capitalism and empire. Economic history has more recently explored comparative questions, puzzling over the late emergence of England as a rival to China for global economic dominance. Slave-mined silver in the Americas first provided European empires the opportunity to gain access to Chinese markets and consumer goods, and slave-grown agricultural commodities gave England specifically the possibility of supplanting China by escaping the environmental constraints on its population growth. As Kenneth Pomeranz has argued, one factor in England's ability to break the 'Malthusian trap' was that nation's access to calories and fibers in the form of sugar and cotton harvested on American plantations."
Slavery's Capitalism: A New History of American Economic Development (Early American Studies) Author:Sven Beckert and Seth Rockman Publisher:University of Pennsylvania Press Copyright 2016 University of Pennsylvania Press Pages: 1-3, 8
The son of Brazilian President Jair Bolsonaro said he had dropped hopes of becoming the country's ambassador to the United States.
Eduardo Bolsonaro told fellow lawmakers in the Chamber of Deputies on Tuesday that he had made the decision partly due to lack of support, adding that his father had not influenced his choice.
"It was a decision I had been thinking about for a long time," he told local media in Brasilia.
Eduardo Bolsonaro, son of Brazilian President Jair Bolsonaro, says he is not in the running to become ambassador to the USPhoto: AFP / NELSON ALMEIDA
"You listen to the advice of many people. There is also the issue of my electorate. I confess that the majority was not supportive."
Faced with political and legal resistance to his nomination, Eduardo Bolsonaro -- who recently turned 35, Brazil's minimum legal age for ambassadorships -- had been pushing his case for the job.
A compulsive social media user like his father, the congressman regularly posts photos of himself posing with world leaders, including US President Donald Trump and Saudi Arabia's crown prince Mohammed Bin Salman.
At Eduardo Bolsonaro has even usurped Brazil's top diplomat Ernesto Araujo, earning himself the nickname 'shadow foreign minister'Photo: AFP / NELSON ALMEIDA
Re-elected to the lower house in 2018 with a record number of votes, he had touted his experience of flipping hamburgers in the US during a work exchange program in 2005 and 2006, and his role as head of the foreign relations committee to bolster his ambassadorial credentials.
Former Trump advisor Steve Bannon, founder of a far-right movement that Eduardo Bolsonaro joined in February as leader of the Brazilian chapter, previously praised the possible nomination.
And at times he has even usurped Brazil's top diplomat Ernesto Araujo, earning himself the nickname "shadow foreign minister" and causing confusion over who is the country's most senior envoy.
But Eduardo Bolsonaro's lack of formal diplomatic training and experience was a red flag for many.
Eduardo Bolsonaro (L) presents a more polished image than his father the president, who often appears ill at ease in publicPhoto: AFP / Sergio LIMA
"Eduardo does not meet any of the requirements to be a diplomat," Fernanda Magnotta, who heads the international relations program at FAAP university, told AFP recently.
Brazil's ambassador to the US has always "been held by absolutely experienced figures and senior negotiators," she said.
"He has only a law degree and is not even fluent in English."
If confirmed, the appointment would bring Brazil closer "to being a banana republic," newspaper columnist at O Globo Bernardo Mello Franco had warned.
More polished
Bolsonaro said this week his third son could help "pacify" bitter divisions in his Social Liberal Party (PSL).
A surfer with a well-trimmed beard, Eduardo Bolsonaro presents a more polished image than the president, who often appears ill at ease in public.
Like his elder brothers Flavio and Carlos -- who are also in politics -- Eduardo is fiercely loyal to his father and shares his climate-change skeptic, anti-socialist and pro-gun views.
And he rarely misses an opportunity to publicise them, even on his wedding day.
A video posted on his Instagram account celebrating his marriage in May shows a close-up of Eduardo's tie-pin -- which was in the shape of a handgun.
Bolsonaro, a close ally of Trump, first said in July his son was on track to becoming the ambassador in Washington.