O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Isaiah Berlin: o maior pensador do século XX - Henry Hardy (O Estado da Arte)

 

Quando alguém lê Isaiah Berlin, sente-se em boas mãos: uma conversa com Henry Hardy

Rodrigo Coppe Caldeira

Rodrigo Coppe Caldeira é Historiador e Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É líder do Laboratório de Estudos em Religião, Modernidade e Tradição (LeRMOT) da PUC Minas. (As opiniões do autor são de cunho pessoal e não refletem necessariamente a posição oficial da instituição). (Twitter: @rodrigocoppe)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Um “entrevero” entre dois “chanceleres” - Paulo Roberto de Almeida

 Não vou entrar no “debate” entre o patético chanceler acidental de um país surrealista situado a centro-leste da América do Sul e o representante de uma ditadura caricata (mas efetiva em suas cubanices), pois nem ouvi por inteiro os dois “pronunciamientos”, nem isso interessa para o que pretendo destacar: a parte em que o chanceler venezuelano, depois de recomendar um calmante ao sub-chanceler brasileiro, manda um “recado” aos diplomatas profissionais brasileiros:

Sei que vocês estão em resistência, que têm vergonha das posições de seu chanceler. Mas fiquem tranquilos. Isso é temporário e, no final, nenhum governo, nenhum chanceler pode derrotar a excelência do que representa o Itamaraty. No final, esses anos serão apenas uma má lembrança e nada mais.

De fato, estes “anos de chumbo”, tristes e lamentáveis, da diplomacia brasileira vão passar e reconstruiremos a honra, o prestígio e a qualidade que ela sempre teve pelos seus profissionais qualificados, mas isto depois que os novos bárbaros forem escorraçados democraticamente pela vontade do povo brasileiro.

Até lá, cabe aos diplomatas conscientes e responsáveis — excluindo aqueles poucos que estão aproveitando essa janela de “loucura diplomática” dos sabujos e capachos que grudaram nos tiranetes do poder para arrancarem vantagens temporárias para si mesmos — preparar o caminho da reconstrução de uma nova diplomacia brasileira, com as boas motivações dos mais jovens e ousados profissionais e daqueles mais seniores e mais experientes, que não se deixaram contaminar pelas insanidades dos que estão destruindo as bases fundamentais sobre as quais sempre se ergueu uma das boas diplomacias de um país emergente, desigual, mas aberto às inovações e aos talentos dos inteligentes.

A vergonha passará, mas eu não deixarei de oferecer o meu registro e as minhas reflexões sobre estes tempos pouco convencionais de um mergulho temporário no histrionismo ridículo de quem pretende representar a diplomacia brasileira.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 2/12/2020

Carta do Rap para o juiz do STF (Marco Aurelio) - Sergio Sayeg

Sergio Sayeg, 18/10/2020

CARTA DO RAP PARA O JUIZ DO STF

 

Tudo beleza, Marco Aurélio? Véi, que zebrada tu armô, aliviando pro tal do sujeito do “rap”! Tá de sacanagem, mermão?

Sem essa de dizer que tu tava só aplicando a lei. Não tenho muita ciência desses barato, mas, pelo que saquei, as decisão nessa área são meio incerta. Escutei que um parceiro teu se baseou nessa mesma lei pra manter o bonitinho no xilindró. Chego à conclusão de que a lei se aplica nos conforme do gosto do freguês. 

Na minha humilde opinião, o que tá cravado no código devia ser filtrado pelo cobrão que vai definir a pena do ripado e examinar as particularidade do caso pra tomar uma decisão batuta. 

Se assim não fosse, a gente podia destituir os capa-preta folgado que nem tu. Bastava pegar um escriturário mané que verificasse que artigo o óme se enquadrava e carimbava no prontuário: “inocente”. Não precisava gastar toda essa dinheirama com juiz que surfa no jabá e ostenta vida de nababo, auxílio-rango, mordomia, o escambau.  Tava de bom tamanho colocar uns robô trampando período integral pra checar os artigo da lei que o malandro se enquadra. E pimba! “Inocente”, “Culpado”. Já era!

Um top que chega onde tu chegou devia ter um bocadinho de massa cerebral pra verificar com precisão quem é o elemento. Tipo dar uma checada no histórico do malévolo. Pra tua informação, o capeta que tu liberou tem nas costas uma ficha recheada de bandidagem que tu, do alto da tua empáfia jurídica, passou batido. 

Tu nem se dignou verificar na capa do processo quem era esse rapper do mal. Deu só uma zoiada por cima, viu que tinha umas inconsistências nos auto, uns furo processual, faltou umas vírgulas na redação e pronto, decidiu que o cara merecia o habea. E botou a serpente na rua pra continuar aprontando, pouco se lixando com os nego que vai ser apagado ou cair na desgraça da droga em consequência da tua sentença embaçada. Claro, um boiola com escolta particular, protegido num condomínio murado de luxo, tá nem aí com o que rola solto nas quebradas onde rasteja o povaréu.

Quem sou eu, um gajo enxerido e pouco letrado, pra dar pitaco prum bacanaço que nem tu? Mas no teu lugar eu não ia dormir direito sabendo que o gatuno que tu colocou de volta às ruas vai prosseguir sua carreira nefasta de fabricar presunto, vender bagulho, sequestrar e estourar agências bancárias. O meliante tem carango zero-bala, helicóptero, lancha, tudo pago com as verdinhas do crime, as mesma que molha a mão dos escritórios atapetado de advocacia para encontrar brechas na lei e convencer os togados que os cliente são gente boa.

Eu não manjo de Direito mas saco bem o que é JUSTIÇA.  Meus pais que sempre levaram vida reta e as tias da escola primária me explicaram de criança o certo e o errado.  Não precisei entrar numa universidade de boyzinho pra sacar quem é sangue bom e quem é filho da puta nesse mundão.

Acho, no sério, que já nasci sabendo. Acredito que o homem vem limpo pro mundo. As coisas correta Deus já coloca no coração da gente quando nasce. A sociedade e as más influências é que corrompe a criatura. Por isso que tem uns que seguem uns rumos meio torto por aí. Esses vão pro caminho do crime ou vão fazer faculdade de Direito e tentar uma vaga no STF.

Penso que a tua patota que se forma em Direito e conhece as artimanha legal tinha obrigação moral de ser mais “direita” que os migué. Mas é o contrário. São os primeiro a defender as mamatas da curriola, e fazer pouco das “injustiças” social que não se avista lá do alto da torre de marfim onde vivem encastelados.

E ocê ainda tem a cara de pau de justificar pras rádio tua cagada sem noção. Guarda tua voz empostada de almofadinha esnobe que nunca passou necessidade na vida. Nem prestei atenção nas abobra que tu falou pois já tenho uma opinião formada sobre a treta. Pouco me interessa as minúcias do artigo x da lei y que tem o parágrafo z sobre a 2ª instância patati patatá. Foda-se! 

Não quero saber! O que interessa é que um malandro vazou pela porta da frente da prisão abraçado com o bota-fora comparsa, deixando com cara de bundão os otários que dá duro e acha que vale a pena ser trabalhador honesto. Assim que o larápio se viu na libertina, pegou o jatinho particular e na maciota escafedeu-se pra outra freguesia. Legalmente. Com a grife da sentença do juiz da mais alta corte do país que não viu ‘culpa formada’ naquele jeremias de araque.

Qual é a tua, ô bundão? Botou fé na lábia do delinquente? Achou mesmo que o bom moço do PCC ia ficar comportadinho na sala de jantar com a patroa assistindo novela? Se quiserem por o bracelete nele de novo vão ter que ralar e gastar uma grana preta que podia ser usada nas merenda escolar, nos posto de saúde e prá tirar uma pá de gente da pindaíba. Mas, lógico, isso não é problema do honorável decano Marco Aurélio, o implacável ministro bunda mole cumpridor das leis. 

O que eu tô mais preocupado é no que pensam nossas crianças. Que esculacho de Brasil varzeano tamo deixando para molecada? Um país que o chefão duma quadrilha barra pesada é considerado INOCENTE pela nossa respeitável elite togada. Acho que nem a máfia gringa conseguiu tanto. Que incentivo a garotada vai ter para crescer responsa? 

O tiozinho da padoca resumiu tudo: “Os mesmos engravatados da lei que pegam pesado com os ladrão de galinha que apodrecem na cadeia, falam fino com os barão do crime, os sonegadores e os políticos corruptos.” 

Eu com os meus botão fiquei pensando. Preferia que o tiozinho da padoca tivesse ocupando tua cadeira nessa tribuna de bosta. Esses são os heróis que eu boto fé: gente do povão, pessoas simples e corretas que metem os peitos na batalha pelo pão das criança. O maior desejo dessa gente é botar os guris numa escola boa pra subir na vida e ser aquilo que os pais não conseguiram ser. Não tem grande ambição. Jamais vão descolar um bico no Judiciário ou na Assembleia Legislativa, ganhando 100 vezes mais que um professor, trabalhando quase nada e dando uma banana pros desempregados que penam nas favelas ou mendigam uns trocado pelas bocas e becos desse país desigual. 

Mas tenho certeza que a maioria dessas pessoas humildes e sem estudo tem melhor noção do que significa Justiça do que a gangue do Judiciário. Que ocê tão bem representa, seu juizeco babaca.

E, data vênia, meritíssimo, antes que eu me esqueça: vá procurar tua turma! 

O "buraco negro" fiscal do Brasil em 2021 (ou já está ocorrendo) - Os números, por Ricardo Bergamini

 Ricardo Bergamini é um crítico IMPLACÁVEL da má condução da política econômica no Brasil, e eu me permito sublinhar tanto implacável quanto má política econômica, pois é disso que se trata.

Praticamente todas as crises brasileiras, mesmo aquelas causadas por indução externa (petróleo, dívida externa, estrangulamento cambial) foram causadas por má condução da política econômica, mesmo quando têm essa causa externa mais profunda, pois uma boa condução de seus principais vetores – fiscal, monetário, cambial, setoriais – não teria deixado os problemas se acumularem até o estrangulamento final.

A frase de Keynes é muito espirituosa, mas não serve de ajuda, pois o longo prazo um dia chega, e em algum momento seremos alcançados por ele. Aliás, Keynes é responsável por muitos dos problemas de MÁ CONDUÇÃO da política econômica, pois vivia insistindo em esticar a corda do emissionismo, do endividamento público, da inflação, do estímulo ao consumo, supostamente para incitar os "espíritos animais" dos capitalistas. Ele adorava frases de efeito, mas tem erros muito graves.

No caso do Brasil, não tenho nenhuma hesitação em já apontar que estamos caminhando para, se já não estamos num "buraco negro" fiscal, que está se formando agora, e que deverá nos tragar em 2021, se o Congresso não colocar em ordem as contas públicas. Digo o Congresso, pois já não confio na capacidade do Executivo de operar os ajustes necessários. 

Mas, como parlamentar adora gastar, não tenho muita confiança em que o dever de casa seja feito. Daí a minha antecipação: estamos indo para um buraco negro.

Paulo Roberto de Almeida


"No longo prazo estamos todos mortos" (John Maynard Keynes).

Prezados Senhores

No acumulado em doze meses até dezembro de 2018, registrou-se déficit fiscal  primário de R$ 108,3 bilhões (1,57% do PIB), No acumulado em doze meses até  outubro de 2020 registrou-se déficit fiscal primário da ordem de R$ 661,8 bilhões (9,13% do PIB). Aumento real em relação ao PIB de 481,53%, comparativamente ao acumulado em doze meses até dezembro de 2018. 

No acumulado em doze meses até dezembro de 2018, os juros nominais alcançaram R$ 379,2 bilhões (5,52% do PIB). No acumulado em doze meses até outubro de 2020 os juros nominais alcançaram R$ 349,2 bilhões (4,82% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 12,68%, comparativamente ao acumulado em doze meses até dezembro de 2018.

No acumulado em doze meses até dezembro de 2018, o déficit fiscal nominal
alcançou R$ 487,5 bilhões (7,09% do PIB). No acumulado em doze meses até outubro de 2020 o déficit fiscal nominal alcançou R$ 1.011,0 bilhões (13,95% do PIB). Aumento real em relação ao PIB de 96,75%, comparativamente ao
acumulado em doze meses até dezembro de 2018.

Estatísticas Fiscais - Fonte BCB
Base: Outubro de 2020

1. Resultados fiscais

O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 3,0 bilhões em outubro. No Governo Central houve déficit de R$ 3,2 bilhões, e nos governos regionais e nas empresas estatais, superávits, na ordem, de R$ 5,2 bilhões e de R$ 998,0 milhões. No ano, até outubro, o déficit primário acumulado do setor público consolidado atingiu R$ 633,0 bilhões, ante déficit de R$ 33,0 bilhões no mesmo período de 2019. No acumulado em doze meses, o déficit primário atingiu R$ 661,8 bilhões (9,13% do PIB).

Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$ 33,9 bilhões em outubro, comparativamente a R$ 20,3 bilhões no mesmo mês de 2019, elevação influenciada pela evolução desfavorável do resultado das operações de swap cambial (perda de R$ 7,0 bilhões em outubro de 2020, ante ganho de R$ 7,7 bilhões em outubro de 2019). Nos últimos doze meses, os juros nominais atingiram R$ 349,2 bilhões (4,82% do PIB), comparativamente a R$ 366,5 bilhões (5,10% do PIB) no acumulado até outubro do ano anterior.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado
primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 30,9 bilhões
em outubro. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$
1.011,0 bilhões (13,95% do PIB), elevando-se 0,22 p.p. do PIB em relação ao
déficit acumulado até setembro.

2. Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG)

A DLSP alcançou R$ 4.435,6 bilhões (61,2% do PIB) em outubro, reduzindo-se de 0,2 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Esse resultado refletiu, sobretudo, os impactos da desvalorização cambial de 2,3% (redução de 0,5 p.p.), do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,2 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,5 p.p.). No ano, a relação DLSP/PIB elevou-se 5,5 p.p., evolução decorrente, em especial, do déficit primário acumulado (aumento de 8,7 p.p.), dos juros nominais apropriados (aumento de 4,0 p.p.), do efeito da desvalorização cambial acumulada de 43,2% (redução de 6,5 p.p.), e do ajuste da paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (redução de 0,7 p.p.).

A DBGG - que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais - alcançou R$ 6.574,7 bilhões em outubro, equivalente a 90,7% do PIB, aumento de 0,2 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Essa evolução decorreu principalmente da incorporação de juros nominais (aumento de 0,5 p.p.), do efeito da desvalorização cambial (aumento de 0,2 p.p.), e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.). No ano, o aumento de 15,0 p.p. na relação DBGG/PIB resultou, em especial, das emissões líquidas de dívida (aumento de 9,0 p.p.), da incorporação de juros nominais
(aumento de 3,8 p.p.), e da desvalorização cambial acumulada (aumento de 2,1 p.p.).

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
Ricardo Bergamini

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Sergio Sayeg: Uma entrevista exclusiva com Trump

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM TRUMP

 

- Pleased to meet you, Mr. Trump.

- Excuse me, I know you?

- I´m a writer from Brazil. Can you say a few words to the brazilian people?

- Você brasileiro?

- O senhor fala português!?

- Sure. Eu aprender brasileiro quando fazer curso de marxismo cultural e terraplanismo avançado com mestre Olavo de Carvalho. Amazing! Ele dizer eu ser popular no Brasil.

- Sim, o senhor tem muitos admiradores entre os seguidores de Bolsonaro?

- Who?

- Bolsonaro, brazilian president

- Oh, yes, Bolzonero, um leal servo. Eu ser ídolo para filhos de Bolzonero. E eu ser um ‘TRUMPolim’ para carreira dele. Hahaha. Em 2022, depois ele perder eleiçon, falar para ele non se preocupar com tribunal de Haia por ele destruir Pantanal, matar índios e não fazer nada para acabar pandemia. Eu arrumar Green Card para ele morar na América com segurança. Ter emprego de capataz para ele em minha fazenda no Oklahoma. Para filho Edward que ter know-how em fritar hambúrgueres, eu conseguir trabalho no Trump Tower Grill em New York como chapeiro. Ele de fato meu ‘chapa’ hahaha. By the way, Edward me pedir para financiar rede internacional de brazilian barbecue.

- Churrascaria...

- Right! Ele indicar como meu partner his friend Richard Salles que fazer frigorífico em Xingu para produzir beef for exportation. Ele tirar de Amazônia mato e selvagens e colocar gado e soja. Eu também pensar em fazer na region the largest campo de golfe of the world, o Tropical Trump Golf Club. Eu adotar prática social e ambiental: empregar seringueiros nativos como gandulas e plantar muito grama verde.

- E o muro do México, presidente? Desistiu da ideia?

- Presidente Obrador, my left fellow in Latin America, me convencer: ‘no more muros’. Minha vitória em Flórida provar que hispânico agora ser aliado. Eu resolver consentir chicanos ilegales trabalhar para famílias americanas que non poder pagar previdência para empregados. Melhor que fazer muro com México, tornar México fundo de quintal do Texas. Criar novo slogan: ‘MAKE AMERICA EVEN GREATER: ATTACH MÉXICO’.

- Anexar o México aos Estados Unidos?

- Yeah, why not? ‘ATTACH’ México is better than ‘ATTACK’ México. México ser estado número 51 of USA: “una buena idea”, hahaha.

- E a vitória de Biden, presidente?

- Só psichologist poder explicar.

- Psicólogo??

- Yes. Vitória dele, só Fraude explica.

- Mas ele teve mais votos?

- Eu presidente legítimo. Se contar votos de homens e votos de brancos, eu ganhar.

- E as mulheres?

- Mulher ficar em casa, non saber nada segurança nacional e ser contra armas e guerras. Negócio de mulher FFF

- Força, foco e fé?

- FILHOS, FOGÃO and FUCK.

- E os negros? Eles também são americanos.

- I don´t think so. Quando eu ser presidente again, eu exportar niggers para Canadá e Austrália. Mão-de-obra barata para trocar petróleo, carvon, fossile fuels para acelerar aquecimento global e enfurecer Greta e Greenpeace. Já ter até um slogan: “VIDAS NEGRAS EXPORTAM”.

- E o vírus chinês?

- Vírus chinês ser apenas para mobilizar twitteiros que ter pavor comunismo. Bullshit! Já assinar tratado my friend Xi Jinping: em 2021 governo americano liberar 5G da Huawei e governo chinês abrir capital empresas chinesas na bolsa Nasdaq: Xing-Ling Holding Company. Produto baratinho com três meses garantia sem nota fiscal. Hahaha. New comunismo chinês impulsionar capitalismo again.

- E Putin?

- Putin maior líder europeu desde Goebbels. Ele comandar hackers que inundar celulares com ataques contra that disgusting Hillary em 2016. This man saber resolver problemas rápido. Quando aparecer opositor, ele injetar cianureto no vinho dele e resolver queston sem deixar vestígio. Usar arma química também para liquidar palestinos, muçulmanos revolucionários na Chechênia e crianças árabes em Alepo. Terrific! Eu ter muito aprender com ex-agente KGB.  

- Uma última palavra para seus fãs no Brasil, presidente.

- Eu gostar Brasil, principalmente a capital, Rio de Janero Island. Eu combinar Bolzonero ajudar construir nova Cancun em Angra com dois big empreendimentos: South America Trump Shore Resort e o Trump Carnival Casino. Contratar homens com sombreros e moustachón e mulheres bonitas para dançar mambo, samba, bolero e chá-chá-chá. As brasileiras son calientes. Desde que perder Cuba, americanos non ter bom lugar para gastar dólares. I’ll be there. Wait for me. Adiós, muchacho.

 




 

World Trade Report 2020 (WTO) - November 2020: Government Policies to Promote Innovation in the Digital Age


World Trade Report 2020 (WTO)

 

World Trade Report 2020 – Government policies to promote innovation in the digital age published by World Trade Organization (2020)

“In recent years, a growing number of governments have adopted policies aimed at supporting the transition towards a digital economy. The World Trade Report 2020 looks at these policy trends and at how trade and the WTO fit with them.

Trade and trade policies have historically been important engines for innovation. In particular, the multilateral trading system has contributed significantly to the global diffusion of innovation and technology by fostering predictable global market conditions and by underpinning the development of global value chains. As data become an essential input in the digital economy, firms rely more on intangible assets than on physical ones, and digital firms are able to reach global markets faster without the amount of physical investment previously necessary in other sectors. Success in the digital economy will depend on openness, access to information and communication technology (ICT) goods and services, collaboration on research projects, and the diffusion of knowledge and new technology.

The World Trade Report 2020 shows that international cooperation can play a significant role in making the pursuit of digital development and technological innovation more effective, while minimizing negative spill-overs from national policies. The WTO agreements, reached a quarter of a century ago, have proved to be remarkably forward-looking in providing a framework that has favoured the development of ICT-enabled economies across all levels of development. Further international cooperation at the WTO and elsewhere would enable continued innovation and reduce trade tensions, helping international markets function more predictably…”



Liban : l’Etat, monstre ingouvernable - Editorial Le Monde

 Liban : l’Etat, monstre ingouvernable

 Le Monde, Paris – Editorial – 1/12/2020


L’oligarchie financière et le Hezbollah, engagés depuis des années dans un donnant-donnant mortifère, ont fini par rendre impossible le redressement du pays. Quatre mois après l’explosion du port de Beyrouth, les chancelleries occidentales sont à bout.

 Dans un Etat, le pouvoir repose sur des institutions, dont le fonctionnement est régulé par une Constitution. Dans un régime, institutions et Constitution masquent le véritable détenteur du pouvoir : une famille, une armée ou un parti. Il faut garder cette distinction en tête lorsque l’on s’intéresse au cas libanais.

Avec sa vie politique tumultueuse, son paysage médiatique foisonnant et sa société civile combative, le Liban n’a a priori pas grand-chose à voir avec les deux régimes qui l’entourent, l’Egypte et la Syrie. Deux pays pétrifiés, placés sous le joug d’un militaire pour le premier (le maréchal-président Abdel Fattah Al-Sissi) et d’un clan pour le second (la lignée des Assad).

Pourtant, le Liban a cessé d’être un Etat. Le pouvoir est plus que jamais dans les mains d’un cartel de partis communautaires, où cohabitent notables traditionnels, anciens chefs de guerre et affairistesUne caste de cancres en politique publique et de génies en politique politicienne. Préoccupés principalement par leur maintien au pouvoir, ils ont développé un art de faire obstacle aux initiatives susceptibles de nuire à leurs intérêts qui confine au chef-d’œuvre.

L’empoignade actuelle sur l’audit juricomptable de la Banque du Liban (BDL) en fournit un exemple édifiant. La présidence et le gouvernement soutiennent ce projet, destiné à faire la lumière sur le trou abyssal du secteur financier libanais. Mais le « parti des banques », qui redoute d’être emporté dans la débâcle, fait tout pour empêcher cette opération vérité. Forte de ses relais au Parlement, dans les médias et jusqu’au sein de l’exécutif, l’oligarchie politico-financière peut parvenir à ses fins.

 

Le Hezbollah ferme les yeux sur la corruption

 

Enterrer l’audit équivaudrait à faire une croix sur le redressement économique du pays, du moins à moyen terme. Sa réalisation est l’une des conditions posées par le FMI et les bailleurs de fonds pour réapprovisionner les caisses du pays. Mais l’« Etat profond » est plus fort que ces considérations. C’est en cela que le Liban fonctionne comme un régime. La réalité du pouvoir réside en dehors des institutions.

Ce régime, contrairement au modèle en vigueur dans la région, dispose de deux têtes. C’est ce qui le rend si résilient. A côté de l’oligarchie financière, il y a le Hezbollah, l’autre pouvoir parallèle. Le mouvement chiite pro-iranien, moitié milice et moitié parti, a appris à se financer en dehors des circuits bancaires. Il n’est pas directement impliqué dans le krach financier du pays, qui affecte beaucoup sa base. Mais, par solidarité avec certains de ses alliés qui le sont, le Hezbollah se tient coi. Il ferme les yeux sur la corruption et, en échange, l’oligarchie ferme les yeux sur ses armes.

 Donnant-donnant. 

C’est ainsi que le Liban est devenu un monstre ingouvernable. Pendant près de trois décennies, la communauté internationale s’est accommodée de ce sinistre système. Elle l’a même financé, en organisant des conférences de levée de fonds, accompagnées de vagues promesses de réformes que les dirigeants du pays s’empressaient d’oublier une fois leurs chèques empochés.

Cette situation semble prendre fin. Les chancelleries occidentales sont à bout. Le président français, Emmanuel Macron, l’a donné à entendre dans sa catilinaire de la fin septembre, dans laquelle il a pourfendu le « système crapuleux » qui a cours à Beyrouth. Mais la classe dirigeante continue de faire comme si de rien n’était. Elle persiste dans ses travers ataviques, la prédation et l’évitement. A ce rythme, le Liban ne suscitera bientôt plus de l’énervement mais du découragement, de l’ennui, un désintérêt poli. La pire des punitions pour un pays qui a, un temps, fasciné le monde.