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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Mercosur: empresarios brasileños le piden a Argentina frenar la propuesta de Bolsonaro - Ambito Financiero

Parece inacreditável, mas é verdade: uma inversão completa do que deve ser uma política externa, no caso a política econômica, comercial e diplomática regional, adequada e compatível com as necessidades do Mercosul. Nem o procedimento dos industriais protecionistas brasileiros é correto, nem as medidas unilaterais do "desministro" brasileiro da Economia correspondem a uma medida adequada às normas da diplomacia.

Paulo Roberto de Almeida 

Mercosur: empresarios brasileños le piden a Argentina frenar la propuesta de Bolsonaro
ECONOMÍA
Ambito Financiero, 04 Junio 2021 - 00:00

Los industriales rechazan la idea de "flexibilizar" el bloque. Pidieron a la embajada argentina buscar un acuerdo que desarticule el proyecto del ministro de Economía de Brasil, que pretende bajar un 20% los aranceles de manera lineal.

Se acercan días de definiciones en el Mercosur y las tensiones continúan. Brasil es uno de los países que impulsa con mayor énfasis la necesidad de “flexibilizar el bloque”. Sin embargo, esa postura no es compartida por parte del empresariado. En las últimas semanas, el embajador argentino Daniel Scioli sostuvo reuniones con cámaras de distintos sectores que expresaron sus reparos al proyecto delineado por el ministro de Economía, Paulo Guedes, que pretende reducir de manera lineal un 20% los tributos. Entre el 14 y el 16 de junio habrá reunión de cancilleres para definir la baja del arancel externo común.

Durante los últimos días, Scioli tuvo encuentros con representantes de la Confederación Nacional de la Industria, de la Federación de Industrias de San Pablo y del sector minero de Brasil, entre otros. Titulares de firmas de peso, expresaron su oposición al proyecto de bajar de manera lineal un 20% los aranceles.

El acercamiento de empresarios brasileños no sorprende a los funcionarios argentinos porque meses atrás el Ministerio de Desarrollo Productivo local también recibió notas de fabricantes del país vecino que iban en ese sentido. La postura de la cartera que conduce Matías Kulfas apunta a sostener la protección sobre los sectores considerados sensibles.

Los cuestionamientos al plan de Guedes que los industriales expresaron a los diplomáticos argentinos también se hicieron públicos en las últimas horas. “No habrá industria automotriz. Seremos exportadores de productos agrícolas y hierro. En la agenda exportadora domina la agroindustria. Alguna vez fuimos un importante exportador de productos manufacturados, pero perdimos nuestra posición. Sin incentivos y sin planes, no veo futuro”, dijo Adalberto Maluf, titular de una de las asociaciones que agrupan a las firmas del sector.

Los empresarios también cuestionaron fuertemente la idea de que el bloque flexibilice su agenda de relacionamiento. “Los acuerdos con países asiáticos pueden provocar una caída del empleo y la producción”, destacó la Confederación Nacional de la Industria de Brasil en un comunicado que dio a conocer en las últimas horas. Según un estudio de impacto realizado por esa entidad, las ganancias por acuerdos comerciales con Corea del Sur, Indonesia y Vietnam no compensan las pérdidas y causarían un perjuicio de 12.800 millones de dólares en la balanza comercial.

Las quejas del empresariado también abrieron una interna dentro del gobierno de Bolsonaro. La posición de Guedes ya no es compartida por Itamaraty. El canciller Carlos França y Flavio Viana Rocha, secretario de Asuntos Estratégicos, mantienen un diálogo fluido con Scioli. También conversaron con el canciller Felipe Solá durante la toma de posesión del presidente ecuatoriano Guillermo Lasso y buscan arribar a un acuerdo.

Como contó Ámbito, Argentina propuso una baja segmentada que implicaría una reducción del 10,5% en las alícuotas. La iniciativa apunta a bajar el costo de los insumos pero plantea sostener la protección sobre bienes finales, sobre todo en los sectores considerados sensibles que podrían perjudicarse con una mayor apertura.

En las últimas semanas, además de conversar con empresarios, Scioli recabó apoyos políticos para la posición argentina en sus encuentros con los expresidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva y José Sarney. Los ex mandatarios también cuentan con representación parlamentaria y podrían ser fundamentales para fortalecer a la iniciativa que presentó Solá y que se discutirá a mediados de este mes, cuando se concrete el próximo encuentro de cancilleres.

https://www.ambito.com/economia/empresarios/mercosur-brasilenos-le-piden-argentina-frenar-la-propuesta-bolsonaro-n5198130

Planejamento Econômico no Brasil: uma visão de longo prazo, 1934-2006 - Paulo Roberto de Almeida

Planejamento Econômico no Brasil: 

uma visão de longo prazo, 1934-2006

 

 

Paulo Roberto de Almeida

 “Planejamento Econômico no Brasil: uma visão de longo prazo, 1934-2006”. In: João Paulo Peixoto (org.): Governando o Governo: modernização da administração pública no Brasil (São Paulo: Editora Atlas, 2008, 139 p.; ISBN: 978-85-224-5105-0; p. 71-106). Relação de Trabalhos n. 1637. Publicados n. 844.

 

 

Sumário:

 

1. Introdução: a experiência brasileira de planejamento econômico

2. O nascimento do Estado intervencionista: do Império à República

3. Construindo o Estado desenvolvimentista (1934-1945)

4. Primeiras experiências de planejamento governamental no Brasil (1946-1955)

5. O Plano de Metas de JK: a mística do desenvolvimentismo (1956-1960)

6. O Plano Trienal: a economia vitimada pela política (1961-1963)

7. O Paeg do governo militar: o Estado interventor (1964-1967)

8. O planejamento se consolida: o Plano Decenal e o PED (1968-1970)

9. O planejamento na era militar: o I e o II PND (1970-1985)

10. Instabilidade macroeconômica e planos tentativos de estabilização (1986-1994)

11. A experiência do “Brasil 2020”, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (1998)

12. O Projeto Brasil 3 Tempos, do Núcleo de Assuntos Estratégicos (2004-2006)

13. O planejamento do desenvolvimento na experiência brasileira

 

Resumo: Ensaio de caráter histórico sobre os diferentes planos de desenvolvimento e de estabilização econômica conduzidos no Brasil desde o início da era republicana até os dias atuais, com ênfase nas suas modalidades, metodologias e resultados efetivos.

 

Palavras-chave: Brasil; planejamento econômico; intervenção do Estado na economia.

 

 Ler a íntegra deste trabalho nos seguintes links: 

1637) Planejamento Economico no Brasil: uma visao de longo prazo (Book 2006)

https://www.academia.edu/49126593/1637_Planejamento_Economico_no_Brasil_uma_visao_de_longo_prazo_Book_2006_


A Economist diz claramente que o Brasil só se recupera SEM Bolsonaro: Special Survey

A Economist, junto com o Wall Street Journal,  foi um dos poucos, pouquíssimos veículos da mídia mundial que apoiaram a eleição de Bolsonaro, supostamente por representar o liberalismo, contra um candidato da esquerda. Ambos já devem estar arrependidos desse gesto, pois se tem uma coisa que o Bolsonaro NUNCA foi é liberal, tendo até votado com o PT em diversas matérias econômicas.


 Mas, eles não tinham ideia de que o presidente brasileiro também fosse o ÚNICO NEGACIONISTA do planeta, e mais do que isso um verdadeiro GENOCIDA, por se opor a medidas preventivas e por se opor, de forma ESTÚPIDA, à aquisição de vacinas.

Está justificada, portanto, esta capa.



Reproduzo abaixo resumo da matéria da Época Negócios sobre esse relatório especial da Economist


Economia 

Com Cristo no oxigênio, Economist diz que Brasil precisa tirar Bolsonaro em 2022 para sair de crises

A revista não sugere qual candidato seria o mais indicado para governar o Brasil

Revista Época Negócios, 03 Jun 2021  

 


Capa da revista 'The Economist' mostra Cristo Redentor com máscara de oxigênio e a manchete "Na beira" (Foto: Reprodução)


Um relatório especial da revista britânica The Economist, publicado nesta quinta-feira (03/06), afirma que o Brasil vive hoje "sua maior crise desde o retorno à democracia em 1985" e atribui a maior parte dos problemas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

A capa do relatório — que contém sete reportagens em 11 páginas — traz uma imagem do Cristo Redentor usando uma máscara de oxigênio e a manchete "On the brink" ("Na beira").

"Seus desafios [do Brasil] são assustadores: estagnação econômica, polarização política, ruína ambiental, regressão social e um pesadelo ambicioso. E teve de suportar um presidente que está minando o próprio governo. Seus comparsas substituíram funcionários de carreira. Seus decretos têm forçado freios e contrapesos em todos os lugares", diz o texto de abertura do relatório assinado pela correspondente do Economist no Brasil, Sarah Maslin.

No artigo que conclui o relatório — intitulado "Hora de ir embora" — a revista diz que o futuro do Brasil depende das eleições de 2022, e que a prioridade mais urgente do país é se livrar de Bolsonaro.

"Os políticos precisam enfrentar as reformas econômicas atrasadas. Os tribunais devem reprimir a corrupção. E empresários, ONGs e brasileiros comuns devem protestar em favor da Amazônia e da constituição", diz a revista.

"Será difícil mudar o curso do Brasil enquanto Bolsonaro for presidente. A prioridade mais urgente é votar para retirá-lo do poder."

A revista não sugere qual candidato seria o mais indicado para governar o Brasil.

"As pesquisas sugerem que Lula ganharia em um segundo turno [contra Bolsonaro]. Mas, à medida que a vacinação e a economia se recuperam, o presidente pode recuperar terreno. Lula deve mostrar como a forma de [Bolsonaro de] lidar com a pandemia custou vidas e meios de subsistência, e como ele governou para sua família, não pelo Brasil. O ex-presidente deve oferecer soluções, não saudades."

A revista, fundada em 1843 e lida por muitos empresários e políticos em todo o mundo, costuma fazer relatórios detalhados do Brasil. A imagem do Cristo Redentor costuma ser usada nas capas da revista como analogia para a sua opinião sobre o país.


 Em 2009, uma capa mostrava o Cristo Redentor decolando, como se fosse um foguete, com a manchete "O Brasil decola" — elogiando políticas econômicas da época. Mas em 2013, em uma imagem semelhante, o mesmo Cristo Redentor aparecia na capa como um foguete desgovernado e a manchete "O Brasil estragou tudo?". Naquela edição, a revista criticava uma mudança de rumo nas políticas econômicas.


Cristo Redentor foi usado pelo 'Economist' para ilustrar a opinião da revista sobre o Brasil em 2009 e 2013; em 2019, uma capa falava sobre o desmatamento na Amazônia (Foto: Reprodução)


'Década de desastres'

A publicação afirma que o Brasil já enfrentava uma "década de desastres" antes mesmo da chega do presidente ao poder, mas que agora o país está retrocedendo — com Bolsonaro e com a pandemia de covid-19.

"Antes da pandemia, o Brasil sofria de uma década de problemas políticos e econômicos. Com Bolsonaro como médico, o Brasil agora está em coma."

A Economist argumenta que Bolsonaro não deu um golpe de Estado — como alguns temiam que pudesse acontecer —, mas possui instintos autoritários que enfraqueceram as instituições democráticas brasileiras, com suas constantes agressões.

"Muitos especialistas disseram que as instituições brasileiras resistiriam a seus instintos autoritários. Até agora, eles provaram estar certos. Embora Bolsonaro diga que seria fácil realizar um golpe, ele não o fez. Mas, em um sentido mais amplo, os especialistas estavam errados. Seus primeiros 29 meses no cargo mostraram que as instituições do Brasil não são tão fortes quanto se pensava e se enfraqueceram sob suas agressões."

A revista diz que Bolsonaro encerrou a investigação da Lava Jato após acusações feitas contra seus filhos — beneficiando "políticos corruptos e grupos criminosos organizados" —, não promoveu mais reformas significativas desde a reforma da Previdência de 2019 e causou danos à Floresta Amazônica, por se solidarizar com madeireiros, mineiros e fazendeiros que promovem o desmatamento.

"Ele levou uma motosserra para o Ministério do Meio Ambiente, cortando seu orçamento e forçando a saída de pessoal competente. A redução do desmatamento requer um policiamento mais firme e investimento em alternativas econômicas. Nenhum dos dois parece provável."

Em outra reportagem, a revista afirma que depois de uma "geração de progresso", a mobilidade social está desacelerando no país. Segundo a revista, anos de políticas voltadas para o controle da inflação e diminuição da pobreza foram seguidos por uma "década de políticas ruins e sorte pior ainda".

A revista critica as gestões do PT por investirem pouco em infraestrutura, abandonarem reformas pró-negócios e por adotarem políticas semelhante à substituição de importação. Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, também são criticados.

" Guedes se gabava de que seriam feitas reformas para simplificar o código tributário, reduzir o setor público e privatizar empresas estatais ineficientes. No entanto, o espírito reformista se mostrou fugaz. Bolsonaro não é muito liberal. Seu desgosto por reformas duras tornou fácil para o Congresso ignorar a agenda de Guedes."

O relatório traz também análises sobre corrupção e crime, Amazônia, reformas políticas e eleitores evangélicos.


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Transcrição da matéria principal:


The captain and his country

Brazil is backsliding. Politicians, businesses and voters must act before it is too late, says Sarah Maslin

Jun 3rd 2021

One day in April, as Brazilian hospitals ran out of oxygen and 3,000 people a day were dying from covid-19, Jair Bolsonaro’s 64-year-old chief of staff, Luiz Eduardo Ramos, got jabbed. It was his turn but he went in secret. His boss is anti-vaccine. When asked why Brazil was blocking approval for the Pfizer vaccine, the president joked that jabs turn people into crocodiles.

That Mr Ramos, a four-star general who once commanded peacekeeping troops in Haiti, had to sneak off reveals the depths to which Brazil has fallen under Mr Bolsonaro, whose career as an army captain stood out only when he was jailed for insubordination. Mr Ramos confessed his jab in a meeting he didn’t know was being broadcast. “Like every human being, I want to live,” he said.

Before the pandemic, Brazil was suffering from a decade of political and economic ailments. With Mr Bolsonaro as its doctor, it is now in a coma. More than 87,000 Brazilians died from covid-19 in April, the worst monthly death toll in the world at the time. Vaccines are so scarce that people under 60 will not get them until September. And a record 14.4% of workers are unemployed.

Yet on May 1st bolsonaristas draped in Brazilian flags took to the streets. Unfazed by a parliamentary commission of inquiry (CPI) into the president’s handling of covid-19, they applauded his refusal to wear a mask, his support for hydroxychloroquine and his wish to send the army to obstruct stay-at-home orders. Fans in São Paulo begged for “military intervention”. One woman told a visitor that Brazil had never had a civil war. “It’s about time,” she said.

Swap Portuguese for English and green and yellow for red, white and blue, and the rally could have been in the United States last year. Mr Bolsonaro borrowed heavily from Donald Trump’s tactics to win election in 2018: populism, nationalism, chauvinism and fake news. Brazil was traumatised from corruption, recession, worsening public services and violent crime. Brazilians were fed up with politicians who had failed to solve these problems. Mr Bolsonaro channelled their frustration.

He portrayed himself as an outsider even though he had spent 27 years as a backbench congressman, making news only when he said something offensive about women, indigenous people or gays. A fan of the military dictatorship of 1964-85, he often posed with his thumbs and forefingers cocked as if he were shooting a machinegun. Once in office, he aimed it straight at Brazil’s democratic institutions.

Good times, bad times

Ten years ago, Mr Bolsonaro’s election would have been unthinkable. After the dictatorship Brazil reformed itself. A constitution signed in 1988 created independent institutions. A new currency in 1994 tamed inflation. A commodity boom in the 2000s brought jobs. With cash in their wallets, Brazilians saw their lives improve. Under the presidency of Luiz Inácio Lula da Silva, Brazil joined Russia, India and China in the BRIC bloc of fast-growing emerging economies. It led climate talks and was awarded both the 2014 football World Cup and the 2016 Olympic games.

Then the commodity boom ended. Protests in 2013 over a rise in bus fares turned into protests aimed at bringing down the left-wing Workers’ Party ( PT) government. An anti-corruption probe launched in 2014, known as Lava Jato (Car Wash), found that dozens of companies had paid bribes to politicians in exchange for contracts with Petrobras, the state oil firm. The economy crashed after irresponsible spending by Lula’s successor, Dilma Rousseff. Bigger, angrier demonstrations led to Ms Rousseff’s impeachment in 2016. Her replacement, Michel Temer, was accused of graft and barely escaped impeachment in 2017.

Mr Bolsonaro’s election followed these traumas. He had little funding or airtime, but was boosted when he was stabbed while campaigning. Casting himself as Brazil’s saviour, he won 55% of the vote. His support was highest in the south and south-east, the richest and whitest regions, and among conservatives like farmers and evangelicals. Millions backed him out of anger at the PT. Mr Bolsonaro seemed to many voters to be the lesser of two evils.

Many pundits said that Brazil’s institutions would withstand his authoritarian instincts. So far they have proved right. Although Mr Bolsonaro says it would be easy to carry out a coup, he has not done it. But in a broader sense, the pundits were wrong. His first 29 months in office have shown that Brazil’s institutions are not as strong as was thought, and they have weakened under his battering. Cláudio Couto, a political scientist at Fundação Getulio Vargas, a university in São Paulo, likens them to brakes on a car hurtling down a hill. “If pushed too hard they can fail,” he says.

Take the judiciary. Lava Jato seemed the triumph of the decade. Brazilians hoped anti-corruption reforms would usher in cleaner lawmakers who would act for the people not themselves. But some Lava Jato prosecutors and judges had a political agenda. This paved the way for Mr Bolsonaro, in the face of allegations against his sons, to shut down the investigation. Its closure helped not only corrupt politicians, but also organised-crime groups.

The economy badly needs reforms to curb the growth of public spending, boost competitiveness and tackle inequality. As a candidate, Mr Bolsonaro briefly professed belief in liberal economics. He hired Paulo Guedes, a free-marketeer educated at the University of Chicago, as economy minister. Then he abandoned both, refusing to back changes that might cost votes. After a pensions revamp in 2019, Mr Guedes’s reform agenda stalled. Six of the ten members of his economic “dream team” have quit or been fired.

The pandemic has wiped out all net jobs created since the recession of 2014-16, sending millions of people back into poverty. None of Mr Bolsonaro’s four education ministers created a workable distance-learning system. One lasted just five days before he was found to have padded his résumé with fake degrees from Argentina and Germany. Some 35m children have been out of school for 15 months, a drag on social mobility for years to come.

In politics “the promise of renewal was a big lie,” says Mr Couto. In 2018 voters kicked out much of the traditional political class. For the first time Congress has more novices than incumbents. A tiny group committed to fiscal responsibility and other reforms offers hope for the future. But most politicians remain gluttons of pork and patronage. After denouncing the system, Mr Bolsonaro joined it to save himself from over 100 impeachment petitions.

He has done most damage to the Amazon rainforest, which in Brazil now emits more carbon than it stores because of climate change and deforestation. The president does not believe in the first and sympathises with those doing the second: loggers, miners and ranchers. He took a chainsaw to the environment ministry, cutting its budget and forcing out competent staff. Reducing deforestation requires firmer policing and investment in economic alternatives. Neither looks likely.

At first covid-19 helped Mr Bolsonaro. Big spending on businesses and the poor distracted from his failure to pass fiscal reforms. His approval ratings briefly hit their highest since he took office. Last July he contracted covid-19 and recovered quickly, as he had promised he would. It seemed that the economy might do the same, paving the way for his re-election in 2022.

Then, in early 2021, Brazil was hit by a second wave with a more infectious variant from the Amazon city of Manaus. As social media filled with images of people in nearby Chile lining up for jabs, gravediggers in Brazil were busy. Mr Bolsonaro continued to rail against lockdowns and vaccines. In a cabinet shake-up he fired the defence minister, who had reportedly refused to pledge his loyalty. The heads of the three armed forces resigned in protest, briefly fuelling rumours of a coup.

It did not happen. Yet this special report argues that Brazil is facing its biggest crisis since the return to democracy in 1985. Its challenges are daunting: economic stagnation, political polarisation, environmental ruin, social regress and a covid-19 nightmare. And it has had to endure a president who is undermining government itself. His cronies have replaced career officials. His decrees have strained checks and balances everywhere. Consider Diário Oficial da União, where every legal change is published, says Lilia Schwarcz, a historian. “There is a coup every day.”■

Full contents of this special report
* Brazil: The captain and his country
The economy: A dream deferred
Corruption and crime: Sliding back
The Amazon: Money trees
Politics: In need of reform
Evangelicals: Of Bibles and ballots
The prospects: Time to go

This article appeared in the Special report section of the print edition under the headline "The captain and his country"

https://www.economist.com/special-report/2021/06/05/the-captain-and-his-country


quinta-feira, 3 de junho de 2021

A inserção econômica internacional do Brasil em perspectiva histórica (1999) - Paulo Roberto de Almeida

Um trabalho antigo mas que ainda se sustenta no longo prazo do processo histórico de desenvolvimento do Brasil, em perspectiva histórica com outros países que se desenvolveram nos últimos dois séculos.

713. “A inserção econômica internacional do Brasil em perspectiva histórica

Washington, 20 outubro 1999, 15 p. 

Versão revista do primeiro capítulo do livro O estudo das relações internacionais do Brasil. Publicado em Cadernos Adenauer 2, “O Brasil no cenário internacional” (São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2000, p. 37-56). 

Relação de Publicados n° 252. 

Sumário: 

1. O Brasil de 1820 a 1870: partida difícil, baixa dispersão mundial 

2. O Brasil de 1870 a 1900: crescimento modesto, ascensão do café 

3. O Brasil de 1900 a 1913: aumentam as distâncias internacionais 

4. O mundo entre 1913 e 1950: catástrofes econômicas e sociais 

5. O grande crescimento de 1950 a 1973: a Ásia e o Brasil decolam 

6. Crise e crescimento de 1973 a 1992: as diferenças se acentuam 

7. Desempenho do Brasil e da economia mundial: visão geral 

Bibliografia e tabelas estatísticas


A inserção econômica internacional do Brasil

em perspectiva histórica

 

 
Paulo Roberto de Almeida

Sociólogo. Diplomata.

Cadernos Adenauer 2, “O Brasil no cenário internacional”

São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2000, pp. 37-56).

 

 

O crescimento da economia brasileira registrou grande dinamismo no século XX, pelo menos até seu último quarto: a taxa de expansão do PIB, entre 1870 e 1987, foi de 4,4% ao ano, em média, desempenho poucas vezes igualado na história mundial (Maddison, 1989). Entre 1870 e 1987, o PIB brasileiro foi multiplicado 157 vezes, contra apenas 84 vezes para o Japão e 53 para os Estados Unidos, as duas outras economias de grande dinamismo desde o início da segunda Revolução Industrial. Mesmo considerando-se apenas o período final desse corte temporal, o desempenho da economia brasileira foi impressionante: entre 1957 – data decisiva no processo de modernização brasileira, com a implantação da indústria automobilística – e 1986, a expansão do PIB brasileiro foi de 594,9%, contra um aumento acumulado de apenas 150,4% para o PIB dos Estados Unidos. Em consequência, a distância que separava o PIB nominal brasileiro do dos EUA foi encurtada: de mais de 44 vezes, em 1957, para “apenas” 16 vezes mais em 1986.

Entretanto, a despeito desse desempenho nominal, a economia que mais avançou em termos de renda per capita foi a do Japão, com um crescimento da ordem de 2,7% ao ano no mesmo período, contra apenas 2,1% para o Brasil, este penalizado pelo seu “dinamismo” demográfico. Com efeito, a razão para a diferença de crescimento líquido em relação ao Japão e aos Estados Unidos se situa na vertente do crescimento demográfico, duas vezes mais importante no Brasil ao longo do período, o que reduziu a expansão do seu PIB per capita. Entre o terço final do século XIX e meados do XX, o número de brasileiros triplicou: de um total de 10 milhões de habitantes em 1872 – primeiro recenseamento –, a população brasileira alcançou 41 milhões de pessoas em 1940 e 51 milhões em 1950, tendo triplicado desde então. A taxa de crescimento demográfico, que era de 2,34% ao ano entre 1940 e 1950, passou a 3,17% nos anos 50. Ela caiu para 2,91% ao ano entre 1960 e 1970 e mais ainda a partir dos anos 80 e 90, situando-se num patamar de relativo equilíbrio (menos de 1,6% ao ano), embora com taxas significativas para as zonas rurais e os estratos mais pobres da população.

Adicionalmente à “bomba demográfica”, que diluiu os frutos da expansão do produto, fatores externos a partir dos anos 70 (choques do petróleo em 1973 e 1979, crise da dívida externa em 1982) e obstáculos internos (aceleração da inflação, ruptura de confiança na administração e desorganização da economia) atuaram no sentido de reduzir o ritmo de crescimento. Em consequência, a distância entre o PIB nominal e o PIB per capita do Brasil em relação aos países mais avançados voltou a aumentar.

A estabilização econômica iniciada em 1994 não permitiu a retomada dos índices de crescimento que tinham caracterizado a economia no período mais intenso do processo industrializador. A globalização financeira ofereceu acesso aos capitais (para financiar os déficits em transações correntes), mas criou novos focos de instabilidade em virtude da inversão repentina de alguns desses fluxos. A fase de crises e de turbulências financeiras nas economias emergentes dos anos 1997-99, invertendo a (até então) “irresistível ascensão” das economias asiáticas – e levando muitas delas a um relativo declínio –, ainda está muito próxima para permitir ao observador uma análise isenta e de maior profundidade quanto à verdadeira tendência do ciclo econômico naquela região e, de modo geral, nas economias emergentes. Não há certeza quanto à natureza dos desenvolvimentos nessas economias, inclusive na brasileira, razão pela qual uma análise de tipo estrutural deve se deter na fixação das grandes tendências de desenvolvimento conhecidas no passado. Para a análise do desempenho econômico do Brasil no contexto do sistema mundial desde 1820 valemo-nos da metodologia e das informações compiladas em estudo comparativo do Prof. Angus Maddison (1995), cujos cálculos econométricos, apresentados na Tabela 1, formam a base dos parágrafos seguintes.

 

1. O Brasil de 1820 a 1870: partida difícil, baixa dispersão mundial

(...)


Ler a íntegra neste link: 

https://www.academia.edu/49115167/A_insercao_economica_internacional_do_Brasil_em_perspectiva_historica_1999_


Charles Gauld: Farquhar, o último titã, um empresário americano na América Latina - Book



Charles A. Gauld: 
FARQUHAR, O ÚLTIMO TITÃ
Tradução de Eliana Vale
Editora de Cultura / ISBN: 85-293-0100-5
536 páginas – 16 x 23 cm

FARQUHAR, O ÚLTIMO TITÃ

Odisséia de um homem de visão

Percival Farquhar (1864-1953), um dos mais persuasivos empreendedores do ramo ferroviário na história econômica das Américas, foi um dos últimos construtores de impérios da época moderna.

Ronald Hilton, professor emérito da Universidade Stanford, apresenta o livro


durante a Conferência WAIS naquela universidade, em 2006. 

(Foto: Eliana Vale)


Está à disposição do público brasileiro um dos clássicos mais raros do brasilianismo. Esgotado nos EUA, onde só existe um exemplar disponível para consulta na Universidade Stanford, ele chega às livrarias por obra da Editora de Cultura após mais de uma década de negociações sobre direitos autorais, pois seu autor, Charles Gauld, faleceu sem herdeiros nos anos 1970. A obra utilizada na tradução foi emprestada de um colecionador.

Tido pelos nacionalistas do século passado como encarnação do imperialismo, o americano Percival Farquhar sonhou enriquecer, colocando o Brasil na trilha do desenvolvimento à moda americana. E não mediu esforços para realizar seus sonhos, encarando as derrotas como obstáculos contornáveis e se dispondo a iniciar uma empresa já na altura dos 70 anos.

Segundo o jornalista Elio Gaspari, Farquhar “foi o maior empresário de serviços públicos da história nacional. Em negócios de hoje, ele seria o controlador ou grande acionista da Light, da Eletropaulo, Embratel, Telefônica e Telemar. Isso e mais a Vale do Rio Doce, a Acesita, os metrôs do Rio e de São Paulo, dez ferrovias e um porto. Suas PPPs contribuíram para a explosão da revolta sertaneja do Contestado (três mil mortos) e para a mortandade da Madeira-Mamoré”.

Em 2007, três grandes empreendimentos de Farquhar completam o centenário de início de obras: o Porto de Belém, no Pará; a Madeira-Mamoré, em Rondônia (cidade criada em função das obras da ferrovia), e a Brazil Railway, cujo projeto era se tornar um sistema ferroviário transcontinental, interligando o sul do Brasil ao Pacífico.

Charles A. Gauld, jornalista e historiador, escreveu a biografia originalmente como tese de doutorado, que apresentou à Universidade Stanford. Seu orientador, Ronald Hilton, considerando o trabalho “minucioso e rico em fontes e detalhes”, apoiou sua publicação pelo California Institute of International Studies, de Stanford em 1964.

A obra, finalizado em 1962/1963, reflete bem as preocupações dos EUA em relação ao futuro político da América Latina em um momento em que Cuba se voltava para a União Soviética e o presidente do Brasil – João Goulart – era considerado “esquerdista". O clima que precedeu o golpe militar de 1964 no Brasil fica ali muito claro. Por outro lado, as fotografias que ilustram a obra dão conta da vastidão dos interesses de Farquhar e das dificuldades que ele enfrentou.

Um preview do livro aconteceu na Livraria da Universidade Stanford em 31 de julho de 2006, durante a Conferência Internacional do World Association of International Studies (WAIS). Na ocasião, o professor Ronald Hilton, do alto de seus 96 anos, festejou o lançamento da obra de seu aluno para o público brasileiro. (Foto)


Press Release: 

 

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EDITORA DE CULTURA

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Rita de Sousa - MTB 29155 - Assessora de Imprensa

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Elaborei uma resenha desse livro quando ele foi lançado no Brasil: 

1666. “O imperador americano das PPPs”, Brasília, 20 setembro 2006, 2 p. Resenha de Charles A. Gauld: Farquhar, o último titã: um empreendedor americano na América Latina (São Paulo: Editora de Cultura, 2006, 520 p.). Publicada em formato resumido e revisto na revista Desafios do Desenvolvimento (Brasília, IPEA-PNUD, a. III, n. 27, out. 2006. p. 63). Relação de Publicados n. 707.

Eis a resenha em versão integral: 

O imperador americano das PPPs

 

Charles A. Gauld

Farquhar, o último titã: um empreendedor americano na América Latina

São Paulo: Editora de Cultura, 2006, 520 p.; tradução de Eliana Nogueira do Vale.

 

Quem imagina que as PPPs sejam uma moderna contribuição do governo petista para reagir a uma suposta “privataria da era neoliberal”, faria bem em revisar sua lição de história. Elas começaram mais de um século atrás, em pleno império, como solução à crônica falta de capitais, no Brasil, para obras de grande porte. A monarquia e a velha república viveram de PPPs por décadas, em modalidades não muito diversas das que hoje são mobilizadas para assegurar um retorno adequado ao investimento privado: à época, os investidores estrangeiros (na maior parte ingleses) tinham direito à famosa “garantia de juros”, tipicamente de 6% ao ano.

Percival Farquhar foi, segundo Gauld, o “maior vulto americano da história do Brasil”, demonizado pelos nacionalistas, incompreendido pelos políticos, hostilizado pelos xenófobos e nada conhecido pelos atuais promotores das PPPs “republicanas”. Nos países vizinhos ele seria chamado de gringo explorador, o típico ianque imperialista que todos adorariam odiar. No Brasil, foi respeitado no início de seus muitos investimentos em obras públicas e empreendimentos extrativistas, passou a ser temido quando adquiriu as dimensões de um Mauá estrangeiro e foi impiedosamente expropriado ao longo da era Vargas. Poucos sabem que a Vale do Rio Doce começou pelas suas mãos: a Itabira Iron Ore Company, que, aliás, já existia antes dele adquiri-la, em 1919. A Vale, a Acesita, a Ports of Pará – construída para exportar a borracha da Amazônia e que começou a funcionar no momento mesmo da crise trazida pela concorrência da Malásia, em 1913 – e várias outras companhias fundadas por Farquhar foram nacionalizadas no decorrer da dura batalha que ele travou contra os demolidores do formidável império econômico que foi construindo a partir de 1904. 

A despeito do tom encomiástico, Gauld reconstrói, além do itinerário desse imperialista exemplar, vários capítulos de nossa história econômica: quase não há setores – que os militares chamariam de “estratégicos” – em que ele não tenha colocado os capitais de seus associados estrangeiros: bondes, ferrovias, navegação, portos, hidrelétricas, pecuária, processamento de carne, agricultura e silvicultura, extração mineral, indústrias de papel e siderurgia. Como Mauá, ele enfrentou inúmeros problemas, a maior parte vinda do próprio Estado brasileiro, mesmo se ele praticou a arte (não inusitada) de “comprar” deputados e jornalistas para defender os seus interesses. Imperialista bizarro, Farquhar apreciava mais o risco do investimento do que a cor do dinheiro; foi um verdadeiro pioneiro, como seus ancestrais quackers, podendo até ser equiparado, sem nenhum exagero, aos nossos bandeirantes. 

“Os brasileiros”, disse uma vez Farquhar, “chamaram minha atenção pela rapidez de raciocínio, embora estejam igualmente prontos a chegar a conclusões apressadas”. Em 1906 ele já se queixava da “constante flutuação da taxa de câmbio” e, no final da vida, em 1952, registrava a “vã manifestação de esperança”, mantida durante meio século, de que algum dirigente corrigisse a “instável economia do Brasil, em perpétua inflação”. A obra reflete o momento em que foi escrita (1962), quando os EUA consideravam que o Brasil corria o risco de tornar-se uma “grande Cuba”. Gauld não esconde uma incontida admiração pelo seu herói e certa impaciência com os nacionalistas brasileiros. Os editores e a tradutora estão de parabéns pela corajosa iniciativa de publicar esta obra esquecida sobre o mais poderoso capitalista estrangeiro da história do Brasil, cujos historiadores parecem querer continuar mantendo no anonimato. 

Candidatos a uma boa dissertação doutoral estão convidados a reescrever, de maneira não apologética, sua fabulosa história de vida, que se confunde com meio século de história econômica brasileira, mas os próprios editores brasileiros desconhecem que os papéis de Farquhar e os manuscritos de Gauld estão depositados na biblioteca da universidade de Yale. Ao garimpo, historiadores...

 

Paulo Roberto de Almeida

[Brasília, 20 setembro 2006, 2 p.]

Publicada em formato resumido e revisto na

revista Desafios do Desenvolvimento

(ano 3, nº 27, outubro 2006, p. 66.

 




A Grande Destruição econômica do Brasil sob Dilma Rousseff - Paulo Roberto de Almeida

 The Great Destruction in Brazil: 

How to downgrade an entire country in less than four years

 

Paulo Roberto de Almeida

Professor of Political Economy at the Master and Doctoral programs in Law of the University Center of Brasília (Uniceub); career diplomat.

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com).

 

 

Although the recent degradation of the Brazilian economy was not the product of a single presidential term, it was during the first mandate of president Dilma Rousseff (2011-2014), and under her direct responsibility, together with that of her main economic advisors, that the Brazilian economy underwent a consistent, irrepressible and fatal descent into the abyss of its worst economic recession in 80 years, with a mega destruction of wealth never seen before in the economic history of Brazil. The definitive deformation of the economic situation took a little longer, but the essential and decisive strikes that were at the origin of Brazil’s loss of its investment grade status – announced first by Standard & Poor’s in September 2015, shortly thereafter by Fitch – were mainly inflicted during her first term in office. She deliberately planned and prepared the changes and completed them in less than four years.

The president and her economic team were the authors of a strange animal called the “New Economic Matrix”, conceived with the objective of sustaining an enlarged demand for consumption goods, as part of a promised “vast domestic mass market”. What it provoked, instead, was more inflation, less growth, worrying double deficits, a significant exchange devaluation, a total budget disorganization, together with an entire series of failed sectorial policies and an overall degradation of economic governance. The troublemakers blamed these consequences on an inexistent “international crisis,” but they were entirely made in Brazil.

To understand how this happened and explain how Brazil underperformed in the context of the world economy, at a time when many emerging economies were growing twice or almost three times as fast as the advanced countries, we have to look at the larger picture, with a certain sense of the historical perspective, taking also into account the regional and international contexts, and the political and social implications of Brazil’s economic policies implemented in recent times. The solution of the current crisis, which is certainly the worst since the early 1990s, and probably since the 1930s, cannot be purely economic. Nor can it wait on the resolution of an alleged international crisis. Fundamental changes in Brazilian governance will be needed.

 

A brief economic history of a mounting disaster

Brazil has not experienced an equivalent economic disaster since the great crash of 1929 and the following recession of 1931 and 1932. Certainly, Brazil experienced many smaller crises, some provoked by external transactions disequilibrium and a rapid exchange deterioration, others by accelerating inflation and disorganization of the public accounts. Turbulence was recorded during the oil shocks of the seventies, and a humiliating penury of exchange followed the external debt default at the beginning of the eighties, as well as the moratorium unilaterally declared in 1987, creating a prolonged low growth period that was not surmounted before the hard renegotiation of the commercial and official debts during the first three years of the nineties. Successive adoption of six currencies attempted to ameliorate the dramatic acceleration of the inflation, until the Real Plan (1994) came to reintroduce a certain sense of rationality into a system of political and economic governance that had forced Brazil to seek rescue from the IMF three times between 1998 and 2002.

There were middle term adjustments in the Real Plan including first an exchange anchor system and then an inflation targeting system, together with the adoption of a floating exchange regime in1999 and a fiscal responsibility law in 2000 that prepared Brazil for a new phase of productivity gains and a competitive integration into the world economy. Energy shortages in 2001, and the final collapse of the convertibility scheme inaugurated in Argentina ten years earlier brought new turbulence to that picture. This was exacerbated by the presidential campaign of 2002, when the prospects for a victory of the PT’s candidate caused a decline in the exchange rate, and an increase in Brazil risk and in inflation. But after the election, the new socialist leader ignored his party’s rhetoric and preserved the same policies established by the previous economic team. As a result of these sensible policies a virtuous cycle of economic growth and external transactions improvements followed for the next five years starting in 2003. 

 Those years, which saw a “Chinese bonanza” pushing commodity prices to historical peaks – soybean at 600 dollars a ton, iron ore at almost 200, and many others  –, were not exempt from policy retrocessions, such as the renewed growth of the state and the increase in the number of public officials (many, if not all, selected from party apparatchiks), both moves that interrupted a positive process of trimming the excessive state apparatus built up during the military regime. Lula, the effective president during both his and Dilma’s administrations, started a conscious and consistent program of rebuilding state power in Brazil, creating many new public agencies, squeezing the regulatory bodies that were implemented during Cardoso’s times and expanding a comprehensive program of social benefits – Bolsa Familia – that was created out of the many separate sectorial benefits that existed previously. The public legitimation for the later was “social inclusion”, but in fact the intention was to consolidate a vast electoral device in favor of his party. It worked: Lula was reelected once (2006), as the amended Constitution (by Cardoso, 1997) authorizes, and was able to elect (2010) and re-elect (2014) his right-hand assistant, Dilma Rousseff. 

Although Lula’s years were characterized by overall positive results after a bad start – which was caused by market fears of an adventurous economic policy, in the hands of a formally socialist party – the fact is that there is a clear break of style and substance in economic policies from his first term in office to his second term. In his second term Dilma Rousseff emerged as the new powerful cabinet head following the demise (already for corruption scandals) of the “great vizier” of the first Lula government (José Dirceu), and acquiring even more power after the demise of the first Finance Minister (Palocci) – who acted totally in line with the previous economic policies –, she inaugurated the practice – supported by Lula – of having the public expenditures growing always ahead of the GDP’s growth rate, and even ahead of the inflation rate and of the tax receipts. Not surprisingly, annual budgets started to be voted and applied with a certain stress in the public accounts, which were conveniently disguised under questionable accounting practices, mixing some flows between the Treasury, the National Bank for Development (BNDES), and state companies and banks (like Petrobras, Banco do Brasil and Caixa Econômica Federal). 

It was in the context of such practices that it became possible to give generous benefits to the assisted people of Bolsa Família – who knew “Chinese rates” in their income growth, in fact a mere subsidy for consumption – and rises in the minimum wage above the inflation rate and also incorporating a politically fixed “productivity growth”. Of course, many of those social policies materialized only because the fiscal charge was continuously expanding, from the 34% of the GDP to almost 38% (in fact, just 35.9% in nominal terms, but only due to a methodological correction in the national accounts); the heavier taxes penalized goods and services consumed by the middle classes as well as the productive activities of the business sector. In fact, expanding expenditures benefitted much more a small bunch of crony capitalists – who are the great financiers of PT and its apparatchiks – than the poor people of the Bolsa Família.

Lulanomics worked relatively well during the Chinese bonanza years, up to the American housing and financial crises, when some Keynesian measures were taken to contain the reduced external demand and the changes in the foreign credit supply. Other measures – almost all in the public sector – were introduced, supposedly for a transitional period, but maintained for a longer extension of time than required by the partial recovery of the world economy after 2010. Dilma’s presidency, starting in 2011, represented the exacerbation of the worst kind of policies of the old school of ECLA’s (the Economic Commission for Latin America of the UN) “developmentalism”:  sectorial subsidies and tax exemptions, State intervention in the micromanagement of investment policies in the case of SOEs, requirements of local content in contracts for all public companies, a “new automotive investment framework” in a clear disrespect for WTO rules, and many other commercial and trade policies devices, as if Brazil still had an “infant industry” to protect. 

Adding to this confused set of improvised measures, there were political fixes and opportunistic manipulations of both interest rates and exchange rates, which resulted in increasing inflation, exaggerated devaluation and declining growth. At a certain moment Brazil had a totally contradictory picture of a declining unemployment rate and an increase in the insurance payments for the unemployed. More disturbing was the perspective of not having the national accounts properly reflecting the erosion of tax receipts, a true result of the fiscal falsification already in the run. When the terms of trade inverted the course, due to the lessening of China’s growth, the castle of cards start to crumble, although it was not immediately visible, precisely because of the hidden indicators in the public accounts. The downturn accelerated during the 2014 presidential campaign and was finally revealed in the open just after the ballots confirmed Dilma’s victory for a slight margin of votes. 

 

Dilma’s economic unraveling of Brazilian economy, or the Big Destruction

Again: the process of deformation of the Brazilian economy was not only the product of misguided economic policies during Dilma’s years. It is the result of many years of erroneous macroeconomic and sectorial policies during Lula’s presidency, which shaped the two main features of PT’s economic management: commoditization and deindustrialization. The economic consequences of Lula’s government were reflected first of all in the aggrandizement of the state, secondly in the over-stimulus of the demand side of the economy, combined to a total lack of care for its productive, for the infrastructure and against the basic requirements for a productivity growth, which would have required set of reforms – labor, taxation, social security, education, etc. – that were never undertaken by Lula or Dilma. 

Commoditization and early deindustrialization are the two sides of the same coin: an over reliance on the high price peaks of exported Brazilian commodities, and a gradual loss of competitiveness of the domestic manufacturing basis. Over valuation of the Real – due to the huge inflow of dollars – and high prices in the domestic supply – taxed for an average rate of 40%, either in goods or in services – turned Brazil into a very expensive country, inducing the middle class to look to external markets to purchase many durable items: Miami became the new big shopping mall for the affluent and even the less fortunate consumers of the middle class. At a certain point in the American crisis, Brazilian buyers were acquiring plenty of Florida low-priced condos, and flooding Miami shopping malls, for as high as 4 or 5 billion dollars a year in their purchases. 

The declining contribution of industry to national economic activity accelerated at a troubling pace in the final year of Lula’s presidency and during Dilma Rousseff’s entire first administration. The plunge in the trade surplus was catastrophic in the industrial section of the current transactions, although this situation did not create an immediate current account deficit because the floating exchange regime – albeit manipulated by the Central Bank with an eye in the inflation rate – intervened to rebalance the disequilibrium. But it became clear that the bad results reflected in the main economic indicators were not a mere side effect of an alleged “international crisis”, as proclaimed by the government, but a consequence of the bad policies entirely “made in Brazil”, by the government. 

The deindustrialization was not due to Chinese competition – although that was always present even if limited by high tariffs and antidumping measures – but was totally due to over-taxation, overregulation, super-protection and cartelization, as well as the already mentioned state intervention at every level, in all sectors. Excessive expenditures, a chronic deficit in the social security system (especially in the public sector), too low savings and investments rates, a marginal (if not negative) labor productivity growth, and a really poor rate of technology innovation (due to low quality education at every level) complete the bleak picture of the current Brazilian panorama.

The dramatic, negative growth in 2015 (-3,8% of GDP), and the very bad prospects for 2016 and 2017, that is, from recession to depression, clearly point to the longest and the worst crisis in the Brazilian economic history since 1931. Over a five-year period, we can estimate a loss, for the GDP, of about -10%, that is, Brazilians are becoming poor, and are due to stay in that condition for a while. Are there any prospects for an inversion of this vicious circle? Perhaps, depending on the posture to be taken by the politicians in the Congress: they have a rent-seeking behavior, but could help to invert Dilma’s Great Destruction if further deteriorations of Brazil’s risk assessments by rating agencies intervenes at any time. That will certainly happen when the domestic debt rises to new highs, that is, more than 70% of the GDP.

Those ratios of public debt do not seem to be very upsetting, taking into account the Maastricht criteria of national debt (60% of the GDP, also considering 170% for Greece and more than 270% for Japan), but the real question is not its absolute value, but its cost. Interest rates in the case of public debt in Brazil can be as high as 14% (half of that in real terms), a significant part of that being of a short-term maturity; the already higher expenditure in the public budget is the service of the debt, as high as 7% to 8% of the GDP, which is a truly unsustainable charge. Of course, in the bonus side of the picture, Brazil possesses enormous natural resources, a largely renewable energy matrix (based mainly in water powered electricity), a very competitive agribusiness, no foreign conflicts to be dealt with, an active professional diplomacy and a well prepared state bureaucracy (especially federal prosecutors and investigators, who are dealing with the worst corruption case in the Brazilian history, with the Worker’s Party occupying the center stage of the crime scene, as its apparatchiks ransacked the state oil company, Petrobras, and probably many other state companies as well).

 

What’s to be done, after the economic and political deluge?

But, the big word, today, in Brazil, is uncertainty: we do not know what will be the value of the Real in dollars, tomorrow, the next week, or the next month; we do not know the depth of the deficits, the ceiling for the reference interest rates (today at more than 14%); how deep will go the unemployment; if the investments will continue to be completely paralyzed; and we do not even know if we’ll have this one or another government in a matter of weeks or months. Uncertainty, and insecurity, those are the words of the moment in Brazil. How can an entrepreneur make plans for a year, two years, or five years ahead? Economists were overtaken by the most pessimistic statistics in 2015. Even experienced political analysts do not try to even guess, or imagine, what the immediate political future could be at the beginning of 2016.

This complex set of problems requires, at the economic level, three sets of measures to be instituted simultaneously: (a) urgent measures that have to be adopted in terms of fiscal adjustment and budget balancing, followed by (b) medium term decisions that have to be taken to promote confidence building adjustments, facilitating the return of investments, and (c) the launching of a long term program of structural reforms in order to create a new institutional framework looking for the recovery of competitiveness of the Brazilian industry, and creating a solid basis for a productivity overhaul of the economy. At the political level it is almost impossible to foresee any stable governance in the months ahead. Reforms are also due at the sphere, but the political system is plagued by a myriad of small and opportunistic parties, and regional differing interests, all of which makes an impossible dream to have a stable governing coalition.

Political and economic crises are sustaining each other, and it is difficult to tell where the Gordian knot is. Who will deliver the decisive coup? No guesses for the moment…

 

Paulo Roberto de Almeida

 [Hartford, 2888: October 13, 2015, 6 p.; Brasília, January 21-28, 2016, 7 p.]