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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Brasil teve de pagar por sua independência; como Portugal usou o dinheiro? - Rodrigo Tavares (FSP)

Um professor catedrático convidado numa universidade portuguesa consultou-me sobre a dívida externa do Brasil na interação com Portugal na época da independência; eu disse tudo o que sabia naquele momento, sem consultar meus escritos a esse respeito. PRA

 

PORTUGAL  UNIÃO EUROPEIA



Brasil teve de pagar por sua independência; como Portugal usou o dinheiro?

Rompimento foi oficializado em 1825, mas verdadeira independência só veio décadas depois

Rodrigo Tavares

Folha de S. Paulo, 7.fev.2024 às 17h00

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/rodrigo-tavares/2024/02/brasil-teve-de-pagar-por-sua-independencia-como-portugal-usou-o-dinheiro.shtml

 

Após 1822, Portugal lutou de todas as formas possíveis, durante alguns anos, contra a independência do Brasil. Mas o que fizeram os portugueses quando, por pressão inglesa, finalmente aceitaram a perda da colônia e firmaram o Tratado de Paz, Amizade e Aliança, em 1825? Celebraram com júbilo. Um aviso do governo (versão original disponível aqui) convocou a corte para uma "grande galla", deram-se férias aos tribunais e iluminou-se toda a cidade de Lisboa ("luminarias geraes").

Ata que convocou a corte portuguesa para a 'grande galla' – Reprodução colunas e blogs

 

O Brasil teve de pagar por sua independência. O valor total foi 2 milhões de libras esterlinas, o que incluiu a amortização de um empréstimo de 1,3 milhão de libras contraído por Portugal, em 1823, junto a bancos ingleses da família Rothschild, precisamente para custear a guerra que travou contra o Brasil para anular a sua independência. A dívida era portuguesa, mas o Tesouro brasileiro foi obrigado a assumi-la. Além disso, como constava no tratado, dom João 6°, rei de Portugal, manteve, inusitadamente, o título de imperador do Brasil. Por isso os portugueses celebraram.

Ao nascer, o Brasil foi amamentado com dívidas. Mesmo antes do tratado, contraiu empréstimos, em 1822 e 1824, destinados à "aquisição de vasos de guerra" e ao pagamento de passivos do período colonial, apresentando como garantia as rendas da Província do Rio de Janeiro.

Para construir uma memória do Brasil independente, a narrativa oficial enfatizou o corte político, o grito patriótico do novo líder, o brio de uma nova nação. Porém, o Brasil manteve o cordão umbilical financeiro com Portugal por muitos anos.

Além de assumir a dívida de Portugal com bancos ingleses, a reparação a Portugal envolveu vários outros parâmetros, como uma indenização de 250 mil libras a dom João 6° pela perda das suas propriedades particulares existentes no Brasil; a compensação pelos bens confiscados ou destruídos de outros portugueses que voltaram a Portugal (e para esse efeito foi criada em 1827 uma comissão mista que acolheria as reclamações dos súditos de governo a governo); as despesas com o transporte de tropas durante a guerra de independência; o pagamento de uma frota de navios de guerra que ficaram no Brasil (7 naus, 9 fragatas, 12 corvetas, 16 brigues, 8 escunas, 4 charruas e 5 navios-correios).

Quadro 'Independência ou Morte', de Pedro Américo, no Museu do Ipiranga - Eduardo Knapp/Folhapress

Nesse pacote incluiu-se também os recursos autorizados pelo governo brasileiro para custear a guerra movida por dom Pedro 1° a seu irmão dom Miguel, após ter abdicado em 1831 do trono brasileiro. Incestuosamente, foi o Brasil que teve de pagar para que o seu antigo imperador fosse rei no país contra o qual tinha lutada pela independência.

Quando dom João 6° voltou a Portugal, em 1821, a maior parte da moeda de ouro e de prata existente foi levada no barco, ficando o Tesouro Público "sem real em seus cofres" (expressão do então ministro da Fazenda, Martim Francisco Ribeiro de Andrada). A dívida com Portugal após a independência só agravou ainda mais uma situação que já era espinhosa. Ao todo, foram contraídos 15 empréstimos entre 1824 e 1888, alguns com deságios de 35%, usados tanto para satisfazer os déficits dos ministérios da Fazenda, da Marinha e da Guerra quanto para pagar a dívida lusa. A relação do Tesouro brasileiro com a família Rothschild manteve-se intacta até às primeiras décadas do século 20em 1855, tornaram-se os agentes exclusivos do Estado brasileiro.

O pagamento da dívida total não foi nem imediato nem fácil. Tiveram de ser adotadas três convenções: a "convenção direta e especial" de 1825 (o instrumento de ratificação original está disponível nos arquivos nacionais de Portugal), uma convenção sobre a liquidação final de contas em 1840 (cujo documento de ratificação é visível aqui) e, finalmente, uma "convenção para o ajuste de contas pendentes" em 1842 (consultável aqui).

Em 1828, o Brasil deu o primeiro calote ao pagamento da dívida. Pela convenção de 1825, a dívida teria que ser paga em quatro parcelas. Não aconteceu. As negociações relativas à amortização tornaram-se cada vez mais complexas, estendendo-se pelo menos até 1860, quando "caíram no esquecimento" causado pelo desgaste.

Quatro acadêmicos portugueses e brasileiros consultados pela coluna, especialistas em dívida pública dos dois países no século 19, indicaram que não é claro quanto tempo o Brasil demorou a pagar a dívida original a Portugal (e à família Rothschild). Pela convenção de 1842, teria que ser amortizada até 1853. Porém, como declarou Marcelo de Paiva Abreu, professor-titular na PUC-Rio, "tipicamente o Brasil em meados do século 19 tomava novos empréstimos para saldar os velhos empréstimos quando venciam os prazos iniciais." Torna-se assim difícil determinar quando é que a dívida a Portugal foi quitada.

Além disso, não há evidências de que Portugal tenha adiantado quantias devidas pelo Brasil e, posteriormente, recebido reembolso, como nota Nuno Valério, professor catedrático da Universidade de Lisboa e um dos maiores especialistas em história econômica portuguesa.

Paulo Roberto de Almeida reforça que, para sabermos se o Tesouro brasileiro pagou a indenização a dom João 6° pela perda das suas propriedades no Brasil, teríamos que examinar os relatórios do Ministério da Fazenda e, se existirem, os registros do Tesouro nos anos subsequentes a 1825, "uma tarefa monstruosa e quase impossível de ser feita." Almeida é autor do livro Formação da Diplomacia Econômica do Brasil: as Relações Econômicas Internacionais no Império (Brasília: Funag, 2017).

O mal de uns é o bem de outros. O pagamento da dívida brasileira foi essencial para que Portugal pudesse reorganizar as suas finanças. A primeira metade do século havia sido dramática. As guerras com a França revolucionária e imperial (1793-1795, 1801 e 1807-1814) pilharam o país. A guerra civil entre absolutistas e liberais, que assolou Portugal entre 1832 e 1834, afundou-o ainda mais. Foi àquela altura que houve as primeiras suspensões de pagamentos dos encargos com a sua dívida pública, em 1837 e em 1846. Durante o reinado de dona Maria 2ª (1834-1853), Portugal teve 27 ministros da Fazenda.

É dessas cinzas que ascende em Portugal um dos seus mais importantes políticos daquele século: António Fontes Pereira de Melo (1819-1887). Foi ministro das Obras Públicas e presidente do Conselho de Ministros, uma espécie de primeiro-ministro da altura. Hoje dá o nome a uma das principais avenidas de Lisboa.

Foi ele que encabeçou o "fontismo", um período marcado pelo início de um grande programa de obras públicas sustentado no liberalismo econômico. Para investir em infraestrutura, Portugal teve, primeiro, de sanear as contas públicas, beneficiando-se, para isso, do pagamento ao longo dos anos da dívida brasileira. O pagamento, por parte do Brasil, do empréstimo de 1823 aos credores privados ingleses melhorou a credibilidade de Portugal nos mercados. Conseguiu, assim, reestruturar a sua dívida externa e continuar a financiar-se internacionalmente.

Com isso, construíram-se as primeiras ferrovias (a primeira é de 1856), alargou-se a malha viária (de 200 km existentes em 1850 para 10 mil km em 1890), os portos foram modernizados e toda a costa portuguesa foi robustecida com uma rede de faróis. Construíram-se escolas públicas por todo o país.

Além disso, os telégrafos surgiram em 1850 e o telefone, em 1882. O país apresentou taxas de crescimento relevantes, com um rendimento per capita equivalente a 77% da média europeia. Até que perdeu a mão, ficou demasiado alavancado e entrou em colapso financeiro no final do século. Faltou ainda fazer muita coisa. A sociedade manteve-se sobretudo rural e o analfabetismo rondava os 79% em 1890.

Essa rede de infraestrutura ainda está ativa. Uma das linhas de trem construídas durante o "fontismo", que une Lisboa a Sintra, é ainda hoje usada diariamente por 200 mil passageiros, incluindo milhares de brasileiros.

Uma das escolas construídas por Fontes Pereira de Melo foi o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, que mais tarde deu origem ao Instituto Superior Técnico (IST) e ao Instituto Superior de Economia e Gestão (Iseg), ambos da Universidade de Lisboa, onde atualmente estudam dezenas de milhares de brasileiros.

Seria um exagero inferir que os brasileiros residentes em Portugal se beneficiam do pagamento pelo Brasil da dívida a Portugal. A história não é assim tão justa e a economia não é circular. Mas é, sim, possível concluir que a dívida brasileira prejudicou a nova nação e promoveu o desenvolvimento econômico da velha. O Brasil só se tornou verdadeiramente independente de Portugal muitas décadas depois da independência no papel.

Esse papel foi o Tratado de Paz, Amizade e Aliança firmado pelos representantes dos dois países em 29 de agosto de 1825. Dom Pedro 1° ratificou-o no dia seguinte, mas o manteve secreto até setembro. Enquanto em Portugal o tratado foi celebrado com júbilo público, no Brasil tentou-se esconder o documento para não causar nenhuma decepção.

Para uma descrição detalhada das negociações financeiras entre Portugal e o Brasil no século 19, recomendo: Teixeira Soares (1972), "O Reconhecimento do Império do Brasil", Revista de Ciência Política, Vol. 6 (3), p. 43-64; e Daniel Valle Ribeiro (1978), "A Mediação Inglesa no Reconhecimento da Independência do Brasil", Estudos Ibero-Americanos IV.

 

 


Alvos da Operação Tempus Veritatis - Daniela Lima (Globo News)

 Que não se percam pelos nomes; eis os alvos da Operação Tempus Veritatis.

(apenas para fins de registro informativo)


Minuta golpista previa prisão de Gilmar, Pacheco e Moraes e novas eleições; Bolsonaro pediu alterações no texto
Por Daniela Lima
Apresentadora do Conexão GloboNews, 08/02/2024 10h08

Informação consta de decisão que embasa operação desta quinta (8), que mira atuação de militares, ex-ministros e ex-assessores de Bolsonaro numa tentativa de golpe de estado para manter o então presidente no Poder mesmo após a derrota nas urnas.

A investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder descobriu uma minuta golpista que previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

As informações constam da decisão de Alexandre de Moraes que embasa uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8) contra militares e ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi obrigado a entregar o passaporte e proibido de falar com investigados.

Segundo as investigações, a minuta de golpe foi entregue a Bolsonaro por Filipe Martins (preso na operação desta quinta-feira) e Amauri Feres (alvo de busca). Bolsonaro pediu que os nomes de Pacheco e Gilmar fossem retirados do documento, mas não o de Moraes, nem do trecho que previa a realização de novas eleições.

Segundo a PF, a agenda de Alexandre de Moraes era inteira detalhada para que o ministro fosse acompanhado em tempo integral e, caso houvesse o golpe militar planejado pelo grupo, ele pudesse ser preso.

Além disso, as investigações descobriram que militares da ativa pressionaram os que eram contrários ao golpe para tentar fazê-los aderir, e que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, recebeu um pedido de R$ 100 mil para ajudar na organização de atos golpistas.

A PF descobriu ainda que o PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas de apoio de ataques às urnas. O ápice dessa estratégia foi a apresentação pela coligação da candidatura à reeleição do então presidente, em dezembro de 2022, questionando o resultado da eleição.

Operação prende ex-assessores e faz buscas contra ex-ministros
Estão entre os alvos buscas na operação desta quinta:

General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha (veja o que ele disse sobre a operação);
Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
Ailton Barros, coronel reformado do Exército.


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

SÉRIE RELAÇÕES BRASIL-EUROPA 13 - Fundação Konrad Adenauer

 

SÉRIE RELAÇÕES BRASIL-EUROPA 13
 
 

Prezadas Senhoras e prezados Senhores,

O mundo passa por uma profunda transformação na ordem internacional. Seja pela eminência dos desafios globais ou pelo aumento das tensões geopolíticas, vivenciamos um momento chave para o fortalecimentoda cooperação internacional e do multilateralismo. O histórico das relações entre o Brasil e a União Europeia é marcado pelo diálogo em diferentes áreas de cooperação, como no âmbito da ciência e inovação, educação, saúde, trabalho e infraestrutura, cultura, comércio e segurança

 

Na 13ª edição da Série Brasil-Europa, buscamos, em seis capítulos inéditos, nos debruçar sobre importantes cases de cooperação entre o Brasil e a União Europeia, além de destacar o papel das side letters e os impasses da tramitação do Acordo Mercosul-União Europeia.

 

Convidamos a todos a acessarem gratuitamente a publicação digital através do nosso site. Aqueles que tiverem interesse na versão impressa da publicação, pedimos que encaminhe o pedido através do email: Adenauer-brasil@kas.de.

 Acesse aqui!
Acesse aqui!
 

Lista consolidada de trabalhos, 2023 - Paulo Roberto de Almeida (4297 a 4540)

 Lista consolidada de trabalhos, 2023

Paulo Roberto de Almeida

4297 a 4540

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

Total de 243 trabalhos (média de 20 por mês; 1,5 por dia)

Atualizado em 7/02/2024:

 

4297. “Meus melhores votos de sucesso em 2023 vão para...”, São Paulo, 1 janeiro 2023, 3 p. Saudando o terceiro mandato, com diversos alertas e sugestões de políticas. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/meus-melhores-votos-de-sucesso-em-2023.html) e novamente em 26/12/2023 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/o-que-eu-tramava-para-lula-ao-inicio-de.html).

4298. “Trabalhos publicados de Paulo Roberto de Almeida, 27 (2022)”, São Paulo, 1/01/2022, 11 p. Lista dos trabalhos publicados em 2022 (55, ou um por semana). Postado no blog Diplomatizzando (1/01/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/trabalhos-publicados-em-2022-por-paulo.html).


(...)


4539. “Relação de trabalhos 37, de janeiro a dezembro de 2023”, Brasília, 31 dezembro 2023, 35 p. Fechamento da lista anual, trabalhos de 4297 a 4539 (ou seja, 242 trabalhos, de dimensões diversas, notas, artigos, ensaios e livros, com algumas milhares de páginas no total). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/relacao-parcial-dos-trabalhos-relativos.html); disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/112649808/4539_Relação_de_trabalhos_originais_de_2023).

4540. “Trabalhos publicados de Paulo Roberto de Almeida, 28 (2023)”, Brasília, 31 dezembro 2023, 9 p. Relação dos trabalhos publicados entre janeiro e dezembro de 2023, do n. 1489 ao n. 1539, ou seja, 50 trabalhos, ou cerca de 4 por mês. Divulgada preliminarmente em 31/12/2023, no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/lista-parcial-n-28-trabalhos-publicados.html); divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/112688782/4540_Trabalhos_Publicados_n_28_Jan_Dez_2023).

 

2024: 

4541. “Uma reflexão sobre o mundo real e o mundo acadêmico dos nossos tempos”, Brasília, 1 janeiro 2024, 1 p. Nota sobre uma das alienações mais frequentes no espaço acadêmico. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/01/uma-reflexao-sobre-o-mundo-real-e-o.html).

       (...)

 

Lista completa neste link da plataforma Academia.edu: 

https://www.academia.edu/114576535/Lista_consolidada_de_trabalhos_2023_Paulo_Roberto_de_Almeida


terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Daniel Buarque, livro: Brazil's International Status and Recognition as an Emerging Power: inconsistencies and complexities (Palgrave)

Tenho o prazer de apresentar este livro, publicado pela prestigiosa Palgrave MacMillan, do jornalista-acadêmico (ou vice versa) Daniel Buarque, mais um dele sobre o Brasil, este em inglês, resultado de seu doutoramento no King's College de Londres, focando no Brasil como país emergente e candidato a potência média mundial.


O livro tem uma apresentação do conhecido brasilianista da Universidade de Carleton (Canadá), Sean Burges, que transcrevo abaixo, e que faz a pergunta relevante: O que um país como o Brasil precisa fazer para tornar-se um grande poder mundial, com uma cadeira permanente nas mesas relevantes da governança global?

Esta é a pergunta que Daniel Buarque se empenha em responder, e pelo seu prefácio (e numa consulta à bibliografia), percebe-se que ele desenvolveu uma metodologia apropriada, e muniu-se de dados empíricos adequados para ver como o Brasil é percebido no mundo, daí o subtítulo: inconsistências e complexidades.

Transcrevo igualmente seu prefácio ao livro, que condensa uma vasta experiência em temas brasileiros, para o público nacional e estrangeiro.

Daniel Buarque is a post-doctoral researcher at the Instituto de Relações Internacionais of Universidade de São Paulo (IRI/USP—Brazil). He holds a joint Ph.D. in international relations from King’s College London (KCL—UK) in partnership with USP and also holds an M.A. in Brazil in Global Perspective from KCL and a B.A. in Social Communication (Journalism) from Universidade Católica de Pernambuco (Brazil). His research focuses on the study of international status of states from an intersubjective external perspective, working towards a theory of how nations can increase their level of prestige and gain recognition from the established great powers. He has published widely in Third World Quarterly, Carta Internacional, Place Branding and Public Diplomacy, International Journal of Communication, Revista Brasileira de Política Internacional, Brasiliana, Interesse Nacional and more. A journalist with more than 20 years of experience in Brazilian news outlets, has also published six books, including Brazil, um país do presente (2013) and O Brazil é um país sério? (2022).

Reproduzo o sumário do livro aqui abaixo: 







 Apresentação e prefácio: 

Foreword

 

The first two presidencies of Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) were accompanied by an unprecedented surge in Brazil’s international presence. Everywhere you turned there appeared to be a Brazilian delegation putting forward alternate language in treaty negotiations, proposing new models of development cooperation, negotiating new corporate take overs, or working to calm simmering tensions between contending parties. From Haiti through Geneva and Doha to the Democratic Republic of Congo, Brazil was there. As commentators and pundits quipped, Brazil had arrived.

 

Brazil’s global influence also prompted a cottage industry in the academy with scholars seeking to explain Brazil’s rise. The big questions dominating this literature were hardly surprising. What was it about the 2000s that allowed Brazil to assume such influence in the global and regional system? How might we characterize the role Brazil saw for itself in world affairs? Was there something particular about the Brazilian approach to foreign policy that marked a new era? Could we argue that Brazil’s approach to South-South Cooperation required a fundamental rethink of international relations theory with a specific look to thinking from the South? Thousands of pages of high-quality research were published answering these and many other related questions about Brazil in the world. Yet, almost all of this literature side-stepped a critical question: what did the established powers think about Brazil’s rise? Perhaps more importantly, much of this scholarship did not quite explain ‘what went wrong’ and why Brazil faded with the impeachment of Dilma Rousseff in 2016.

 

An obvious, but largely unanswered question has been left lingering: what does a country like Brazil have to do in order to become a major world power with a permanent seat at key global governance decision tables? To date the attempts to answer this question have largely relied on theoretical and analytical frameworks to support inductive hypotheses. Although there have been a few publications by decision-makers in other countries musing on Brazil’s place in the world and some academic papers informed by conversations about Brazil’s rise, deep and systematic research is absent. This is where Daniel Buarque’s book steps in. 

 

Rather than relying on the traditional tropes and inductive techniques, Buarque has undertaken the hard task of developing a methodological framework for collecting the empirical research necessary to answer the question of how Brazil is actually perceived. Moreover, Buarque chose to focus his research on the key gate keepers to lasting power and influence in the international system. After all, it is the Permanent Five in the UN Security Council that ultimately will decide who has power and influence in global affairs, even if such acceptance is grudgingly given.

 

The result in this book is a careful exploration of what key power-broking countries saw Brazil doing well during its boom years in the 2000s and where the country failed. For the specialist in Brazilian foreign policy the wealth of elite interview data and accompanying analysis is of obvious interest. Yet, the lessons from this book extend far beyond the specific case of Brazil to offer deeper insights into how status changes in the international system and what exactly the dominant actors expect to see in a country that would be their equal in practice and not just legal name. Copious reference to elite interviews with experienced diplomatic and government officials from the P5 countries paints a detailed picture of what sort of behaviour is expected from a would-be global power. In itself this betrays much of the underlying preconception and prejudice about what makes a country important and worth listening to, which in turn offers further avenues for understanding why new ideas in the global system may stutter and fragment. It also serves as a diagnostic for how Brazil or any other aspirant to global powerdom might want to shape their behaviour and approach going forward.

 

As this book is being published policy and scholarly circles are devoting a tremendous amount of energy to exploring the question of potential hegemonic transition, shifts in global power structures, and the possible end of the liberal international order. Brazil under newly re-elected Lula clearly wants to be a major player in this process. Whether you are studying the wider macro questions of change in the global system or the specifics of evolution in Brazilian foreign policy, Buarque’s book is of enormous value. Per Giovanni Sartori’s arguments about the ‘ladder of abstraction’, the detailed single case study provided by Buarque here offers us an ideal platform for opening up new questions and formulating new, testable hypotheses about status and change in world order. Moreover, his research methodology points us back to an important lesson sometimes lost in modern political science, namely the need to patiently sit down and speak with the people who populate the institutions mediating power and influence in world order.

 

Sean Burges

Carleton University

July, 2023


 

Preface – Brazil, show your face

 

 

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto

Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto

É que Narciso acha feio o que não é espelho[1]

 

(But when I first met you face-to-face and didn’t see my own face

I wrote it all off as just more of the city’s bad taste

You know Narcissus likes only what he sees when he looks in the mirror)[2]

 

 

 

In the late 1980’s, as the country turned the corner after more than two decades of an oppressive military dictatorship, one of its most popular singers asked Brazil to introduce itself and explain to its population, and the world, who it was. “Brazil, show your face”, sang Cazuza[3]. For the following three decades, the then established democratic state would work hard to understand and consolidate this identity that it was developing, as well to present itself to the rest of the planet and to try to be recognised as the important global player it had long wanted to be.

 

Trying to know oneself is one of the most pressing questions of humankind, however, and great philosophers have since Ancient Greece thought about and discussed the importance of self-knowledge. Achieving that is a challenge. When we think about the real world, this interrogation might be fundamental to understanding the very identity not only of individuals, but also of entire countries. In international relations, states have a need to know themselves and the type of recognition they get from others in order to understand their place in the world. And that is particularly true for those nations that want to be among the ‘greatest of all’, as Brazil does.

 

For more than a century in its not so long history, Brazil has believed it was destined to greatness and tried to project itself to the rest of the world as an important, modern, developed nation, worth of admiration and respect. Long has it believed it deserved to be seen as it saw itself and tried find out what was the image reflected, what the others in the world thought about it. 

 

Mirrors can help with this search for self-knowledge. They allow one to see oneself on his own as well as to closer perceive what others see. Even the wicked woman of the fairytale would need to use magic to find out how beautiful she really was in comparison to the others in her realm. ‘Mirror, mirror, on the wall, Who in this land is fairest of all?’[4], she would ask to be convinced of her own grace. 

 

This appeal to a reflection is a result of one of the two traditional paths to trying to know oneself. There is the introspective (thinking in first person) and extrospective (thinking in the third person). The first one might appear easier, since it comes from inside, but self-distancing, viewing oneself from an external perspective, can be more conducive to wisdom. It appears to be imperative to learn about oneself from the outside in order to fully develop one’s own identity. 

 

But in international relations there are no magic mirrors. And while it might be possible to develop and introspective understanding about this identity as well as interests and aspirations, seeing a state’s own image from the outside may be even more difficult. 

 

This is the challenge that this book has tried to solve. Even without magic, it applies a systematic research method to go beyond what Brazil believes itself to be and what it tries to project. The study presented here wanted to learn about the other side of the mirror, what is seen of the country and reflected back. What kind of recognition can such a rising state get from others. Not what Brazil wants to be, but what it is perceived as being.

 

The book is the result of over four years working on a PhD at King’s College London (in partnership with Universidade de São Paulo, in Brazil), but it also comes from more than a decade researching and writing about the foreign perceptions of Brazil both as an academic and as a journalist. It all began in the early 2000s, writing articles for the Brazilian newspaper “Folha de São Paulo” about how the world was watching one of the waves of violence in the country. It has long been very common for all the national media to publish articles alluding to what was said about the country abroad. Brazilians often pay attention to the work of Brazilianists, academics studying the country with a foreign perspective, as well as to what the international media says about whatever is happening in Brazil and its ‘repercussions’ abroad. And I wrote a good share of articles like that not only for “Folha”, but also for “G1”, “Terra”, “Valor Econômico”, “BBC News Brazil”, “UOL” and many other outlets – and these foreign perspectives ended up becoming several other reports, two books, a masters and doctoral research, academic articles and this book.

 

In 2010, I travelled to the US and spent six months conducting interviews and developing independent research that would be published as the book “Brazil, um país do presente” (Brazíl, a country of the present). Based on over a hundred interviews conducted while living in New York and traveling to ten states, It surfed on the wave of optimism about Brazil and argued that the country “had arrived”. It didn’t take long for that to change, however, and by 2013 I was abroad again, living in London and doing a MA in Brazil in global perspectives at KCL and watching the positive images about the country crumble under a wave of protests, political and economic crisis. The dreamed “future” seemed to be far away once again.

 

But there was something in that oscillation that deserved more attention. It was clear that Brazil wanted to be seen as an important country in the world and valued seeing its reflection in the mirror of international opinion. One problem, though, was that there was not a consolidated image reflected. There were interpretations of the international media, there were anecdotal evidence from interviews, there were several different global surveys repeating stereotypes related to the country, but there was not a clear image that represented the reflection of Brazil. Especially when thinking about international relations and the actual role the country plays in the world.

 

This is part of what motivated the research presented in this book. I started my PhD trying to develop an understanding of Brazil's reflection in the mirror of international relations. I’ve tried to do so by conducting interviews with foreign experts from great powers of the world. These are the countries that decide the paths of global politics, this is the group that Brazil wants to be a part of, so it would be important to reveal their perceptions about the country. It would be a means to achieve the necessary self-distancing in order to think extrospectively about the country so that it would be possible for it to know itself better. 

 

And the study ended up going beyond that and developing an important understanding about what any state that have the same aspirations as Brazil can do in order to achieve international recognition for a high level of prestige. Based on the perceptions of elites from the top of the global hierarchy, it analyses the challenges to change the status quo and provides a typology about possible (albeit difficult) paths emerging countries can follow in order to attempt to gain recognition from the established great powers.

 

As in the fairytale, the reply from the mirror might not be what the person/country looking at it wants to hear. The reality of what is perceived from the outside can be frustrating. But in the real world, instead of going ‘wicked’ and trying to get rid of rivals as in ‘Snow White’, it is important to understand this feedback, learn from it, align the expectations and develop an actual strategy to work out how to improve the reality so that the reflection can be more suited to what one wants. 

 

This book offers an analysis that can help in this process and allow Brazil to learn about itself and how it is seen from the outside so that it can know its itself a little better and think about its identity, its place and its aspirations in the world. This may surely help the country show its face to the world and try to find the best place for itself in global relations. 

 

As the Rolling Stones would say: You can't always get what you want, But if you try sometimes you just might find, You just might find that you, You get what you need’[5].



[1] Caetano Veloso. 1978. “Sampa.”Track 7 on MuitoPhilips Records.

[2] Rogow, Zack. “Translating ‘Sampa’ by Caetano Veloso”. World Literature Today (blog), 2014. https://www.worldliteraturetoday.org/blog/translation/translating-sampa-caetano-veloso.

[3] Cazuza. 1988. "Brasil." Track 6 on Ideologia. Philips Records.

[4] Walt Disney’s Snow White and the seven dwarfs. 1st ed. Disney Princess. New York: Disney Press, 2005.

[5] The Rolling Stones. 1969. "You Can't Always Get What You Want." Track 9 on Let It Bleed. Decca.





segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Paulo Roberto de Almeida: bibliografia disponível nas bibliotecas do Itamaraty

 Paulo Roberto de Almeida: bibliografia disponível nas bibliotecas do Itamaraty 

Brasília, 5 fevereiro 2024, 25 p. 

Levantamento efetuado pela bibliotecária Cristine Coutinho Marcial, Supervisora da Biblioteca do Instituto Rio Branco, nos catálogos da Biblioteca Antonio Francisco Azeredo da Silveira (MRE) e da Biblioteca Embaixador Guimarães Rosa (Instituto Rio Branco). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/114526928/Livros_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_nas_bibliotecas_do_Itamaraty_2024_)



PAULO ROBERTO DE ALMEIDA

BIBLIOGRAFIA DISPONÍVEL NAS BIBLIOTECAS DO ITAMARATY

 

Biblioteca Antonio Francisco Azeredo da Silveira (MRE)

Biblioteca Embaixador Guimarães Rosa (Instituto Rio Branco)

Levantamento efetuado pela bibliotecária Cristine Coutinho Marcial

Supervisora da Biblioteca do Instituto Rio Branco

Brasília, 5/02/2024

 


1.Powers and principles: international leadership in a shrinking world / c2009

SCHIFFER, Michael; SHORR, David; ALMEIDA, Paulo Roberto de. Powers and principles: international leadership in a shrinking world. Lanham: Lexington Books, c2009. 367 p. ISBN 9780739135433.

Localização: 327 P888p - Acervo 73113

 

2.Construtores da Nação: Projetos para o Brasil de Cairu a Merquior / 2022

ALMEIDA, Paulo Roberto de Autor Diplomata (Construtores da Nação: Projetos para o Brasil de Cairu a Merquior. São Paulo: LVM Editora, 2022. 304 p. ISBN 9786550520366. Localização: 981 A447c

Acervo 159489

 

3.Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira / 2021

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira. Curitiba: Appris, 2021. 291 p. ISBN 978 6525016344.

Localização: 327(81)"2021" A447a

Acervo 158008

 

4. Contra a corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do brasil 2014-2018 / 2019 ALMEIDA, Paulo Roberto de. Contra a corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do brasil 2014-2018. Curitiba: Appris, 2019. 247 p. ISBN 9788547327989.

Localização: 327(81) A447c

Acervo 154120

 

5. Miséria da Diplomacia: A destruição da inteligência no Itamaraty / 2019 - ALMEIDA, Paulo Roberto de. Miséria da Diplomacia: A destruição da inteligência no Itamaraty. Brasília: Edição do Autor, 2019. 182 p. (1ª Edição). ISBN 9786590110305. Localização: 321.02(81) A447 - Acervo 157104

 

(...)


 

186. Relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80 Brazil's international economic relations, from 1950s to 1980s, As

Tipo do material: (Artigos)

ALMEIDA, Paulo Roberto de Autor Diplomata. As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80/: Brazil's international economic relations, from 1950s to 1980s. Revista Brasileira de Política Internacional: RBPI, Brasília, v. 50, n. 2, p. 60-79, 2007.

Esta obra está presente em: Revista brasileira de política internacional: RBPI / 1958 - (Periódicos)

REVISTA BRASILEIRA DE POLÍTICA INTERNACIONAL: RBPI. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, Semestral. ISSN 0034-7329.

Cadernos de política exterior - (Periódicos)

CADERNOS DE POLÍTICA EXTERIOR. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. Semestral. Índice acumulado. ISSN 23595280.

Localização: Acervo 160186

 

187. Sessenta anos do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: Sixty years of the Brazilian Institute of International Relations, Os

Tipo do material: (Artigos) - LESSA, Antônio Carlos Moraes; ALMEIDA, Paulo Roberto de Autor Diplomata. Os sessenta anos do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: Sixty years of the Brazilian Institute of International Relations. Revista Brasileira de Política Internacional: RBPI, Brasília, v. 57, n. 2, p. 5-8., jul./dez. 2014.

Esta obra está presente em: Revista brasileira de política internacional: RBPI / 1958 - (Periódicos)

REVISTA BRASILEIRA DE POLÍTICA INTERNACIONAL: RBPI. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, Semestral. ISSN 0034-7329.

Localização: Acervo 159462

 

188. Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial Changes in the world economic order, from the end of the 19th century up to the Second World War - Tipo do material: (Artigos)

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial/ Changes in the world economic order, from the end of the 19th century up to the Second World War. Revista Brasileira de Política Internacional: RBPI, Brasília, v. 58, n. 1, p. 127-141., jan./jun. 2015.

Esta obra está presente em: Revista brasileira de política internacional: RBPI / 1958 - (Periódicos) - REVISTA BRASILEIRA DE POLÍTICA INTERNACIONAL: RBPI. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, Semestral. ISSN 0034-7329.

Acervo 159461

[Fim do levantamento]



Consultar a lista completa neste link: 

 https://www.academia.edu/114526928/Livros_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_nas_bibliotecas_do_Itamaraty_2024_