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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O poço não tem fundo - Marcos Rolim (jornal Extra Classe)

 OPINIÃO

O poço não tem fundo 

Por Marcos Rolim / Extra Classe, 
11 de setembro de 2024 
 
 
 
 

O poço não tem fundoArte: Fabio Edy Alves sobre fotos de Freepik.com

No contexto histórico das interações sociais reguladas pelos algoritmos, os grupos de extrema direita têm desempenho muito superior nas redes sociais, produzindo um discurso simplificador e quase sempre falso, mas especulando com problemas reais e se colocando como reais intérpretes da vontade popular

Tradicionalmente, as eleições municipais no Brasil foram marcadas pelo debate de temas locais, bastante deslocados das disputas político-ideológicas nacionais. Até mesmo os arranjos partidários das disputas locais seguiam lógicas distintas daqueles verificados em eleições majoritárias para os governos estaduais e para a presidência. Aparentemente, as coisas não são mais assim.

O Rio Grande do Sul, por exemplo, sofreu um desastre ambiental sem precedentes em maio, o que promoveu, além de prejuízos econômicos de enormes proporções, muito sofrimento, dor, luto, etc.

Os gestores que responderam mal aos eventos climáticos extremos e, particularmente, aqueles cujas gestões foram, por omissão, escolhas equivocadas ou negacionismo, associadas à gravidade dos efeitos do desastre, tiveram desgaste político-eleitoral apreciável. Entretanto, tudo leva a crer que as falhas observadas nas gestões municipais quanto ao sistema de drenagem e contenção de cheias, por exemplo, assim como os temas destacados de gestão nas cidades, como o transporte coletivo, a educação e a saúde, etc., não serão decisivos para a definição de voto da maioria dos eleitores.

Para essa maioria, o alinhamento ideológico prévio – compreendido como uma adesão mais ou menos racional a um discurso – tende a ser o elemento mais forte. Nesse quadro, o próprio debate se afasta do desafio de formulação de políticas públicas eficientes, sendo substituído por uma realidade fantasmagórica, em que ameaças e insultos são lançados desde as trincheiras onde os adversários se entocam.

A campanha eleitoral de São Paulo trouxe ao cenário político a figura bizarra de Pablo Marçal, um ególatra populista com retórica antissistema e patrimônio declarado de R$ 200 milhões. É difícil situar seu perfil e discurso sem ceder ao espanto, mas ele tem boas chances de vencer as eleições em uma das maiores cidades do mundo, caso sua candidatura não seja cassada por abuso de poder econômico. Seu discurso é marcado pela virulência e pelo messianismo. Ele estaria sozinho contra o sistema, mas vencerá todos os obstáculos, declarando-se como “o servo”. Sobre ele, Bolsonaro declarou que “Marçal não tem caráter”, uma frase que, em si mesma, testemunha a radicalidade do problema.

Assim, quando imaginamos que chegamos ao fundo do poço, descobrimos que o poço não tem fundo e que as coisas nunca são tão ruins a ponto de não poderem piorar.

Será preciso estudar o “fenômeno Marçal” mais detidamente e ter presente que aquilo que ele representa não diz respeito apenas a São Paulo. Muito provavelmente, a emergência deste lúmpen-populismo, desde o “fenômeno Bolsonaro”, surge no vazio político criado desde que perdemos a perspectiva da luta por reformas sustentadas, a partir de uma crítica contundente às desigualdades, à violência e aos limites e distorções do poder público.

Como a esquerda abdicou dessa tarefa, o caminho ficou aberto para que a indignação diante da má qualidade do serviço público, das injustiças sociais, dos privilégios e da corrupção fosse ocupada pela extrema direita. Ainda assim, entretanto, não seria possível que esse discurso de ressentimento e ódio fosse capaz de cativar milhões de mentes sem a formação de “bolhas” ou “câmaras de eco” na internet, por onde transitam as mais incríveis teorias da conspiração e as mentiras customizadas para diferentes grupos e repetidas infinitas vezes.

Diante das ameaças de golpe de Estado, restou à esquerda a defesa da democracia, o regime político que a tradição marxista sempre classificou como uma forma de dominação burguesa. Acossada pela tormenta do avanço de um movimento de massas de perfil fascista, a esquerda foi à sua dispensa à procura do guarda-chuva da democracia, um espaço “tático”, onde, a rigor, nunca se sentiu confortável. Por não ter acertado contas com sua tradição teórica mais forte, os partidos de esquerda seguem se atrapalhando quando se exige deles coerência com a ideia da democracia como valor universal (para usar o conceito proposto no Brasil, em 1979, por Carlos Nelson Coutinho). A cada “pano passado” para o chavismo, para a gerontocracia cubana, para a ditadura chinesa ou para o regime assassino de Putin, a esquerda permite que seu capital democrático se dilua e que sua crítica ao golpismo pareça um simples discurso oportunista.

No contexto histórico das interações sociais reguladas pelos algoritmos, os grupos de extrema direita têm desempenho muito superior nas redes sociais, produzindo um discurso simplificador e quase sempre falso, mas especulando com problemas reais e se colocando como verdadeiros intérpretes da vontade popular. Já a esquerda parece ter cada vez mais dificuldades para se fazer compreender, porque não propõe uma agenda de reformas, porque sua visão de mundo parece ser a mesma da “guerra fria” e porque, em vez de mobilizar as pessoas contra as injustiças, se aferra ao papel de defensora das instituições.

A situação geral do país, em síntese, parece ser muito grave, e a imagem do Titanic rumando para seu destino, enquanto os passageiros dos lugares mais caros dançam ao som de uma orquestra, parece tão atual quanto foi em 2018.

Marcos Rolim é jornalista, doutor em Sociologia. Escreve mensalmente para o jornal Extra Classe.

rolim.com.br 

A grande fratura da política brasileira - Paulo Roberto de Almeida

 A grande fratura da política brasileira 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre a divisão do país, iniciada sob o lulopetismo e agravada sob o bolsonarismo.

 

A grande divisão política, ideológica, partidária, no Brasil parece ter se agravado e se consolidado no Brasil nos últimos anos. Ela não começou, contudo, com o desafio da direita – tanto a extrema quanto a liberal – ao predomínio das esquerdas no cenário acadêmico e jornalístico do Brasil desde a explosão de protestos contra o governo Dilma em 2013. Ela começou bem antes, e vinha se afirmando no país desde os anos 1980, com a emergência do PT na política brasileira, se reforçou na redemocratização e praticamente se cristalizou nos anos 1990, época maior dos enfrentamentos entre duas linhas social-democráticas típicas na América Latina: a reformista-capitalista e a socialista-anticapitalista, representadas pelo PSDB e pelo PT respectivamente. 

Essa divisão foi basicamente alimentada pelo sectarismo petista, organizada e dinamizada pelos “gramscianos” do PT, que são diferentes do núcleo sindicalista original do PT, imediatamente “assaltado” pelos “guerrilheiros reciclados” que voltaram do exílio na anistia do 1979 e logo penetraram e dominaram organicamente o PT, como uma das principais forças organizadas e empenhas na montagem do aparelho partidário de tipo “neobolchevique”. Foi essa combinação de representantes do sindicalismo alternativo e dos “gramscianos” das esquerdas derrotadas pelo regime militar que constituiu a força original do PT e que, junto com as bases populares que formaram o seu eleitorado – movimentos sociais, comunidades eclesiais de base, organizações comunitárias vinculadas à “Igreja progressista” (bispos da CNBB, de esquerda) –, estiveram na origem do primeiro e único partido de base ideológica e popular que efetuou sua “média marcha” em direção ao poder, vinte anos depois de sua fundação. Sindicalistas, gramscianos, intelectuais formaram a espinha dorsal do PT, que preservou a linhagem revolucionária estilo cubano, jamais efetuando a transição para a revolução reformista que marcou a transição para a modernidade dos velhos partidos marxistas da esquerda europeia em direção dos movimentos reformistas da II Internacional. O PT permaneceu deformadamente marxista, mimeticamente cubano e supostamente socialista.

Ao lado do populismo demagógico do seu principal líder – supostamente operário, mas na verdade um apparatchik sindicalista -, os intelectuais gramscianos levaram o PT aos seus primeiros triunfos eleitorais, ao mesmo tempo em que o líder se encarregava de construir uma imagem de líder social popular comprometido com as causas clássicas dos partidos socialistas: a luta pela igualdade social, pelos direitos dos trabalhadores, pelo reformismo radical de nítida feição estatizante e alinhado com as causas da revolução cubana na região. Esse foi o cenário no qual emerge e se consolida a fratura política nacional: de um lado o povo puro, classes C e D, inclusive E na parte urbana, de outro as elites, as oligarquias, os ricos em geral, responsáveis presumidos pela miséria e pelas desigualdades sociais.

A divisão “nós e eles”, o “povo” e as “elites” começa aí, num sentido classista típico, que torna praticamente impossível uma grande aliança entre petistas e tucanos para iniciar e empreender um conjunto de reformas modernizantes capazes de mudar o cenário político oligárquico tradicional em direção de uma coalizão de centro-esquerda, com condições de mudar o país, como feito em alguns experimentos da socialdemocracia europeia ou mesmo latina. O PT obstruiu completamente, pelo seu não aggiornamento, a possibilidade dessa união de cunho progressista, continuando a hostilizar as forças moderadas da esquerda tucana. O PSDB teve de se aliar à direita para realizar muitas das reformas constitucionais e outras que teriam de ser feitas, depois que uma Constituição elaborada antes da queda do muro de Berlim congelou no país um modelo estatizante, intervencionista, assistencialista, e que, na verdade, reproduziu velhos mecanismos da oligarquia tradicional numa roupagem de tipo socialista moderna. 

Isso durou durante todos os anos 1990, depois os dois primeiros mandatos do PT, Lula 1 e 2, quando o sectarismo e os equívocos petistas levaram uma boa experiência de redistribuição social ao impasse de uma política econômica desastrosa, pelo excesso de gastos públicos e pelo intervencionismo exagerado na economia. A Grande Destruição Econômica do terceiro mandato petista abriu espaço para uma direita vingativa, ainda dividida em várias vertentes ideológicas, indo dos saudosistas da ditadura e dos fascistas involuntários (na verdade inconscientes) até os liberais moderados, mas que rejeitavam o molde petista na economia. Foi o agravamento, a exacerbação e o extremismo dessas correntes que inauguraram um outro tipo de divisão no país, não mais a “elite” e o “povo”, mas uma esquerda supostamente “comunista” e uma direita liberal e conservadora, sendo que esta nunca teve o seu equivalente de “intelectuais gramscianos” para oferecer-lhe uma doutrina política coerente ou capaz de organizar e conduzir um movimento reformista moderno, capitalista, liberal social avançado.

O extremismo venceu, pois que as direitas desorganizadas juntaram agora as velhas oligarquias, saudosistas da ditadura militar e os liberais muito fracos para dispor de seu próprio movimento ou partido capaz de levá-los ao poder. O petismo sectário criou e alimentou o antipetismo, onde vieram se abrigar todos aqueles que recusam o sectarismo petista, e com isso se consolidou a divisão do Brasil tal como a observamos atualmente. Os militares desempenharam um papel importante nessa ascensão da extrema-direita, pois eles reagiram contra o revanchismo das esquerdas a partir da Comissão Nacional da Verdade, que  de fato só considerou os crimes da repressão do regime militar, deixando completamente de lado os movimentos guerrilheiros, que incitaram a repressão violenta da ditadura, atingindo inclusive o pacífico Partidão, totalmente descomprometido com a luta armada dos anos 1960-1970, núcleo do “guerrilheiros reciclados” que afluíram no PT. 

Esse é o quadro da divisão atual entre duas metades do país, desiguais na composição social, na organização, nas doutrinas e nas motivações políticas estatais. Juntando tudo isso à casta política consolidada nas instâncias de representação e de comando político, temos o pior cenário de convivência política entre contrários, congelando os blocos opositores.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4729, 12 setembro 2024, 3 p.


seminário “A trilha Dubai-Baku-Belém: os desafios das negociações internacionais sobre mudança do clima” - IRICE-MRE-USP, 16-17/09/2024, Brasilia

 Um convite para um seminário relevante: 

O Instituto de Relações e Comércio Exterior, em parceira com o Ministério das Relações Exteriores e a Universidade de São Paulo, têm a honra de convidar V. Sa a participar do seminário 

A trilha Dubai-Baku-Belém: os desafios das negociações internacionais sobre mudança do clima

Minuta de programa e nota conceitual do evento seguem anexas (abaixo).

O seminário será realizado nos dias 16 e 17 de agosto de 2024 (segunda e terça feira), das 9h até às 18h30, em formato presencial, na Confederação Nacional da Indústria - CNI


SBN Quadra 01, Bloco C, Edifício Roberto Simonsen, Auditório Fábio de Araújo Motta, 15º andar.

O evento será transmitido pelo canal do Irice e da EACH-USP no YouTube. A gravação ficará disponível posteriormente.

Muito agradeceríamos confirmar participação presencial até 15 de setembro corrente pelo e-mail wduleba@usp ou pelo link de inscrição: aqui

https://docs.google.com/forms/d/1OdFR9ZNBUnaf_T9UuxtsieeS4y5YZU9Ere2nMUYKIsc/viewform?edit_requested=true

 

Atenciosamente,

Embaixador Rubens Barbosa (Irice) e Profa. Dra. Wânia Duleba (USP)


Programação: 


 EVENTO “A trilha Dubai-Baku-Belém: os desafios das negociações internacionais sobre mudança do clima” 

A 30ª edição da Conferência das Partes (COP 30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), prevista para ocorrer em Belém-PA, em 2025, marcará o início da segunda fase na implementação do Acordo de Paris. Na ocasião, é esperado que os países apresentem novas e mais ambiciosas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). No entanto, o aumento de ambição almejado para a COP 30 depende dos resultados alcançados nas edições de Dubai (COP 28) e, especificamente, de Baku (COP 29), onde serão definidos os principais assuntos sobre o financiamento climático que possibilitará novas NDCs aos países em desenvolvimento. 

Por esse motivo, o Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Universidade de São Paulo (USP), está organizando o evento A trilha Dubai-Baku-Belém: os desafios das negociações internacionais sobre mudança do clima” com o objetivo de analisar os principais assuntos negociados nas COPs mencionadas para subsidiar eventuais posicionamentos do governo brasileiro. 

O evento está estruturado em oito painéis que abordarão temas como financiamento climático; mitigação/NDCs; agricultura; petróleo e transição energética; nexo clima – oceano; adaptação e perdas e danos; transições justas/justiça climática, equidade e gênero. O evento contará com a participação de autoridades do governo federal e representantes da sociedade civil, academia, e de organizações privadas e não governamentais. 

A partir das discussões, será elaborado um policy paper de cada painel, que serão lançados em edição especial da Revista Interesse Nacional (TBC). O material do encontro será encaminhado ao Itamaraty que, em outubro, começará a receber informações para subsidiar as posições brasileiras nas COPs 29 e 30. 


Organização: 

Embaixador Rubens Barbosa (Irice) 

Profa. Dra. Wânia Duleba (USP) 


Apoio: 

Ministério das Relações Exteriores, SECLIMA 

Confederação Nacional das Indústrias 

Climate Emergency Colaboration Group Realização Apoio 


EVENTO “A trilha Dubai-Baku-Belém: os desafios das negociações internacionais sobre mudança do clima” 

Auditório Fábio de Araújo Motta, CNI DIA 01 

16/09/2024 


9:00 - 10:00 

Abertura 

Ministra Sonia Guajajara

  •  Emb. Rubens Barbosa, Presidente do Irice 
  • • Emb. André Correa do Lago, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente, MRE 
  • • Ana Toni, Secretária Nacional de Mudança do Clima, MMA 
  • • Emb. Tatiana Rosito, Secretária de Assuntos Internacionais, Ministério Fazenda 
  • • Davi Bontempo, Superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade, CNI 



 

  •  


Mitigação/ NDCs 

10:00 - 11:30 - Painel 1 “Aumentando a ambição na segunda rodada de NDCs” 

KN Speaker Thelma Krug, former Vice-President IPCC 

  • Thiago Barral, Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento, MME 
  • Claudio Providas, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD 
  • Tiago Ricci, Diretor da Systemica, Coordenador Projetos de Lei da Aliança Brasil NBS 
  • Ricardo Araújo, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI)
Moderadora: Dra. Thelma Krug, former Vice-President IPCC 



  •  



11:30 – 11:45 - Coffee break 

Agricultura 

11:45 -13:15 - Painel 2 


“Agricultura sustentável e segurança alimentar na trilha para Belém” 

  • José Carlos da Fonseca, Presidente da Empapel e Relações Internacionais da Ibá 
  • Fernanda Machiavelli, Secretária Executiva do Ministério de Desenvolvimento Agrário 
  • Bruno dos Santos Brasil, Diretor de Produção Sustentável e Irrigação, MAPA 
  • Juliano Assunção, Diretor executivo do Climate Policy Initiative 
  • Virginia Antonioli (WRI), Gerente Sênior de Sistemas Alimentares Sustentáveis WRI Brasil

  • Moderador: Embaixador José Carlos da Fonseca, Ibá
  •  


 

13:15 – 14:30 - Almoço 


Petróleo e Transição energética 

14:30 – 16:00 - Painel 3 “Como o setor petrolífero pode contribuir para o financiamento da transição energética; e como o Brasil deve se preparar para o fim da era dos combustíveis fósseis” 

  • Ana Toni, Secretária Nacional de Mudança do Clima, MMA 
  • Mauricio Tolmasquim, Diretor Executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras 
  • Carlos Victal, Instituto Brasileiro do Petróleo 
  • Rosana Santos, Diretora Executiva do Instituto E+ Transição Energética 


Moderador: Ministro João Marcos Paes Leme, Diretor do Departamento de Energia, MRE 

16:00 – 16:30 - Coffee break 

Clima e Oceano 

16:30 -18:00 - Painel 4 “O nexo clima e o oceano nas COPs 29 e 30” 

  • Ana Paula Prates, Diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira, MMA 
  • Leandro Pedron, Diretor Departamento de Programas Temáticos, DEPTE, MCTI 
  • Andrei Polejack, Diretor de Pesquisa e Inovação, INPO 
  • Moacyr Araujo, Vice-reitor UFPE e coordenador da Rede Clima 


Moderadora: Profa. Dra. Wânia Duleba, USP/Irice 

18:00 – 18:30 - Síntese dos painéis e encerramento 

DIA 02 

17/09/2024 

Financiamento climático 

9:00 – 10:30 - Painel 5 “A Nova Meta de Financiamento Climático e os resultados esperados para a COP de Baku” 

  • Livia Farias Ferreira de Oliveira, Coordenadora-geral de Finanças Verdes, Ministério da Fazenda 
  • Fernanda Garavini, Chefe do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia, BNDES 
  • Maria Netto, Diretora executiva Instituto Clima e Sociedade, iCS 
  • Viviane Romeiro, Diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis, CEBDS 
  • Nicole Makowski, Climate Diplomacy Coordinator at GFLAC 


Moderador: Embaixador Rubens Barbosa, Irice 

10:30 – 10:45 - Coffee break 

Adaptação e perdas e danos 

10:45 – 12:15 - Painel 6 “Uma visão brasileira sobre adaptação e perdas e danos causados pela mudança do clima” 

  • Artur Cardoso de Lacerda, Director of Governance Affairs and Secretary to the Board, Green Climate Fund, UNFCCC 
  • Armin Braun, Diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos de Desastres, CENAD 
  • Inamara Melo, Coordenadora Geral de Adaptação à Mudança do Clima, MMA 
  • Bruna Veríssimo, Divisão de Negociação Climática, MRE


Moderador: Ministro Mario Mottin, Chefe da Divisão de Ação Climática, MRE 

12:15 – 14:00 - Almoço 

Transição justa e equitativa 

14:00 – 15:30 - Painel 7 “O papel do Brasil na promoção de uma transição justa e equitativa” 

  • Monique Vanni, Country Director, Wildlife Works 
  • Marcio Astrini, Diretor executivo Observatório do Clima 
  • Anne Heloise, Centro Brasileiro de Justiça Climática 
  • Dinamam Tuxá, Coordenador Executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil APIB 
  • Lara Stahlberg, Chefe de gabinete, Igarapé 


Moderador: Marcio Astrini, Observatório do Clima 

15:30 – 16:00 - Coffee break 

Gênero 

16:00 – 17:30 - Painel 8 “A vez da mulher no clima: contribuições brasileiras à agenda de gênero e mudança do clima” 

  • • Maria Jocicleide Lima de Aguiar, Assessora de Meio Ambiente e Justiça Climática, Ministério das Mulheres 
  • Tatiana Castelo Branco - Coordenadora de Mudanças Climáticas da Prefeitura do Rio de Janeiro • Liuca Yonaha, Vice-Presidente do Instituto Talanoa 
  • • Letícia Santiago de Moraes, Secretária de Juventude do CNS 


Moderadora: Liuca Yonaha, Talanoa 

17:30 - 18:00 - Síntese dos painéis e encerramento 



quarta-feira, 11 de setembro de 2024

China's Eurasian Century? Political and Strategic Implications of the Belt and Road Initiative - Nadège Rolland (NBR Books)

  

China's Eurasian Century?: Political and Strategic Implications of the Belt and Road Initiative

by Nadège Rolland

NBR Books

https://www.nbr.org/publication/chinas-eurasian-century-political-and-strategic-implications-of-the-belt-and-road-initiative/

 

May 23, 2017 The National Bureau of Asian Research ISBN 978-1939131508

In this monograph, Nadège Rolland (NBR) examines the drivers and goals of China’s Belt and Road Initiative and argues that the initiative reflects Beijing’s desire to shape Eurasia according to its own worldview and unique characteristics.

 

China’s Belt and Road Initiative (BRI) has become the organizing foreign policy concept of the Xi Jinping era. The 21st-century version of the Silk Road will take shape around a vast network of transportation, energy, and telecommunication infrastructure, linking Europe and Africa to Asia and accompanied by strengthened monetary cooperation and increased people-to-people exchanges. Beijing sees physical infrastructure as a first step toward Eurasian integration, thanks in part to the creation of economic corridors that will enable greater regional policy coordination and foster a vibrant “community of common destiny.”

Drawing mostly from the work of Chinese official and analytic communities who are striving to make BRI a reality, this study examines the concept’s origins, drivers, and various component parts, as well as the accompanying ideational narrative and domestic and international objectives, as seen through Beijing’s eyes. While Beijing is selling the promise of economic development, its main focus is on the benefits that it hopes BRI will bring to China, not simply in the realm of economics but most importantly in the geopolitical domain. More robust engagement of the entire Eurasian continent through BRI is intended to enable China to better use its growing economic clout to achieve its ultimate political aims without provoking a countervailing response or a military conflict.

BRI thus serves the Chinese leadership’s vision of a risen China sitting at the heart of a Sinocentric regional order, the essence of Xi’s “dream of the great rejuvenation of the Chinese nation.” This vision reflects Beijing’s desire to shape Eurasia according to its own worldview and its own unique characteristics. More than a mere list of revamped infrastructure projects, BRI is a grand strategy that advances China’s goal of establishing itself as the preponderant power in Eurasia and a global power second to none.

POLICY IMPLICATIONS

  • Despite China’s official narrative, BRI is not simply an economic development project, nor is it value-free. Its ultimate purpose is to build a Sinocentric Eurasian order in which Beijing’s influence and power have significantly expanded, authoritarian regimes have been consolidated, and liberal norms have receded. Western governments need to recognize that such an outcome would be contrary to both their interests and their values.
  • BRI should not be mistaken for a generous aid program for the poorest countries in the region. Instead, the initiative will make it easier for Beijing to use its growing economic presence to coerce those who challenge its interests. Participation on China’s terms might have devastating consequences for the poorest economies in the region, which could find themselves saddled with unmanageable debt and forced to relinquish control over valuable national assets.
  • In order to provide third countries with options and alternatives, Western powers need to stay engaged in Eurasia. But they should hold fast to, and if possible revitalize, ideas and programs that they began to implement across the region at the end of the Cold War. Existing multilateral instruments and institutions that abide by high standards, such as the Asian Development Bank, the World Bank, and the European Bank for Reconstruction and Development, should be used as main conduits for Western investment in the region.
  • China needs the capital and cooperation of other advanced industrial nations to propel BRI’s projects and bolster its legitimacy. To that end, Beijing has launched a massive public relations campaign to portray the initiative as an opportunity not to be missed. Before agreeing to endorse or participate in BRI, Western countries should demand more transparency and higher standards from China. There should be no compromise about good governance, respect for human rights, environmental protection, and rule of law. Western countries should hold China to account on its pronouncements about shared interests and mutual benefits.

Table of Contents


Introduction
FREE INTRODUCTION

https://www.nbr.org/wp-content/uploads/pdfs/programs/chinas_eurasian_century_introduction.pdf

 

Chapter 1
Mapping the Silk Roads

Chapter 2
The Belt and Road Initiative: Bigger, Bolder, Better?

Chapter 3
Drivers of the Belt and Road Initiative
FREE CHAPTER

https://www.nbr.org/wp-content/uploads/pdfs/programs/chinas_eurasian_century_ch3.pdf

Chapter 4
A Vision for China as a Risen Power

Chapter 5
Hurdles on the Way

Chapter 6
Political and Strategic Implications of the Belt and Road Initiative

 

Nadège Rolland

 

Distinguished Fellow,
China Studies, The National Bureau of Asian Research

Programs

Political and Strategic Implications of a Chinese-led Regional Infrastructure

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